– Kathe, eu preciso ir ao Instituto. – Eu digo começando a andar. – Depois me liga.
– Tudo bem. – Ela fala sem sair do provador.
{...}
– Senhorita Verona, por aqui, por favor. – A diretora e dona do Instituto falou dando um sorriso de poucos amigos me levando até sua sala. – Sente-se.
Eu sentei e a fitei. Já era ruim o bastante ser expulsa do ballet (não que eu gostasse de fazer, pelo contrário) e agora eu havia sido chamada para visitar o covil da Cruela de Vil em forma de dinossauro, tinha como pior minha situação?
Sim, porque a Senhora Vil (Esse é o sobrenome dela. Coincidência? Não mesmo!) tinha mais do que eu poderia imaginar no requisito idade, ela parecia aquelas mulher bem velhas, do tempo dos Dinossauros que se esqueceu de ser extinta, enterrada e redescoberta depois de milhões de anos. Usava aqueles coques cheios de
Havia se passado um bom tempo desde quando recebi a intimação para fazer o espetáculo de Ballet. E bem, eu não poderia desistir de fazê-lo, ainda mais com minha mãe espalhando para Deus e o mundo que eu seria a Odette e como ela estava orgulhosa de sua filha. Eu simplesmente não podia destruir seu sonho dessa forma, eu não era mais uma pessoa assim. Certo? Certo!Os ensaios aconteciam todos os dias e eu não tinha descanso. E a pior parte era que Jéssica não iria se apresentar mais porque não tinha papel bom o suficiente para ela, já que a Rainha das Patricinhas não aceitou ser a feiticeira que eu esqueci o nome, a malvada. O papel combinava direito com ela, não acha? Pena que não aceitou.Minha relação com Patrício continuava a mesma. Eu ainda não havia lhe respondido a mensagem que me ma
O dia amanhecerá. O relógio marcava cinco da manhã e eu não havia dormido nada. Estávamos em um hotel de estrada que encontrei por acaso. Sabia que não podia levar Patrício para minha casa, ou a casa dele e muito menos para um hospital. Do jeito que ele estava e minha aparência, perguntas iriam surgir e a policia com muita certeza iria ser envolvida e era tudo o que eu não queria naquele momento.Patrício dormia tranquilamente agora na cama de casal. Eu havia cuidado de seus ferimentos com um quite de socorros que o carinha da portaria me emprestou. Não havia mais sangue escorrendo e os danos que sobraram foram os mínimos, como o corte na sobrancelha, o corte do nariz que graças a Deus foi apenas superficial, nada que precisasse se preocupar de verdade. Troquei sua roupa por uma que achei no armário do hotel, nem pergunte quem deixaria uma roupa ali,
17 de NovembroO dia amanheceu com uma preguiça contagiante. Os raios do sol brilhavam com preguiça de querer se levantar e espantar toda a obscuridade da noite que se passou. É o seu trabalho, então teve que se tornar forte afastando a escuridão dos corações das pessoas.Eu não havia dormido nada. Eu não consiga pregar o olho por muitas razões. Passei a noite em claro olhando para a fase redonda da lua e tentando encontrar a soluções para meus problemas e para os problemas da lua. Eu sei.Idiotice! Mas eu estava me sentindo idiota, então porque não pensar em idiotices?Desde o sequestro de Patrício, eu e ele não nos falamos. Algumas poucas palavras são trocadas por educação, mas nada mais passa disso. Eu sei que ele espera o dia em que eu irei me dec
– Que novidade! – Digo revirado os olhos e deixando um fraco sorriso escapar dos meus lábios.– Você deve se perguntar por que eu a escolhi, porque eu destruo sua vida, a faço virar um inferno terreno, sumo e depois apareço como se nada estivesse acontecido... Então, toda a noite você se pergunta “porque eu?”, estou certo?– Na verdade, não. – Digo e ele ri.– Bem, é efeito de se estar morrendo: Não se conhece mais as pessoas.– Mas continue falando. – Eu o encorajo curiosa.– Onde estávamos mesmo?... Assim. Bem, quando meus pais morreram eu fui levado para o orfanato e maltratado, mas não culpo minha realidade por tudo o que fiz, na verdade acho hipocrisia quem culpe sua realidade. Eu escolhi ser assim e só eu posso me culpar por tudo que fiz, por todas as amas puras que desvirtuei, mas quando te vi pe
– Como soube onde eu estava? - Pergunto secando as últimas lágrimas que restavam em meu rosto.Estava no carro de Patrício em direção a sua casa, já que sua mãe estava em algum lugar ai com seu namorado e a casa estava livre de qualquer ser que quisesse me colocar para baixo, mais do que eu já estava.– Eu esbarrei com Katherine enquanto ela corria, para o hospital levando alguma coisa, daí ela me contou o que havia ocorrido e eu vim o mais rápido que consegui. - Ele falou olhando para a estrada em sua frente. - E bem, depois de dispensar uma garota.Patrício estava com uma garota?Patrício estava com uma garota.PATRÍCIO. ESTAVA. COM. UMA. GAROTA.Patrício estava com uma garota.P-A-T-R-I-C-K E-S-T-A-V-A C-O
– Fera? – Eu digo olhando com ele. – Você me chamou de Fera? Quer morrer é menino?– Eu não acredito que a Verona está realmente apaixonada por mim. – Patrício falou batendo palmas e rindo ao mesmo tempo. – Eu devia receber um grande prêmio por domar a Fera.– Cala a boca! – Ordeno irritada.Ele me chama de Fera. Isso é um absurdo. Cadê a focinheira quando se precisa?– Agora, sem brincadeira. – Ele falou se aproximando de mim, colocando uma de suas mãos atrás das minhas costas para se apoiar enquanto ficava em cima de minha pessoa. – Você percebeu o quanto sou incrivelmente encantador, gato, gostoso e tudo que há de bom e que não consegue mais ficar longe dessa perfeição que eu sou?– Bem
– Angelica, chegou o momento. - Patrício disse depois de alguns minutos de silêncio das ambas das partes. - Quero saber de tudo agora.Eu o olhei incrédula.Eu sabia que esse momento iria chegar a minha vida. Sabia que chegaria a hora de ter que contar a verdade para a pessoa que eu amava, sabia até que estava na hora não iria demorar muito a chegar.Porém, eu não estava preparada.Eu não estava preparada para aquele momento, como tinha consciência que nunca estaria. Abrir, revirar e expor meu passado era mais doloroso do que se podia imaginar. Era como se estivesse tirando de mim uma camada protetora que eu necessitava, era como me colocar dentro de uma mesa e me deixar exposta, submissa a todos os testes que quisessem fazer em mim, e eu não podia revidar.– Patrício... - F
– "Eu sei, tudo pode acontecer. Eu sei nosso amor não vai morrer. Vou pedir aos céus, você aqui comigo. Vou jogar no mar, flores para te encontrar... Não sei, porque você disse adeus. Guardei o beijo que você me deu..." - Cantarolei enquanto assinava os papéis da escola.Enfim eu estava livre da escola, para sempre.Hoje era o último dia de escola e eu estava imensamente feliz porque eu não precisaria vir mais para essa bosta aprender merda que eu não irei usar na minha vida. Além de que eu não precisaria olhar mais para a cara de nenhum babaca metido a besta dessa escola.– "Vou pedir aos céus, você aqui comigo..." - Continuei cantarolando enquanto entregava os últimos papéis para a moça da secretária. - Tudo certo?– Tudo sim Senhorita Verona