Perspectiva Lauren
2 anos depois... Estou morando em Nova York, consegui missões que durariam um ano para terminar. Nas horas vagas usava os recursos da agência para descobrir mais desses irmãos, ficava melhor a cada segundo. Os mais novos estavam saindo da reabilitação. Liam e Ryder, seria divertido brincar de gato e rato com esses dois. Só era um pouco impossível encontrar eles, mas eu tinha descoberto um ponto onde Liam aparecia muito no passado. É uma boate para ricos, e eles vendem drogas por lá. Depois de dois meses frequentando e nada dele aparecer, fiz uma amizade. Eu estava no personagem e tinha criado uma vida toda para minha menina, eles acreditaram de primeira. Certa noite, Liam sentou ao meu lado, pediu uma bebida e conversou com alguém. O pouco que ouvi era que seus irmãos estavam ocupados e que ele precisava se aliviar. Fiz com que contassem a ele que eu vendia o que ele precisava e mais algumas coisas. O imbecil me abordou na pista de dança, tentando me seduzir. Será que ele não se lembra de mim? Olhei pra ele e sorri, nós dançamos um tempo até ele me levar para o bar. –Então, eu fiquei sabendo que você tem ervas e outras coisinhas. –Sim, mas são caras. Você tem dinheiro? –Olhei pra ele mais uma vez, dando chance de me reconhecer. –Dinheiro não é problema. Ele não me reconhecia mesmo, era uma pena. Ele não sabia, mas seu fim estava muito perto. Naquela noite dei as drogas pra ele, e decidi deixar rolar para ver até onde ele ia. Para minha sorte ele começou a me procurar com frequência, e pedia cada vez mais. Ele estava voltando ao vício, e ficando agressivo. Foram meses investindo no vício dele, ele não percebia o buraco fundo que estava se metendo. –Eu quero mais. –Liam abriu a mala do carro e tirou oito malas de dinheiro. –Meu Deus. –Olhei para ele chocada. –Você vai entrar para o negócio ou o que? –Não, isso eu deixo pra você. Eu quero coisa boa, e forte. –Crack? –Tudo que tiver. Respirei fundo. Ele estava com os olhos vidrados e nervoso. Quanto mais esse merda aguentaria até cair duro no chão? Meu contato estava rico só com o vício de Liam. Quando eu deitava a cabeça no travesseiro não conseguia dormir à noite. Qual é, eu estava matando uma pessoa com vício, e ajudando ele a conseguir coisas horríveis. Seria mais fácil meter uma bala na cabeça dele. *** Três meses depois Liam sumiu e eu pensei que talvez ele estivesse morto, mas descobri que estava novamente na clínica de reabilitação. –Um já foi, agora faltam três. Entrei no clube e sorri, finalmente estava onde tudo acontecia. Andei em volta do salão até chegar em um outro espaço, onde acontecem coisas inacreditáveis. Mulheres dançando em pole dance, outras em gaiolas e tecido. Não acabava por aí, havia casais transando em quase todo salão, era um nojo só. –Oi, você sabe me dizer onde estão os donos do clube? –Perguntei a uma dançarina. –Lá em cima. –Ela apontou pro alto. Segui seu olhar, havia uma janela grande e dois deles estavam lá. –Obrigada. –Sorri pra ela, e pra mim mesma. –Achei vocês. Eu podia subir e matar todos eles num só lugar, mas havia muitos seguranças. De verdade eu estava tentada a acabar com isso agora. Voltaria para casa feliz e realizada, e quem sabe ainda encontrava Dylan para reatar o que nunca devia ter acabado. –Lauren? Assustada virei para a voz, era Dylan acompanhado de um homem. Ele balançou a cabeça negativamente, eu ri sem graça. Ele estava mais forte, e mais gostoso. Agarrou no meu braço e me arrastou todo o caminho para fora. –O que você faz aqui? –Eu achei eles, Dylan. Os assassinos da minha irmã. –Murmurei e olhei para o lado, quando o encarei de novo vi que não estava surpreso. –Mas você já sabia, não é? –Sim. Peguei um caso de assassinato, e por acaso o namorado da garota é o dono do lugar. –E você não pensou em me ligar e contar? Claro que não, você nem atende mais as minhas ligações. –Eu estava investigando. –Quanto tempo faz que descobriu? –Um ano. –UM ANO! –Fechei minha mão e soquei o peito dele. –Seu imbecil. –Você terminou comigo por causa desses caras, eu tive que procurar por mim mesmo. E adivinha? –O que? –Não tem nada que os ligue à morte da sua irmã. –É claro que não, eles são da máfia. –Empurrei ele e voltei para dentro, mas Dylan me seguiu e parou ao meu lado no bar. –O que pretende fazer? –Eu já mandei um para a reabilitação, falta o caçula. –Lauren, você ficou maluca? –Dylan segurou no meu braço e apertou. –Era isso ou matar, mas morte para eles é um prêmio. –Dylan. –Uma garota puxou ele e ambos sorriram um para o outro, em seguida se abraçaram. –É sempre bom te ver, Hannah. –Ele se afastou e olhou pra mim. –Finalmente veio conhecer a casa e sua beleza. –Ela olhou em volta. –Eu vou me apresentar, você vai ficar pra assistir? –Vai dançar assim? –Dylan olhou para o corpo dela, a menina gargalhou e bateu no braço dele. –Como se Kalel não fosse surtar. Não, eu danço no tecido e é totalmente diferente disso. Kalel? Esse é o chefe da máfia. –Você é namorada do Kalel? –Perguntei, ela me encarou e Dylan também. Seu olhar era pra mim calar a boca, mas eu ignorei. –Noiva. –Ela sorriu e mostrou o anel. –Conhece Kalel? –Pessoalmente não, mas ele é famoso por ter um clube assim. –Isso é verdade. –Ela olhou para Dylan e percebeu seu olhar, ele era um imbecil mesmo. –Vocês se conhecem? –Nos conhecendo. –Ele disse. –Ah. –Ela me olhou e estreitou os olhos. Ter a atenção da noiva do chefe da máfia era tudo que eu menos precisava agora. Pensa Lauren… Pensa. –E vocês como se conheceram? – Perguntei. –Eu fui acusada injustamente e Dylan ajudou a limpar meu nome. –Ela sorriu pra ele. –Bom, eu vou subir no palco central em dez minutos. Se me dão licença. –Foi um prazer. –Acenei. Ela se virou e caminhou para longe, era bonita e elegante. Todos os homens da casa pararam para olhar, e alguns até ameaçaram tocar. Um garoto se aproximou dela e a agarrou, ela riu e bateu nele. No braço dele havia uma tatuagem de espada. –Deixe Hannah fora da sua vingança, ela é inocente. –Minha irmã também era. Outro homem se juntou a eles, seus rostos não eram familiares. Eu estava louca para encontrar o babaca que me agrediu naquele dia, e quem atirou na minha irmã, mas esse eu só iria reconhecer com a voz. –Lauren, nós podemos conversar? –Não, Dylan. E é melhor você não ficar no meu caminho. –Olhei pra ele e sorri. –Eu não vou pensar duas vezes se for preciso atirar em você. –Não vou deixar que machuque ela, está me ouvindo? Olhei pra ele um tanto surpresa, nunca pensei que veria Dylan defendendo alguém do meio da mafia. Talvez ele esteja apaixonado por ela, ou então ele… Oh não. –Você por acaso ver sua irmã nela? –Não é da sua conta. –Ele olhou para a pista central. –Dylan, isso já faz tanto tempo. –Lauren, fique de fora dos meus assuntos. –Não amoleça toda vez que uma menina estúpida lembra a sua irmã. –Cala a boca! –Furioso ele segurou meu braço, então me empurrou contra o bar. –Não fale da minha irmã, deixe ela descansar em paz. Eu entendia sua dor, e ele sabia disso. Assenti e olhei para longe, não queria mesmo brigar com ele. Hannah entrou no palco e segurou no tecido que foi posto ali, ela estava linda com um mini vestido branco. Subiu no tecido com habilidade, ela era muito talentosa. Olhei em volta procurando por um rosto familiar, não havia nada. –Onde você está? –Murmurei. Uma dançarina na gaiola sorriu para Dylan, e ele acenou para ela. Observei seus movimentos, ela era muito boa se mexendo. Na cabine as meninas também mandam muito bem, quase não parecia errado. Olhei para Dylan e sorri, ele franziu a testa. –Eu vou ser dançarina. –Você perdeu completamente o juízo. –Não. Eu estou no caminho certo, você sabe? A vingança é um prato para se comer frio. –Se descobrirem o que fez com o irmão deles, você vai ser uma mulher morta. Ficar aqui é arriscado demais, e se alguém te reconhecer? –Já faz anos, Dylan. Eles não se lembram de mim. –E se Kalel for seu cara? Ele não parece ser alguém que esquece um rosto facilmente. –Então eu vou morrer tentando matá-lo. Virei-me para ir embora, meus olhos encontraram os azuis que eu tanto temia por anos. Ele estava vindo na minha direção, passos lentos e um andar confiante. Atrás dele quatro homens, eu diria que eram seguranças. As luzes azuis do salão batiam em seu rosto rapidamente, mas eu sabia que era ele. Meu coração bateu muito rápido, a respiração acelerou e eu estava muito enjoada de repente. Tudo ao redor estava em câmera lenta, restava apenas ele andando. Podia sentir meu corpo tremendo, era a confirmação. Esse era o homem que me bateu, esse era um dos culpados da morte da minha irmã. –Dylan, quem é ele? Dylan seguiu meu olhar. –Mason o irmão mais velho. Engoli um seco, senti minhas pernas fraquejarem. Ele sorriu e acenou para alguém, não me atrevi a desviar o olhar dele. A casa estava cheia, ele não tentaria me matar na frente de tanta gente, mas eu não queria arriscar. Ele olhou para Dylan e acenou com a cabeça, passou por mim como se não tivesse me visto. “Eu estou viva, céus, eu estou viva!”Perspectiva Lauren Acordei gritando e me debatendo na cama, olhei em volta e me vi segura em casa. Rever o meu agressor não foi nada legal. Passei a noite toda tendo pesadelos com ele, em todos ele me matava. Todos esses anos eu só pensei em vingança, mas não parei pra imaginar como seria vê-lo novamente. Pelo menos ele não me viu e eu estava viva, a questão era até quando. Finalmente levantei, havia muito o que fazer. Eu tinha que elaborar um plano para o que estava fazendo. Todos estão no clube, talvez até Liam, então eu precisava pensar em alguma coisa. Liguei o computador enquanto preparava o café, o interfone tocou e na câmera eu vi que era Dylan. –Merda. –Fechei os olhos e bufei, apertei o botão liberando a entrada dele. Me servi uma xícara de café enquanto ele subia, aproveitei e deixei a porta encostada. Quando Dylan entrou me assustei com a porta batendo, ele caminhou até meu pequeno e moderno equipamento de investigação. –Mas que porra você está fazendo? –Ele
Perspectiva Lauren O táxi parou no clube, paguei a corrida e desci sorridente, olhei para o segurança e sorri meio tímida. Ele acenou para o amigo do lado, os dois riram. Ótimo, eu já estava no personagem. Me aproximei deles com a minha melhor cara de anjo. –Olá, boa tarde, gostaria de falar com seu chefe. –E qual seria o assunto? –Uma vaga para dançarina. O homem franziu a testa e olhou para mim de cima a baixo. Eu estava de tênis, uma saia quase até o joelho, uma blusa de manga comprida, cabelo preso com rabo de cavalo bagunçado. Mas é claro que para ser uma dançarina nesse local eu teria que ser glamorosa, e não uma menina pé de chinelo. Mas tudo fazia parte do plano. –Eu vou chamá-lo. – O homem entrou e demorou cerca de 15 minutos. – Eles estão em reunião, mas você pode entrar e esperar. –Obrigada. –Sorri e passei por eles. Olhei em volta como se fosse a primeira vez no local. Para falar a verdade estava surpresa porque o vazio fazia desse lugar divino.
Perspectiva Lauren Eu me tremi toda por um breve momento, ou talvez mais. –O-oi… E-u-s-o-u… –Fechei meus olhos e respirei fundo, não era assim que eu queria ser vista. Por que tinha que me comportar desse jeito? Por que estava tremendo igual a uma criança com medo do bicho papão… Ele é apenas um idiota prestes a morrer. –Tudo bem com você? –S-sim. –Abri os olhos ainda tremendo. –Eu… Eu vim ver uma vaga para...Dançar. –É sério? –Ele riu e olhou minhas roupas. –Eu estava pensando em garçonete, mas nunca uma dançarina. Você tem quantos anos? –Dezenove. Mason coçou o queixo e franziu a testa. Isso não era nada bom. Sorri e ajeitei os óculos, era bom parecer natural. –Me fale um pouco sobre você? –Bom, eu morava com meus pais até então. Sai de casa para viver por minha conta, consegui uns trabalhos que pagavam quase nada. Eu realmente preciso tentar algo novo, se não for dançarina eu aceito qualquer coisa até faxineira. –Como chegou aqui? –Eu estive aqui ontem com
Perspectiva Lauren Cheguei no horário combinado, dessa vez o segurança abriu caminho para mim antes mesmo que terminasse o meu boa noite. As luzes estavam acesas e havia muita gente no primeiro salão, fiquei surpresa. Não esperava que a essa hora já fosse estar assim. Já o segundo salão não estava tão cheio. Fui até o balcão onde Lucca estava. –Chefinho, por favor me dê mais trabalho. –Disse uma ruiva. –Samantha, você já pegou todos os extras do mês. Eu não posso mais oferecer seus serviços e atrapalhar suas colegas. –A Lara não está dançando… –Ela também não está mais no catálogo. –Lucca respirou fundo. –Não tenho de onde tirar para te ajudar. –Droga. –Ela me olhou e finalmente se retirou. –Boa noite. –Ah, oi. –Ele se virou pra mim. –Eu não lembro seu nome. –Lauren. –Então, Lauren. Temos um pequeno problema com seus documentos. Oh Droga. –O que? –Você não trouxe o diagnóstico médico. Precisamos disso para que você tenha relações sexuais com os… –Rel
Perspectiva Lauren Quando desci da cabine tive que me apoiar para não cair, minhas pernas estavam bambas e não queriam me obedecer. Um dos seguranças impediu alguém de me tocar, eu agradeci por isso. Mason e Ryder estavam no bar e ambos estavam me olhando, e trocando algumas palavras. –Você foi perfeita. –Lara disse, parando ao meu lado. –Ah, obrigada. Eu to morrendo aqui. –Quer uma ajudinha? –Eu seria eternamente grata. –Sorri, ela me deu o braço e juntas fomos para o camarim. Hannah estava lá e terminando de se vestir. –Oi, vai dançar no tecido? –Ah sim, eu estou estressada e preciso me aliviar. –Ela sentou e nos encarou. –Como foi? –Uma tortura, meu corpo todo está doendo agora. –Nossa. –Lara alargou os olhos para o tablet em sua mão. –Você recebeu mais de cinquenta convites para a cabine privada. –Cabine privada? –Me arrastei para o banco onde Hannah estava e me sentei. –Onde rola toda a diversão. –Lara riu. –Sexo? –Franzi, elas acenaram com a cabeça em
Perspectiva Lauren Estacionei em frente ao grande hotel, o manobrista se apressou para abrir a porta pra mim. Sorri e desci do carro, entreguei a chave pra ele e acenei. Entrei no hotel como de costume, peguei o elevador para o vigésimo andar. Abri minha bolsa e peguei o cartão, parei na última porta a direita. Ao entrar na suíte fui até o closet, havia muitas roupas luxuosas ali. Nos fundos havia uma grande porta disfarçada de espelho, coloquei meu dedo no sensor e a porta abriu. Entrei no que era um elevador, a porta fechou, e o elevador desceu sete andares. A porta abriu, o lugar estava cheio como sempre. –Lauren, você não morre tão cedo. –Sophie riu, e acenou para a sala do chefe. –Ele quer você na sala dele imediatamente. –Droga. –Respirei fundo, virei-me e segui até a sala. –Chefe? –Entre. Ben Shelder é um homem gentil e protetor, ele estava sempre cuidando dos seus agentes, e infelizmente ele tinha um apego comigo desde que me mudei para Nova York. Ele também
Perspectiva Mason Havia algo estranho em Lauren, mas eu não sabia o que era. Nunca a vi antes, mas pra mim era muito familiar. Olhei para a tela do meu celular, era da clínica de reabilitação. Liam estava com problemas, mas isso ate que demorou para acontecer. Enquanto subia mandei mensagem para meus irmãos. Alguns minutos depois Kalel e Ryder entraram rindo, olhei para eles e respirei fundo. Odiava ser eu quem estragaria a noite deles. –É melhor isso ser sério, eu estava me dando bem. –Ryder sorriu, sentou no sofá e me encarou. –Você traiu a Lara seu… –Claro que não! Eu estava me dando bem com a minha garota. –Eu pensei que ela não descesse. –Ela está disfarçada. –Ryder riu. –Por hoje eu serei o menino malvado. –Por favor, eu não pedi para me explicar. –Mas você perguntou. –Ryder riu. –Com licença, podemos voltar ao que é importante? –Kalel nos encarou. –Liam atacou um dos funcionários, mas não foi nada grave. Nós temos que estar lá pela manhã. –Merda. –Ka
Perspectiva Hannah Minhas mãos estavam geladas, eu tinha medo da reação de Liam quando visse o anel de noivado. Quando Mason abriu a porta, ele entrou primeiro e em seguida Kalel. Respirei fundo, e depois de hesitar entrei no quarto. –Filho da puta! –Liam disse, estava furioso, mas parou, seus lindos olhos encontraram os meus e eu não tive mais medo, corri até meu lindo cunhado e o abracei. –Meu amor. Nos perdoe por te deixar aqui. –Cunhadinha. Eu senti sua falta. –Eu também. –Fechei os olhos e deixei as lágrimas escorrerem. –Ei, não chore. –Ele se afastou. –Você não é culpada por minhas escolhas… Ninguém é. Ele olhou por cima dos meus ombros, eu sabia que essas palavras eram para seus irmãos. –Liam… –Suspirei, levantei minha mão e esperei que ele visse o anel. Seus olhos ficaram surpresos, e ele olhou para Kalel. –Vocês estão noivos… ? –Não fique com raiva, não estamos te excluindo… –Eu não estou com raiva. –Ele me olhou e sorriu. –Meus sinceros pêsames p