Perspectiva Lauren
Eu me tremi toda por um breve momento, ou talvez mais. –O-oi… E-u-s-o-u… –Fechei meus olhos e respirei fundo, não era assim que eu queria ser vista. Por que tinha que me comportar desse jeito? Por que estava tremendo igual a uma criança com medo do bicho papão… Ele é apenas um idiota prestes a morrer. –Tudo bem com você? –S-sim. –Abri os olhos ainda tremendo. –Eu… Eu vim ver uma vaga para...Dançar. –É sério? –Ele riu e olhou minhas roupas. –Eu estava pensando em garçonete, mas nunca uma dançarina. Você tem quantos anos? –Dezenove. Mason coçou o queixo e franziu a testa. Isso não era nada bom. Sorri e ajeitei os óculos, era bom parecer natural. –Me fale um pouco sobre você? –Bom, eu morava com meus pais até então. Sai de casa para viver por minha conta, consegui uns trabalhos que pagavam quase nada. Eu realmente preciso tentar algo novo, se não for dançarina eu aceito qualquer coisa até faxineira. –Como chegou aqui? –Eu estive aqui ontem com uns amigos, acabei sendo levada por incentivos para tentar uma vaga. –Você viu como elas se vestem? –Ele cruzou os braços. –Você está usando muita roupa para alguém que quer dançar. –Sim, eu vi. Estou disposta a me vestir como… Como elas. –Olha, minha cunhada está contratando pessoas no estúdio de ballet. Talvez seja melhor você tentar coisas assim, eu posso te indicar. –Não, eu quero aqui. Onça, eu vivi toda a minha vida obedecendo o que meu pai queria, eu nunca estive num lugar assim antes. Por favor, me deixe mostrar que posso fazer isso. –Eu não sei… –Ele se calou pensativo, eu acabei suspirando desapontada. Talvez tenha exagerado um pouco na minha personagem. –Vamos fazer assim, te dou uma semana de teste, se no final achar que não dá então você tenta o ballet? –Hm. Acho que não tenho escolhas. –Sorri animada. –O que temos aqui? –Alguém disse, ele me olhou de cima a baixo e riu. Era o mesmo que estava com a Hannah ontem. –Ryder, essa é Lauren. Ela quer ser dançarina. Claro, esse é o mais novo. Ele tinha problemas com drogas também, não o tinha reconhecido ontem. A droga de ser da máfia é que seus rostos ficavam desconhecidos para os demais. –O que? –Ele franziu. –Quem é ela? Olhei para os três de olhos azuis, eles eram mais bonitos do que pensei. –Lauren, ela quer ser dançarina. –Ryder disse. –A é? –O recém chegado sorriu. –Me mostre o que sabe. –O que? –Você quer dançar, então mostre o que sabe e então decidimos se você tem talento. –Mas eu não tenho roupa… –Lara! –Ryder gritou e acenou, olhei para a entrada e uma linda garota de olhos verdes se aproximou. Ela sorriu para eles todos, mas beijou Ryder nos lábios. –Você pode arrumar uma roupa para ela? –Ah. –Ela me olhou e sorriu. –É claro, venha comigo. Ela me arrastou até o que parecia ser camarim. Abriu um armário e me entregou um microshort preto e top da mesma cor. –Droga, tão curto assim? –Não é tão ruim quanto parece. –Fale por você mesma. –Fui até o banheiro e me troquei, alguns minutos depois sai e ela sorriu. –Uau, você tem um corpo e tanto. Tome, use isso para fazer um mistério a mais. –Lara me entregou um roupão, depois de vesti-lo sai do camarim e fui até eles. –Aquela cabine. –Mason disse. Assenti. Andei devagar até a cabine, precisava ganhar tempo e sair dessa. Eu estava de lente e de óculos, se eles vissem a lente então eu estaria perdida. Segurei no ferro e me puxei para cima, eles se aproximaram e tomaram seus lugares nos acentos. –Espera. –Lara correu até a cabine, subiu e parou na minha frente. –Música para te ajudar um pouco. Olhei o fone em suas mãos, sorri e peguei. Ela desceu e foi para o lado de Ryder. Me surpreendia ela não ligar do seu namorado olhar outra mulher dançando. Coloquei os fones e olhei para a plateia, minhas pernas estavam bambas. Puxei a xuxa do cabelo e joguei pro lado, em seguida desfiz o laço do roupão e com timidez o tirei. Meu corpo não era de uma menina de dezenove anos e muito menos de virgem desengonçada. Eles acabaram de descobrir isso, e ver seus rostos chocados era como ganhar na loteria. Fechei os olhos e me deixei ser guiada pela música, felizmente dançar não era tão difícil. Por outro lado, o pole dance foi. Eu quase caí duas vezes e ouvi alguém rir, mas não me atrevi a olhar quem era. Quando a música parou, tirei o fone e olhei pra eles, a surpresa era evidente em seus rostos. Peguei o roupão e me cobri, desci e esperei. –Eu voto sim. –Lara disse, olhou pra eles e riu. –Ela tem um jeito sensual, só precisa trabalhar um pouco mais no pole dance. –Eu gostei. –Se Kalel gostou então você atingiu um nível. –Lara disse-me. Então esse era Kalel. Eu estava esperando uma surpresa maior quando o visse, algo parecido com o medo que senti com Mason. –Quem diria que por trás de toda aquela roupa fosse existir um mulherão. –Ryder abraçou Lara e ambos sorriram. –Eu voto sim. –Muito bem, Lauren. –Mason se levantou. –Você está dentro, mas precisa dar um jeito nos óculos. Você não pode dançar com eles. –Eu tenho costume de usar lentes de contato. –Ajeitei os óculos. –Isso não vai ser um problema. –Então você tem um trabalho, mas como Lara disse precisa melhorar no pole dance. –Mason olhou pra ela. –Pode dar uma ajudinha com isso. –Sem problema. –Ótimo. Deixe seus documentos no balcão com Lucca ou uma das moças, vamos verificar seus dados e entraremos em contato. –Tudo bem. –Prendi os cabelos e fui me trocar, ao sair não os vi mais ali. Primeira etapa do plano completa, agora a diversão começaria. Eles não faziam ideia de quem eu era, nem mesmo com a minha voz. Só temia por esses documentos e o que eles fossem encontrar, era melhor que Dylan tivesse feito tudo direito.Perspectiva Lauren Cheguei no horário combinado, dessa vez o segurança abriu caminho para mim antes mesmo que terminasse o meu boa noite. As luzes estavam acesas e havia muita gente no primeiro salão, fiquei surpresa. Não esperava que a essa hora já fosse estar assim. Já o segundo salão não estava tão cheio. Fui até o balcão onde Lucca estava. –Chefinho, por favor me dê mais trabalho. –Disse uma ruiva. –Samantha, você já pegou todos os extras do mês. Eu não posso mais oferecer seus serviços e atrapalhar suas colegas. –A Lara não está dançando… –Ela também não está mais no catálogo. –Lucca respirou fundo. –Não tenho de onde tirar para te ajudar. –Droga. –Ela me olhou e finalmente se retirou. –Boa noite. –Ah, oi. –Ele se virou pra mim. –Eu não lembro seu nome. –Lauren. –Então, Lauren. Temos um pequeno problema com seus documentos. Oh Droga. –O que? –Você não trouxe o diagnóstico médico. Precisamos disso para que você tenha relações sexuais com os… –Rel
Perspectiva Lauren Quando desci da cabine tive que me apoiar para não cair, minhas pernas estavam bambas e não queriam me obedecer. Um dos seguranças impediu alguém de me tocar, eu agradeci por isso. Mason e Ryder estavam no bar e ambos estavam me olhando, e trocando algumas palavras. –Você foi perfeita. –Lara disse, parando ao meu lado. –Ah, obrigada. Eu to morrendo aqui. –Quer uma ajudinha? –Eu seria eternamente grata. –Sorri, ela me deu o braço e juntas fomos para o camarim. Hannah estava lá e terminando de se vestir. –Oi, vai dançar no tecido? –Ah sim, eu estou estressada e preciso me aliviar. –Ela sentou e nos encarou. –Como foi? –Uma tortura, meu corpo todo está doendo agora. –Nossa. –Lara alargou os olhos para o tablet em sua mão. –Você recebeu mais de cinquenta convites para a cabine privada. –Cabine privada? –Me arrastei para o banco onde Hannah estava e me sentei. –Onde rola toda a diversão. –Lara riu. –Sexo? –Franzi, elas acenaram com a cabeça em
Perspectiva Lauren Estacionei em frente ao grande hotel, o manobrista se apressou para abrir a porta pra mim. Sorri e desci do carro, entreguei a chave pra ele e acenei. Entrei no hotel como de costume, peguei o elevador para o vigésimo andar. Abri minha bolsa e peguei o cartão, parei na última porta a direita. Ao entrar na suíte fui até o closet, havia muitas roupas luxuosas ali. Nos fundos havia uma grande porta disfarçada de espelho, coloquei meu dedo no sensor e a porta abriu. Entrei no que era um elevador, a porta fechou, e o elevador desceu sete andares. A porta abriu, o lugar estava cheio como sempre. –Lauren, você não morre tão cedo. –Sophie riu, e acenou para a sala do chefe. –Ele quer você na sala dele imediatamente. –Droga. –Respirei fundo, virei-me e segui até a sala. –Chefe? –Entre. Ben Shelder é um homem gentil e protetor, ele estava sempre cuidando dos seus agentes, e infelizmente ele tinha um apego comigo desde que me mudei para Nova York. Ele também
Perspectiva Mason Havia algo estranho em Lauren, mas eu não sabia o que era. Nunca a vi antes, mas pra mim era muito familiar. Olhei para a tela do meu celular, era da clínica de reabilitação. Liam estava com problemas, mas isso ate que demorou para acontecer. Enquanto subia mandei mensagem para meus irmãos. Alguns minutos depois Kalel e Ryder entraram rindo, olhei para eles e respirei fundo. Odiava ser eu quem estragaria a noite deles. –É melhor isso ser sério, eu estava me dando bem. –Ryder sorriu, sentou no sofá e me encarou. –Você traiu a Lara seu… –Claro que não! Eu estava me dando bem com a minha garota. –Eu pensei que ela não descesse. –Ela está disfarçada. –Ryder riu. –Por hoje eu serei o menino malvado. –Por favor, eu não pedi para me explicar. –Mas você perguntou. –Ryder riu. –Com licença, podemos voltar ao que é importante? –Kalel nos encarou. –Liam atacou um dos funcionários, mas não foi nada grave. Nós temos que estar lá pela manhã. –Merda. –Ka
Perspectiva Hannah Minhas mãos estavam geladas, eu tinha medo da reação de Liam quando visse o anel de noivado. Quando Mason abriu a porta, ele entrou primeiro e em seguida Kalel. Respirei fundo, e depois de hesitar entrei no quarto. –Filho da puta! –Liam disse, estava furioso, mas parou, seus lindos olhos encontraram os meus e eu não tive mais medo, corri até meu lindo cunhado e o abracei. –Meu amor. Nos perdoe por te deixar aqui. –Cunhadinha. Eu senti sua falta. –Eu também. –Fechei os olhos e deixei as lágrimas escorrerem. –Ei, não chore. –Ele se afastou. –Você não é culpada por minhas escolhas… Ninguém é. Ele olhou por cima dos meus ombros, eu sabia que essas palavras eram para seus irmãos. –Liam… –Suspirei, levantei minha mão e esperei que ele visse o anel. Seus olhos ficaram surpresos, e ele olhou para Kalel. –Vocês estão noivos… ? –Não fique com raiva, não estamos te excluindo… –Eu não estou com raiva. –Ele me olhou e sorriu. –Meus sinceros pêsames p
Perspectiva Lauren Cheguei cedo no clube, tinha que ensaiar e melhorar minha performance se queria que meu plano desse certo. Lara me instruiu no que fazer, quando estávamos saindo do camarim vi Hannah correndo para o andar de cima. Lara olhou para a entrada, onde Kalel e Mason estavam. O clima parecia pesado entre eles. –Vá se adiantando, eu vou ver o que aconteceu com ela. –Tudo bem. –Assenti. Essa era a minha chance de pôr escuta no camarim. Dei meia volta e peguei minha bolsa no armário. Peguei as micros câmeras, procurei um lugar perfeito para esconder. Depois dali fui para o salão, eles estavam distraídos e não viram nada. Me aproximei do balcão onde Lucca estava. –Oi, Lauren. –Ele sorriu. –Como está indo sua adaptação? –Bem. É que eu queria conversar sobre… –Sobre? –Ele fechou o livro em suas mãos. –As… –Pensa rápido. –As cabines privadas. –Mudou de ideia então? –Ele riu, mas ficou sério quando olhou para o outro salão. –Só um minuto. –Ta. –Sorri. Ele
Perspectiva Lauren Abri a porta de casa, não estranhei ao ver Dylan no meu computador. Fui até a cozinha e abri uma garrafa de vinho e me juntei a ele. Havia papeis espalhados por todo lugar, em todos eu via informação sobre a máfia. –O que é tudo isso? –Possíveis casos de assassinato envolvendo a máfia. –Hannah? –Peguei uma folha riscada de vermelho. –Mataram o pai dela para parecer que foi ela. –Dylan se virou para mim. –É óbvio que ela foi inocentada. Vi um nome familiar nas anotações sobre a Hannah, isso não era nada bom. –Lincoln Chase? –Hm, ele fez um contrato com o pai dela. –Dylan pegou o mesmo e me entregou. Eu li, a cada palavra ficava horrorizada. –Os Ottore querem a cabeça de Lincoln, e Lincoln quer a Hannah. –Dylan riu. –Bom…Eu deveria colocá-los em uma sala e deixar que se matem. –Não sei, Lauren. Veja isso. –Dylan girou na cadeira, os olhos fixos na tela do computador. As imagens daquela noite, gravadas pelas câmeras de segurança da boate, se d
Perspectiva Hannah Kalel entrou no quarto e fez o habitual. Tirou a roupa e foi tomar banho, ele não demorou para voltar. Estava usando um short fino, sem blusa e cabelo molhado. Em outras condições eu diria que ele estava uma delícia, mas agora pra mim era um grande tanto faz. Não fazia sentido ele me amar e não desejar ter filhos, não era certo comigo. Será que ele não me achava boa o suficiente pra isso? –Você não vai falar comigo? –Kalel sentou na cama, pois sua mão na minha coxa. –Não. –Mas você acabou de responder. –Ele sorriu, em uma tentativa falha de me divertir. –Hannah, por favor. Não acha que está exagerando? –Não, eu não acho. –Tirei sua mão de mim, e virei pro lado. Kalel respirou fundo, deitou na cama e me abraçou. –Você não entende que eu não quero filhos? –Mas eu quero. Ele soltou uma respiração profunda, tirou seu braço na minha cintura e virou para o lado oposto. Foi assim no dia seguinte também, eu só consegui chorar. Pela manhã desci para