POV ALICE. Levantei-me do banco e comecei a andar de um lado para o outro, preocupada. Eu não imaginava que esse homem era tão poderoso. Mamãe havia dito que ele era poderoso, mas agora descubro ser também perigoso, pela maneira que Abi fala dele. — Amiga, acho que será difícil, pois o homem disse que você será a esposa dele. — Comentou Abi. — O que faço, Abi? Como me livro desse homem? — Perguntei, derrotada. — Bem, se fosse comigo, me jogaria nos braços daquele homem lindo. Vi uma foto dele e fiquei muito impressionada. Ele é tudo aquilo que as fotos mostram? — Perguntou, empolgada. — Ele é bonitinho. Mas não estou interessada. — Falei, não querendo demonstrar que achava Darius lindíssimo e maravilhoso. Mas era mandão e irritante. — Bonitinho, Alice? Aquele homem é lindo! — Disse. — Não quero falar sobre a beleza dele. Você não respondeu minha pergunta. — Falei, mudando de assunto. — Eu procuraria saber por que ele quer você como esposa. Conversar com ele. Agora, se l
POV DARIUS.Baltazar falou tranquilamente sua ideia de roubar a bicicleta de Alice. Fiquei boquiaberto por um momento, por sua falta de escrúpulos. — Você está louco? — perguntei, irritado e indignado. — Sou um rei alfa supremo, não pratico delitos. — Falei revoltado por ele, sugeri isso. — Pensa bem. Sem bicicleta, ela ficará sem transporte. E quem oferecerá carona? Nós. — Disse Baltazar, sem se importar de que estivesse cometendo uma infração. Ele só se importava em alcançar seus objetivos. — Isso é ridículo. — Balancei a cabeça, mas a ideia já fazia sentido na mente distorcida de Baltazar. — Ridículo, mas eficaz. E não se faça de santo. Você já fez coisas piores que um simples roubo, para alcançar seus objetivos. E não estaremos roubando, só guardando em segurança para nossa companheira. Esse mundo está muito perigoso. — Disse descaradamente. Alice está deixando meu lobo dissimulado. Suspirei. — Isso não vai funcionar. — Comentei, não acreditando muito naquele plano e quer
POV DARIUS. Falei sério, olhando para Luis, que arregalou os olhos. Alice me olhou irritada. Puxei-a para mais perto de meu corpo e aproximei meu rosto de seu pescoço, sentindo-a estremecer quando passei meu nariz ao longo de sua pele. — Se não quiser que minha ira caia sobre seu amigo e dificulte a vida dele, é melhor confirmar e dispensá-lo naturalmente. — Falei em seu ouvido e dei um beijo em sua orelha. Ela se estremeceu, mas não consegui distinguir se era de prazer ou de raiva. — Isso é verdade, Alice? — perguntou Luis, nervoso. — Eu e Darius estamos nos conhecendo. Não se preocupe, Luis, pode ir. Darius me levará para casa em segurança. — Falou gentil e docemente com ele. Senti um pouco de ciúme pelo cuidado que ela tinha com ele. — Amanhã conversaremos, Lice. — Disse Luis, em um tom que deixava claro que queria explicações. Ele se virou e entrou no carro, e Abigail o acompanhou. Alice permanecia encostada em meu corpo. Quando o carro com os amigos virou a esquina e de
POV ALICE.Eu não podia acreditar que um infeliz havia roubado minha bicicleta. Como podem fazer isso? A revolta e a tristeza me consumiam. Eu lembrava de cada centavo que havia juntado para comprar aquela bicicleta usada e velhinha. Quantas vezes tive que vir e voltar andando para casa, debaixo de chuva e do calor do sol escaldante. Eu chegava em casa com os pés cheios de bolhas e inchados. Até que consegui minha bicicleta. E agora ela foi roubada. Como essas pessoas têm coragem de roubar? E ainda roubar de quem batalha dia a dia para conseguir se sustentar com tanto sacrifício? Eu estava muito chateada e, para piorar meu final de tarde, aquele tal de Darius resolveu aparecer para me irritar. Por que esse homem poderoso e rico, que pode ter qualquer mulher rica, está me perseguindo? Achei muito suspeita a aparição dele nesse momento. Será que ele é o responsável pelo sumiço da minha bicicleta? Não me contive e perguntei, mas Abi me repreendeu. Ela estava certa. O que estou fazend
POV ALICE.Eu tremia sem parar, com medo do que Darius Moss poderia fazer com minha mãe e comigo se eu não aceitasse ser sua esposa. Assim que entramos, mamãe me conduziu até o sofá, segurou minhas mãos e perguntou de novo:— Alice, filha, o que aconteceu? Quem estava naquele carro? — Ela segurou meus ombros, sua expressão aflita com me ver naquele estado. Eu estava apavorada agora que Darius foi embora.— Mamãe… — Minha voz falhou. Desabei em seus braços, sentindo as lágrimas finalmente escaparem. Estava com medo do que Darius faria com a minha mãe e até com meus amigos para me obrigar a aceitar ser sua esposa. Ela me abraçou com força, acariciando meus cabelos.— Calma, meu amor. Respire e me conte tudo. — Disse mamãe, tentando me passar segurança, mas eu sabia que ela deveria estar furiosa com quem me fez chorar. Minha mãe era brava como uma onça. Esse era seu apelido na juventude.Gradualmente, consegui controlar meu choro. Mamãe sempre dizia que chorar não resolvia nada; a única
POV DARIUS.Hoje termina o prazo de dois dias que dei para aquela teimosa da Alice. Baltazar está inquieto, como um lobo em uma jaula, ansioso para ir até ela. Mas não cederei à sua pressa. Planejo ir somente no final da tarde, deixando-a roer as unhas enquanto me espera, achando que posso aparecer a qualquer momento. Quero que ela sinta a incerteza, o nervosismo crescendo a cada minuto que me aguarda aparecer.— Que hora vamos sair para encontrar a minha companheira? — perguntou Baltazar, sua voz carregada de impaciência.— À tarde. Tenho muitas coisas para resolver aqui na alcateia, nas nossas empresas humanas e no reino. O Alfa Estevão está tentando chamar minha atenção, ameaçando invadir uma das alcateias aliadas da nossa — comentei, irritado, o tom de minha voz mais áspero do que pretendia. Baltazar rosnou baixo, o som grave vibrando em minha mente como um trovão. Podia ver seus olhos brilharem como um fogo perigoso, uma mistura de fúria e desprezo em minha mente.— Aquele verme
POV ALICE.Assim que amanheceu, eu já estava de pé. Sentia o peso das preocupações sobre meus ombros. Quando cheguei à cozinha, mamãe estava ocupada preparando o café. O cheiro familiar do café fresco se espalhava pelo ambiente, trazendo um mínimo de conforto para meu coração inquieto. Me aproximei por trás dela e a abracei, buscando na sua presença a força que me faltava.— Sua bênção, mamãe. Bom dia! — Minha voz saiu um pouco abafada contra seu ombro, mas cheia de carinho.— Deus te abençoe, minha filha. Bom dia! — Ela se virou para mim com aquele olhar terno que parecia capaz de aquecer até o dia mais frio. — Conseguiu dormir? — perguntou, passando os braços ao meu redor em um abraço acolhedor, seguido por um beijo suave na minha testa.Suspirei pesadamente, sentindo o cansaço refletido nas minhas palavras.— Consegui cochilar um pouquinho, mas a verdade é que estou preocupada com a ameaça de Darius Moss e o prazo que ele deu. Não sai da minha cabeça. — Confessei, minha voz carrega
POV ALICE.Guiei Abigail para a cozinha e comecei a preparar mais café enquanto ela me observava com os olhos atentos, como se quisesse decifrar meus pensamentos. Luis entrou logo depois pela porta dos fundos, sentando-se ao lado dela.— Então, Alice, que história é essa de você estar noiva daquele multimilionário? — A voz de Luis era grave, carregada de indignação.— Lice, o que aconteceu para você aceitar se casar com aquele louco? — Abigail perguntou, seu tom repleto de incredulidade. Senti-me como um balão prestes a explodir. Afundei na cadeira, exausta.— Então, Luís, Darius Moss, apareceu na minha porta e disse que eu seria sua esposa. Ontem, quando me trouxe para casa, ele disse que está apaixonado por mim, que foi amor à primeira vista. Ele é um louco rico que cismou comigo e me quer como esposa, e não aceitará um “não” como resposta. Ontem, tive que dizer que ele era meu noivo porque aquele lunático ameaçou você, Luís. Ele disse que iria te prejudicar se eu não confirmasse. —