Capítulo 4 – Mudanças

Perspectiva Lauren

Acordei gritando e me debatendo na cama, olhei em volta e me vi segura em casa.

Rever o meu agressor não foi nada legal. Passei a noite toda tendo pesadelos com ele, em todos ele me matava.

Todos esses anos eu só pensei em vingança, mas não parei pra imaginar como seria vê-lo novamente. Pelo menos ele não me viu e eu estava viva, a questão era até quando.

Finalmente levantei, havia muito o que fazer. Eu tinha que elaborar um plano para o que estava fazendo. Todos estão no clube, talvez até Liam, então eu precisava pensar em alguma coisa.

Liguei o computador enquanto preparava o café, o interfone tocou e na câmera eu vi que era Dylan.

–Merda. –Fechei os olhos e bufei, apertei o botão liberando a entrada dele.

Me servi uma xícara de café enquanto ele subia, aproveitei e deixei a porta encostada. Quando Dylan entrou me assustei com a porta batendo, ele caminhou até meu pequeno e moderno equipamento de investigação.

–Mas que porra você está fazendo? –Ele virou a tela para ele. –Isso são dados dos irmãos?

–É. –Bebi o café e olhei pra ele. –Como você me achou?

–Te segui ontem a noite, queria saber se chegaria bem em casa.

–Você sabe que isso é coisa de psicopata? Ex-namorado seguindo a garota que ama e tal.

–Não seja idiota, Lauren. Eu to falando sério?

–Você continua o cara chato de sempre.

–Você podia estar morta a essa hora, sabia? Se Mason é o cara então ele logo vai te reconhecer e terminar o que começou.

–Ele não pode me reconhecer, o que me diz de uma peruca preta?

Dylan me encarou boquiaberta, eu ri. Sou loira natural, possuo um corpo malhado, pele branca e olhos azuis acinzentados. Para meu plano dar certo então eu tinha que mudar minha aparência.

–Mesmo que mudasse, Hannah te viu.

–Pessoas mudam de cabelo toda hora.

–Tá, e o que fará com sua voz? Não tem como mudar isso.

–Faz anos que isso aconteceu, ele não vai se lembrar da minha voz. Você tem que me ajudar. Dylan. Eu finalmente encontrei eles, essa é a minha chance.

Ele balançou a cabeça negativamente, esfregou o rosto e xingou. Com ou sem a ajuda dele eu ia até o fim nisso, acabaria com eles e então eu poderia morrer em paz. Dylan olhou pra mim e assentiu.

–Tudo bem, mas deixe Hannah fora disso.

–Feito. –Apertei sua mão, mas não era totalmente sincera.

–Vai precisar mudar quem você é se quer que isso funcione.

–Você cuida dos meus documentos falsos, eu vou cuidar do resto.

Voltei para o computador, precisava de toda atenção do mundo para isso. Essa podia ser minha última missão, o perfil tinha que ser perfeito, sem falhas.

Dylan ficou ao meu lado com seu notebook montando os documentos. Com um programa profissional montei meu visual, tentei todas as cores de cabelo. Acabei escolhendo o castanho escuro, os olhos seriam castanhos e as roupas comportadas até demais.

Eu queria uma personalidade tímida e virgem, uma garota que nunca beijou ou conheceu os prazeres da vida. Óculos, com toda certeza. Hannah viu meus olhos azuis, a desculpa perfeita é que eram lentes. Caso alguém fosse contra uma dançarina com óculos, usaria mais uma vez a desculpa das lentes.

Fui no salão mudar a cor do cabelo, essa era a parte que eu não estava gostando. Eu adoro meu cabelo loiro, desse mesmo jeito que ele está, mas infelizmente eu tinha que mudar.

Passei horas no salão, quando terminou me surpreendi com o resultado. Eu não me reconhecia, mas eles também não iriam me conhecer.

Do salão fui às compras, mudei todas as minhas roupas para uma coisa mais recatada, não poderia deixar minha personalidade profissional atrapalhar no meu personagem. Isso para mim era fácil, já estava acostumada a interpretar outros papeis no meu trabalho.

Quando Dylan me viu, ele ficou surpreso.

–Lauren?

–Alguém mais entraria no meu apartamento?

–Você está irreconhecível. Eu acho que esse plano pode dar certo.

–É claro que vai dar certo, porque foi eu que bolei.

–Tá bom, senhora sabe tudo. Se prepare para as foto. Você vai manter o seu nome ou vai escolher outro?

–Eu andei pensando e acho que vou deixar assim, eles vão me chamar por outro nome, eu não vou responder.

–Ótimo você se chama Laura Santos tem 19 anos, largou a escola para trabalhar independente você não teve muito sucesso e acabou encontrando a casa de swing.

–Em outras palavras, eu sou uma vadia.

Dylan riu, virou para preparar as coisas para tirar foto. Depois de inúmeras fotografias escolhi a perfeita. Em poucos minutos a minha identidade falsa estava em mãos, agora faltava pouco para meu plano entrar em ação.

Eu só esperava que eles não desconfiassem, principalmente Hannah. Se ela se tornasse uma ameaça teria que iluminá-la, mesmo Dylan não concordando. Ainda não entendia o porquê desse carinho todo por ela, a garota era apenas uma cliente que ele salvou. Enfim, eu tinha mais com que me preocupar nesse momento, era hora de começar. Peguei minhas coisas e fui para o carro, então parei, a personagem era uma menina desempregada, ela nunca poderia ter um carro.

Desci e chamei um táxi, felizmente estava a 45 minutos de distância deles. Tive tempo suficiente para entrar no personagem, uma menina que sempre foi presa dentro das regras dos seus pais, finalmente estava voando com suas próprias asas.

Por incentivo dos amigos acabou na casa de swing. Um pouco tímida, recatada, e inteligente, essas eram minhas principais qualidades. Com meu conhecimento em disfarce, fiz alguns documentos falsos como trabalhos antigos que não duraram mais de 3 meses.

O único problema no meu plano era o endereço, o falso documento era de um lugar que não existia. Eles são da máfia e não vão deixar qualquer pessoa entrar sem antes investigar, estava contando com a sorte. Mas também poderia dizer que me mudei, com o dinheiro desse trabalho eu aluguei uma outra casa. Pronto eu tinha toda a minha farsa montada, agora eu queria ver a prática.

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