por Donovan O dia começara tão cheio de esperança. Milena estava se recuperando e, apesar das dificuldades, Lohan mostrava sinais de força que me enchiam de orgulho. Mas tudo mudou num instante, transformando esperança em desespero absoluto.Eu estava na sala de espera do hospital, revisando alguns documentos no celular, quando ouvi a comoção no corredor. As vozes das enfermeiras estavam agitadas, uma mistura de pânico e urgência. Levantei-me imediatamente, o coração já acelerado, sentindo que algo terrível havia acontecido.Uma das enfermeiras se aproximou de mim, pálida e com os olhos arregalados de medo.— Sr. Lucian... - ela começou, hesitante, sua voz trêmula. — Seu filho... ele... ele desapareceu.Aquelas palavras foram como um soco no estômago. Senti o chão desaparecer sob meus pés, o mundo girando ao meu redor. Por um momento, tudo o que consegui fazer foi encarar a enfermeira, esperando que ela dissesse que era um erro, um mal-entendido. Mas o silêncio desesperador q
pela autora Lucian saiu do hospital, o coração em frangalhos, mas a mente focada em uma única missão: encontrar Débora e salvar seu filho. A ideia de que Lohan estivesse nas mãos dela o enchia de uma fúria que ele nunca havia sentido antes. Cada segundo que passava era um tormento, mas ele sabia que precisava agir rapidamente. Ele correu para o estacionamento do hospital, onde seu carro estava esperando. Enquanto caminhava a passos largos, já estava ao telefone com seu chefe de segurança, Steve.— Steve, quero toda a equipe em ação agora - Sua voz era cortante, carregada de uma determinação sombria. — Débora levou Lohan. Quero a localização dela, e quero agora.— Senhor, já estamos monitorando todas as câmeras de segurança da cidade e rastreando os cartões de crédito dela - Steve respondeu, a voz firme, mas havia uma ponta de urgência. — Se ela fizer qualquer movimento, saberemos.Lucian entrou no carro, batendo a porta com força.A raiva pulsava em suas veias como um veneno,
Por Donovan Eu não sabia o que esperar quando abri a porta do apartamento de Débora, mas nada poderia me preparar para o que encontrei. O ar estava denso, quase sufocante, e o apartamento estava mergulhado em uma penumbra que só fazia aumentar o sentimento de tensão que já me corroía por dentro.Assim que entrei, meu olhar varreu o ambiente, procurando por Lohan. Meu coração batia em um ritmo frenético, a adrenalina percorrendo minhas veias como uma corrente elétrica. E então, eu a vi.Débora estava de pé no meio da sala, segurando Lohan nos braços com uma expressão de êxtase delirante no rosto. Ela me olhou com olhos arregalados e brilhantes, como se estivesse diante de uma visão divina. O pânico tomou conta de mim, mas eu sabia que tinha que manter o controle. Ela estava segurando meu filho, e qualquer movimento em falso poderia colocar sua vida em risco.— Papai chegou, Lohan! - A voz de Débora saiu suave, quase cantada, mas havia uma nota de insanidade que me gelou até os o
por DonovanO alívio foi tão grande que quase me fez desmoronar, mas eu sabia que ainda não estava seguro. Estendi os braços, tentando não demonstrar o pânico que crescia em meu peito, e segurei Lohan com toda a delicadeza que consegui reunir.Assim que senti o calor do corpo dele em meus braços, algo dentro de mim se quebrou. Um alívio esmagador, misturado com o medo de que tudo aquilo fosse uma armadilha. Mas eu não podia pensar nisso agora.— Está tudo bem, Lohan. Papai está aqui - Murmurei, sentindo as lágrimas queimarem em meus olhos.Débora me observava com um sorriso doentio, mas havia uma fragilidade em sua postura, uma fraqueza que eu sabia que poderia usar a meu favor.— Vamos sair daqui, Débora - Disse, tentando soar encorajador. — Precisamos de um novo começo. Um lugar onde possamos ser a família que sempre sonhamos.Ela piscou, confusa por um momento, parecendo buscar entender o que acabará de ouvir e então assentiu, como se estivesse convencida.— Sim, Lucian... Um
por Donovan O peso do meu filho nos braços era ao mesmo tempo um alívio e uma dor impossível de descrever. O choro dele, tão frágil, havia sido a única coisa que me manteve focado enquanto eu o tirava das mãos da Débora. Agora, com ele seguro, cada batida do meu coração parecia ecoar o pavor de quase perdê-lo. Eu não podia falhar, não de novo, não com ele.As portas automáticas do hospital se abriram diante de mim, e o cheiro estéril tomou conta do meu olfato. Aquele mesmo hospital que, há algumas horas, se tornou o cenário de um pesadelo. Não consegui proteger meu filho enquanto Milena dormia, vulnerável, sob o efeito da medicação que eu mesmo havia autorizado para poupá-la do caos. Agora, tudo o que eu queria era tê-los a salvo, juntos, mesmo que isso significasse reviver o inferno que quase nos engoliu.Caminhei rápido, pressionando meu filho de encontro ao peito, como se ele pudesse escorregar por entre meus dedos a qualquer momento. Eu não permiti que os médicos o colocas
por Milena Tudo ainda parecia enevoado quando meus olhos abriram lentamente. A luz branca e forte do quarto me trouxe de volta à realidade de forma abrupta. Por um momento, o pânico tomou conta de mim. A última coisa que me lembro era de estar no meio de uma tempestade de dor e ansiedade enquanto tentava trazer meu filho ao mundo. Mas... será que ele estava bem? Será que eu consegui?Meus pensamentos giravam desordenados, mas então, senti um peso leve e quente sobre meu peito. Hesitante, baixei os olhos e o vi. Meu coração parou e, ao mesmo tempo, pareceu explodir dentro de mim. Lohan. Meu filho. Tão pequeno e frágil, com os olhos fechadinhos e o rosto corado, aninhado em mim como se sempre tivesse pertencido aquele lugar. Uma onda de emoção tomou conta de mim de forma avassaladora. Eu chorei, mas não de tristeza ou dor. Eram lágrimas de pura felicidade, daquelas que vêm da alma. Aquele era o primeiro abraço, o momento em que finalmente pude sentir a vida que carreguei de
por Donovan O corredor silencioso do hospital parecia um túmulo. Cada passo ecoava, pesado, enquanto eu me aproximava do quarto onde Milena repousava. Eu sabia que esse momento seria inevitável, mas nunca pensei que seria tão difícil encará-lo. Contar para a mãe do meu filho o que realmente aconteceu naquela noite com Débora era um peso que eu não estava preparado para carregar.Entrei no quarto e a vi deitada, ainda um pouco pálida, mas com os olhos abertos, cheios de expectativa e uma leve preocupação. Lohan estava ao seu lado, dormindo tranquilo em seus braços. A cena deveria ser de paz, mas tudo o que eu sentia era o caos batendo dentro do meu peito. Ela me olhou, lendo meu semblante, sabendo que havia algo sombrio para ser revelado.— Lucian, o que aconteceu enquanto eu estava desacordada? - sua voz saiu suave, mas carregada de tensão.Respirei fundo, tentando encontrar a força para contar o que nem eu queria acreditar que tinha vivido.— Milena, eu preciso te falar sobre
pela autora Lucian estava sentado em sua poltrona de couro preto, no escritório de sua casa. As mãos esfregavam os olhos cansados, enquanto a mente martelava na decisão que havia tomado. Ele sabia que esse dia chegaria, mas nunca imaginou que sentiria tanto alívio misturado com o peso da responsabilidade.Débora estava morta. A notícia foi recebida com uma estranha sensação de vazio. Débora, aquela mulher que por tanto tempo lhe deu bons momentos, mas que por último, havia se tornado uma sombra escura em sua vida, não estava mais entre eles. Não haveria mais jogadas sujas, chantagens emocionais ou ameaças. No entanto, por mais que ele quisesse se libertar completamente do passado, sabia que tinha uma última obrigação a cumprir.Ele apertou o botão no interfone, chamando Steve, o líder de sua equipe de segurança. Steve era um homem de poucas palavras e de uma eficiência quase impiedosa. Era exatamente do que Lucian precisava agora.Em poucos minutos, Steve entrou na sala, a pos