pela autora Lucian estava sentado em sua poltrona de couro preto, no escritório de sua casa. As mãos esfregavam os olhos cansados, enquanto a mente martelava na decisão que havia tomado. Ele sabia que esse dia chegaria, mas nunca imaginou que sentiria tanto alívio misturado com o peso da responsabilidade.Débora estava morta. A notícia foi recebida com uma estranha sensação de vazio. Débora, aquela mulher que por tanto tempo lhe deu bons momentos, mas que por último, havia se tornado uma sombra escura em sua vida, não estava mais entre eles. Não haveria mais jogadas sujas, chantagens emocionais ou ameaças. No entanto, por mais que ele quisesse se libertar completamente do passado, sabia que tinha uma última obrigação a cumprir.Ele apertou o botão no interfone, chamando Steve, o líder de sua equipe de segurança. Steve era um homem de poucas palavras e de uma eficiência quase impiedosa. Era exatamente do que Lucian precisava agora.Em poucos minutos, Steve entrou na sala, a pos
por Donovan Quando o relatório chegou às minhas mãos, senti o peso de todo aquele passado que estava enterrado finalmente se revelando. Débora sempre foi uma mulher intensa, mas nunca imaginei a extensão de suas manipulações e crueldades. Agora, com cada detalhe exposto em frente aos meus olhos, era como se um véu caísse, revelando uma verdade muito mais sombria do que qualquer coisa que eu pudesse ter imaginado.Sentei-me à minha mesa, o silêncio do escritório contrastando com a tempestade que se formava dentro de mim. As palavras escritas naquele relatório eram venenosas, cada linha revelando uma trama mais doentia que a outra. Débora tinha orquestrado tudo com precisão, usando pessoas e situações como peças em um jogo perverso.A primeira coisa que li foi sobre o acordo que ela fez com os sequestradores de Milena. Débora não apenas os contratou, mas desenhou o plano com uma frieza aterradora. Ela queria ver Milena fora do meu caminho a qualquer custo, e não hesitou em envolv
por Milena Quando a chamada para Letícia finalmente conectou, minha voz estava repleta de desespero.— Letícia, eu não consigo mais ficar na mansão - minha voz tremia, e eu mal conseguia formar palavras. Por um acaso, acabei lendo um documento que Lucian havia deixado sobre a mesa do seu escritório.E o que vi ali me trouxe as lembranças que haviam sumido da minha cabeça. Foi como se uma parte de mim estivesse selada e este selo foi lançado de uma vez. — Descobri coisas sobre Débora que... que são demais para suportar. Mesmo morta, sinto que ela ainda tem uma influência sobre mim, sobre nós. Não posso ficar aqui. Não me sinto segura deixando meu filho aqui. Letícia respondeu imediatamente, seu tom urgente misturado com preocupação.— Milena, respire. Me diga exatamente o que aconteceu. O que você descobriu?— Eu... eu descobri que Débora planejou tudo. Desde o sequestro até o meu embebedamento naquela festa. Ela tinha cúmplices, manipulava pessoas ao nosso redor, estava armando o
por Donovan Eu entrei no escritório do delegado Silveira com o peso do mundo nos ombros. Cada passo que dava parecia ecoar um peso imenso, um fardo carregado pelas revelações devastadoras que eu estava prestes a compartilhar. O ambiente era austero, com móveis pesados e um ar de formalidade que contrastava com o turbilhão interno que eu sentia.Silveira levantou o olhar do relatório à sua frente assim que entrei. Seu semblante sério não deixou dúvidas sobre a gravidade do encontro.— Senhor Donovan, por favor, sente-se. Ele indicou a cadeira à frente da sua mesa. — O que temos aqui parece ser muito mais sério. As coisas foram além do que já sabíamos. O senhor tem algo mais a nos contar? Eu me acomodei na cadeira, respirando fundo para reunir a calma necessária para relatar os eventos que, de alguma forma, ainda pareciam surreais para mim.— Delegado, o que vou contar pode parecer um pesadelo, mas é a mais pura verdade. Débora, minha ex-noiva, estava por trás de uma conspiração
pela autoraO sol estava brilhando intensamente naquela tarde de sábado, e Lucian estava radiante, mal podendo esperar para encontrar Milena e seu filho, Lohan. Cada passo que dava em direção ao prédio onde eles estavam morando parecia mais leve, seu coração estava preenchido com a esperança de um momento de alegria familiar que finalmente se concretizaria. O sorriso de Lucian era um reflexo de seu desejo de reconciliação, uma visão de felicidade que parecia finalmente ao seu alcance.Eles estavam morando em casas separadas, mas desde o momento que Milena sairá da mansão, ele não deixou de ver sua esposa e filho um único dia. Era algo que ele fazia para sua própria existência.Milena precisava desse espaço e ele estava dando para ela. Ao avistar Milena do outro lado da rua, o brilho no rosto de Lucian intensificou-se. Ele gritou com entusiasmo:— Milena! Ela se virou, seu sorriso igualmente brilhante, e acenou de volta, uma imagem perfeita de felicidade que parecia prometer um di
O hospital estava mergulhado em um silêncio opressor, interrompido apenas pelo som constante dos monitores e o movimento frenético dos profissionais de saúde. As paredes brancas, normalmente tranquilizadoras, pareciam agora uma prisão de frieza e incerteza. O ar estava pesado com a tensão, e a luz fluorescente criou um ambiente impessoal, implacável.Lucian estava deitado na cama de hospital, seus traços faciais agora pálidos e suas feridas visivelmente graves. Os médicos, com expressões sombrias, trabalhavam com precisão, mas a situação era crítica. O quadro era sombrio e o futuro incerto. O caso de Lucian estava em um estado desesperador, sua vida pendendo na balança.Milena, exausta e com os olhos inchados de tanto chorar, ela aguardava o atendimento na sala de espera sozinha. Seu coração estava em frangalhos, e cada suspiro que ela dava parecia carregado de um medo profundo e uma esperança quase esgotada. Ela observava a movimentação no andar com uma ansiedade insuportável,
A noite estava fria e implacável, e o hospital parecia um labirinto de desolação e esperança quebrada. O zumbido das máquinas e o murmúrio distante das conversas médicas criavam uma sinfonia perturbadora, refletindo a tensão no ar.Milena estava ao lado de Lucian, segurando sua mão e observando o monitor com uma ansiedade quase insuportável. Cada bip e variação no gráfico eram um lembrete cruel da gravidade da situação.Seu coração estava pesado com o medo e a incerteza que ameaçavam consumi-la.O som das portas de vidro se abriu com um estrondo, e os pais de Lucian, Alexander e Beatrice, chegaram ao hospital.A visão deles foi um golpe doloroso para Milena, que já estava à beira do desespero. Alexander, o pai de Lucian, tinha o rosto marcado por uma expressão de choque e angústia, enquanto Beatrice, sua mãe, estava desfeita, seus olhos cheios de lágrimas e um grito abafado de dor.— Lucian! - Beatrice gritou, a voz quebrada e cheia de desespero. Ela correu em direção à sala de eme
por DonovanA escuridão envolvia Lucian como um manto impenetrável, um vazio profundo onde cada pensamento e emoção pareciam se perder em uma vastidão sem fim. Era um lugar onde o tempo se dissolvia, e a dor física dava lugar a uma calma aterrorizante. Ele flutuava entre memórias distantes e uma sensação de paz desconcertante, observando sua própria vida como um espectador distante.Lucian via flashes de sua existência — cenas rápidas e vívidas de risos e lágrimas, amor e perda. As imagens mais marcantes eram de Milena e Lohan, um lembrete cruel do que estava prestes a deixar para trás. A visão de Milena, desfeita em lágrimas e angustiada ao seu lado no hospital, cortava como uma faca afiada. Ele podia sentir seu desespero, o peso de sua dor e a esperança que ela depositava em sua recuperação. E Lohan, pequeno e frágil, chorando no colo de Letícia, era um eco constante da vida que ele estava prestes a abandonar.Em meio ao vazio, uma presença começou a se manifestar, uma voz sua