17 de Novembro
O dia amanheceu com uma preguiça contagiante. Os raios do sol brilhavam com preguiça de querer se levantar e espantar toda a obscuridade da noite que se passou. É o seu trabalho, então teve que se tornar forte afastando a escuridão dos corações das pessoas.
Eu não havia dormido nada. Eu não consiga pregar o olho por muitas razões. Passei a noite em claro olhando para a fase redonda da lua e tentando encontrar a soluções para meus problemas e para os problemas da lua. Eu sei.
Idiotice! Mas eu estava me sentindo idiota, então porque não pensar em idiotices?
Desde o sequestro de Patrício, eu e ele não nos falamos. Algumas poucas palavras são trocadas por educação, mas nada mais passa disso. Eu sei que ele espera o dia em que eu irei me dec
– Que novidade! – Digo revirado os olhos e deixando um fraco sorriso escapar dos meus lábios.– Você deve se perguntar por que eu a escolhi, porque eu destruo sua vida, a faço virar um inferno terreno, sumo e depois apareço como se nada estivesse acontecido... Então, toda a noite você se pergunta “porque eu?”, estou certo?– Na verdade, não. – Digo e ele ri.– Bem, é efeito de se estar morrendo: Não se conhece mais as pessoas.– Mas continue falando. – Eu o encorajo curiosa.– Onde estávamos mesmo?... Assim. Bem, quando meus pais morreram eu fui levado para o orfanato e maltratado, mas não culpo minha realidade por tudo o que fiz, na verdade acho hipocrisia quem culpe sua realidade. Eu escolhi ser assim e só eu posso me culpar por tudo que fiz, por todas as amas puras que desvirtuei, mas quando te vi pe
– Como soube onde eu estava? - Pergunto secando as últimas lágrimas que restavam em meu rosto.Estava no carro de Patrício em direção a sua casa, já que sua mãe estava em algum lugar ai com seu namorado e a casa estava livre de qualquer ser que quisesse me colocar para baixo, mais do que eu já estava.– Eu esbarrei com Katherine enquanto ela corria, para o hospital levando alguma coisa, daí ela me contou o que havia ocorrido e eu vim o mais rápido que consegui. - Ele falou olhando para a estrada em sua frente. - E bem, depois de dispensar uma garota.Patrício estava com uma garota?Patrício estava com uma garota.PATRÍCIO. ESTAVA. COM. UMA. GAROTA.Patrício estava com uma garota.P-A-T-R-I-C-K E-S-T-A-V-A C-O
– Fera? – Eu digo olhando com ele. – Você me chamou de Fera? Quer morrer é menino?– Eu não acredito que a Verona está realmente apaixonada por mim. – Patrício falou batendo palmas e rindo ao mesmo tempo. – Eu devia receber um grande prêmio por domar a Fera.– Cala a boca! – Ordeno irritada.Ele me chama de Fera. Isso é um absurdo. Cadê a focinheira quando se precisa?– Agora, sem brincadeira. – Ele falou se aproximando de mim, colocando uma de suas mãos atrás das minhas costas para se apoiar enquanto ficava em cima de minha pessoa. – Você percebeu o quanto sou incrivelmente encantador, gato, gostoso e tudo que há de bom e que não consegue mais ficar longe dessa perfeição que eu sou?– Bem
– Angelica, chegou o momento. - Patrício disse depois de alguns minutos de silêncio das ambas das partes. - Quero saber de tudo agora.Eu o olhei incrédula.Eu sabia que esse momento iria chegar a minha vida. Sabia que chegaria a hora de ter que contar a verdade para a pessoa que eu amava, sabia até que estava na hora não iria demorar muito a chegar.Porém, eu não estava preparada.Eu não estava preparada para aquele momento, como tinha consciência que nunca estaria. Abrir, revirar e expor meu passado era mais doloroso do que se podia imaginar. Era como se estivesse tirando de mim uma camada protetora que eu necessitava, era como me colocar dentro de uma mesa e me deixar exposta, submissa a todos os testes que quisessem fazer em mim, e eu não podia revidar.– Patrício... - F
– "Eu sei, tudo pode acontecer. Eu sei nosso amor não vai morrer. Vou pedir aos céus, você aqui comigo. Vou jogar no mar, flores para te encontrar... Não sei, porque você disse adeus. Guardei o beijo que você me deu..." - Cantarolei enquanto assinava os papéis da escola.Enfim eu estava livre da escola, para sempre.Hoje era o último dia de escola e eu estava imensamente feliz porque eu não precisaria vir mais para essa bosta aprender merda que eu não irei usar na minha vida. Além de que eu não precisaria olhar mais para a cara de nenhum babaca metido a besta dessa escola.– "Vou pedir aos céus, você aqui comigo..." - Continuei cantarolando enquanto entregava os últimos papéis para a moça da secretária. - Tudo certo?– Tudo sim Senhorita Verona
Meu orgulho sempre fala mais alto do que qualquer dor que eu sinta.Algumas horas depois sai com Katherine para comemorarmos nossa – enfim – saída da escola em um barzinho perto de casa. Meus pais haviam saído para comer em um restaurante chique, então, não tinha muito com que eu me preocupar. Chegamos ao lugar e nos sentamos em uma mesa.– É a sua grande chance! – Kathe diz sorrindo para mim olhando para a porta.– Que? – Eu não havia entendido o que ela quis dizer e me viro para olhar o que Kathe estava vendo.E ali estava, o amor da minha vida... Patrício Luiz.Eu o olhei rapidamente e depois virei meu rosto torcendo para que ele não me visse. Eu não estava nem um pouco preparada para falar com ele, ou para senti-lo perto de mim.Porque o
Sentia como se meu coração fosse pular de meu peito, fazer uma pirueta no ar e cair desgraçadamente no chão úmido e frio.Eu estava nervosa.Quem não estava nervoso?Hoje era o grande dia: A apresentação!Todos os preparativos estavam prontos. A orquestra estava sentando em seus lugares com seus instrumentos musicais gigantescos. A Senhora De Vil não parava de dar ordens para todos. Jéssica ajudava algumas bailarinas com suas saias e eu estava tentando ficar calma e não correr daquele lugar como uma maluca.– Deixe me ver... - Jéssica diz me assustando. - Agora, respire!Fiz o que ela mandou.– Seu vestido está magnifico! - Ela completou me avaliando. - Claro, fui eu que fiz! Agora, lembre-se do cuidado que se deve
Quem diria que o amor dos personagens poderia se transformar em um amor verdadeiro? Quem diria que eu estaria encenando uma pessoa espetacular como aquela com o homem que eu amava? Quem diria...!Porém, nossa dança de amor precisava ter um fim.E esse fim é Odette se matando para poder, só assim, viver um feliz para sempre com seu príncipe de contos de fadas. Então, ela se joga do penhasco e morre. Ou seja, eu acabo tendo que sair de cena da forma mais dramática e triste que há.E o Príncipe, não aguentando ver sua amada tendo esse fim, se joga atrás dela e morre para encontra-la no paraíso, onde seu amor será eterno...E o espetáculo acaba com uma salva de palmas de todos em pé.Bailarinos entram e agradecem. São jogadas flores para nós e eu