- Desculpe, não quero que isto te faça parecer de outra maneira. Eu não sou essa pessoa... eu nem sei o que aconteceu comigo. Eu simplesmente perdi o controle. Mas eu... eu nunca quis que isso realmente acontecesse. Por favor, desculpe-me. Isso não está certo, não está certo.- Não te preocupes, sabes que a culpa é toda minha. Fui eu que te beijei. A verdade é que você está certo, foi um erro e não se repetirá. Mas não se sinta mal, Eu sou o único culpado.- Não é verdade, eu tenho toda a culpa por isto. Fui eu quem te beijou. Nem tente me fazer sentir menos culpado, porque não vai funcionar. Não acredito que fui capaz disto. Você que me deu onde morar e um teto sobre minha cabeça, além de comida... isso é simplesmente terrível. A Alicia é minha amiga e, por favor, não lhe digas nada disto.- Eu sei, eu sei como você se sente e não se preocupe que eu não vou dizer nada para Alicia. Isso é algo que ficará entre nós. Além disso, somos adultos e não precisa ser comentado com outra pessoa
A culpa não a abandonou, no entanto, aliviou-a tanto que, ao terminar a fita, já sentia suas pálpebras pesadas, o que não achou possível, pois pensou que teria que sofrer dessa insônia irritante. Não era daquelas com esse problema, a não ser que alguma confusão lhe acontecesse, tal como naquele dia. Em um estalar de dedos, ela já havia adormecido. Alicia não, porque estava acomodando um brinco da Universidade, do qual tarde se lembrou, e se sentiu uma péssima aluna. Não se revelou mais que um par de horas, diante daquela tela, apoiando o queixo em sua palma aberta que sobre a mesa lhe servia de apoio. Um parágrafo e depois dois, já não dava para mais, só de ver sua amiga tão placidamente Adormecida também lhe dava vontade de se acomodar ao lado e descansar. Bufou, não podia desistir, tinha que entregar isso cedo sim ou sim, não tinha mais opções. Tinha vontade de chorar. Como é que o esqueceu? Se esse projeto era tão importante para ela. Não podia acreditar-se assim tão irresponsável
Hope concordou em dormir com ela. Quando pensava que ia acordar, acariciava-lhe as costas para que voltasse a dormir. Ela ficou muito triste ao pensar que sua amiga estava sofrendo dessa maneira. Ele não imaginava como era perder uma mãe, embora soubesse no dia anterior que a sua já estava morta. Eles viveram em uma mentira o tempo todo, então eu não conseguia entender Alicia da mesma forma. Ele queria estar no lugar dela e acompanhá-la no luto, uma situação extremamente complexa que a fazia se sentir muito mal.Estava certa de que já ia amanhecer, o sol se esgueirava pelas persianas da sala. Abrindo os olhos, ela se viu em uma cama com lençóis de seda cinza, mas não a reconheceu imediatamente. Pouco a pouco, foi entendendo a realidade. Ela percebeu que Alice já havia acordado antes dela.Suspirou profundamente e teria preferido que Alice continuasse dormindo. Além disso, ela se sentia envergonhada por ter dormido na cama de Ashton, embora ele tivesse permitido isso a ela desde o iníc
- Senhorita, por favor, abra a porta, bem... puede você pode passar? Devo limpar o quarto-ele ouviu a voz gentil de uma das empregadas, mas seu quarto estava limpo, então não havia por que fazer a limpeza naquele dia. Eu deixava-o saber.—Não, está tudo em ordem, na verdade, eu não fiquei aqui ontem à noite. Dormi com a Alicia. Então não há nada para fazer aqui. A propósito, sabes para onde foram os dois? Ou seja, estou ciente da situação, mas...- O Sr. Ashton está a tratar de todo o procedimento fúnebre. Eu não acho que eles voltem tão cedo e Alicia decidiu acompanhá-lo, embora ele tenha repetido para ela ficar. Mas ele queria se despedir de sua mãe, então ele permitiu. Isto tem sido tão difícil para a minha pobre menina, dói-me vê-la tão destroçada. Ele não merecia isso e acho que a senhora Sol deve ter pensado antes de agir dessa forma. Não sei como se suicidou. É terrível tudo o que aconteceu. Ele nem sequer pensou em sua própria filha que tanto a ama. Não, ele tirou a própria vi
Nesse mesmo dia, a moça se arranjou para ir trabalhar. Ele pediu ao céu que seu chefe não fosse um ogro mal-humorado e não estivesse de mau humor para entender seu atraso, embora às vezes ele não entendesse ninguém e rosnasse sem parar.Ela vestiu suas melhores roupas, penteou o cabelo e colocou um pouco de maquiagem. Ela não era tão assídua a ele, mas parecia tão pálida e emaciada que precisava da ajuda de alguns cosméticos para fazer um milagre com o rosto e ficar bonita. E sim, ele conseguiu.Sem perder mais tempo, ele partiu para o trabalho. Já eram quase 12 do Meio-dia de acordo com o relógio no pulso, embora pudesse verificar com a hora do telefone. Assim conseguiu confirmar que sim era essa hora, embora o clima na cidade de Nova York o fizesse parecer diferente. Por um momento ela pensou que era mais cedo, como ela estava errada.Graças ao dinheiro do pai de sua amiga, ela conseguiu pagar um táxi para a cafeteria onde trabalhava, seu novo emprego.A primeira a recebê-la com um
Teve que se desculpar com Penélope por não poder acompanhá-la a tomar aquela xícara de café e muito menos contar com o tempo para contar tudo o que aconteceu no dia anterior, além de que também não gostava da ideia de contar essas questões a ela, pois não eram apenas pessoais, mas também de Alicia. Portanto, não lhe concernia estar contando isso por ali. A mulher entendeu e logo se despediu dela antes de embarcar em um táxi para ir para casa. Por sua vez, a jovem atendeu ao telefonema que recebia do pai de sua amiga. Já não pensava no que aconteceu entre os dois na cozinha e talvez fosse porque a morte de Sol os tinha tomado de surpresa, então o beijo deixava de ser importante naquele momento.- Sr. Asthon...- Só o Asthon, por favor. Dónde onde estás agora?- Vou a caminho da mansão, precisa de alguma coisa?- Sim, a Alicia precisa de ti, eu tenho de fazer umas diligências, por isso ajudavas-me se ficasses com ela na mansão. Ela precisa da sua companhia como nunca antes; ela não paro
As duas ficaram conversando um pouco mais antes que a garota convencesse sua amiga de que ela deveria comer, mas ela se recusava categoricamente a almoçar. Dizia que não queria viver, que não tinha fome e que já não valia a pena existir; mas ela repetia-lhe uma e outra vez que a vida estava cheia de bolas curvas e tudo mudava na forma como as pessoas assumiam as mudanças de circunstâncias e esse momento ruim era um de muitos, mas sabia que a vida a ela augurava momentos bons que devia viver. Não era preciso desistir agora, mas lutar. Além disso, ela ainda tinha seu pai e ele também precisava de seu apoio e carinho e lembrou-lhe o quanto ela a amava. Acabaram chorando as duas juntas, movidas por uma avalanche de emoções e sensações dispersas em seus corações que já não podiam bater da mesma forma, nada era igual.- É que você não entende, mamãe era tudo para mim, não importa como ela tenha se comportado. Era uma parte importante da minha vida e agora que ela se foi, sinto muita falta d
O apartamento tinha aquele toque magnífico. Eu poderia descrevê-lo em três palavras: luxuoso, moderno e espetacular. Nada estava fora do lugar e tudo parecia perfeito demais para ser real. Deixou de se sentir em um sonho ao sentir os elementos que constituíam uma atmosfera agradável dentro daquela propriedade, que tinha o selo pessoal do pai de Alice. Ele sabia disso porque não precisava mais do que olhar em volta e lembrar quando estava em seu quarto antes de se retirar rapidamente.Além de outros elementos, o apartamento continha características especiais que o tornavam luxuoso, como sua localização em um belo local que oferecia vistas espetaculares e seu design de interiores. Também tinha elementos artísticos, arquitetônicos e um nível de conforto que até incluía um jardim, apesar de ser um apartamento. Ele poderia destacar, entre outros aspectos, o excelente acabamento dos móveis da sala. A madeira nobre era proeminente na casa, e ela podia apreciar o belo mármore que cobria parte