Depois do almoço e reencontro com seus amigos, Clarisse adentrou a livraria para mais um dia de trabalho de meio período. Talvez sua vida lá fora não fosse uma das melhores, mas quando se encontrava cercada de livros de romance e amor, tudo parecia melhorar na sua vida. Desde os pequenos detalhes em um romance hot ou água com açúcar até explicar aos seus clientes os melhores livros para sua matéria preferida. Podia ser que aquela área ela sabia como dominar, e se sentia orgulhosa disso. Mas embora sua mente quisesse pensar seriamente no trabalho que fazia ali, ela lhe traia ao pensar em Vicent. Nem mesmo o namorado ela lhe trazia lembranças. Era como se cada verso dos livros que folheava lhe lembrasse do homem a qual acabou tendo um caso e jamais foi esquecido. Queria muito dizer que não pensava nele durante as noites ou até mesmo quando estava com Ronny. Então isso era o quê? Algum tipo de traição também? Sorriu de canto… Sua mente não estava lhe traindo, quem
Então, o que aquela garota tinha de tão especial? Se não era amor o que sentia por ela? — Casa comigo. Clarisse estreitou os olhos se afastando do toque dele na mesma hora. Espantada, apenas entreabriu os lábios sem saber o que dizer fazer, para onde olhar ou como se comportar. O que Vicent perguntou era real? Desviou o olhar para os lados arrumando sua bolsa no ombro antes de voltar ao homem a sua frente, que mantinha a mesma postura dura e o olhar parecendo lhe enxergar além, muito além do seu corpo… A própria alma. — O que foi que você disse? - Perguntou como se tivesse dormido um momento um acordado depois de um sonho surreal. Muito irreal. — Porque eu acho que não entendi direito. — Sim, você entendeu. Eu quero que case comigo. Quer alguma prova maior que essa? - Ela desviou o olhar um momento, outra vez, como se tivesse a pensar. E tinha que pensar naquela pergunta? Poderia dizer sim? E o que seus pais iriam
— Não consigo continuar com ele sabendo que o trai e que eu posso estar ao seu lado, mas eu penso muito, muito no Vicent, e quero por muitas vezes está com ele. Vivian não sabia mais o que falar diante da confissão. — E ele me pediu um casamento. — O- O QUE? - A garota se surpreendeu pondo um fim no seu olhar de desespero. — Me diz que quem te pediu em casamento foi o Ronny e você aceitou e não… - Clarisse virou para o outro lado seguindo para a mesa — Você ficou maluca? — Eu já estou metida nessa merda há muito tempo, mas preciso encerrá-la. Não sou mais uma garota que o Ronny mereça e tenho que aceitar isso. — Você tem ideia do que vai esta fazendo com ele quando terminar e aparecer com o pai dele? - Clarisse assentiu — E se você não se importa com isso, quer dizer mesmo que você não o ama mais. — Eu me importo, me importo muito com o Ronny e é por isso que eu sei que ele precisa de uma pessoa melhor
O dia mal tinha amanhecido quando Clarisse despertou no seu quarto. Tudo escuro e o cheiro doce que vinha de suas roupas a confortava, todavia, relembrou vagamente o cheiro de Vicent que ainda estava fresco em sua memoria. Poderia se sentir mal, mas de fato a proposta que recebeu na noite passada lhe deixou feliz, e queria continuar com aquilo. Viver aquilo, e talvez não pudesse mais esconder seu desejo. Desceu da cama como uma princesa naquela manhã, tomou um demorado banho e um café perfeito feito por seu pai. Se encontrar com seus amigos da faculdade até mesmo com Vivian que lhe olhou de longe, um olhar de que estava ao seu lado, ao mesmo tempo lhe julgando dos pés a cabeça. Não poderia julgá-la, afinal, todo mundo tinha a sua opinião sobre o que estava prestes a fazer. No entanto, quando a palestra daquela manhã acabou, Clarisse se aproximou da melhor amiga para almoçarem juntas, mas dessa vez, escolheram um restaurante longe e se sentarem sozinhas.
Uma pequena mensagem naquela noite. Uma mera mensagem de Clarisse em seu celular avisando que queria conversar algo importante colocou em jogo tudo o que estava passando na sua cabeça deixando-o acordado naquela noite com um buraco no peito e uma curiosidade que só ia ser saciada quando pudesse escutar dos lábios doces de sua garota o que de fato estava acontecendo nos últimos dias. E claro, acreditou cegamente que poderia ser um problema de casa, ou algo mais intimo que enfim ela teve coragem de contar. Não iria reclamar de nada, apenas escutar sua garota. Confiava em Clarisse e daria o tempo que fosse preciso para que ela pensasse no que quisesse. Jamais iria prendê-la ou obriga-la a realizar seus desejos. Quando desceu para tomar café com o pai, o admirou pelo sorriso encantador em seus lábios. Os olhos brilhantes em falar novamente sobre o possível casamento. Imagina uma mulher deixando seu pai daquele jeito? Quem seria a deusa que acabou quebra
— Estávamos afastados e sobre a proposta de morar juntos, sempre sonhamos com isso e do nada você disse que iria pensar que não queria… eu não entendi o que voc- — Estou apaixonada por outra pessoa… - Disse de repente, já cansada do discurso que o outro falava. Não era como se não gostasse de ouvir as conversas de Ronny, mas naquele momento, nada do que fosse dito por ela naquela mesa lhe deixaria confortável, tudo que vinha a mente era o momento em que teria que sair dali para estar nos braços da pessoa que realmente queria. — Eu quero terminar. O garoto se acomodou mais na mesa. Com os olhos arregalados e um golpe em no coração, não soube bem como reagir além de abaixar a cabeça e sorrir desacreditado do que acabará de ouvir. Buscou em suas mãos um pouco de força para encarar Clarisse novamente, que não mostrava nada além do olhar vazio e uma sobrancelha erguida para se estivesse esperando ele dizer que tudo bem, e que podiam ser amigos, mas isso
Antes de ir para o lugar mais desejado de seu coração, Clarisse tocou a campainha daquela casa esperando rapidamente que fosse atendida e, como um pedido para os céus, lhe foi concedido. Vivian apareceu do outro da porta com um ar de alegria, porém, depois de alguns segundos encarando sua melhor amiga, sabia que nada viria de bom ali. — O que você fez, amiga? — Amiga? - Perguntou rapidamente, um sorriso debochado surgiu em seus lábios, como uma pessoa daquelas poderia lhe chamar de amiga, uma vez que fingia está do seu lado, para logo depois lhe detonar para o namorado a qual havia pedido segredo? — Eu confiei em você quando pedi para me ajudar. Eu só queria poder confiar na minha melhor amiga de infância para que meu relacionamento não acabasse, mas eu acho que vim pedir socorro ou ajuda a pessoa errada. — Clarisse, eu não sei do que está falando. — Sabe sim. Estou falando que quando vim pedir ajuda sobre eu ter ou não dormi
Quando a manhã chegou para Ronny naquele sábado, as coisas não pareciam bem. Abriu os olhos aos poucos procurando reconhecer onde adormeceu e acabou rindo dos muitos flashes de lembranças malucas que veio a sua mente. Nunca tivera a oportunidade de esquecer por uma noite, que era filho de um homem rico e não podia fazer nada para derrubar sua imagem, no entanto, quando aceitou sair com aquela garota, não esperava que ela fosse lhe apresentar lugares que nunca sonhou que existia, e adorou cada um. As pessoas aplaudindo sua presença, gritando seu nome e que ele era o melhor de todos, e sim, ele era o melhor de todos, Clarisse que havia perdido muito. — Bom dia - ele escutou a voz doce ao lado e por um momento, esperou que fosse Clarisse, mas sabia que não era. Abriu os olhos devagar e encarou a menina sorridente e olhando agora com toda aquela claridade do sol adentrando o quarto, reparou que seus olhos eram escuros como a noite, os lábios grandes como da atr