A adrenalina pulsava nas veias de Elena enquanto ela, Theo, Mateo e Felipo se afastavam rapidamente do prédio. O vento da noite fria chicoteava seu rosto, mas sua mente estava muito ocupada com o pavor crescente para sentir o frio. Eles não tinham tempo a perder. Cada passo parecia ecoar no silêncio da cidade, e a sensação de que seriam alcançados não a deixava.— Temos um carro esperando — sussurrou Theo, sem parar de andar a tirando do mar de profundos pensamentos. — Mas temos que ser rápidos.Elena tentou manter a calma, mas a sensação de que algo estava terrivelmente errado a consumia. Seu telefone ainda pesava em seu bolso, as palavras da misteriosa ligação reverberando em sua mente: "Não confie em ninguém." Ela olhou para os três irmãos à sua frente, e a dúvida começou a surgir em seu coração novamente. Como ela poderia confiar neles, quando todo o seu mundo estava desmoronando em volta?Não saber quem os seguia deixava tudo pior na confusão de pensamentos que Elena estava tendo
O silêncio após o anúncio de Lorenzo parecia congelar o ar. Elena olhou em volta, o coração disparado, enquanto os dois carros pretos bloqueavam qualquer possível rota de fuga. As ruas de Roma, que até então haviam sido um cenário histórico e imponente, um sonho que Elena pensava que seria perfeito, agora pareciam uma prisão sem saída. Mateo, no banco da frente, fechou os olhos por um breve momento, claramente frustrado com a situação. Theo ao lado de Elena, permaneceu em alerta, com os olhos fixos nos carros à frente. Felipo, que até então parecia o mais calmo, estava com os punhos cerrados, pronto para o que viesse.— Não podemos ficar aqui — disse Mateo, com a voz dura, quebrando o silêncio. — Eles não vão hesitar em nos arrastar para fora e acabar com isso.Lorenzo assentiu. — Não temos escolha a não ser lutar. Vou tirar vocês daqui, mas será complicado.Antes que Lorenzo pudesse continuar, as portas dos dois carros pretos se abriram simultaneamente. Vários homens, todos vestind
Elena mal teve tempo de processar o que estava acontecendo antes de ouvir o som ensurdecedor da porta do armazém sendo arrombada. O estrondo ecoou pelas paredes desgastadas, e uma rajada de vento frio invadiu o espaço escuro, seguida pelos homens armados de Don Vitale. O coração de Elena disparou. Ela sentiu o pânico tomar conta de seus pensamentos, mas sabia que não podia se dar ao luxo de perder o controle agora.Lorenzo rapidamente se colocou entre Elena e os homens, caminhando para trás de uma pilha de caixas. Ele levantou a arma que trazia, mas mesmo assim Elena sabia que estavam em desvantagem. Eram muitos. A tensão no ar era palpável, e o silêncio que precedia o caos era ensurdecedor.— Vocês vieram longe demais — a voz do líder dos capangas ecoou, grave e cortante. Ele estava no centro do grupo, com uma postura relaxada, como se tivesse todo o tempo do mundo. — Mas realmente achavam que poderiam fugir de Don Vitale? Ele sabe de cada passo que vocês dão.Lorenzo manteve a arma a
O ar parecia ter sido sugado da noite quando Don Vitale desceu do carro, caminhando em direção a Theo e Elena. Seus passos eram lentos e deliberados, como se quisesse prolongar o momento, saboreando o medo crescente nos olhos de sua presa. Elena sentiu um calafrio percorrer sua espinha. O homem que estava diante dela, com um terno impecável e uma expressão fria, exalava uma autoridade sombria, algo que ia além do simples poder que tinha. Era como se ele estivesse jogando um jogo cujo desfecho já conhecia.Theo respirou fundo ao lado dela, seus punhos cerrados sobre o volante. Ele sabia que qualquer movimento imprudente poderia custar suas vidas. A tensão no ar era palpável, cada segundo esticando-se em uma eternidade.— Elena — Don Vitale falou, sua voz profunda e controlada, como se estivesse cumprimentando uma velha amiga. — Finalmente nos encontramos.Ela tentou manter a cabeça erguida, apesar do pavor que sentia ao vê-lo tão de perto. O pouco que ouvira sobre ele era aterrorizante
Mateo foi o primeiro a se mover. Ele guardou a arma e se aproximou do carro onde Theo e Elena ainda estavam escorados, Elena tentando absorver toda a confusão que sua vida pacata se transformou. Seu rosto estava marcado pelo cansaço e a tensão, mas ele tentou esconder a preocupação.As sirenes ficaram mais altas conforme se aproximavam, mas Elena não conseguia tirar os olhos da estrada onde Don Vitale desapareceu. As palavras dele ainda ecoavam na mente de Elena: "Você vai entender tudo." O que isso significava? E por que seu pai parecia estar no centro de tudo isso? Ela tentou reorganizar os pensamentos, mas parecia impossível diante do caos à sua volta.— Precisamos sair daqui — disse Mateo, a voz firme, mas baixa. — A polícia pode nos fazer perguntas que não queremos responder agora.Theo balançou a cabeça em concordância, mas era evidente que ele ainda estava absorvendo o que havia acontecido.— Certo — murmurou Theo. — Mas para onde vamos?Felipo, que até então havia permanecido
A pequena casa onde eles pararam era um refúgio temporário, mas Elena sentia que não importava onde estivessem, a sombra de Don Vitale os perseguiria. O peso das revelações sobre seu pai continuava a reverberar em sua mente, e a urgência de descobrir a verdade a deixava cada vez mais inquieta.Dentro da casa, Mateo e Felipo começaram a discutir estratégias, mas Elena mal conseguia prestar atenção. As paredes estreitas do lugar, combinadas com o silêncio, faziam com que ela se sentisse sufocada. Theo, percebendo o desconforto de Elena, se aproximou e sugeriu que ela desse uma volta do lado de fora para clarear a mente.Ela acenou com a cabeça, agradecida por um pouco de espaço para processar tudo. Caminhou para fora, a brisa noturna tocando seu rosto e seus pensamentos correndo soltos. As estrelas brilhavam no céu, um contraste gritante com o caos que sentia em seu interior. Ela parou a alguns metros da casa, tentando controlar a respiração e organizar as ideias. As perguntas rodopiava
A noite estava sufocante, tanto pelo calor quanto pela tensão que pairava no ar. Elena ainda sentia a presença esmagadora do homem à sua frente — seu pai. As palavras que ele acabara de proferir ecoavam em sua mente. "Você é a chave para destruir o império de Don Vitale." Mas o que isso significava, afinal? Como ela poderia ser tão crucial em uma guerra que mal entendia?Ela olhou para os três irmãos, tentando encontrar uma pista nas expressões deles. Mateo, sempre o mais cauteloso, mantinha o semblante sério, as mãos ainda firmes na arma. Felipo, já completamente impaciente e pragmático, claramente naquele momento estava em dúvida sobre o que fazer. Theo, no entanto, parecia ser o mais dividido entre os três irmãos. Elena notou como o olhar dele oscilava entre ela e o pai, como se estivesse pesando cada palavra, cada movimento.O pai de Elena deu mais um passo à frente, ainda com as mãos levantadas em um gesto de rendição, mas seu olhar estava fixo nela. Seus olhos, uma vez familiares
O riso sinistro de Don Vitale ecoava na escuridão, reverberando pelas paredes da casa onde Elena e os irmãos se abrigavam. Seu coração batia descontroladamente no peito. Como ele havia os encontrado, tão rápido? Eles tinham sido tão cuidadosos… ou pelo menos pensavam que tinham sido.— Temos que sair daqui! — Mateo gritou, já movendo-se rapidamente em direção à porta da frente, onde ele e Felipo ficaram de guarda.Theo, sempre atento, agarrou o braço de Elena.— Fique comigo, não saia do meu lado, entendeu? — disse ele, a voz baixa, mas cheia de urgência.Elena mal conseguia processar o que estava acontecendo. Apenas alguns minutos antes, estava confrontando seu pai e tentando entender seu papel em tudo aquilo, e agora Don Vitale estava à espreita, esperando para capturá-la. Ela assentiu para Theo, tentando controlar a respiração, enquanto ele a guiava rapidamente para uma saída pelos fundos da casa.— Isso é um jogo para você, Vitale? — Mateo gritou, sua voz carregada de raiva, enquan