Tudo que aconteceu noite passada, ficava invadindo a minha mente constantemente. Estava difícil se concentrar em outras coisas e por isso, acabei derrubando uma panela quente de sopa no chão.
– Que merda! – Retruquei empurrando a cadeira para trás para não me queimar.
Minha preocupação não era o estrago que fiz e sim a consequência dele. Quando o Gustavo visse, com certeza iria me espancar como castigo. Meu coração estava acelerado e meu corpo tremulo, como se estivesse anunciando a chegada de uma punição.
Eu estava ouvindo os passos do Gustavo atrás de mim e tudo parecia ficar em câmera lenta. O monstro estava prestes a voltar.
– O que aconteceu? – Ele perguntou parando atrás de mim. Eu abaixei a cabeça e olhei para o meu erro.
Joguei-me no chão e comecei a tentar limpar o que sujei.
– Me perde,
– Gustavo... – Minha voz falhou. Entrei em puro desespero. Dessa vez não era fruto da minha imaginação, era ele de verdade e estava a esse momento inteiro, me esperando sair. – Eu te amo Gustavo e faço qualquer coisa. Eu gosto de você e...Gustavo abriu os braços e espreguiçou-se, bocejando bem alto, para não me ouvir mais. Ele se levantou, fez um rápido alongamento e tirou os fones.– O golpe está aí, cai quem quer! – Ele deu uma risadinha sem graça. – Eu quase acreditei em sua atuação, Katherine. – Ele se virou e me encarou.– Isso não é verdade... eu... Gustavo... – Tentei falar, mas meu medo estava me travando. Eu estava tremendo como uma cadela indefesa e com medo do dono.Eu precisava lutar por minha vida, mesmo que fosse trancada dentro de sua casa. Depois que fui beijada pelo Gus
Uma vez, me perguntaram se eu tinha algum objetivo de vida e eu apenas abaixei a cabeça em resposta e não disse nada. Eu ouvi todos falarem de seus sonhos, suas metas e eu não fazia ideia do que realmente queria... ou acreditava que não fazia ideia. Até que eu conheci o Gustavo.Por um momento, pensei que era coisa apenas da minha cabeça, o amar sem o conhecer e sem ele saber, mas tive a brilhante ideia de stalkear toda a sua vida, constantemente. Tive a certeza de que ele era um homem perfeito e ao me olhar no espelho, vi que eu era uma mulher sem chance alguma de tê-lo para mim.Então me perguntei qual era meu objetivo de vida e descobri, no fundo de minha mente confusa, que meu maior desejo era simplesmente ser amada, desejada e tocada de forma genuína. Imaginar essa realização com o Gustavo, era o que me motivava a continuar caminhando, e então eu o conheci de verdade, por detr&aacut
Se passaram meses desde o dia em que pisei na casa do Gustavo e nunca mais sair. Eu era uma pessoa completamente sozinha, então jamais teriam pessoas me procurando ou sentindo a minha falta. Após a visita do policial, e todos aqueles acontecimentos, Gustavo ficou receoso em me deixar livre pela casa, então teve a brilhante ideia em me acorrentar mais uma vez toda vez que ficasse ausente.Não estava no porão, mas a corrente sim, ela era enorme e estava presa lá embaixo, o que me possibilitava explorar um pouco da casa, mas nunca ultrapassar a linha que quase me matou. O máximo que eu conseguia era ficar no quarto e no corredor, apenas.Eu estava deitada no chão do quarto tirando um cochilo e um barulho me despertou. Ergui a cabeça para escutar melhor. Talvez o Gustavo já estivesse de volta. Ouvi a porta se abrindo, sons de passos e o Gustavo apareceu na entrada do quarto.– O que est&aacu
Eu quis tanto amar e ser amada, eu desejei tanto ter esses sentimentos e quando finalmente chegaram, se apresentaram da pior forma possível, me deixando tão confusa. Não queria que fosse assim.Fui para o banheiro e me tranquei em um reservado. Deixei as muletas encostada na parede e sentei no vaso. Eu queria parar de chorar, mas não conseguia.Ouvi passos entrando no banheiro e vi o sapato do Gustavo. Ele estava de olho em mim. Respirei fundo e tentei mais uma vez me controlar. Não era pra ele estar no banheiro feminino.– Abra! – Ele ordenou parando próximo a minha porta. – Eu estou tão feliz que quero e abraçar agora mesmo. – Ele falou, mas não senti felicidade em sua voz, apenas frieza.Me encolhi e estremeci.– Eu quero ver seu rosto... – Ele insistia.Ergui minha mão, abri a porta e o deixei entrar. Ele se aproximou e nos trancou n
Tentar escapar no Festival Cultural da Academia de Artes não foi uma boa ideia e com certeza, ao chamar atenção de algumas pessoas, acabei chamando também a do Gustavo. Ele não comentou nada justamente para me castigar em casa, sem eu desconfiar de que uma surpresa me esperava.Eu peguei no sono dentro do guarda-roupa e despertei com alguns sons estranhos. Não eram vozes falando e sim gemendo. Eu conhecia a do Gustavo, mas a outra era desconhecida..., não, eu sabia quem era, só não tinha certeza.Abri meus olhos e sentei-me para tentar entender melhor.– Me toca mais... – A garota falou e eu tive certeza de quem era. – Mais... – Seus gemidos eram altos.– Onde você acha que estou tocando? – Gustavo perguntou e a garota gemeu mais ainda.Deslizei um pouco a porta do guarda-roupa, criando uma fresta para tentar enxergar o que estava acontecendo.
Victoria estava diante de mim, com sua face molhada e seu corpo encolhido tremulo. Eu sentia raiva de tudo e queria acabar de uma vez com isso. Segurei firme a faca e engatinhei em sua direção, o que a deixou ainda mais desesperada.– Porque você está se aproximando? – Ela perguntou nervosa.Quando eu a olhava, eu só conseguia enxergar ele, o meu passado, que se aproximou de mim e depois me tratou como lixo.– Porque veio falar comigo se não ia ficar comigo? – Perguntei com meus grandes olhos vidrados. – Você só precisava de uma amiga dispensável? – Eu estava em cima da Victoria. – Alguém que você pudesse jogar fora quando não quisesse mais? – Meu coração estava acelerado e eu queria dizer tudo isso para ele e o fazer pagar pelo que me fez sentir. – Então você era esse tipo de pessoa? Exatamente assim c
Três dias depois, eu ainda sentia dor em minha vagina por causa da tortura do Gustavo usando aquele pau de borracha. Se fosse o seu de verdade, com certeza a dor seria prazerosa de se sentir, mas eu estava incomodada. Joguei-me na cama deitada para vestir uma calça para sairmos, já que ficar de pé estava um pouco complicado por causa da vagina e dos pés que não estavam em por cento curados.Gustavo entrou no quarto já arrumado e revirou os olhos quando me viu de pernas pra cima vestindo uma calça.– Repugnante! – Me repreendeu. – Poque você veste sua calça assim? Fica parecendo uma lagarta.– Me desculpe, ´que meus pés estavam doendo e lá em baixo também... – Fiquei vermelha.– Lá em baixo...? – Gustavo tentava entender o que eu queria dizer. – Ah! – Entendeu e revirou os olhos outra vez. – De qu
No dia seguinte, antes de voltarmos para casa, Gustavo decidiu passar em um mercado para comprar algumas coisas. Eu fiquei calada como sempre, apenas observando estacionar o carro. O telefone do Gustavo tocou. Ele atendeu e parecia conversar com algum de seus amigos, sobre Victoria e a polícia... Meu coração estava quase saindo pela boca.– A policia disse que eles não precisam de mim? – Gustavo questionou despreocupado. – Mas não seria melhor se eu fosse? – Começou a fazer cena. – Então eles não precisam de mim? – Eu evitava olhar para sua expressão sínica. – Onde ela poderia ter ido? Isso é realmente preocupante. – Engoli em seco e abaixei meu olhar triste. – Espero que nada de ruim tenha acontecido. – Ele agora estava simulando um tom de voz preocupado e pior que ele era muito bom. – Os pais dela estão na delegacia tamb&eacut