pela autora Milena estava sentada no sofá da sala de estar, olhando para o horizonte através das janelas amplas que davam para o jardim. A tensão nos seus ombros era palpável, e seus olhos, embora cansados, refletiam uma determinação silenciosa. Mas, naquele dia, algo estava se formando dentro dela, uma sensação de desconforto crescente que ela não podia ignorar.À medida que a tarde avançava, a sensação de mal-estar começou a se intensificar. Milena tentava ignorar as ondas de dor que se espalhavam pelo seu corpo, mas logo perceberia que não poderia mais ignorar o que estava acontecendo. Cada contração era um lembrete cruel da fragilidade do momento e da urgência que estava prestes a se instaurar.De repente, uma onda de dor particularmente forte a fez soltar um gemido baixo. Ela tentou se levantar, mas a dor era tão intensa que ela caiu de volta no sofá, segurando a barriga com força. Seu coração começou a bater mais rápido, e ela percebeu que algo estava definitivamente err
pela autora A noite envolveu a cidade em um manto silencioso, mas dentro do hospital, uma tempestade estava prestes a se desenrolar. Milena estava em trabalho de parto prematuro, e a atmosfera na sala de parto era tensa, carregada de uma ansiedade que podia ser sentida em cada palavra murmurada pelos médicos e enfermeiras ao redor dela. Milena estava deitada na maca, pálida e suando, seu rosto uma máscara de dor e exaustão. Suas mãos seguravam firmemente os lençóis, os dedos contraídos em agonia enquanto outra onda de dor a atingia, mais intensa que a anterior. As contrações estavam vindo em uma frequência assustadora, cada uma mais avassaladora que a anterior, deixando-a sem fôlego, sem forças para gritar. Os monitores ao seu redor piscavam e apitavam, registrando cada batimento cardíaco, cada movimento.O som das máquinas era uma sinfonia perturbadora, um lembrete constante da fragilidade do momento. A equipe médica estava em alerta máximo, cientes de que cada segundo contava
por Donovan O ar da sala parecia se comprimir no meu peito enquanto eu via Milena se contorcer em dor. Cada gemido, cada expressão de sofrimento no rosto dela era um golpe certeiro no meu coração. Eu corri pelos corredores, desesperado, chegando na sala de parto a tempo de ver o momento mais importante da nossa vida. Ela estava ali, lutando com todas as forças para trazer nosso filho ao mundo. Nunca a vi tão determinada, tão cheia de coragem. Era como se ela estivesse colocando toda a sua alma naquele instante, como se soubesse que o que estava por vir mudaria tudo.Eu me aproximei, com o coração na garganta, e segurei a mão dela.— E você não passara por isso sozinha, estou aqui por vocês — murmurei, tentando transmitir a força que, naquele momento, eu mesmo não sentia. A verdade é que estava apavorado. Nunca pensei que assistir ao nascimento de um filho pudesse ser algo tão grandioso e aterrorizante ao mesmo tempo. As emoções se misturavam, criando um caos dentro de mim.D
pela autora O quarto do hospital estava quieto, exceto pelo som contínuo dos monitores que mantinham registro da vida frágil que ainda pulsava dentro de Milena. Os médicos e enfermeiros haviam feito tudo ao seu alcance para estabilizá-la após o parto prematuro, mas, apesar dos seus esforços, algo não estava certo.A temperatura de Milena caía, seu pulso enfraquecia, e sua respiração se tornava cada vez mais rasa. A batalha que havia travado durante o parto parecia agora estar se voltando contra ela, e a linha tênue que separa a vida da morte começava a se esbarrar.Seu corpo, exausto e enfraquecido, estava cedendo, como se a luta tivesse sido demais para suportar. O mundo ao seu redor parecia se afastar, os sons se tornaram distantes, as luzes se apagavam uma a uma, e tudo o que restava era uma escuridão fria e silenciosa.Milena sentia-se como se estivesse flutuando, sem peso, em um vasto vazio. Não havia dor, nem medo, apenas uma sensação de paz, como se todo o sofrimento que h
por Donovan Eu nunca imaginei que o momento em que conheceria meu filho seria assim, no meio do caos, da dor, e da incerteza. Mas ali estava eu, parado diante de uma pequena incubadora no berçário da UTI neonatal, encarando o ser mais frágil e, ao mesmo tempo, mais poderoso que já vi. Lohan. Meu filho. O nome parecia um sussurro sagrado em meus lábios, como se a simples menção dele carregasse todo o peso do amor e da responsabilidade que eu nunca havia sentido antes. Quando o médico me conduziu até aquele pequeno espaço, senti minhas pernas vacilarem. O medo e a ansiedade me engoliram, mas quando meus olhos finalmente pousaram naquele pequeno corpo envolto em fios e monitorado por máquinas, tudo em mim silenciou. Ele era tão pequeno, tão delicado. Seu peito subia e descia lentamente, cada respiração uma luta, uma vitória. E eu sabia, naquele instante, que tudo mudara. Havia me tornado… pai.Me aproximei, hesitante, como se cada passo fosse sagrado. Cada batida do meu coraç
por Donovan O corredor do hospital parecia interminável enquanto eu me dirigia ao quarto de Milena. Meu coração batia descompassado, ainda ressoando com as emoções avassaladoras do encontro com Lohan. Cada passo que eu dava era uma mistura de ansiedade e excitação. Precisava contar a Milena, compartilhar com ela aquele momento que mudara tudo. Mas ao mesmo tempo, tinha medo de vê-la tão fragilizada, ainda se recuperando de tudo o que havia passado.Finalmente, cheguei à porta do quarto. Respirei fundo, tentando acalmar a tempestade de sentimentos que me consumia. Quando abri a porta e vi Milena, meu coração apertou. Ela estava deitada na cama, com o rosto ainda pálido, mas seus olhos brilharam ao me ver. Havia um cansaço profundo em sua expressão, mas também algo mais, uma força silenciosa que sempre admirei nela.— Lucian... - Ela sussurrou, sua voz fraca, mas carregada de emoção.Aproximei-me devagar, sentindo a necessidade de ser cuidadoso, como se qualquer movimento brusc
por Donovan O dia começara tão cheio de esperança. Milena estava se recuperando e, apesar das dificuldades, Lohan mostrava sinais de força que me enchiam de orgulho. Mas tudo mudou num instante, transformando esperança em desespero absoluto.Eu estava na sala de espera do hospital, revisando alguns documentos no celular, quando ouvi a comoção no corredor. As vozes das enfermeiras estavam agitadas, uma mistura de pânico e urgência. Levantei-me imediatamente, o coração já acelerado, sentindo que algo terrível havia acontecido.Uma das enfermeiras se aproximou de mim, pálida e com os olhos arregalados de medo.— Sr. Lucian... - ela começou, hesitante, sua voz trêmula. — Seu filho... ele... ele desapareceu.Aquelas palavras foram como um soco no estômago. Senti o chão desaparecer sob meus pés, o mundo girando ao meu redor. Por um momento, tudo o que consegui fazer foi encarar a enfermeira, esperando que ela dissesse que era um erro, um mal-entendido. Mas o silêncio desesperador q
pela autora Lucian saiu do hospital, o coração em frangalhos, mas a mente focada em uma única missão: encontrar Débora e salvar seu filho. A ideia de que Lohan estivesse nas mãos dela o enchia de uma fúria que ele nunca havia sentido antes. Cada segundo que passava era um tormento, mas ele sabia que precisava agir rapidamente. Ele correu para o estacionamento do hospital, onde seu carro estava esperando. Enquanto caminhava a passos largos, já estava ao telefone com seu chefe de segurança, Steve.— Steve, quero toda a equipe em ação agora - Sua voz era cortante, carregada de uma determinação sombria. — Débora levou Lohan. Quero a localização dela, e quero agora.— Senhor, já estamos monitorando todas as câmeras de segurança da cidade e rastreando os cartões de crédito dela - Steve respondeu, a voz firme, mas havia uma ponta de urgência. — Se ela fizer qualquer movimento, saberemos.Lucian entrou no carro, batendo a porta com força.A raiva pulsava em suas veias como um veneno,