8 MESES DEPOIS...ALDRICEu lia os novos decretos do Reino Nocturne, sentado na biblioteca.Assim foi oficialmente proclamado o nome da fusão dos dois antigos reinos que agora governava.Eu, que não queria responsabilidades desde o início, acabei sendo o Rei de tudo. Mas, pela minha rainha e minha princesinha, eu era capaz de me prender ao que fosse necessário.Inclinei a cabeça e beijei os cabelos negros e macios da minha fêmea, que cochilava contra meu peito, deitada ao longo do sofá aconchegante.Coloquei os papéis de lado e desci minha mão para acariciar sua barriga já bem grande. O momento estava chegando, e a conexão com minha filha ficava cada vez mais forte.Assim que meus dedos tocaram a pele de Valeria, senti os movimentos dela sob minha mão, o que arrancou um sorriso do meu rosto."Minha linda filhotinha, em breve vou te conhecer. Papai está morrendo de vontade de te ver e te segurar nos braços."Projetei meu pensamento através do nosso vínculo, e os movimentos sob meus ded
ALDRIC—Não, você sempre é muito cuidadoso… —ela disse zombando de mim.—Valeria, eu estou preocupado, amor. Outro dia achei que você ia passar mal de tão ofegante que ficou.—É que aquela posição era muito desconfortável. Parecia que eu estava carregando toneladas de ferro na barriga —respondeu, devolvendo meus beijos e carinhos.—E quem foi que quis fazer aquela cena toda? —ri, lembrando o susto que levei por sempre acompanhar suas loucuras.—E você gostou, não negue —ela deu um tapa leve no meu braço, e só pude balançar a cabeça, derrotado. Eu amo essa mulher até a morte.—Vou pegar a bacia para te limpar…—Não —ela me parou, segurando minha mão.—Valeria…—Mais uma vez, vai, não seja ruim comigo. Você não vai satisfazer sua mulher cheia de desejo depois de carregar sua filhote por tantos meses?Ela baixou a mão e começou a acariciar meu membro, que parecia mais apaixonado por ela do que eu mesmo.Essa Selenia só estala os dedos e ele já está de pé em um segundo.Eu sei que são os
ALDRIC“Não, não... minha menina vai ficar bem. Deusa, por favor, que minha companheira e minha filhote fiquem bem.”Suplico em pensamento, estendendo nosso vínculo até minha pequena, incentivando-a a vir ao mundo.—Aqui está, já nasceu!Um choro, que cobre os gritos e gemidos dolorosos de Valeria, faz nossos corações tremerem.Vejo manipularem uma pequena forma envolta em mantas brancas.Seus cabelos negros como ébano se destacam contra sua pele pálida.—Suas Majestades, aqui está a princesinha. Parabéns, minha rainha. —a amiga de Valeria, agora companheira de Dave, traz nossa filha em seus braços.Eu não sei o que fazer; minhas mãos suam, tremem, e tudo parece irreal.—Não tenho forças, Aldric. Segure-a nos braços contra meu peito.Valeria me pede com fraqueza, sua voz apenas um sussurro, enquanto continuam a cuidar de seu corpo e limpá-la.Juliette me entrega a mantinha.Um nó aperta minha garganta, e meus olhos ficam vermelhos quando a seguro com cuidado, colocando-a sobre o peito
20 ANOS DEPOIS...NARRADORA—SIGRID!! —a voz ensurdecedora de Zarek ecoava por todo o castelo sombrio.Celine, sentada na biblioteca lendo, ergueu a cabeça, sorriu e voltou à sua leitura.Quem sabe que travessura aquela menina tinha feito agora com as coisas de seu companheiro?Como era de se esperar, o príncipe sombrio estava furioso, olhando para a biblioteca secreta onde guardava todo tipo de livros de feitiçaria sombria e proibida.Chamavam-se proibidos por um motivo: eram feitiços perigosos, tenebrosos, com altos custos. Por isso ele os mantinha protegidos de certas mãozinhas inescrupulosas e daquele cérebro hiperativo.—Desta vez, não vou deixar passar! SIGRID, SAIA IMEDIATAMENTE! —Zarek deixou o subsolo enquanto escaneava mentalmente o castelo. Mas, como sempre, aquela Selenia travessa era definitivamente sua arqui-inimiga, a nêmesis de seu poder, a única capaz de se esconder até mesmo em suas próprias terras.—ROUSSE, VENHA AQUI! —ele chamou seu comandante, um dos servos morto
SIGRID—O que é isso? Ah, não pode ser —bufei ao olhar o que tinha pego no meu apuro.Queria me dar tapas na cabeça.Eram planos para construir um artefato mágico que permitia entrar nos sonhos de alguém e deixar mensagens, ordens ou até mesmo provocar seus piores pesadelos.—O que faço com isso agora? Entro no sonho do Dave e o incomodo um pouco? —murmurei, pensativa, mas logo descartei a ideia, irritada.Tanto esforço para nada. Ele me deixava ler todos os seus livros, menos aquele, e a curiosidade estava me corroendo.O que tanto havia de proibido nesses escritos?Caminhei até o poço escondido no meio da floresta, sempre envolto por uma névoa escura. Quase ninguém ousava entrar ali, pois ficava nos limites do palácio.Alguns anos atrás, criei ali um feitiço que me permitia me transportar diretamente para as terras do meu pai.Vi alguns lírios negros, que minha mãe adorava, e comecei a colhê-los para ela.Com certeza, ela estava tomando chá da tarde com minha avó.Sorri, caminhando
VALERIA— Você está... você está certa, Esther? — pergunto com a voz trêmula.Meu coração bate apressado, cheio de felicidade.— Muito certa, Luna, aqui está no ultrassom, é essa pequena mancha escura. Você está grávida.Ela aponta para a tela e vejo a frágil vida do meu filhote se formando dentro de mim.— Por que não consegui sentir o cheiro, nem seu pai? — pergunto preocupada.— É muito recente, talvez por isso, dê mais alguns dias e você deverá perceber suas feromonas.Ela responde e eu aceno com a cabeça, com os olhos turvos de lágrimas.Sou a Luna da matilha “Bosque de Outono”.Há três anos me casei com o homem que amo loucamente, apesar de não sermos pares destinados, meu Alfa Dorian.Fiz de tudo para ser a Luna perfeita, o pilar no qual ele possa se apoiar, no entanto, uma sombra opaca meu casamento e era o tema do herdeiro.Nunca consegui engravidar e admito que não compartilho muito a cama com Dorian, mas sei que suas obrigações como Alfa o mantêm muito ocupado e estressado.
VALERIAEle me morde com ferocidade na coxa e me arrasta para debaixo de seu corpo, controlando-me sem piedade.Tento resistir, pedir ajuda, minhas mãos sobre meu ventre, tentando proteger meu filhote, mas suas garras, como armas mortais, perfuram minha pele, destroçando todo meu pequeno corpo vulnerável.Preciso levantar os braços por instinto quando suas garras afiadas se dirigem ao meu rosto, e grito em agonia por causa de uma ferida profunda que atravessa minha bochecha desde a testa.Ao deixar minha barriga exposta, ele investiu contra nosso filho.— NÃO! O filhote, não! Por favor, Dorian, MEU FILHO NÃO!As lágrimas caíam incessantemente dos meus olhos enquanto eu o suplicava, mas seus caninos devoravam minha carne, e suas garras procuravam, friamente, nas profundezas das minhas entranhas, arrancar a vida que eu carregava.Não sei quanto tempo durou essa agonia; soluçava, implorando enquanto ainda conseguia falar.A dor em todo meu corpo era insuportável, mas a da minha alma, que
VALERIAOuço gritos estridentes, vidros quebrando, um rugido animal, rosnados de Alfa, luta e disputa.Algo quente espirra em meu rosto e braços, minhas garras destroçam e meus caninos rasgam.Não consigo parar, não posso, a raiva me consome por dentro e grita por libertação.Não sei o que estou fazendo, não tenho consciência de mim mesma, só sei que, quando recupero o controle do meu corpo, a primeira coisa que vejo são minhas mãos cobertas de sangue.Estou de joelhos no chão, ao meu redor tudo é vermelho, destroços e partes do que um dia foi um poderoso Alfa, Dorian.O que eu fiz? O que fiz, por Deus?!Olho para a cabeça arrancada a um metro de mim.Seus olhos amarelados ainda me encaram com pânico, e sinto como meu estômago revira.Vomito ao lado, sem conseguir evitar, enojada por toda essa cena cheia de morte e violência.Fui eu quem fez isso? Aqui não há ninguém mais.Olho ao meu redor, não sei onde foi parar Sophia, só sei que alguém foi jogado pela janela de vidro, que está est