Isabella Hayes
No dia seguinte, já estava no estúdio esperando pela chegada de Dean. Por mais que tivesse sido ótimo receber uma carona, Dean precisou ir para o seu trabalho e eu fui para o estúdio preparar a sessão de foto dele que aconteceria hoje na parte da tarde. A equipe estava toda pronta, fiquei na liderança e teria mais dois fotógrafos. Faremos um ensaio fotográfico da equipe de Dean e claro que ele terá uma sessão de foto em especial.
— Está preparado a mesa de comes e bebes? — perguntei há um dos funcionários do local.
— Sim! Tudo certinho, senhorita Hayes.
Sorri para ela e conferi novamente o fundo infinito para a hora das fotos. Na parte da tarde, como combinado, Dean e sua equipe aparecem.
— Isabella, você não vai acreditar quem está aqui. — Ouvi a voz do Dean, parei de mexer na minha câmera e me virei para olhá-lo.
Arregalei os olhos não acreditando. Ao seu lado estava Anthony, meu irmão. Corre até ele sem pensar duas vezes Anthony me abraça forte, me tirando do chão. Anthony é quase da mesma altura do Dean, é um homem dotado pelos seus músculos e sua cabeça raspada é um costume da época que serviu o exército. Perto deles eu uma anã.
— O que você está fazendo aqui? — Continuo em seus braços. — Como estão as crianças?
Anthony me solta, mas não se afasta. Faz alguns meses que o vi, Anthony cuida da parte do marketing das fazendas da nossa família. Ele viaja constantemente, coisa que nossa família não gosta e alguém teria que fazer. Meu irmão tem dois meninos e eles são gêmeos.
— Mana, calma! — Rimos. — Estou de passagem. Vou embora hoje a noite, precisei vim em uma reunião aqui na cidade e os meninos estão muito bem.
Dean dá dois tapinhas no ombro do meu irmão.
— Está na cidade e iria embora sem fazer questão de dar um oi. Que feio, Anthony!
Coloquei as mãos na cintura.
— Você sabia muito bem que eu estava aqui.
Anthony dá de ombros.
— Ah, daqui a alguns dias já é o Natal e logo iria ver vocês mesmo. — Anthony toma um ar mais sério para Dean e depois para mim. Fiquei sem entender a sua mudança de humor. — E quando você iria contar a novidade, maninha?
A confusão em meu rosto aumenta.
— Novidade?
Anthony olha para Dean e cruzou os seus braços.
— Você por acaso estava zoando com a minha cara?
Dean engoliu em seco e veio para o meu lado, senti sua mão em minha cintura e seu corpo mais perto do meu.
— Sabemos o quanto a sua irmã é cabeça oca. — Dean beija minha testa. — Tomei a liberdade de contar primeiro para o seu irmão.
Fiquei tentada em perguntar o que ele havia contado ao meu irmão, mas com um olhar de urgência Dean logo entendi.
— Ah, sim! — Dou um tapa de leve na minha testa e olhei para Anthony. — Dean e eu estamos namorando, é algo tão… natural? Era para ser? — Ri e dei de ombros.
Anthony estreitou os olhos em nossa direção e comecei a ficar nervosa, Dean percebe como estou e aperta a minha cintura em um pedido silencioso para que mantivesse a calma. E logo um sorriso no rosto do Anthony surge.
— É, sabia que esse relacionamento iria acontecer uma hora e outra. — Ele nos olha de um jeito cúmplice. — Vocês dois viviam agarrados quando criança e na adolescência não foi diferente. Finalmente se assumiram!
Anthony não nos dá tempo de falar nada e puxa Dean e eu para um abraço triplo.
— Vou conseguir esperar até as festividades. — Anthony está bem animado. — Contarei para toda família!
O celular dele toca e é apenas nesse momento que finalmente nos solta. Anthony se afasta para poder atender.
— Dean, o que a gente vai fazer?! — Olho para ele, nervosa.
Dean dar de ombros.
— Nada?
— Como não?
— Isabella, você concordou com um relacionamento de mentirinha. — Cochichou para que ninguém ouvisse. — Anthony apenas adiantando os nossos planos.
O meu irmão é o mais fofoqueiro da família, talvez tenha sido melhor contar para ele e deixar que ele conte agora. Assim, quando a gente chegar lá as pessoas não vão ficar tão agitadas e surpresas. Sorri.
— É.
Dean ri com meu sorrisinho maléfico.
— Cara, como você consegue ser tão fofa?! — Dean aperta minhas bochechas.
Dou dois t***s em suas mãos. Ele reclama de dor e se afasta.
— Não aperte as minhas bochechas, Dean. — Briguei. — Não sou uma menininha. Vou uma mulher!
— É, Dean, vai querer irritar sua namorada, hein? — Um dos homens que está na sua equipe passa por nós e diz.
Olhei para Dean, prendendo a respiração e ele entendeu. Acabamos de assumir que estamos namorando não apenas para Anthony como também para as pessoas do nosso trabalho. Esqueci completamente onde estávamos e não tomei cuidado com as palavras.
— Fica tranquila, depois das festas a gente simplesmente. — Pisca para mim.
— Você sempre tem um jeitinho para resolver as coisas, não é?
Dean sorri.
— Sempre, gatinha.
Anthony ficou mais um tempo ali conosco, começamos a sessão de fotos e infelizmente tivemos alguns imprevistos. Ficamos sem luz no prédio por meia hora e foi nesse momento que Anthony precisou ir embora. Foi bom ver meu irmão e ansiosa para ver meus sobrinhos. Quando a luz voltou, tentamos correr contra o tempo. Deixei com que as outras duas fotógrafas cuidasse das fotos da equipe que eram poucas e foquei na sessão de foto de Dean.
O terno em seu corpo passava a imagem séria de Dean Sutton, mas poucos tinham acesso ao um Dean amoroso e amigo. Muito bem, ser uma pessoa gentil e agradável, querendo ajudar as pessoas. Porém, quem tentar enganar ou atrapalhar seus interesses Dean não se dava o trabalho de ouvir uma explicação. Assim como pode ser uma ótima pessoa, não é bom tê-lo como um inimigo.
Seu cabelo loiro natural ficava perfeitamente bem, e os olhos azuis eram hipnotizantes e conseguia passar cada detalhe com as câmeras. Dean é um homem fotogênico e sabe disso, as linhas do seu rosto bem definidas e uma mandíbula firme que adiciona um toque de charme. Seu corpo é maravilhoso, o homem alto com um equilíbrio entre força e elegância sorria para foto. Um sorriso sutil com lábios convidativos.
— Vai, Bella. Me deixa ver as minhas fotos. — Insistiu. Havíamos terminado todo cronograma de hoje e algumas pessoas estavam indo embora.
Me despedir de algumas pessoas antes de respondê-lo.
— Você vai viu…
— Quero ver de novo.
Revirei os meus olhos e peguei a minha câmera mostrando as fotos que tirei dele. Não iria ligar todo o equipamento novamente. Deixei a câmera em suas mãos enquanto terminava de ajudar o pessoal a arrumar o resto das coisas, Dean ficou quietinho e sentado vendo suas fotos. Parecia uma criança vendo desenho, revirei os olhos com o pensamento. Não ficaria para fechar o local, uma parte da equipe ainda ficaria.
— Pronto, Dean. Está na hora. — Peguei minha bolsa.
— Nossa, eu sou muito lindo. — Dean fala admirado com a sua beleza. — Não tem como discordar sobre isso.
Aqui vemos um homem com a autoestima alta. Peguei a minha câmera, podemos dar um descanso para ela e a coloco na minha bolsa. Dean me pega de surpresa beijando a minha bochecha diversas vezes.
— Dean… — Ri. — Para!
Ele começou a beijar todo o meu rosto enquanto me abraçava.
— Com certeza é a melhor fotógrafa do mundo!
— Dean, fale baixo. — Briguei com ele.
Dean olha para as pessoas que continuam ali conosco.
— Foi mal, pessoal! Mas Isabella Hayes é a melhor fotógrafa do mundo. — Dean b**e palmas para mim, fiquei envergonhada.
Os outros ainda entram na onda e batem palmas também, rindo do jeito palhaço do Dean.
— Que isso, pessoal. — Olhei para Dean. — Vou te matar! — Sussurrei
Estou morrendo de vergonha, não gosto de ter tanta atenção assim, é por isso que fico atrás das câmeras.
— Ei, Dean! Pensa pelo lado bom, você namora a melhor fotógrafa do mundo. — Alguém diz.
— Sua beleza pode ser tirada de vários ângulos e vendida. — Outro diz e todos riem. — Ah, faz umas cápsulas também, porque quero ter essa autoestima.
Balancei minha cabeça, ouvindo as brincadeiras deles. Arrumei a bolsa em meu ombro e olhei para Dean, mas ele já me olhava.
— É, sou sortudo por namorar a melhor fotografá do mundo.
Dean SuttonNão sou a pessoa mais certa nessa vida, mas as pessoas poderiam começar a fazer o mínimo e no caso da minha situação é fazerem o seu trabalho direito. Teremos um contratempo e me irrita bastante, primeiro que um dos acionistas não tem nada que se meter com esse projeto. O cara só quer o dinheiro no bolso e é o que farei, sempre foi assim durante anos e agora ele quer dar pitaco? Não é a casa da mãe Joana e falta pouco para não entrar na sala dele e socar a sua cara.— Então quer dizer que você está namorando a Isabella Hayes…Scott está atrás de mim igual uma sombra. Estamos a caminho da minha sala.— Nos conhecemos a um bom tempo, Scott. — Não prolongo muito a conversa. — Faz um tempo que voltamos a ter contato e rolou, lembra daquela viagem há duas semanas? Me encontrei com ela, as coisas esquentaram e resolvemos oficializar.Sim, estou mentindo. Scott não parece reparar na minha mentira e começa até ficar empolgado. Ele passa o braço por cima do meu ombro.— Cara, eu es
Isabella Hayes Sentia meu coração bater forte em meu peito. Ele realmente veio para Nova York, cumpriu o que havia me dito. Aquela ligação que mesmo não querendo atender, precisei atender. Alexandro avisou que viria para Nova York e o destino nos queria juntos novamente. Não, queria vê-lo novamente. Alexandro deveria estar bem longe daqui, o mais longe possível de mim. E agora estou vendo ele sendo abraçado entre sorrisos e palavras amigas. Senti a mão de Dean em minha cintura e foi como me despertar para a realidade.— Quem é ele? — Dean pergunta em um sussurro, não chamando a atenção dos outros.Olhei para o meu namorado de mentirinha e senti meu peito subir e descer tão rápido. Levei minhas mãos a cada lado do seu rosto com delicadeza e o beijei. Um beijo tímido no começo, suas mãos estão agora em minha cintura me puxando para mais perto. Dean é alto e curva mais o corpo para frente facilitando o nosso beijo, mesmo de salto alto, não fico na sua altura. Seus lábios estão mais firm
Dean SuttonSe não manter a Isabella vida e bem alimentada, John vem até aqui conferir se estou realmente morto após mandar alguém me matar. Não imaginava receber uma ligação do John, fazia um tempinho que não nos falávamos e a conversa foi bem séria. Me sentia um filho da puta por está mentindo para ele, mas John é o primeiro a encher o saco sobre relacionamento e não é apenas com seu irmão.John foi o primeiro a se casar e ter filhos, e por esse único motivo se acha no direito de opinar na vida dos outros. Isabella aprendeu a colocar um sorriso no rosto a cada palavra desagradável do seu irmão. Anthony é mais de boa em relação a tudo e mais fácil de acreditar nesse namoro, agora com John teremos que ser espertos. Peguei uma garrafa de vinho analisando a marca.— Pelo que me lembro, esse não é o seu favorito. — Essa voz… Olhei para trás. — Oi, Dean. Quanto tempo, não é?Sorrir, coloquei a garrafa de volta no lugar e abracei Emily.— Nossa… — me afastei olhando para ela com mais atenç
Isabella HayesA paciência para secar meu cabelo estava em um nível baixo. Muito baixo. Passava a escova com uma agressividade que duvido que meu cabelo irá sobreviver sem danos algum. Mal consegui secar metade do cabelo quando a companhia tocou. Vou até a porta não importando com o estado deplorável que estou, não precisa estar bonita para xingar uma pessoa que apertava a campainha toda hora e eu torcia para o dedo da pessoa cair. Esse é o meu nível de irritação.— Porque não vai apertar a campainha da sua… — Parei de falar vendo Dean com uma cesta de chocolate na marca Snickers, meu favorito.— Me diz que ainda é o seu favorito… — Franzi a testa. — Eu mesmo montei a cesta, cada detalhezinho.A cesta tinha vários sabores da marca Snickers, um laço na parte de cima e tinha até corações de papel colados na cesta. Peguei a cesta de sua mão e fechei a porta.— Isabella! — Dean me grita.Sorri para minha cesta, pegando um para comer. Podia já senti o cheirinho e o gosto, minha boca em d’
Dean SuttonMe esquivei de Emily quando senti seu beijo no canto da minha boca. Emily me pede desculpa repetidamente, sorrir para aliviar o clima e disse estar tudo bem. Cadê a Isabella? Será que ela está sentindo dor de barriga para demorar tanto assim? Simon ficou bem empolgado ao saber que Emily e eu nos conhecemos, empolgado até demais e acredito que já tenha bebido um pouco. Sua esposa tentava conter a risada exagerada do seu marido.— Tio, não é para tanto. — Emily fica sem graça. — Dean e eu estudamos juntos, apenas. — Ela me olhou. — Não é?Me perdi em seu olhar por alguns segundos, como não olhar para essa mulher e não lembrar do passado? Foi bom e marcante. Droga, cadê a Isabella?— Sim. — Olhei para Simon. — Emily foi uma ótima aluna, tenho certeza que teria sido uma ótima arquiteta.Emily me abraçou e passei meu braço por cima do seu ombro, olhando ao redor a procura de Isabella. O que vejo não me agrada, Alexandro conversava com Isabella em um corretor. Ele pegou em sua m
Dean SuttonHoje faz dois dias que não falo com a Isabella, não diretamente. Trocamos algumas mensagens e o trabalho também não deixou que nos encontrássemos, mesmo que estejamos trabalhando no mesmo projeto. Isabella precisou encontrar com algumas parcerias e fazer o ensaio fotográfico deles, além de documentar tudo. A pouca conversa que tivemos não falamos sobre o sexo sem proteção em uma sala de trabalho. No dia a Isabella apenas disse que poderia ficar tranquilo porque ela toma os remédios e também não gozei dentro. Quando saímos daquela sala foi como se nada tivesse acontecido, ficamos mais uma hora na festa e fomos embora cada um para seu apartamento e indo dormir. Foi uma coisa de momento e não perderemos a amizade por conta disso e muito menos deixaremos de continuar essa nossa mentirinha que salvará nosso Natal. Sentia uma dor nos ombros e achei melhor terminar o trabalho em casa. Sair do levantou mexendo no meu celular indo até o meu carro, a notificação da mensagem da Isa
Isabella HayesChegamos a Greenport, Vila em Long Island, Nova York. Respirei fundo, enchendo meus pulmões. Nossa primeira parada seria na fazendo dos meus pais. Empolgada? Não estou. Dean veio o caminho todo me acalmando e dizendo que tudo daria certo. Pensar em como seria era uma coisa, agora teremos que colocar em prática e viver esse momento.— Dean…— Isabella, relaxa! — Segurou minha mão. — Já estamos aqui, não tem como voltar.Estamos de frente para o grande casarão.— Acho que já vi alguém na janela. — E fiquei mais nervosa.— Pode ser um dos empregados. — Dean me puxa em direção à casa.Com passos relutantes vou atrás dele, Dean está certo, agora não tem volta. Quando levantei a mão para apertar a campainha, a porta se abre. A mulher dona de lindos cachos loiros e um sorriso enorme apareceu, minha mãe me puxou para um abraço apertado e mesmo começando a ficar sem ar retribui o abraço. Dana Hayes, minha mãe, é casada há mais de 40 anos com meu pai, o Félix Hayes. Dona de um c
Isabella HayesNão demorou muito para a casa ficar cheia, Félix tratou logo de avisar meus irmãos e sua família que estávamos aqui. Não era surpresa alguma que as crianças gostassem de ficar pela fazenda, muito espaço para brincar e se divertir. Minhas cunhadas também trabalhavam na fazenda com seus maridos, Félix conseguiu convencer toda a família a trabalhar nesse império. Sou a única desgarrada.Os gêmeos estavam sentados, cada um do meu lado, não deixando que Dean ficasse perto de mim. Às vezes os dois pequenos mandavam a língua para Dean, e Dean fazia o mesmo. Três crianças! Os filhos de John são mais velhos, um menino de 13 anos e uma menina de oito anos. Os gêmeos têm quatro anos.Não sou mais presente da família e minhas cunhadas fizeram questão de me atualizar sobre os acontecimentos daqui.— Seu irmão continua um cabeça de vento. — Letícia olha para Anthony, os homens estão no outro lado da sala conversando. — Só não esquece a cabeça, porque é grudada no pescoço.Rimos. Letí