Pablo RodriguézBusco não fazer movimentos bruscos para não acordar Alicia , que dorme tranquilamente com a cabeça apoiada em meu peito. Me sinto privilegiado por poder vê-la dormir assim tão perto.Ela é tão linda!Seus olhos fechados e seu ressonar transmitem uma delicadeza que me traz paz, poderia facilmente assistir ela dormir durante um dia inteiro.Pensar dessa forma faz com que eu me sinta um idiota apaixonado. Não estou exausto, por incrível que pareça, dormi a noite toda e não tive nenhum pesadelo, me pergunto se foi pelo cansaço ou se a presença de Alicia fez com que eu tivesse uma noite de sono digna.Pesadelo agora vai ser encarar Brenda, ela teve um surto quando provei, com uma foto de Alicia , que estava em seu apartamento. Minha chefe tinha sido incrível com ela e é isso que realmente importa. As palavras de Alicia sobre não ter uma família, ou melhor, não ter uma família que se importe com ela, ainda estão frescas em minha mente. O seu pai parecia ser uma boa pesso
Alicia PamukPercebi a tensão de Pablo logo que entramos no elevador e busquei agir o mais naturalmente possível para que ele não ficasse ainda mais desconfortável, também estou tensa e não sei bem como agir. Não estava disposta a deixar que nenhum outro homem entrasse em minha vida depois do desastre que foi com Paul, mas Pablo veio como um furacão, me fazendo sentir em menos de um mês o que não consegui sentir com Paul em anos.Sei que me envolver com Pablo, e abrir meu coração dessa forma para ele, pode ser loucura, mas estou disposta a correr o risco.Sua presença, que antes me irritava, agora arranca de mim sorrisos espontâneos e uma vontade gigantesca de viver, de ser feliz. Percebo uma dor em seu olhar e sei que ele ainda sofre com todas as perdas que teve, mas a forma como disse que tem coisas a seu respeito que preciso saber trouxe uma esperança de que, em alguém momento, ele se abra para mim. Não vou falar sobre o que sua avó e Brenda me disseram, quero que ele mesmo me c
Pablo RodriguézÉ claro que estamos atrasados, foi só Alicia entrar em minha casa que ela pareceu esquecer que tinha que ir para empresa. E não adiantou eu me vestir o mais rápido que consegui, só saímos depois de minha avó praticamente nós obrigar a comer, acho que o olhar fuzilador de Alicia quando recusei tomar café também contribuiu.Minha família está encantada por ela, me arriscaria a dizer que o sentimento é recíproco, ela parecia tão confortável e leve junto com eles. É como se aquela Alicia que conheci em meu primeiro dia de trabalho nunca tivesse existido, a mulher sentada ao meu lado, cantarolando baixinho uma música que ela diz ser de uma banda Pop coreana, não parece em nada com a chefe que os funcionários apelidaram de megera. Não que ela não tenha sido uma tirana com os funcionários, essa descrição apenas não se encaixa com a mulher sentada ao meu lado.Essa Alicia é doce, delicada, com um sorriso fácil e radiante.Sei que não me apaixonei pela Alicia de agora, sou m
Pablo RodriguézA maioria dos funcionários da Pamuk almoçavam no mesmo lugar, o restaurante tem uma espécie de contrato aparentemente e fica a apenas alguns metros do prédio da empresa, o que facilita para irmos a pé.Vejo como um restaurante de luxo, mas sempre ficamos no térreo que, segundo Tom, é aonde a ralé fica. Eu não me importo, gosto de passar um tempo com meus novos amigos no horário de almoço enquanto eles falam sem parar e, aparentemente, eles sabem de tudo o que acontece naquela empresa. A presença dos dois se tornou confortável a ponto de fazer com que eu me soltasse mais, até participando do clube de fofoca deles. Já conheço toda a empresa e todos que trabalham lá sem nem ter trocado uma palavra, apenas pela descrição de Tom e Mili.Estava tentando não me preocupar com o fato de Alicia não sair de sua sala, dizendo a Mili para não pedir o seu almoço, mas o questionamento sobre ela estar chateada pelo que eu disse no estacionamento volta a rondar minha mente.— Como voc
Pablo Rodriguéz Me viro para ver o que causou sua mudança repentina de humor.Um homem alto, forte e vestindo um terno preto caminha a passos firmes em nossa direção, a cabeça baixa me impede de ver suas feições para saber de quem se trata, mas a postura imponente e tensa dele me diz que não se trata de sua primeira vez aqui, e a reação de Mili me faz crer que ela sabe quem ele é. Conforme o homem se aproxima, observo com afinco seu rosto e a expressão sisuda, confirmando que não é alguém que eu tenha visto antes. Não sou hipócrita para dizer que o cara não é bonito, mandíbula quadrada, coberta por uma camada extensa de barba escura, da mesma tonalidade dos seus cabelos bem cortados, seu olhar frio contém olheiras profundas e lembram um pouco do que eu era alguns meses atrás. Ele passa por mim, ignorando completamente minha presença, e para em frente à mesa de Mili.— Boa tarde, senhor Atkinson, não...— Quero falar com Alicia — ele interrompe Mili em um tom de voz opressor. Quem
Alicia PamukMe assusto ao ver Pablo parado no meio da minha sala. Depois da visita breve de Edward, apenas para saber como eu estava, notei que ele não estava junto de Mili me esperando como de costume.Segundo minha assistente, ele tinha ido tomar um café, fico tanto tempo presa aqui que às vezes esqueço que eles não estão o tempo todo parados, esperando uma ordem minha. Me levanto rápido, surpresa e curiosa por ele estar aqui. Sua expressão não diz muito. — Mili disse que me procurou — sua voz é firme e sua postura formal demais. — Precisa de algo?Saio do lugar, ficando agora recostada em minha mesa, meu tornozelo incômoda um pouco, mas não está machucado, é só uma dorzinha me fazendo lembrar da minha péssima ideia de ir até o restaurante almoçar, só para ficar perto de Pablo. Por que assumir isso soa tão patético?— A senhorita precisa de algo? — ele parece irritado.— Voltamos à senhorita? — Cruzo os braços. Ele me olha de cima a baixo, dá uma lufada de ar e coloca as mãos no
Pablo RodriguézEu tive uma semana incrível e Alicia fazer parte dos meus dias, de uma forma diferente, tem sido a melhor parte. Passamos a ficar juntos todos os dias depois do expediente. Tomei a decisão de aceitar o presente que Deus, ou seja lá qual força superior, estava me dando e me permiti viver essa felicidade.Se dependesse de Alicia , eu passaria todas as noites em seu apartamento, seja cozinhando juntos, transando, nadando na piscina, brincando com Stark ou vendo doramas e passando raiva por ela ficar babando naqueles coreanos metidos a besta. Já tínhamos terminado Pousando no Amor e agora estávamos vendo Noiva por Vingança . Repetimos o ritual, eu dorDonna com ela, acordávamos mais cedo, eu ia até a casa dos meus avós para me trocar e ficávamos para o café.Alicia parecia estar muito feliz com essa rotina, sempre mimando Brenda e meus avós, vi minha irmã quase ter uma sincope ao ganhar uma quantidade exorbitante de produtos da Pamuk. Estou começando a achar, ou melhor,
Alicia PamukDonna só podia estar aprontando alguma coisa, não tinha mais nenhum carro além do meu e, segundo ela, era uma social com alguns amigos. Mas então por que parece que só a gente chegou?Toco a campainha, sentindo a mão suada de Pablo junto a minha. Ele está nervoso, eu sei que está. — Ah, que bom que chegaram! — A porta é aberta e Donna praticamente pula em nossa frente.Ela está usando um vestido colorido, como os de sempre, e seus olhos vão diretamente para a minha mão segurando a de Pablo, então seu sorriso dobra de tamanho.Ela nos puxa para um abraço.— É tão bom recebê-los — diz.— Cadê todo mundo? — cochicho entredentes antes de ela nos soltar.— Ah, estão aqui, somos só nós. — Aponta para nosso pequeno círculo.— O quê? Não vem mais ninguém? — questiono, olhando ao redor, e ela nega, balançando a cabeça. É claro que ela aprontaria algo!— Não fiquem parados aí, venham. — Faz um floreio para que entremos. — Pablo, é um prazer recebê-lo em nossa casa. Kai, querido!