A reunião tão importante daquele dia havia se tornado um saco. Quanto mais as pessoas falavam sobre suas empresas ou sobre o novo sócio que estava para se juntar ao grande Vicent Tornneght. Quando tudo terminou Vicent encarou o celular esperando uma mensagem de Clarisse, mas não havia nenhuma. Poderia mandar naquele momento apenas para saber se estava bem. Se já tinha saído do apartamento, ou ao menos levantado da cama. — Sr… - Vicent ergueu os olhos em direção a Dylan que sorriu sem jeito se aproximando mais — O que quer fazer? — Não entendi - murmurou se ajeitando na cadeira. A sala de reuniões completamente vazia. Ele só precisava ir embora, mas alguma coisa ainda o prendia ali. — O que quero fazer a respeito do que? — A respeito à senhorita Clarisse - Desviou o olhar por alguns segundos antes de voltar ao grande CEO que estreitou os olhos — Eu sinto muito, mas logo que seu filho chegou, as fotos foram mostradas e jogadas ao vento des
— Eu estou o que? - Riu sem graça se aproximando mais da médica, com o olhar atento e um medo sem igual — Eu acho que não escutei direito. — Eu disse que está grávida e que a partir de hoje não podes continuar andando sozinha, uma vez que pode desmaiar novamente. - Clarisse assentiu sem saber ao certo — Está grávida de quase três meses, não sentiu nada estranho? Seu corpo mudar estava sangrando normalmente? Vou marcar outros exames tudo bem por você? — Não precisa se preocupar com isso. Ela vai fazer todos os exames. - Vicent falou logo atrás enquanto Clarisse continuava petrificada com a notícia de que seria mãe. — Mas não nesse hospital, minha secretária irá entrar em contato para pagar qualquer coisa aqui, a levaremos para uma clínica materna, melhor. — Claro. Acredito que sim. A médica saiu deixando os dois a sós junto do silêncio entre eles que parecia que jamais iria acabar. Primeiro que Clarisse tinha plena certeza de
Os óculos escuros escondiam os olhos verdes que seguiam com atenção até o elevador. O cabelo longo jogando para trás cobrindo as costas nuas da camisa de seda junto a calça lhe passava a aparência de uma mulher mais velha, elegante e destemida.Respirou profundamente quando as portas do elevador se abriram e agradeceu aos céus ao notar que não havia ninguém, assim, poderia seguir direto para o último andar, onde a cobertura lhe esperava com tudo que tinha direito e um homem lhe que amava.Sorriu ao retirar os óculos, nem podia acreditar que estava mesmo ali, os últimos meses haviam sido difíceis, e todos a partir dali seriam também, mas ela poderia agora manter sua cabeça no lugar, né?Quando voltou a caminhar estava no corredor dando acesso a porta da cobertura, o apartamento mais lindo que já entrou e possivelmente iria viver em toda sua vida. Deixou suas coisas pelo caminho enquanto buscava por aquele homem, aquele que fazia suas noites quentes e os dias tão sem graça que não conse
6 meses antes…A torcida naquelas arquibancadas gritava como se fosse a final de um jogo mundial. Bandeiras, líderes de torcida, jogadores a flor da pele. Os campeonatos de futebol entre faculdades eram disputados até o último suor cair. O fim de ano era marcado pela rivalidade e disputa acirrada, e naquele ano o time de Ronny Tornneght ganhou com maestria, seu time havia treinado, se fortalecido e levado a melhor. Dentro do campo, Ronny não se via como o herdeiro de um grupo de empresas famoso e milionário, mas como um garoto normal tentando ganhar sua própria fama, e não havia coisa melhor que ser aclamado por seus esforços. Seu time, sua faculdade… e finalmente sua namorada.— Você foi incrível – Ela o abraçou fortemente, o suor não lhe incomodava quantas vezes já o tocou assim. As pessoas ao redor também não iriam lhe impedir de beijá-lo.— Todos os gols foram para você. Eu te amo. – De todas as formas, ela quem o incentivou para sua glória. Gritos de vitória cercaram o casal.
O silêncio no carro estava incomodando, mas tudo que ele tinha para falar não poderia dizer. Olhava de relance para o homem do outro lado do banco inerte a suas encaradas, concentrado em seu Tablet e no trabalho.Olhou o celular recebendo outra mensagem de sua namorada e nem precisava abrir para saber que era outro xingamento em direção ao seu pai para incrementar os textos anteriores também xingando o homem.— Para com isso – Pediu o mais novo, mas não ganhou a atenção — Para de tratar ela assim. Eu a amo.— Na adolescência ninguém ama ninguém.— Você amou a minha mãe.— E ela está com outro homem agora em algum lugar da Suíça com uma pensão gorda com meu nome no final de todo cheque.— Ah, então você acha que é isso que a Clarisse quer de mim? Me dar um filho e depois abandonar ele com o pai pedir o divórcio e se casar com outro? Vicent o olhou dessa vez. — Ela não me trocaria por outro. Ela me ama. Me ama. Não compare ela com a minha mãe.— Ah… Ela te ama? Ama mesmo? Então para s
O choque em seus olhos era notório. Não tinha se recuperado da surpresa de ver aquele homem ali, e logo recebeu outra ainda mais forte.O que tinha que fazer, sorrir?O que Vicent queria? Oferecer dinheiro para que ela fosse embora como nos doramas? Lhe ameaçar jogando toda sua família na rua da amargura até se mudarem para longe como nos livros de romance?Voltou a respirar sem nem mesmo notar que havia prendido a respiração. Encarar aquele homem parecia no momento um desafio grande. Sabia que ele não gostava de sua presença, mas seu olhar… O olhar de desejo que sentia vir dele era promíscuo, não parecia ser real ao mesmo tempo que lhe dava curiosidade. — Um café… Com você? – Gaguejou pelo menos duas vezes antes de seus pensamentos se formarem naquela pergunta engraçada. — Quer que eu tome café com você?— Podemos conversar em um lugar melhor. Gostaria de fazer um pedido. – Ele foi cordial, muito educado até para sua pessoa. Evitou olhá-la de verdade ainda que estivesse lhe observan
Os olhos arregalados de Clarisse assistiram atentamente quando o homem atravessou a porta e saiu sem nem mesmo olhar para trás. Desviou para as notas em cima da mesa, os doces que pediu até sua mão que foi baixando aos poucos até chegar à mesa.Porque ele iria elogiá-la? Seria um truque ruim para que fosse a festa depois do convite? Porque embora fosse importante para Ronny, não seria o lugar que gostaria de estar na noite de Natal.Também não terminou de comer ou tomar seu café. Pescou o convite na mesa e saiu pegando o primeiro táxi que lhe apareceu. Sua mente confusa a levou até a casa de sua melhor amiga a poucos metros da sua.Tocou a campainha insistentemente até finalmente a porta ser aberta revelando a garota do lado de dentro. A expressão de ódio é felicidade ao mesmo tempo, Clarisse entrou mesmo assim.— Sei que somos amigas, mas me interromper no meio do meu sono de beleza é complicado. – Praguejou fechando a porta.— Já são quase seis da tarde, por favor. - Achou graça — V
De todos os seus antigos namorados que nunca passaram de semanas, dormir e acordar com Ronny era totalmente diferente, como se fosse uma experiência gostosa de viver. Não saberia dizer se isso era normal, mas ao estar ao seu lado, ali na cama, vê-lo dormir ou sorrir em sua direção ao acordar, tudo aquilo fazia seu coração acelerar.Isso era paixão, com certeza era paixão. Sua cabeça poderia estar no lugar, mas seria voar ao vê-lo se aproximar com devoção, a tratando como uma dama, uma linda mulher. Ela merecia isso, certo? Ser tratada com tanto amor.A intensidade apaixonante que vinha daquele homem lhe deixava mole, um beijo, um carinho… Poderiam continuar aquilo no chuveiro como um café da manhã, certo?— Espero que seu dia seja muito bom. Preciso ir cedo para o trabalho – Disse rapidamente ao se afastar da garota para sair da cama. Clarisse sorriu conformada.Não ia negar que vê-lo tão empenhado em seguir os passos do pai lhe deixava alegre. Isso queria dizer que ela não estava atr