O som de passos apressados ecoou pelos corredores do castelo enquanto Danika e Enry voltavam da academia. Antes que pudessem chegar ao grande hall, uma figura alta e esguia, envolta em um manto escuro, apareceu na entrada. Seus olhos brilhavam com um misto de excitação e apreensão."Finalmente, encontrei o que estavam buscando," disse o homem, ofegante, enquanto encarava Enry diretamente. Ele era Markus, um mago versado em história e ocultismo, que Henrico e Enry haviam enviado para investigar o passado de Danika.Danika, ainda tentando controlar a respiração acelerada após o treino, trocou um olhar rápido com Enry. Uma sensação de nervosismo percorreu seu corpo. O que Markus poderia ter descoberto para deixá-lo tão ansioso?Enry estreitou os olhos para Markus, percebendo sua inquietação. "O que você descobriu?" Sua voz grave ecoou pelo corredor, carregada de urgência.Markus fez uma pausa antes de responder, como se estivesse ponderando como começar. "Eu investiguei o acidente que ma
Enry segurou o olhar de Markus com uma intensidade feroz, deixando claro que não havia espaço para erros ou hesitação. Ele se aproximou do mago, parando a poucos centímetros dele, sua presença imponente preenchendo o ambiente."Você vai fazer o possível e o impossível para encontrar essas sacerdotisas," Enry rosnou baixinho, sua voz carregada de autoridade e uma ameaça silenciosa. "Eu não aceito falhas. Se elas estão fora de alcance, você vai trazê-las para cá, nem que tenha que arrastá-las pessoalmente."Markus, intimidado pela proximidade de Enry, assentiu rapidamente, tentando não demonstrar o nervosismo que sentia. Ele sabia que lidar com Enry, especialmente quando Danika estava envolvida, era uma linha tênue entre o dever e o perigo. "Eu entendo," respondeu Markus, sua voz mais firme do que se sentia. "Farei tudo o que estiver ao meu alcance. Sei onde posso começar a procurar.""Comece imediatamente," Enry disse, com a voz ainda firme, mas recuando alguns passos para dar espaço a
Enquanto isso, no interior do castelo, Enry estava no seu escritório, imerso em papéis e preocupações, como de costume. Henrico entrou sem bater, com sua postura descontraída que sempre parecia iluminar qualquer sala, mesmo quando Enry estava com um humor sombrio."O mago voltou?" Henrico perguntou, sentando-se casualmente na poltrona em frente à mesa de Enry.Enry assentiu, afastando alguns papéis e recostando-se em sua cadeira. "Sim, mas ele ainda não tem muito para nos dizer. As sacerdotisas são esquivas, e pode levar um tempo até encontrá-las. Ele mencionou algo sobre um antigo ritual de conexão, mas sem as sacerdotisas, isso não nos ajuda muito."Henrico fez uma careta, pensativo. "Bem, se elas são tão difíceis de achar, é porque devem valer a pena. Acho que vale a espera."Enry balançou a cabeça, impaciente. "Esperar não é exatamente o meu ponto forte. E Danika... quanto mais tempo ficarmos sem respostas, mais exposta ela estará."Henrico sorriu maliciosamente, tentando aliviar
Enry soltou um rugido baixo, sua raiva evidente. "Não é só isso! Não é só sobre ser ou não ser humana. A descoberta mudou tudo. Não estou lidando bem com isso e você tem que entender que é uma situação complicada." Danika riu com sarcasmo, seus olhos brilhando com frustração. "Complicada? A vida é uma merda complicada, Enry! O que você está dizendo é que só me tratou mal porque não sabia que eu era especial? Então eu sou apenas um troféu para você? É assim que funciona, Alfa? Enry se aproximou, seus olhos incendiados. "Você não entende o que está envolvido aqui. Não é só sobre você ser especial. É sobre todo o peso que isso traz. Eu não estou apenas lidando com meus próprios sentimentos confusos, estou lidando com o fato de que você é a chave para algo muito maior. E se você acha que tudo isso é apenas sobre como você se sente, então você está completamente enganada!" "Enganada?" Danika gritou, a frustração tomando conta dela. "Você quase fez Vaiolet sua merda de companheira! Ag
“Às vezes, um pouco de álcool pode ajudar a esquecer as merdas da vida, mesmo que por um tempo," Henrico disse com um sorriso. Danika levantou seu copo e tomou um gole, sentindo o calor do álcool se espalhar por seu corpo. À medida que a noite avançava, ela continuou bebendo, e a conversa entre eles tornou-se mais solta e descontraída. Danika, totalmente embriagada, começou a soltar palavras sem filtro, xingando Enry e falando sobre o quanto ele era um idiota. "Eu não entendo porque ele é tão... um verdadeiro filho da puta," Danika dizia, seu sotaque ficando mais carregado conforme a bebida fazia efeito. "Ele é um babaca arrogante, um macho escroto que acha que o mundo gira em torno dele!" Henrico riu da situação, vendo o estado de Danika. "Acho que já está na hora de parar com isso," ele disse, tentando intervir. "Enry vai acabar me matando quando souber que eu te embebedei." "Ah, que se foda o Enry!" Danika exclamou, sua voz cheia de desaforo. "Estou cansada das merdas dele! Ele
Os dois ficaram ali, em silêncio, com apenas o som da água pingando e o peso da tensão entre eles. Enry sentia o calor dela através de suas mãos, e por mais que ele quisesse se afastar, não conseguia. Por um breve momento, tudo parecia certo. Naquele momento, ele não era o rei dos Lycans, não era o macho que precisava controlar o mundo ao seu redor. Ele era apenas... ele. E ela era apenas... ela. Mas, como sempre, a realidade os alcançou rápido demais. Danika se afastou dele, pressionando as mãos contra o peito de Enry, os olhos arregalados, a respiração acelerada. "Não," ela disse, a voz trêmula. "Eu não posso. Não assim." Ele assentiu, afastando-se e levantando-se com um suspiro pesado. "Tudo bem," ele disse, sua voz rouca. Enquanto ela se acomodava na banheira, fechando os olhos novamente, Enry ficou de pé, observando-a por mais alguns segundos antes de se virar para sair do banheiro. Ele precisava pensar. Precisava encontrar uma maneira de proteger Danika sem destruí-la n
O crepúsculo se estendia como um manto pesado sobre o castelo, os longos corredores e salões ecoando a melancolia que parecia impregnada nas paredes de pedra. Enry estava em seus aposentos, observando o luar filtrando-se pela janela alta, iluminando parcialmente seu rosto. Ele segurava uma taça de vinho, mas não havia tocado na bebida. Seus pensamentos estavam muito longe dali, perdidos em um turbilhão de emoções e dúvidas.Um leve bater à porta o tirou de seus pensamentos. Ele franziu o cenho, confuso. Não estava esperando ninguém, e seus pensamentos estavam ainda concentrados em Danika. Ele quase acreditou que fosse ela voltando para falar mais sobre o que havia acontecido entre eles."Entre," ele disse, sua voz baixa, mas carregada de autoridade.A porta se abriu lentamente, revelando uma figura que fez Enry parar por um segundo. Laelia estava ali, alta e confiante, com os olhos escuros que ele conhecia tão bem. A visão dela o pegou completamente desprevenido. Ele não sabia que ela
No dia seguinte, Henrico já havia notado a presença de Laelia no castelo. Ele não conseguia esconder a pontada de ciúmes que sentia ao saber que, após seu retorno, Laelia foi ver Enry antes de qualquer outra pessoa. Ele sabia que ela sempre o via como um irmão, mas isso não amenizava o desejo que sentia por ela. Ele encontrou Enry enquanto este verificava alguns relatórios do treino da alcateia. Seus olhares se cruzaram, e Henrico decidiu falar. — Então, Laelia voltou e foi direto te ver? — Henrico perguntou, tentando manter a voz casual, mas falhando em esconder o ciúme. Enry suspirou, colocando os papéis de lado. — Ela queria me atualizar sobre a missão. E também... bem, acho que ela queria conversar. — Enry explicou, sua expressão mostrando que ele entendia aonde Henrico queria chegar. Ele conhecia bem os sentimentos de Henrico por Laelia, mas, para Enry, Laelia sempre seria como uma irmã. Mesmo assim, a tensão entre os dois amigos era palpável. — Só achei interessante que ela