Uma vez, me perguntaram se eu tinha algum objetivo de vida e eu apenas abaixei a cabeça em resposta e não disse nada. Eu ouvi todos falarem de seus sonhos, suas metas e eu não fazia ideia do que realmente queria... ou acreditava que não fazia ideia. Até que eu conheci o Gustavo.
Por um momento, pensei que era coisa apenas da minha cabeça, o amar sem o conhecer e sem ele saber, mas tive a brilhante ideia de stalkear toda a sua vida, constantemente. Tive a certeza de que ele era um homem perfeito e ao me olhar no espelho, vi que eu era uma mulher sem chance alguma de tê-lo para mim.
Então me perguntei qual era meu objetivo de vida e descobri, no fundo de minha mente confusa, que meu maior desejo era simplesmente ser amada, desejada e tocada de forma genuína. Imaginar essa realização com o Gustavo, era o que me motivava a continuar caminhando, e então eu o conheci de verdade, por detr&aacut
Se passaram meses desde o dia em que pisei na casa do Gustavo e nunca mais sair. Eu era uma pessoa completamente sozinha, então jamais teriam pessoas me procurando ou sentindo a minha falta. Após a visita do policial, e todos aqueles acontecimentos, Gustavo ficou receoso em me deixar livre pela casa, então teve a brilhante ideia em me acorrentar mais uma vez toda vez que ficasse ausente.Não estava no porão, mas a corrente sim, ela era enorme e estava presa lá embaixo, o que me possibilitava explorar um pouco da casa, mas nunca ultrapassar a linha que quase me matou. O máximo que eu conseguia era ficar no quarto e no corredor, apenas.Eu estava deitada no chão do quarto tirando um cochilo e um barulho me despertou. Ergui a cabeça para escutar melhor. Talvez o Gustavo já estivesse de volta. Ouvi a porta se abrindo, sons de passos e o Gustavo apareceu na entrada do quarto.– O que est&aacu
Eu quis tanto amar e ser amada, eu desejei tanto ter esses sentimentos e quando finalmente chegaram, se apresentaram da pior forma possível, me deixando tão confusa. Não queria que fosse assim.Fui para o banheiro e me tranquei em um reservado. Deixei as muletas encostada na parede e sentei no vaso. Eu queria parar de chorar, mas não conseguia.Ouvi passos entrando no banheiro e vi o sapato do Gustavo. Ele estava de olho em mim. Respirei fundo e tentei mais uma vez me controlar. Não era pra ele estar no banheiro feminino.– Abra! – Ele ordenou parando próximo a minha porta. – Eu estou tão feliz que quero e abraçar agora mesmo. – Ele falou, mas não senti felicidade em sua voz, apenas frieza.Me encolhi e estremeci.– Eu quero ver seu rosto... – Ele insistia.Ergui minha mão, abri a porta e o deixei entrar. Ele se aproximou e nos trancou n
Tentar escapar no Festival Cultural da Academia de Artes não foi uma boa ideia e com certeza, ao chamar atenção de algumas pessoas, acabei chamando também a do Gustavo. Ele não comentou nada justamente para me castigar em casa, sem eu desconfiar de que uma surpresa me esperava.Eu peguei no sono dentro do guarda-roupa e despertei com alguns sons estranhos. Não eram vozes falando e sim gemendo. Eu conhecia a do Gustavo, mas a outra era desconhecida..., não, eu sabia quem era, só não tinha certeza.Abri meus olhos e sentei-me para tentar entender melhor.– Me toca mais... – A garota falou e eu tive certeza de quem era. – Mais... – Seus gemidos eram altos.– Onde você acha que estou tocando? – Gustavo perguntou e a garota gemeu mais ainda.Deslizei um pouco a porta do guarda-roupa, criando uma fresta para tentar enxergar o que estava acontecendo.
Victoria estava diante de mim, com sua face molhada e seu corpo encolhido tremulo. Eu sentia raiva de tudo e queria acabar de uma vez com isso. Segurei firme a faca e engatinhei em sua direção, o que a deixou ainda mais desesperada.– Porque você está se aproximando? – Ela perguntou nervosa.Quando eu a olhava, eu só conseguia enxergar ele, o meu passado, que se aproximou de mim e depois me tratou como lixo.– Porque veio falar comigo se não ia ficar comigo? – Perguntei com meus grandes olhos vidrados. – Você só precisava de uma amiga dispensável? – Eu estava em cima da Victoria. – Alguém que você pudesse jogar fora quando não quisesse mais? – Meu coração estava acelerado e eu queria dizer tudo isso para ele e o fazer pagar pelo que me fez sentir. – Então você era esse tipo de pessoa? Exatamente assim c
Três dias depois, eu ainda sentia dor em minha vagina por causa da tortura do Gustavo usando aquele pau de borracha. Se fosse o seu de verdade, com certeza a dor seria prazerosa de se sentir, mas eu estava incomodada. Joguei-me na cama deitada para vestir uma calça para sairmos, já que ficar de pé estava um pouco complicado por causa da vagina e dos pés que não estavam em por cento curados.Gustavo entrou no quarto já arrumado e revirou os olhos quando me viu de pernas pra cima vestindo uma calça.– Repugnante! – Me repreendeu. – Poque você veste sua calça assim? Fica parecendo uma lagarta.– Me desculpe, ´que meus pés estavam doendo e lá em baixo também... – Fiquei vermelha.– Lá em baixo...? – Gustavo tentava entender o que eu queria dizer. – Ah! – Entendeu e revirou os olhos outra vez. – De qu
No dia seguinte, antes de voltarmos para casa, Gustavo decidiu passar em um mercado para comprar algumas coisas. Eu fiquei calada como sempre, apenas observando estacionar o carro. O telefone do Gustavo tocou. Ele atendeu e parecia conversar com algum de seus amigos, sobre Victoria e a polícia... Meu coração estava quase saindo pela boca.– A policia disse que eles não precisam de mim? – Gustavo questionou despreocupado. – Mas não seria melhor se eu fosse? – Começou a fazer cena. – Então eles não precisam de mim? – Eu evitava olhar para sua expressão sínica. – Onde ela poderia ter ido? Isso é realmente preocupante. – Engoli em seco e abaixei meu olhar triste. – Espero que nada de ruim tenha acontecido. – Ele agora estava simulando um tom de voz preocupado e pior que ele era muito bom. – Os pais dela estão na delegacia tamb&eacut
Coloquei o bolo em cima da mesa e o Gustavo sentou-se, cruzando s pernas em seguida. O clima não estava muito bom. A cara do Gustavo não estava nada agradável e eu não me ousaria a falar algo para ele e ser castigada. Fiquei em pé de braços cruzados, olhando cada detalhe do bolo e esperando alguma atitude do Gustavo, mas tudo que ele fez foi continuar emburrado.– Bolo...! Vá em frente... – Gustavo apontou para o bolo. – Corte! – Ordenou.Assenti e peguei uma faca, o que me fez por alguns instantes, lembrar de como Victoria morreu. Meu corpo estremeceu, sacudir a cabeça como forma de espantar esses pensamentos e voltei para o bolo.– Que estranho... – Tentei cortar, mas estava um pouco duro e eu estava com medo de fazer algo errado. – O bolo está duro. – Falei para o Gustavo, que se inclinou um pouco para analisar.– Isso... ele está
Eu não fazia ideia dessa história. Não sabia o que pensar e muito menos o que falar. Ele queria me contar algo? Ele queria dizer que era meu pai... ou que tinha raiva do meu pai seu irmão? – Me sinto bem contando isso para alguém. – Ele afirmou aliviado, mas eu não, eu estava em choque. – Não olhe para mim desse jeito, você não sabe de nada... – Ele se irritou e se levantou cambaleando e com dificuldade. – Eu não deveria ter mostrado a minha garota para o meu irmão daquele jeito! – Ele segurou-se na parede para não cair. – Como iria saber que os dois iria se apaixonar um pelo outro? – Ele estava frustrado e eu tentando compreender seu desabafo. – Apenas porque ele ia para a universidade e era mais alto... ela me trocou por ele. – Ele arranhava a parede com raiva. – E então ela se casou com ele, como se ela ti