A vida de um homem é sempre regada a glórias e tragédias, quanto mais alto uma pessoa sobre na vida, maior a tragédia parece se instalar e mexer com o processo natural do que as coisas deveriam seguir era algo perigoso demais.
Sua mãe, em vez de viver quase cem anos como da primeira vez, morreu com apenas quarenta e cinco anos de idade, numa tragédia em que seu padrasto havia dormido no volante.
Na vida passada ambos haviam se separado após ele entrar para a faculdade de Direito e com isso ela teve um desfecho diferente do que qualquer pessoa poderia sonhar, se tornou pastora de uma igreja neopentecostal e passou a se dedicar cada vez mais ao ministério e aos netos.
Mas com a quebra daquele fato surgiu um novo empasse nos fios do destino, pois uma alegria sempre é compensada por uma tristeza e vice-versa.
Com a morte de seu pai diversos laços foram rompidos, já que Daniel deixou
Paralelamente à sua carreira de sucesso, Daniel montou uma banda de rock com alguns amigos com o único objetivo de fazerem shows para a caridade e o sucesso das músicas foram tão estrondosas que foram comparadas a ações sociais como o Live Aid, We are the World e outros, ganhando apoiadores de peso como, Bono Vox, Sting, Madonna e muitos outros artistas que sempre apoiavam causas sociais.Daniel não enxergava a imensidão das atitudes que seus atos teciam, era abissal imaginar que ele estaria naquele patamar, mas isso sempre era uma incógnita, pois segundo a sua crença, algo bom sempre acontecia para compensar algo ruim, sua nova vida trouxe glórias, mas levou embora a vida de sua mãe mais cedo.Sua banda, chamada Holyday, tocou em todos os principais canais de Tv e era difícil associar a agenda do futebol com a agenda dos shows, mas dentro do possível sempre estav
Daniel estava em uma encruzilhada, já que ter conhecido Anna da primeira vez tinha sido totalmente casual, mas como ser casual se ele era agora um atleta mundialmente conhecido e um dos melhores músicos de sua geração, ele percebeu que por mais que conhecesse profundamente sua esposa, sua realidade mudou muitas coisas, inclusive as suas próprias vidas mudaram.Daniel viu Anna no show e após tocar tentou encontrá-la sem sucesso, conhecendo como a conhecia, ela já teria ido embora devido o lugar em que morava ser uma comunidade extremamente pobre, até ele mesmo sempre brincava com ela que, na primeira vez em que a levou até lá achou que ela estaria o sequestrando e pensou:Não é possível que esse rostinho lindo me enganou todo esse tempo...Seu pai, João Vitor que havia traído sua mãe, Daniel deu um jeitinho para que ele nunca tivesse con
Anna abriu os olhos e viu Daniel dormindo ao lado da cama.— Veja só se não é o louco que me pede em casamento e cinco minutos depois me atropela.Daniel abriu os olhos e a visão dela acordada foi um completo alívio.— Que bom que você acordou, fiquei preocupado.— Poderia ser sem uma perna quebrada, pelo menos, não acha?— Fiquei com tanto medo de te perder mais uma vez.— Ainda está com aquelas ideias absurdas?— Não são ideias absurdas... é a verdade... fomos casados em outra vida.— Se me conhecesse tão bem quanto diz que conhece, sabe que sou cristã e não acredito em “outras vidas”, quantas vezes vou ter que repetir isso?— Não estou dizendo em reencarnação... é difícil de dizer...— Então você é
— ENTÃO?Daniel abriu os olhos e se viu novamente no quarto do hospital junto ao homem que se dizia Deus.— Foi exatamente como disse que seria.O velho riu.— Qual vida foi melhor?— Que pergunta estúpida para quem se diz ser Deus, deve saber qual delas foi melhor.— Eu não disse que era, disse que sou Deus... e minha pergunta foi apenas para você ver como me senti quando disse que se tivesse uma nova vida faria tudo diferente, o que na minha visão, entre a minha pergunta estúpida e o seu desejo estúpido, você ainda ganha disparado.— Talvez...— Talvez não, Anna te disse isso, não é mesmo?O velho olhou para o relógio.— Vai ter algum compromisso?O velho assentiu.— Está quase na hora de um encontro.— Acredito que Deus tenha muitos en
Este livro foi escrito após ter um sonho muito real em que eu estava internado já em ditosa velhice e vi que estava completamente sozinho no quarto de um hospital, minha esposa havia falecido e meus filhos haviam me abandonado com câncer em um hospital para morrer completamente sozinho e abandonado.Aquilo foi uma das piores experiências que tive na vida, sentir o abandono das pessoas que mais amo doeu como uma facada, fez com que eu tivesse uma visão de como as pessoas se sentem nos asilos.Diferente do que eu sou como pessoa, em meu sonho eu era uma pessoa completamente arrogante e por puro compromisso com a lei da semeadura, estava colhendo os frutos de tudo aquilo que havia plantado, afinal, ninguém é culpado pelas nessas escolhas além de nós mesmos.O personagem principal, Daniel, podem visualizar como se fosse realmente eu, talvez em um universo paralelo em que eu sou uma pessoa extremamente arro
Existia um homem que estava com oitenta e sete anos de idade e sua esposa tinha falecido havia exatamente oito meses, quinze dias e algumas poucas horas. Sua cabeça andava meio fraca ultimamente, tentava ser tão preciso, perfeito em tudo como sempre foi – e isso era um dos seus defeitos favoritos, porém, depois dos setenta anos tudo o que ele menos conseguia ser era perfeccionista, sua mente pensava algo, mas seu corpo não acompanhava mais sua mente sagaz.Sua vida havia sido um emaranhado de emoções distintas, filho de pais separados, conheceu sua esposa poucos dias antes do baile de formatura e se apaixonou imediatamente por ela e ao vê-la fez uma das orações mais sinceras e honestas que Deus já recebeu:— Senhor, é com ela que eu quero me casar e passar todos os dias da minha vida.Como se fosse um passe de mágica, aquele jovem apaixonado encontrou uma bela jovem qu
Enquanto seus pensamentos viajavam nas mais loucas histórias do seu passado ao lado da mulher da sua vida, Anna, entrou um senhor de idade ainda mais avançada que a sua, se é que ele achava possível, já que depois dos oitenta anos é natural a pessoa se achar a mais velha do mundo, ele estava com uma bengala de madeira simples, sem nenhuma ornamentação luxuosa e com algumas coisas estranhas escritas nela, talvez em uma língua que ele jamais tinha visto.O velho se sentou em uma poltrona ao lado da sua cama e descansou seu corpo aparentemente cansado por alguns instantes, visivelmente parecia aliviado por sentar-se ali, depois ele apoiou sua cabeça sobre a bengala que trazia consigo e ficou olhando para ele como se enxergasse muito mais do que apenas um decrépito Daniel.Seus olhos pareciam refletir uma verdade que ele jamais tinha visto em toda a sua vida, ao mesmo tempo que tinha ficado com me
Nesse momento quem deu gargalhada foi Daniel, mesmo lutando contra as suas dores, ele sentiu um súbito riso que era mais forte do que ele, mas ao invés do velho ficar bravo com ele, sorriu também como se fossem amigos há muito tempo.— Nem eu acreditaria se contasse – disse o velho contendo o riso –, mas é verdade, adoro compartilhar isso com as pessoas, me faz tão bem, parece que tira um peso das minhas costas.Quando ele disse isso, ambos deram risada novamente, Daniel sabia que seria grosseria demais de sua parte rir de alguém mais velho que ele, mas depois daquilo não dava mais para continuar sisudo.— Vim aqui – continuou o velho após Daniel se conter – porque você disse que eu não me importava com você.— E não se importa mesmo, é bom poder falar na cara de Deus isso.A voz de Daniel transparecia muito sarc