Anne o encontrou em uma cafeteria não muito longe da escolinha Apogeu, perto de uma escola pública. Antes de a moça chegar, Lucas já estava lá, porque o rapaz morava mais perto da cafeteria. Ele escolheu um assento próximo à janela, então a jovem poderia ver a paisagem lá fora, o que provavelmente a faria se sentir melhor. Lucas foi muito atencioso, e era notável sua felicidade por ver Anne. Depois de se sentar, a moça perguntou: — Meu rosto está feio? Pareço um vampiro? — — Senhorita Vallois... como você está? Conseguiram alguma notícia de sua mãe? — Lucas perguntou. A última vez que se encontraram, Anne não estava daquele jeito. A jovem reprimia as emoções, mas lágrimas brotaram de seus olhos e seus olhos arderam como se houvesse ácido neles. Depois de algum tempo, a moça se acalmou e disse: — Minha mãe foi morta, nas montanhas, não muito longe do cemitério do meu pai. Quando a encontrei, já era tarde demais. — Lucas ficou chocado, não esperava que fosse isso que a jove
— Onde você foi fazer compras? — Leta achou aquela pergunta estranha e devolveu: — Você também quer fazer compras? Costumo ir à Dingleton Street. As roupas lá são baratas, mas bonitas. Vários dos meus colegas gostam de comprar roupas lá. — — Eu sei, já estive lá antes. — Ao ouvir o que Anne disse, Leta se empolgou e começou a falar sobre roupas e as lojas que frequentava. A moça ouviu em silêncio, a professora não parecia uma assassina. Ela estaria fingindo? De acordo com o que Leta disse, Anne poderia apenas dar uma olhada nas imagens de vigilância, pedindo a Anthony ajuda para isso. Se o que a mulher dizia fosse verdade, Leta teria um álibi e a morte de sua mãe não teria relação com sua saída. Como a professora tinha que dar aula, saiu depois de tomar uma xícara de café. Anne aproveitou a deixa e olhou para a hora. — Eu preciso voltar. — — Eu te acompanho até lá. — — Não, eu quero dar um passeio sozinha. — — Ligue-me se precisar de alguma coisa, a qualquer hora
— O que você está fazendo?! — Anne ficou irritada de imediato. — Você saberá mais tarde! — Não importaria o quanto Anne lutasse, sua força não servia de nada contra Anthony. Entrando no quarto, a moça foi jogada na cama. — Ah! — A jovem ficou atordoada, olhando para Anthony, que se aproximava, exalando perigo e hostilidade, e percebeu o que o homem queria fazer. Ela, é claro, tremia de medo. — Anthony, você não ousaria... — Anthony não falou muito enquanto avançava. — Ah! Anthony... argh! — Os gritos de Anne foram bloqueados por seus lábios, e a moça não podia acreditar que o homem seria insensível daquela maneira. O assassino de sua mãe não foi encontrado. Nada mais passava na sua mente. Mesmo assim, o magnata só se importava com seus próprios desejos. Não importava o quanto a moça lutasse ou o quanto chorasse, Anthony não parava. — Não... não faça isso comigo… Mãe... — Anne chorou amargamente, lágrimas e suor escorrendo pelo seu rosto. Anthony então parou, soltou a moça
— No final das contas, tem gente que paga em vida, sabe, Anne? Talvez sua mãe tenha tentado levar algo que não era para ser dela, então morreu cedo. — Disse Dorothy. — Ouvi do Anthony que ela sangrou até a morte nas montanhas. Se você a tivesse encontrado antes, ela não teria morrido, certo? Parece que quando Sarah desapareceu, você estava na Mansão Real. — Bianca provocou. — Ela não se importa com a própria mãe. Ela só se preocupa consigo mesma! Isso é o que acontece quando você seduz outro homem! — Dorothy foi mais direta. — Vou rasgar sua boca na faca, desgraçada! — Anne estava com tanta raiva que tremia toda. — Você está nos ameaçando? Não temos permissão para expor os fatos? Se você continuar seduzindo Anthony, você será a próxima! — Dorothy parecia arrogante. Bianca deu dois passos à frente, seus olhos brilhando violentamente. — Na minha opinião, ela traz desastre para qualquer pessoa ao seu redor. — A moça começou. — Todo mundo ao seu redor morreu, até seus próprios
Dorothy queria que Anne morresse, então não apenas não a soltou, mas também aumentou a força do aperto, com uma expressão sombria no rosto. Ashlynn bateu nas costelas da mulher, de modo que a dor a fez soltar Anne. Suas costelas doeram tanto que ela fez uma careta. — Quem é você?! — — Senhorita Vallois, você está bem? — Ashlynn puxou Anne para cima. Dorothy e Bianca reconheceram Ashlynn e sabiam que ela era inicialmente assistente de Anne, mas que, depois, deixara a empresa por algum motivo desconhecido. Vendo a recém-chegada de costas, Bianca pegou um vaso ao lado e estava prestes a jogá-lo contra a moça. Anne percebeu e gritou:— Cuidado! — Os olhos de Ashlynn brilharam, então ela deu um passo para o lado e, ao mesmo tempo, enganchou o pé no tornozelo de Bianca, fazendo a pianista cair para frente e o vaso tombar. Por azar, os fragmentos cortaram o rosto da garota. — Bianca! — Dorothy correu para ajudar a filha. Depois de ajudá-la a se levantar, notou um longo ferimento
Depois do jantar, na porta, Ashlynn disse a Corentin: — Quero ficar aqui com Anne, tudo bem? — Corentin olhou para Anne e disse: — Você não precisa. Anne, me ligue se precisar de alguma coisa. Estarei em Luton nos próximos dois dias. — — Certo. — Anne olhou para a mão de Corentin no ombro de Ashlynn. Parecia menos uma demonstração íntima de afeto e mais uma restrição. — Tio, seja legal com Ashlynn. — — Ninguém a trata melhor do que eu. — Corentin respondeu. Ashlynn não o refutou e confortou Anne: — Descanse cedo. Voltarei para ver você amanhã. — — Certo, estarei esperando... — Anne observou o carro sair sem voltar para casa, então saiu da mansão. Sentou-se nos degraus, atordoada, olhando para longe. Foi deixada sozinha em uma casa tão grande, e quando voltasse para casa, ninguém estaria esperando, ninguém estaria lá para conversar. Anne esfregou os olhos, levantou-se e entrou em casa. Seus pés não tinham força, sua cintura ainda estava dolorida e todo o seu co
Para Anne, Anthony parecia um demônio, sentando-se ali, na beira da cama, segurando uma tigela de sopa na mão e observando a reação assustada da jovem. Estranhamente, o magnata tentou ser mais amigável. — Você precisa comer alguma coisa. — O homem disse. Anne não entendia por que Anthony continuava tentando alimentá-la, até porque se lembrava da insistência desmedida do dia anterior. — Ontem eu fui muito invasivo. Peço desculpas. — Ele ergueu os olhos escuros e a encarou. Anne ficou atordoada quando entendeu que Anthony estava se desculpando, porque nunca tinha acontecido isso antes. O homem estava se desculpando em vez de acusá-la de visitar Lucas? De alguma forma, isso a fez se sentir extremamente desconfortável. — Venha aqui. — Anthony deu um tapinha na cama. Anne olhou dele para a sopa na tigela, pensou um pouco e depois se aproximou lentamente. — Vou comer sozinha... — Ela tentou pegar a tigela, mas Anthony não a deixou fazer isso.— Sente-se direito. Eu vou te servir.
— Eu não a avisei com antecedência. — Ashlynn não pediu a Corentin que a levasse a Luton, mas o homem o fez mesmo assim. A moça, em contrapartida, pensou que estar com Anne reduziria seu contato com o cônjuge forçado, mas isso não aconteceu.— Vou levá-la ao bar esta noite. — Enquanto falava, o homem a beijou nos lábios, sem se importar se a moça queria fazê-lo. Ashlynn lutou duas vezes contra, mas desistiu. À noite, a cativa foi levada ao bar por seu carrasco, onde lembrou-se de como também era levada a boates por Salvatore no passado. Embora ela não gostasse desse tipo de lugar, seu ex-marido parecia muito adequado para aquele ambiente hostil. Como o homem era como um chefe, um líder criminoso, ninguém o desobedecia, assim como não havia quem ousasse desrespeitá-la. Quando Salvatore morreu, a jovem se perguntou para onde foram seus seguidores. Àquela altura, imaginava que a maioria deles já estaria morta, ou no mesmo lugar de antes. De qualquer forma, depois que Salvatore foi pr