por Donovan Eu preciso fazer alguma coisa, só não sei o que, ainda! Milena sempre me pareceu uma mulher direita, de princípios e valores. Será que me enganei tanto assim?!— E se... e se eu estiver errado? - perguntei, quase em um sussurro.Débora bufou, impaciente.— Errado sobre o quê? Lucian, ela é uma impostora! Ela usou seus pais para se aproximar de você. Ela não te ama - disse Débora, sua voz crescendo em frustração.Fechei os olhos, tentando afastar a dor que suas palavras traziam. Eu nunca iria assumir para Débora, mas a verdade é que não quero o mal da Milena. Entretanto, meus pais se meteram em algo que não tinham direito e com isso tudo está fora do lugar agora. Queria fazer minhas próprias escolhas, queria ser livre para decidir meu futuro, sem pressão, sem imposições. Mas meus pais me enganaram, e agora eu estava preso nesse ciclo de desconfiança e confusão.— Eu sei, Débora. Só preciso de tempo para processar
por Milena Nem sei o que se passa na cabeça do Lucian, eu entendo que não me queira aqui, que tudo isso que está nos acontecendo é algo absurdo. Mas ele agir da maneira que está agindo é algo com o que eu não estava esperando ter que lidar. Depois de muita luta, consegui pegar no sono. Acho que hoje vou aproveitar para passar o dia fora.Já faz um tempo que não vou ao orfanato e se tem um lugar que me faz bem é quando me dedico a estar com meus pequenos. Senhor Donovan já havia me dado um cartão de crédito para eu usar quando quisesse e com isso, posso passar em uma loja e comprar vários materiais para uma tarde regada a desenhos e colagens. Depois de me arrumar desço para o desjejum. Marry já está me esperando na sala de jantar. Tudo está do jeito que pedi que fizesse.E assim me acomodo para me deliciar com esse café maravilhoso!Enquanto tomo meu café passo para Marry a agenda da semana como Beatrice me orientou fazer toda
por Milena Eu queria gritar, defender-me, dizer o quanto tudo isso era injusto, mas as palavras não saíam. A dor e a humilhação eram tão grandes que tudo o que consegui fazer foi assentir lentamente. Com um último olhar de desprezo, Lucian saiu da sala, deixando-me sozinha.Marry voltou logo depois, trazendo uma bandeja com toalhas e uma vassoura. Aproximou-se de mim com cuidado, como se eu fosse um objeto frágil prestes a se quebrar.— Senhora Donovan, venha, vamos limpar isso — disse ela suavemente.— Não, Marry, deixe-me fazer isso — respondi, pegando a vassoura de suas mãos. — Já causei problemas demais hoje.Ela assentiu, mas não saiu do meu lado. Enquanto eu limpava o chão, minha mente estava a mil. Sabia que minha situação ali era insustentável. Débora e Lucian estavam decididos a me destruir, e eu precisava encontrar uma saída antes que fosse tarde demais.Não apenas por mim mesma, mas pelo bebê que crescia em meu ventre
Por Milena Passei os dias seguintes em um estado de constante vigilância, evitando qualquer contato com Lucian e Débora. Eu sabia que estava sendo observada, que qualquer movimento meu poderia ser usado contra mim. Com isso, passei a ficar neurótica com tudo, me mantendo longe. A gravidez começou a me cobrar um pouco. Comecei a sentir mais enjoos e uma indisposição constante durante as manhãs. Fui em consulta com meu obstetra, e Beatrice insistiu em me acompanhar. Ela parecia animada, mesmo com as preocupações que carregava.— Precisamos ver com o Alexander quando iremos contar sobre sua gravidez ao Lucian - disse ela, enquanto esperávamos na sala de espera.Eu não quis contar o inferno que estava vivendo em nossa casa. Beatrice não merecia se aborrecer. Uma vez que aceitei essa farsa toda, teria que lidar com tudo.O médico me chamou, e entramos no consultório. Ele fez todas as verificações de rotina e me disse que tudo
Por Milena Na manhã de um sábado, estava na cozinha, tentando preparar um café simples para mim mesma, quando ouvi passos apressados e raivosos se aproximando. Antes que eu pudesse reagir, Lucian entrou na cozinha como uma tempestade.— Milena! - Ele gritou, seus olhos brilhando de raiva. — O que você fez agora?— O que está acontecendo? - perguntei, meu coração já acelerando com medo da resposta.Débora apareceu logo atrás dele, fingindo lágrimas e choque. Ela segurava um vaso de flores quebrado, os cacos espalhados pelo chão.— Você quebrou o vaso da minha mãe! - acusou ela, a voz tremendo de falsa indignação - Esse vaso era uma herança de família, e você o destruiu de propósito!Eu olhei para o vaso quebrado, minha mente girando em confusão.— Eu não fiz isso - sussurrei, mas minha voz mal era ouvida.Lucian avançou, agarrando meu braço com força.— Não acredito em você, Milena. Quantas vezes você vai continuar com e
Por Milena Passei a semana mais reclusa, evitando a todo custo encontrar com os dois pela casa. Quando os passos de Lucian ou a voz estridente de Débora ecoavam pelos corredores, eu me escondia, buscando o refúgio seguro do meu quarto. Era a única maneira de manter um mínimo de sanidade.Eu não sabia o que esperar daqueles dois e enquanto eu não achasse uma maneira de lidar com tudo, me manteria longe o máximo que eu pudesse. Naquela tarde, estava lendo em meu quarto quando meu telefone tocou. Olhei para a tela e vi que era minha sogra, Beatrice.— Milena, minha querida! - A voz dela era um bálsamo para minha alma atormentada.— Oi Beatrice, como vai? - respondi o mais natural possível. — Ah, minha querida, Alexander inventou uma viagem de última hora e detalhe, logo agora que haverá um baile de gala onde precisávamos ir, mas ele irá delegar para Lucian essa tarefa.Ah não! Os compromissos sociais já estão começando.
Por Milena Aproveitei que estava ao telefone e liguei para minha amiga Letícia.Ela havia me mandado mensagem mais cedo, mas acabei deixando sem responder. — E aí flor do dia! - disse minha amiga assim que atende minha ligação. — Levando as coisas como posso. — Está ruim assim?! — Imagina um escorpião te picando o tempo todo, porque está enroscado no teu sapato. — Caramba, Milena, tem certeza que precisa passar por tudo isso?!— Não! Mas acabei me comprometendo e não vou voltar atrás. Aquelas crianças não tem muita gente por elas. — Mas eu poderia ver com meus pais…— Não amiga!!! Poderíamos trazer ainda mais problemas para seus pais. Os Donovan são uma família tão importante quanto a sua, e sei que podem fazer o que quiserem, caso eu me recuse. Não quero problemas com essa família. — Você é quem sabe. Meus pais não se importariam, pois eles não são presos a nossos bens ou status. Para eles e para mim também, são só cois
Por Milena Quando levantei o olhar, ele estava encostado no batente da porta, observando-me com uma expressão que não me dizia muita coisa. — Continue, por favor — pediu, me surpreendendo.Ele estava inclinado para frente, os olhos fixos em mim, claramente absorto na história. Hesitei por um momento, mas depois retomei a leitura. Sentir a atenção dele me fez sorrir, e continuei:"'Mas rindo de si mesmo,' continuou Elizabeth, 'é uma coisa que poucos sabem fazer.''Concordo,' disse Darcy, com um sorriso. 'Mas rindo de si mesmo não é algo que se pode fazer frequentemente. Não é uma das minhas ocupações favoritas.''Oh, certamente não!' exclamou Elizabeth. 'Mas é uma das coisas mais satisfatórias que se pode fazer. E, talvez, se ríssemos mais de nós mesmos, seríamos mais inclinados a ver as coisas pelo que elas realmente são.'Darcy a olhou, fascinado com a vivacidade dela. 'A senhorita parece ter uma habilidade especial em descobrir p