por Milena Mesmo em meio a tanta novidade tia Leona me abraçou com muito amor.— Que essa criança seja a alegria na vida de vocês. Deseja ela cheia de amor. Fico imaginando como seria, se eu pudesse ser feliz de verdade.Mas Lucian não me quer em sua casa, isso já ficou claro para mim. E detalhe, ele nem sabe que será pai. Minha vida está pior que enredo de novela mexicana. Eu só queria poder seguir com minha vida em paz, para poder seguir com essa gestação da melhor maneira possível.Mas parece que isso é algo que o destino não quer me dar. Passo a tarde toda com a tia Leona e a Letícia, numa conversa agradável e cheia de conselhos de mãe. Volto para casa de Lucian já perto do horário de jantar. Me forcei a voltar, pois a vontade de encarar ele e sua amante é algo que não estou muito afim de fazer.Mas preciso estar em sua casa, afinal essa é uma das cláusulas do contrato.Chego e vejo que os dois estão
por Milena Meu Deus! Toda hora é essa coisa, minha casa, minha cozinha, minha sala, minha sei lá o que!!!Que saco! Até parece que tive escolha em estar aqui.— Poderia ser sua antes da minha assinatura naquele contrato. Agora é tão sua quanto minha, mesmo porque, você querendo ou não, sou sua esposa.E nem termino de falar, ele vem com tudo sobre mim e me empurra contra a parede ao lado da geladeira.— Você está se divertindo com isso ao que parece! - rosna Lucian me empurrando ainda mais contra a parede. Fico parecendo um frango de padaria, toda esticada na parede a mercer do meu algoz.Mas ele não perde por esperar. Levanto meu joelho e enfio ele com tudo no meio das pernas do Lucian. Ele cai para trás com o impacto. Bingo! Consegui colocar ele onde devia. — Não sei se você está acostumado a tratar sua amante assim. Se é algum fetiche seu, não importa! Mas que essa seja a última vez que me pega assim,
por Donovan Eu preciso fazer alguma coisa, só não sei o que, ainda! Milena sempre me pareceu uma mulher direita, de princípios e valores. Será que me enganei tanto assim?!— E se... e se eu estiver errado? - perguntei, quase em um sussurro.Débora bufou, impaciente.— Errado sobre o quê? Lucian, ela é uma impostora! Ela usou seus pais para se aproximar de você. Ela não te ama - disse Débora, sua voz crescendo em frustração.Fechei os olhos, tentando afastar a dor que suas palavras traziam. Eu nunca iria assumir para Débora, mas a verdade é que não quero o mal da Milena. Entretanto, meus pais se meteram em algo que não tinham direito e com isso tudo está fora do lugar agora. Queria fazer minhas próprias escolhas, queria ser livre para decidir meu futuro, sem pressão, sem imposições. Mas meus pais me enganaram, e agora eu estava preso nesse ciclo de desconfiança e confusão.— Eu sei, Débora. Só preciso de tempo para processar
por Milena Nem sei o que se passa na cabeça do Lucian, eu entendo que não me queira aqui, que tudo isso que está nos acontecendo é algo absurdo. Mas ele agir da maneira que está agindo é algo com o que eu não estava esperando ter que lidar. Depois de muita luta, consegui pegar no sono. Acho que hoje vou aproveitar para passar o dia fora.Já faz um tempo que não vou ao orfanato e se tem um lugar que me faz bem é quando me dedico a estar com meus pequenos. Senhor Donovan já havia me dado um cartão de crédito para eu usar quando quisesse e com isso, posso passar em uma loja e comprar vários materiais para uma tarde regada a desenhos e colagens. Depois de me arrumar desço para o desjejum. Marry já está me esperando na sala de jantar. Tudo está do jeito que pedi que fizesse.E assim me acomodo para me deliciar com esse café maravilhoso!Enquanto tomo meu café passo para Marry a agenda da semana como Beatrice me orientou fazer toda
por Milena Eu queria gritar, defender-me, dizer o quanto tudo isso era injusto, mas as palavras não saíam. A dor e a humilhação eram tão grandes que tudo o que consegui fazer foi assentir lentamente. Com um último olhar de desprezo, Lucian saiu da sala, deixando-me sozinha.Marry voltou logo depois, trazendo uma bandeja com toalhas e uma vassoura. Aproximou-se de mim com cuidado, como se eu fosse um objeto frágil prestes a se quebrar.— Senhora Donovan, venha, vamos limpar isso — disse ela suavemente.— Não, Marry, deixe-me fazer isso — respondi, pegando a vassoura de suas mãos. — Já causei problemas demais hoje.Ela assentiu, mas não saiu do meu lado. Enquanto eu limpava o chão, minha mente estava a mil. Sabia que minha situação ali era insustentável. Débora e Lucian estavam decididos a me destruir, e eu precisava encontrar uma saída antes que fosse tarde demais.Não apenas por mim mesma, mas pelo bebê que crescia em meu ventre
Por Milena Passei os dias seguintes em um estado de constante vigilância, evitando qualquer contato com Lucian e Débora. Eu sabia que estava sendo observada, que qualquer movimento meu poderia ser usado contra mim. Com isso, passei a ficar neurótica com tudo, me mantendo longe. A gravidez começou a me cobrar um pouco. Comecei a sentir mais enjoos e uma indisposição constante durante as manhãs. Fui em consulta com meu obstetra, e Beatrice insistiu em me acompanhar. Ela parecia animada, mesmo com as preocupações que carregava.— Precisamos ver com o Alexander quando iremos contar sobre sua gravidez ao Lucian - disse ela, enquanto esperávamos na sala de espera.Eu não quis contar o inferno que estava vivendo em nossa casa. Beatrice não merecia se aborrecer. Uma vez que aceitei essa farsa toda, teria que lidar com tudo.O médico me chamou, e entramos no consultório. Ele fez todas as verificações de rotina e me disse que tudo
Por Milena Na manhã de um sábado, estava na cozinha, tentando preparar um café simples para mim mesma, quando ouvi passos apressados e raivosos se aproximando. Antes que eu pudesse reagir, Lucian entrou na cozinha como uma tempestade.— Milena! - Ele gritou, seus olhos brilhando de raiva. — O que você fez agora?— O que está acontecendo? - perguntei, meu coração já acelerando com medo da resposta.Débora apareceu logo atrás dele, fingindo lágrimas e choque. Ela segurava um vaso de flores quebrado, os cacos espalhados pelo chão.— Você quebrou o vaso da minha mãe! - acusou ela, a voz tremendo de falsa indignação - Esse vaso era uma herança de família, e você o destruiu de propósito!Eu olhei para o vaso quebrado, minha mente girando em confusão.— Eu não fiz isso - sussurrei, mas minha voz mal era ouvida.Lucian avançou, agarrando meu braço com força.— Não acredito em você, Milena. Quantas vezes você vai continuar com e
Por Milena Passei a semana mais reclusa, evitando a todo custo encontrar com os dois pela casa. Quando os passos de Lucian ou a voz estridente de Débora ecoavam pelos corredores, eu me escondia, buscando o refúgio seguro do meu quarto. Era a única maneira de manter um mínimo de sanidade.Eu não sabia o que esperar daqueles dois e enquanto eu não achasse uma maneira de lidar com tudo, me manteria longe o máximo que eu pudesse. Naquela tarde, estava lendo em meu quarto quando meu telefone tocou. Olhei para a tela e vi que era minha sogra, Beatrice.— Milena, minha querida! - A voz dela era um bálsamo para minha alma atormentada.— Oi Beatrice, como vai? - respondi o mais natural possível. — Ah, minha querida, Alexander inventou uma viagem de última hora e detalhe, logo agora que haverá um baile de gala onde precisávamos ir, mas ele irá delegar para Lucian essa tarefa.Ah não! Os compromissos sociais já estão começando.