De todos os seus antigos namorados que nunca passaram de semanas, dormir e acordar com Ronny era totalmente diferente, como se fosse uma experiência gostosa de viver. Não saberia dizer se isso era normal, mas ao estar ao seu lado, ali na cama, vê-lo dormir ou sorrir em sua direção ao acordar, tudo aquilo fazia seu coração acelerar.
Isso era paixão, com certeza era paixão. Sua cabeça poderia estar no lugar, mas seria voar ao vê-lo se aproximar com devoção, a tratando como uma dama, uma linda mulher. Ela merecia isso, certo? Ser tratada com tanto amor.A intensidade apaixonante que vinha daquele homem lhe deixava mole, um beijo, um carinho… Poderiam continuar aquilo no chuveiro como um café da manhã, certo?— Espero que seu dia seja muito bom. Preciso ir cedo para o trabalho – Disse rapidamente ao se afastar da garota para sair da cama. Clarisse sorriu conformada.Não ia negar que vê-lo tão empenhado em seguir os passos do pai lhe deixava alegre. Isso queria dizer que ela não estava atrapalhando nada e que Vicent poderia gostar dela sim, pois incentivava seu filho a fazer coisas boas e a obedecê-lo. Já achava ela bonita, porque não poderia achá-la também uma boa influência?Iria trabalhar nisso, Vicent iria aceitá-la.Se arrumou ao lado do namorado que por sua vez, apenas mencionou o quanto aquela semana iria ser importante, ficar na empresa e ser reconhecido como filho do chefe era muito bom, porém, aprender coisas simples sem estar sob o olhar do seu pai também era bom.Ao sair do quarto foi guiada para a mesa do café e agradeceu quando avistou um de seus bolos preferidos. Ronny era de fato uma boa companhia, engraçado, divertido, carinhoso, tudo aquilo que uma garota iria querer em um namorado. No entanto, sua presença jamais seria tão implacável como a de Vicent Tornneght. Bastou aparecer no cômodo para ser o centro das atenções. Bem vestido com seu cabelo arrumado para o lado, no penteado charmoso para sua idade. Os olhos claros como estrelas do céu que brilharam em direção a garota assim que a avistou. Não sabia que a teria naquele café da manhã será que precisava ter se arrumado mais?Não, não. Ele não poderia demonstrar. Era a namorada do filho e graças a ela, Ronny estaria na festa. Tinha que pensar apenas nisso.— Bom dia pai – Ronny foi o primeiro a se manifestar, fingiu não notar o olhar do pai para a namorada. Tudo bem ele não gostar de vê-la em sua casa, mas não podia disfarçar? — Clarisse se juntou a mim, espero que não se importe.Tentou amenizar qualquer palavreado que viesse, não gostaria de ver sua namorada passando por aquele tipo de constrangimento, no entanto, Vicent apenas ajeitou sua gravata tomando seu lugar central na mesa ao lado de Clarisse, assim que escutou seu "bom dia".Bom dia seria, se ele tivesse acordado com ela.Bom dia seria, se tivesse sido ele a dormir com ela.Bom dia seria, se os gemidos que escutou do quarto ao lado, fosse ele o motivo.Bom dia seria TAMBÉM se fosse ele a dar pedaços de bolo na boca dela e vê-la sorrir.Aquele dia também seria bom, se estivesse sozinho naquela mesa, e o café da manhã fosse aquela garota que sorria como uma boa menina. Será se ela seria uma boa menina na sua cama?Ah, uma droga mesmo, o sabor dos lábios dela deveriam ser doces. Bem doces, mais doces que ele bolo dado em sua boca…— Você não tem que… – sua voz travou assim que assustou os jovens ganhando sua atenção. Limpou a garganta tentando não parecer tão… — Se você não for agora, chegará atrasado no seu estágio. — Achei que você daria me carona, e pretendo deixar minha namorada em casa ainda.— É assim que quer levar as coisas a sério? Sua namorada é mais importante que o trabalho? Não é só porque você é filho do chefe que tem que chegar a hora que quiser.— Pai. – A súplica do garoto fez Vicent amenizar seu olhar. Não brigava por ele chegar atrasado. Não era por isso…Até porque quem seria louco de chamar atenção de Ronny Tornneght na empresa?Não era por isso.— Vamos indo – Ele levou já segurando a mão da namorada, no entanto, Vicent levantou de seu lugar também agarrando a mão livre da menina que se assustou mais que próprio.Porque ele estava fazendo isso?— Você pode ir. Deixe que ela termine de comer. Seu tom de voz foi como uma ordem.Quem seria louco de ir contra?— Preciso deixar ela em casa.— Não se preocupe, ela arruma um jeito de ir, certo, Clarisse?Deixando de olhar para Ronny, Vicent focou totalmente sua atenção a garota que apenas piscou em sua direção sem saber o que fazer. Aos poucos, notou que nenhum ou outro lhe soltará os braços.Que tipo de brincadeira era aquela entre os homens?— Tudo bem. Vou pedir para o motorista levar ela primeiro. Porque você pode dar seu jeito de ir pro trabalho – Ronny murmurou puxando Clarisse para mais perto.Para lhe falar algo.Algo que Vicent também queria saber, claro que ele queria saber porque faria melhor, muito melhor que um garotinho de meia idade.Se afastou de vez tornando a se sentar. E não demorou a receber um olhar de reprovação do filho antes de vê-lo sair da mesa deixando Clarisse para trás.O olhar perdido enquanto comia uma coisa ou outra sem jeito. Será que ele a assustou?— Porque você faz isso? – Vicent a olhou outra vez, agora em seus olhos e sendo retribuído com o mesmo olhar. Ou não?Era coisa da sua cabeça?— Isso o que?— O trata mal? Ele não pode ficar um pouco mais comigo? Ou eu não posso ficar com ele?Os dois.— Não trato mal meu filho. Mas não gosto de vê-lo chegar atrasado em suas obrigações. Se você está atrapalhando é minha função deixar isso claro.— Porque me segurou? Me impede de ir e vir com seu filho, isso quer dizer que na festa fará o mesmo?— Ainda bem que tocou nesse assunto, espero que tenha algo decente para usar. Caso contrário mandarei que uma amiga minha escolha alguns vestidos para que não apareça de qualquer jeito. — Você acha que não sei me vestir?— Ficarei mais confortável em saber o que está vestindo… – Clarisse suspirou, mas isso poderia ser bom, ganharia mais ponto com ele. — Dentro e por fora do vestido.— Por dentro… e por fora? – Clarisse murmurou tentando entender o que tinha sido dito, e olhando atentamente para o homem sentado no canto da mesa, não soube o que dizer. Ele estava querendo vê-la nua? Era isso? A namorada do seu filho?— Esteja aqui algumas horas antes. Mandarei vestidos para escolher. A noite tem que ser perfeita para Ronny.Dando esse ultimato, Vicent levantou da mesa sendo seguido pelos olhos escuros da mulher que não tinha entendido. Ele a queria ver nua? Já não basta a achar bonita demais para Ronny, agora queria vê-la nua? Respirou fundo se afastando um pouco da mesa. O que estava acontecendo naquela casa?Levantou rapidamente indo atrás daquele homem, porque se tinha alguma coisa rolando naquela casa ao seu respeito, iria descobrir. Chegou na sala vendo apenas a silhueta do homem dobrar no fim da escada, ah, estava indo para o quarto? Melhor pois não teria ninguém para interromper. Subiu as escadas degrau por degrau e chegou ao corredor e nem sequer bateu na
Clarisse não lembrou exatamente quando e porque achou que ir para a faculdade naquele dia, depois de todos os acontecimentos da manhã, iria lhe ajudar. Desde que sentou na cadeira até o levantar para ir embora tudo que ela conseguia pensar era no rosto daquele homem, nos seus olhos claros a devorando, seus lábios abrindo e fechando como se quisesse dizer muitas sacanagens e talvez fosse lindo de ouvir, sua voz grossa falando sacanagens.Não. Não.Não.Não.Ela não podia pensar naquilo. Vincent Tornneght era seu sogro, pai do seu namorado e jamais poderia pensar em dormir com ele. Seria estranho, já era estranho ele querer vê-la nua. Dizer que ela era bonita.Estava claro que ele a queria, mas como? Porque? E odiava também saber que quase cedeu, quis beijar sua boca, sentir seu toque. Não. Não. Aquele não era o comportamento que sua família ensinou.Talvez se ficasse na sua, nada daquilo iria acontecer novamente. Claro que se não tivesse subido até o quarto dele, não teria ouvido de s
A semana da festa passou mais rápido que o esperado, logo, Vicent teve que deixar suas obrigações na empresa para andar lado a lado com sua secretária para saber os detalhes que estavam prontos. Nada poderia dar errado, caso contrário, seu nome seria mencionado por todo o ano como alguém que não soube como dar uma festa de Natal.E melhor ainda, a festa tinha que ser lembrada muito mais por ser justamente o momento em que colocaria seu filho no mundo dos negócios, exatamente na idade e evento que seu pai fez um dia consigo. Isso já estava predestinado.— O evento vai começar às vinte horas como o senhor planejou, ficará na entrada para cumprimentar seus convidados ao lado de seu filho. Logo após a entrada de todos, pois a maioria já confirmou, começará com seu discurso seguido da apresentação de seu filho. - A secretária caminhava ao lado do homem que avaliava ao seu gosto.— A festa é amanhã, quem em sã consciência ainda não confirmou sua presença? - Vicent parou assim que avistou no
Passar o dia em casa revendo todas as listas de comidas e convidados, só valeu a pena para Vicent quando escutou novamente alguém dizer que Clarisse estaria chegando naquela tarde para experimentar os vestidos lá em cima e escolher um que pudesse lhe agradar. É claro que Vicent não poderia está mais feliz, se ficasse um tempo sozinho com aquela mulher, que maravilhas não poderia acontecer?Ele estava a ser muito cretino naquele momento? Mas quem iria se importar? Se aquela garota fosse realmente apaixonada por Ronny, nada do que aconteceu no quarto haveria de ter realmente acontecido. Então, que tal dar mais uma chance? Um momento? Quem sabe assim tinha aquilo que desejou.Com certeza ele estava sendo um cretino, tinha muitos riscos, acabaria com a confiança de seu filho, o romance dele, tudo. Mas levaria a mulher dos seus desejos para a cama.— Você tem família? - A pergunta partiu do homem mais poderoso naquela casa, a empregada que terminava de servir seu café, o encaro
— Na minha frente? - Ela sorriu um pouco menos — Nada.— Nada? - Perguntou, surpresa. Colocou as mãos na cintura o olhando da cabeça aos pés. O viu entrar no quarto fechando as portas atrás de si com se soubesse muito bem o que queria.E está no mesmo ambiente que aquele homem não era bom para si, não era bom para seu namoro, ou para qualquer coisa que viesse a acontecer.Ah, mas o que diabos, poderia acontecer naquele quarto de tão ruim?Ele a achava bonita.E a queria ver nua.E agora não gostaria de vê-la usar nada?— Nada… - Ele parou diante daquela, a estudando com atenção, o vestido vermelho tinha ficado lindo, de verdade, mas escondia suas pernas, seus peitos, seu corpo… — Mas se não vestir nada pode assustar meus convidados e isso não irei permitir.— Meu namorado também não iria gostar disso - Avisou o fazendo encará-la na mesma hora. O mencionar do namorado, que por acaso era seu filho, o fez recuar assistindo com deleite era vagar pelo quarto indo até as araras novamente, m
— Eu não entendo como vocês viviam sem mim por aqui - Ronny terminava de digitar todo documento e finalizou salvando-o, virou para seu amigo — Sou especial, minha mente brilha acima de vocês. Consigo terminar sempre mais rápido. A pilha de relatório foi toda digitalizada e revisada. De nada.— Você tem certo talento para esse tipo de coisa, então nos der um desconto - ouviu um reclamar do lado.— É muito fácil você dizer isso depois de escolas particulares, faculdades chiques e educação administrativa dentro de casa. - Virou o outro para encarar seu amigo — E eu nem posso lhe dar um soco porque é filho do chefe.— Ah, você pode tentar, mas além de escolas particulares, faculdades chiques e educação administrativa dentro de casa, também fiz aula de balé clássico, capoeira e Caratê. - Riu animado achando tudo ainda mais engraçado. Estava começando a gostar daquele trabalho, uma pena que logo, logo iria embora.— E sobre a festa de amanhã? Fiquei sabendo que o senhor Tornneght vai dar um
Ele a queria ainda mais agora…Mas naquela condição parecia tão perigosa que não conseguia pensar direito.— O que você disse? - Perguntou. Talvez não tivesse escutado direito.A viu sorrir um pouco menos. Não era aquela resposta que ela desejava? Claro que não. Isso estava na cara.— Eu jogo limpo, Vicent. E você também tem que jogar. Se me quer, vai ter que lutar cara a cara com quem me tem.Vicent a olhou dos pés a cabeça. Se estivesse falando sério, teria que enfrentar seu filho para ter a garota? Disso ele já sabia.— Você quer mesmo uma prova? Eu dou quantas vezes você desejar - Avisou com um olhar misterioso, no entanto, pegou seu copo de uísque quase vazio e deu as costas indo embora.Clarisse foi até a porta e girou a chave trancando-a com todo cuidado do mundo. Virou de volta para o quarto encarando cada pedaço dele antes de caminhar até o espelho outra vez. O que ela tinha feito? Beijado e se agarrado com o pai do seu namorado sem vergonha ou pudor algum. Que tipo de mulher
O café da manhã naquela casa tinha tudo para ser agradável, se não fosse pelo fato de Clarisse olhar tantas vezes para o sogro no centro da mesa, conversando com seu filho e a secretaria como se fosse um homem simples e normal. Como se não cometesse pecados horríveis quando ninguém estava olhando. E bem, quem mais ela iria enganar? Também foi uma má garota ao se entregar naquele beijo e a todas as investidas dele depois de ser elogiada com tamanho prazer.É errado se sentir superior ao ser elogiada e desejava, por um homem como Vicent Tornneght? Claro que não. Se suas amigas soubessem disso, surtariam, claro que não surtaria da maneira correta, mas sim porque estaria possivelmente tendo um caso com seu sogro. Mas eles não estavam tendo um caso. Ele apenas a agarrou no quarto e poderiam fazer de tudo, mas…— Não é Clarisse? - A garota piscou algumas vezes ao ser chamada e desperta. Olhou na direção do namorado ao seu lado que sorria esperando algo seu… — Não acha que os enfeites estão