Patrício estava doido.
Ele tinha fumado alguma coisa ou tinha batido a cabeça bem forte para falar merdas como aquelas. Ou será que ele havia ingerido água sanitária pensando que era um suco de maça? Ou ele estava querendo brincar comigo perguntando aquilo?
Na sala estavam todos quietos. Felipe e Katherine parados, quase catatônicos com aquela situação, tanto como eu. Não dava nem para ouvir a respiração, pois naquele momento era inexistente.
Eu o olhei sem acreditar que aquelas palavras tinham saído de sua boca. Era algo surreal como se eu tivesse um sonho... Melhor, em um pesadelo que eu acordaria a qualquer momento e voltaria na realidade da minha vida chata.
Ou será que aquilo é real?
Levei minha mão ao meu pulso e o belisquei para ver se aquilo n
Eu fiquei calada. Aquilo era meio inacreditável de se acreditar. Chuck, o Chuck que eu conheço falaria alguma coisa daquelas? Quais as probabilidades? Eu sempre tive certeza que ele queria destruir minha vida, e eu ainda tenho essa certeza, só que agora com essas palavras o que eu devo pensar?Nada mais fazia sentido na minha vida.O mundo parou de girar, e o sol explodiria.Era assim que eu estava me sentindo.– Então quer dizer que Chuck faz tudo isso, quer destruir a vida dela... Porque ama? - Pergunta Felipe.– Exatamente. No jogo do amor, nada faz sentido. - Patrício fala com um sorriso.– Eu não estou entendendo nada.Patrício bufa com minha afirmação e se endireita na cadeira para falar comigo.– Resumi
– Eu desisto de viver! - Grito começando a andar rápido tentando sair daquele lugar que eu odiava.Eu estava na aula de balé quando me deu um ataque de nervo ao ver a idiota da Jéssica ser escolhida para fazer o Lago dos Cisnes. Não que eu estivesse querendo esse lugar para mim, pelo contrário, nem queria parecer nesta bosta de apresentação, mas ao ver ela jogado na minha cara que é melhor do que eu e que só ela tem capacidade para fazer a principal da apresentação... Subiu o sangue e eu acabei tendo um ataque. E isso causou minha expulsão (ou suspensão, se preferir) da escola de balé por uma semana. Como se eu me importasse com isso.Ando estressada demais esses dias. São tantas coisas na minha cabeça que eu não sei mais controlar minhas emoções. Parece eu sempre estou a base de c
– Desculpa a demora... - Minha mãe disse cumprimentando Anne com dois beijinhos em cada bochecha, daquele jeito de sempre. - Ag se atrasou.– Claro. Eu. - Digo ironicamente e cumprimentando Anne.– Verona. - Anne cumprimentou meu pai e logo depois fechou a porta.A casa estava brilhosa (limpa?) desde minha última visita. Fomos até a sala e encontramos Patrício e Felipe sentados em um dos sofás. Um garotinho que no máximo tinha oito anos estava sentado na poltrona perto dos meninos. E um senhor de idade (seus 40 anos) sentado na outra poltrona bebendo em seu copo.– Venham, venham. - Anne disse puxando meus pais - Deixe-me apresentar todos. - Ela apontou para Patrício e depois para Felipe. - Meu filho vocês já conhecem. No seu lado é o amigo dele, meu afilhado, Felipe.
Passo pela cozinha e ando até a porta que leva para o pátio da casa. Ele era grande, tinha tudo o que uma casa daquele status havia. Desde piscina a canil (embora não tenha nenhum cachorro). Andei até a borda da piscina e fiquei olhando para sua água pensando em tudo.Anne havia descoberto realmente o que eu havia feito, ou será que ela estava só blefando para eu me afastar do seu filho? Será que ela andou conversando com o Chuck? Mas isso não faria sentido, porque ele não contaria nada daquele dia... A menos, que ele tenha ganhado alguma coisa realmente boa em troca de um segredinho sujo meu. Ele anda sumido por esses dias... Será?Mas eu não poderia machucar Patrício, poderia? Não. Claro que não. Estamos em uma aposta besta e nenhum dos dois quer realmente se apaixonar pelo outro. Certo? Então, por mais que eu tenha esse meu passado sujo, isso não po
– Você está apaixonado por mim? - Eu perguntei impaciente pela segunda vez.Eu havia tido meus "20 segundos de coragem" e no fim deles, me arrependi. Não sei por que eu tive a ideia de perguntar uma coisa dessas, afinal... Eu sabia que não. Ou pelo menos era isso que eu queria ouvir, não era? Então porque será que estou sentindo uma pontinha lá no fundo de expectativa que sua resposta fosse "sim"? Era como uma pontinha de iceberg que estava começando a se mostrar um pedaço imenso de gelo e a qualquer momento iria me afundar, como havia feito com oTitanic.– Eu... Hm... Hã... - Patrício abria e fechava a boca diversas vezes, porém não sabia o que falar, ou talvez não conseguisse.– Realmente, não sei para que lado levar sua resposta. - Digo dando uma carga irônica na pala
– Kathe, eu preciso ir ao Instituto. – Eu digo começando a andar. – Depois me liga.– Tudo bem. – Ela fala sem sair do provador.{...}– Senhorita Verona, por aqui, por favor. – A diretora e dona do Instituto falou dando um sorriso de poucos amigos me levando até sua sala. – Sente-se.Eu sentei e a fitei. Já era ruim o bastante ser expulsa do ballet (não que eu gostasse de fazer, pelo contrário) e agora eu havia sido chamada para visitar o covil da Cruela de Vil em forma de dinossauro, tinha como pior minha situação?Sim, porque a Senhora Vil (Esse é o sobrenome dela. Coincidência? Não mesmo!) tinha mais do que eu poderia imaginar no requisito idade, ela parecia aquelas mulher bem velhas, do tempo dos Dinossauros que se esqueceu de ser extinta, enterrada e redescoberta depois de milhões de anos. Usava aqueles coques cheios de
Havia se passado um bom tempo desde quando recebi a intimação para fazer o espetáculo de Ballet. E bem, eu não poderia desistir de fazê-lo, ainda mais com minha mãe espalhando para Deus e o mundo que eu seria a Odette e como ela estava orgulhosa de sua filha. Eu simplesmente não podia destruir seu sonho dessa forma, eu não era mais uma pessoa assim. Certo? Certo!Os ensaios aconteciam todos os dias e eu não tinha descanso. E a pior parte era que Jéssica não iria se apresentar mais porque não tinha papel bom o suficiente para ela, já que a Rainha das Patricinhas não aceitou ser a feiticeira que eu esqueci o nome, a malvada. O papel combinava direito com ela, não acha? Pena que não aceitou.Minha relação com Patrício continuava a mesma. Eu ainda não havia lhe respondido a mensagem que me ma
O dia amanhecerá. O relógio marcava cinco da manhã e eu não havia dormido nada. Estávamos em um hotel de estrada que encontrei por acaso. Sabia que não podia levar Patrício para minha casa, ou a casa dele e muito menos para um hospital. Do jeito que ele estava e minha aparência, perguntas iriam surgir e a policia com muita certeza iria ser envolvida e era tudo o que eu não queria naquele momento.Patrício dormia tranquilamente agora na cama de casal. Eu havia cuidado de seus ferimentos com um quite de socorros que o carinha da portaria me emprestou. Não havia mais sangue escorrendo e os danos que sobraram foram os mínimos, como o corte na sobrancelha, o corte do nariz que graças a Deus foi apenas superficial, nada que precisasse se preocupar de verdade. Troquei sua roupa por uma que achei no armário do hotel, nem pergunte quem deixaria uma roupa ali,