Dean Sutton
— Isabella pensa comigo. — relaxei o meu corpo na cadeira vendo a oportunidade incrível que temos. — Há um bom tempo, nunca vão desconfiar que o relacionamento seja de mentira, muito pelo contrário será a alegria deles e vão embarcar em qualquer conversa que dissemos.
Nossa família mora em questão de duas ou três ruas longe uma da outra. Greenport ficar situada no final da Ilha de Long Island e à duas horas e meia de Manhattan. Seus pais comandam algumas fazendas de produtos orgânicos e os meus pais são donos de uma rede de mercados da pequena cidade. São famílias que estão há anos convivendo no mesmo lugar e conhecem todo mundo.
— Já assisti a filmes onde contratam uma namorada ou um namorado fake e sabemos que no final não dá nada certo, é algo fatal.
Isabella revirou os olhos.
— Sério que você está se baseando em filmes, Dean?
— Isabella, é pensando nos filmes que podemos melhorar a realidade. — Dou mais um gole no meu café. — A gente fingindo um relacionamento saberemos lidar melhor com toda essa situação. As perguntas não serão incômodas, porque já nos conhecemos. Não perderemos nosso tempo com as perguntas chatas de todos os anos.
Isabella comeu seu bolo tranquilamente ouvindo tudo que eu dizia, não é possível faltar muito para convencê-la. O plano é perfeito!
— Qual é, Bella? — Sorri para ela. — Me diz o que você está pensando.
Ela pensa um pouco, passando o garfo pelos lábios e fico atento nesse simples movimento.
— Estamos trabalhando juntos, o que será um longo tempo. — Isabella me olhou. — Até o Natal dá para montar alguma história e seremos vistos constantemente por está trabalhando juntos.
Ainda não era essas palavras que queria, ela não está muito empolgada.
— Não será um grande esforço, é apenas para nossa família. — Dou de ombros. — Depois do Natal voltaremos para Nova York e seguimos a nossa vida, um tempo depois falamos para eles que terminamos. Simples.
Isabela estreitou seus olhos em minha direção.
— Nessa vida nada é simples.
— No nosso caso sim. — Sorri. — Aposto que a gente tira de letra.
O celular dela toca atrapalhando nossa conversa.
— Preciso atender. — Me olha em um pedido de desculpas. — Só um minuto.
Sorri para tranquilizá-la e concordei. Isabella levanta e vai para um espaço mais quieto. Bebi o resto do meu café ainda considerando a ideia do namoro de mentirinha. Tem tudo para dar certo e finalmente teria um Natal tranquilo, sem a pressão de ter alguém ao meu lado ou por ainda não ter filhos. Só vejo benefícios, não tem como a Isabella não está vendo isso. Ri comigo mesmo. Estou parecendo um maluco.
Pouco tempo depois ela volta.
— Tudo bem?
Isabella tinha um olhar preocupado.
— Sim, é só assunto de trabalho. — Faz pouco caso.
— Precisa de alguma ajuda? — Ofereci.
Não gosto de vê-la com esse olhar. O clima estava melhor antes com a sua risada e olhar gentil. Isabella dá um meio sorriso, inclinando a cabeça para o lado.
— Não basta me salvar das encrencas quando éramos crianças, agora quer me salvar na vida adulta? — Sei que ela está tentando mudar de assunto.
Entrei no clima, Isabella sabe que pode contar comigo. Faz anos que não nos vemos, mas a conversa flui de um jeito tão bom entre nós que faz parecer que só faz alguns meses. Fiz o mesmo movimento de cabeça que ela e seu sorriso aumenta.
— Acredito que as encrencas da vida adulta sejam bem divertidas.
— Dean!
Ri alto. Isabella fica vermelha com facilidade incrível, quem vê pensa que ela é toda inocente e engana muito bem. Mas essa mulher na minha frente deu muito trabalho aos seus pais na adolescência. Não deve ter um namorado agora porque na época da adolescência usou e abusou dos que tinha.
Terminamos de comer e saímos da cafeteria.
— Ah, não.
Olhei para ela.
— O que foi?
Isabella tinha um bico de insatisfação em seu rosto.
— Meu celular descarregou, sem chance de chamar um Uber… — Isabella desistiu de tentar ligar o aparelho novamente e guardou no bolso da sua calça.
— Ainda bem que ainda existem os táxis. — Acenei para um. — Está ficando onde?
— Upper East Side.
— Perfeito! Moro naquela redondeza.
Entramos no táxi. A nossa conversa foi aleatória, falando um pouco sobre o passado, mas principalmente durante esses anos que não nos vimos. Os olhos da Isabela chegam a brilhar quando ela fala do mundo da fotografia, gosto de ouvi-la e ver o amor com seu trabalho.
— É de se perceber que se encontrou na área da fotografia.
Isabella sorri sem graça.
— Sei que o desejo de meus pais era que eu continuasse na fazenda e seguir com o trabalho da família. Gosto muito de fotografar a nossa cidade. Tem riquezas incríveis lá.
Segurei em sua mão.
— Tenho certeza que seus irmãos podem lidar muito bem e fazer aquelas fazendas prosperarem. — Levei sua mão aos meus lábios, depositando um beijo. — Não deveria estar se sentindo mal por escolher viver seus sonhos. Com certeza que agregou muito e é o orgulho da sua família.
Isabella aperta minha mão em forma de carinho.
— Me diz como ficar triste ao seu lado? — Rimos. — Você continua muito galanteador, Dean.
— Vou levar como um elogio.
— E é! — Dá uma risada e logo para pensando que estaria incomodando o motorista. Isabella sempre foi assim, preocupada com as pessoas ao seu redor. Ela me olha. — Sabe que é.
Sorri, concordando.
Isabela deita a cabeça em meu ombro, ela está cansada. Me afasto para tirar o meu terno e colocar nela.
— Dean, não…
Dou espaço para discussão, Isabela havia me dito onde iria descer.
— Descanse, assim que chegarmos te acordo.
Isabela fica tentada em negar, mas vendo o meu olhar de mandão, decidi não discutir. Dessa vez passei meu braço por cima de seu ombro a puxando para mais perto, Isabella deitou a cabeça no meu peito. Foi questão de segundos para estar dormindo tranquilamente, passo meu nariz pelo seu cabelo. O cheiro de jasmim é tão bom.
Percebi que o motorista nos olhava pelo retrovisor, olhei para ele erguendo uma sobrancelha. Um sorriso gentil surgiu em seus lábios.
— Formam um belo casal.
Sorri com seu comentário.
Isabella HayesMeu corpo é sacudido de leve, sentia ainda o movimento do carro e a voz baixa do Dean me chamando. Talvez estejamos perto do apartamento onde estou ficando, o dia hoje foi tão corrido que não estou acreditando que dormi nesse pouco tempo de corrida no carro. Estávamos a 30 minutos de distância e minutos de viagem pude ver que o trânsito melhorou bastante.Dean chegou atrasado hoje e ninguém poderia ocupá-lo. Talvez, sim, mas hoje o trânsito estava infernal. Não gosto muito de Nova York, essa cidade é agitada demais, Los Angeles consegue ser bem mais calmo. Me sento no banco sentindo a minha cabeça doendo um pouco. O terno de Dean ficou enorme em mim, mas estou bem quentinha. O casaco que estou usando é muito fininho.— Quanto ficou? — Perguntei ao motorista que foi parando o carro lentamente em frente ao prédio.Dean tira o dinheiro da carteira para pagar o motorista.— Aqui, fica com o troco.— Dean…Me ignorando, Dean abriu a porta pegando sua pasta e saiu. Sai do car
Isabella HayesNo dia seguinte, já estava no estúdio esperando pela chegada de Dean. Por mais que tivesse sido ótimo receber uma carona, Dean precisou ir para o seu trabalho e eu fui para o estúdio preparar a sessão de foto dele que aconteceria hoje na parte da tarde. A equipe estava toda pronta, fiquei na liderança e teria mais dois fotógrafos. Faremos um ensaio fotográfico da equipe de Dean e claro que ele terá uma sessão de foto em especial.— Está preparado a mesa de comes e bebes? — perguntei há um dos funcionários do local.— Sim! Tudo certinho, senhorita Hayes.Sorri para ela e conferi novamente o fundo infinito para a hora das fotos. Na parte da tarde, como combinado, Dean e sua equipe aparecem.— Isabella, você não vai acreditar quem está aqui. — Ouvi a voz do Dean, parei de mexer na minha câmera e me virei para olhá-lo.Arregalei os olhos não acreditando. Ao seu lado estava Anthony, meu irmão. Corre até ele sem pensar duas vezes Anthony me abraça forte, me tirando do chão. A
Dean SuttonNão sou a pessoa mais certa nessa vida, mas as pessoas poderiam começar a fazer o mínimo e no caso da minha situação é fazerem o seu trabalho direito. Teremos um contratempo e me irrita bastante, primeiro que um dos acionistas não tem nada que se meter com esse projeto. O cara só quer o dinheiro no bolso e é o que farei, sempre foi assim durante anos e agora ele quer dar pitaco? Não é a casa da mãe Joana e falta pouco para não entrar na sala dele e socar a sua cara.— Então quer dizer que você está namorando a Isabella Hayes…Scott está atrás de mim igual uma sombra. Estamos a caminho da minha sala.— Nos conhecemos a um bom tempo, Scott. — Não prolongo muito a conversa. — Faz um tempo que voltamos a ter contato e rolou, lembra daquela viagem há duas semanas? Me encontrei com ela, as coisas esquentaram e resolvemos oficializar.Sim, estou mentindo. Scott não parece reparar na minha mentira e começa até ficar empolgado. Ele passa o braço por cima do meu ombro.— Cara, eu es
Isabella Hayes Sentia meu coração bater forte em meu peito. Ele realmente veio para Nova York, cumpriu o que havia me dito. Aquela ligação que mesmo não querendo atender, precisei atender. Alexandro avisou que viria para Nova York e o destino nos queria juntos novamente. Não, queria vê-lo novamente. Alexandro deveria estar bem longe daqui, o mais longe possível de mim. E agora estou vendo ele sendo abraçado entre sorrisos e palavras amigas. Senti a mão de Dean em minha cintura e foi como me despertar para a realidade.— Quem é ele? — Dean pergunta em um sussurro, não chamando a atenção dos outros.Olhei para o meu namorado de mentirinha e senti meu peito subir e descer tão rápido. Levei minhas mãos a cada lado do seu rosto com delicadeza e o beijei. Um beijo tímido no começo, suas mãos estão agora em minha cintura me puxando para mais perto. Dean é alto e curva mais o corpo para frente facilitando o nosso beijo, mesmo de salto alto, não fico na sua altura. Seus lábios estão mais firm
Dean SuttonSe não manter a Isabella vida e bem alimentada, John vem até aqui conferir se estou realmente morto após mandar alguém me matar. Não imaginava receber uma ligação do John, fazia um tempinho que não nos falávamos e a conversa foi bem séria. Me sentia um filho da puta por está mentindo para ele, mas John é o primeiro a encher o saco sobre relacionamento e não é apenas com seu irmão.John foi o primeiro a se casar e ter filhos, e por esse único motivo se acha no direito de opinar na vida dos outros. Isabella aprendeu a colocar um sorriso no rosto a cada palavra desagradável do seu irmão. Anthony é mais de boa em relação a tudo e mais fácil de acreditar nesse namoro, agora com John teremos que ser espertos. Peguei uma garrafa de vinho analisando a marca.— Pelo que me lembro, esse não é o seu favorito. — Essa voz… Olhei para trás. — Oi, Dean. Quanto tempo, não é?Sorrir, coloquei a garrafa de volta no lugar e abracei Emily.— Nossa… — me afastei olhando para ela com mais atenç
Isabella HayesA paciência para secar meu cabelo estava em um nível baixo. Muito baixo. Passava a escova com uma agressividade que duvido que meu cabelo irá sobreviver sem danos algum. Mal consegui secar metade do cabelo quando a companhia tocou. Vou até a porta não importando com o estado deplorável que estou, não precisa estar bonita para xingar uma pessoa que apertava a campainha toda hora e eu torcia para o dedo da pessoa cair. Esse é o meu nível de irritação.— Porque não vai apertar a campainha da sua… — Parei de falar vendo Dean com uma cesta de chocolate na marca Snickers, meu favorito.— Me diz que ainda é o seu favorito… — Franzi a testa. — Eu mesmo montei a cesta, cada detalhezinho.A cesta tinha vários sabores da marca Snickers, um laço na parte de cima e tinha até corações de papel colados na cesta. Peguei a cesta de sua mão e fechei a porta.— Isabella! — Dean me grita.Sorri para minha cesta, pegando um para comer. Podia já senti o cheirinho e o gosto, minha boca em d’
Dean SuttonMe esquivei de Emily quando senti seu beijo no canto da minha boca. Emily me pede desculpa repetidamente, sorrir para aliviar o clima e disse estar tudo bem. Cadê a Isabella? Será que ela está sentindo dor de barriga para demorar tanto assim? Simon ficou bem empolgado ao saber que Emily e eu nos conhecemos, empolgado até demais e acredito que já tenha bebido um pouco. Sua esposa tentava conter a risada exagerada do seu marido.— Tio, não é para tanto. — Emily fica sem graça. — Dean e eu estudamos juntos, apenas. — Ela me olhou. — Não é?Me perdi em seu olhar por alguns segundos, como não olhar para essa mulher e não lembrar do passado? Foi bom e marcante. Droga, cadê a Isabella?— Sim. — Olhei para Simon. — Emily foi uma ótima aluna, tenho certeza que teria sido uma ótima arquiteta.Emily me abraçou e passei meu braço por cima do seu ombro, olhando ao redor a procura de Isabella. O que vejo não me agrada, Alexandro conversava com Isabella em um corretor. Ele pegou em sua m
Dean SuttonHoje faz dois dias que não falo com a Isabella, não diretamente. Trocamos algumas mensagens e o trabalho também não deixou que nos encontrássemos, mesmo que estejamos trabalhando no mesmo projeto. Isabella precisou encontrar com algumas parcerias e fazer o ensaio fotográfico deles, além de documentar tudo. A pouca conversa que tivemos não falamos sobre o sexo sem proteção em uma sala de trabalho. No dia a Isabella apenas disse que poderia ficar tranquilo porque ela toma os remédios e também não gozei dentro. Quando saímos daquela sala foi como se nada tivesse acontecido, ficamos mais uma hora na festa e fomos embora cada um para seu apartamento e indo dormir. Foi uma coisa de momento e não perderemos a amizade por conta disso e muito menos deixaremos de continuar essa nossa mentirinha que salvará nosso Natal. Sentia uma dor nos ombros e achei melhor terminar o trabalho em casa. Sair do levantou mexendo no meu celular indo até o meu carro, a notificação da mensagem da Isa