— O que você está fazendo?! — Anne ficou irritada de imediato. — Você saberá mais tarde! — Não importaria o quanto Anne lutasse, sua força não servia de nada contra Anthony. Entrando no quarto, a moça foi jogada na cama. — Ah! — A jovem ficou atordoada, olhando para Anthony, que se aproximava, exalando perigo e hostilidade, e percebeu o que o homem queria fazer. Ela, é claro, tremia de medo. — Anthony, você não ousaria... — Anthony não falou muito enquanto avançava. — Ah! Anthony... argh! — Os gritos de Anne foram bloqueados por seus lábios, e a moça não podia acreditar que o homem seria insensível daquela maneira. O assassino de sua mãe não foi encontrado. Nada mais passava na sua mente. Mesmo assim, o magnata só se importava com seus próprios desejos. Não importava o quanto a moça lutasse ou o quanto chorasse, Anthony não parava. — Não... não faça isso comigo… Mãe... — Anne chorou amargamente, lágrimas e suor escorrendo pelo seu rosto. Anthony então parou, soltou a moça
— No final das contas, tem gente que paga em vida, sabe, Anne? Talvez sua mãe tenha tentado levar algo que não era para ser dela, então morreu cedo. — Disse Dorothy. — Ouvi do Anthony que ela sangrou até a morte nas montanhas. Se você a tivesse encontrado antes, ela não teria morrido, certo? Parece que quando Sarah desapareceu, você estava na Mansão Real. — Bianca provocou. — Ela não se importa com a própria mãe. Ela só se preocupa consigo mesma! Isso é o que acontece quando você seduz outro homem! — Dorothy foi mais direta. — Vou rasgar sua boca na faca, desgraçada! — Anne estava com tanta raiva que tremia toda. — Você está nos ameaçando? Não temos permissão para expor os fatos? Se você continuar seduzindo Anthony, você será a próxima! — Dorothy parecia arrogante. Bianca deu dois passos à frente, seus olhos brilhando violentamente. — Na minha opinião, ela traz desastre para qualquer pessoa ao seu redor. — A moça começou. — Todo mundo ao seu redor morreu, até seus próprios
Dorothy queria que Anne morresse, então não apenas não a soltou, mas também aumentou a força do aperto, com uma expressão sombria no rosto. Ashlynn bateu nas costelas da mulher, de modo que a dor a fez soltar Anne. Suas costelas doeram tanto que ela fez uma careta. — Quem é você?! — — Senhorita Vallois, você está bem? — Ashlynn puxou Anne para cima. Dorothy e Bianca reconheceram Ashlynn e sabiam que ela era inicialmente assistente de Anne, mas que, depois, deixara a empresa por algum motivo desconhecido. Vendo a recém-chegada de costas, Bianca pegou um vaso ao lado e estava prestes a jogá-lo contra a moça. Anne percebeu e gritou:— Cuidado! — Os olhos de Ashlynn brilharam, então ela deu um passo para o lado e, ao mesmo tempo, enganchou o pé no tornozelo de Bianca, fazendo a pianista cair para frente e o vaso tombar. Por azar, os fragmentos cortaram o rosto da garota. — Bianca! — Dorothy correu para ajudar a filha. Depois de ajudá-la a se levantar, notou um longo ferimento
Depois do jantar, na porta, Ashlynn disse a Corentin: — Quero ficar aqui com Anne, tudo bem? — Corentin olhou para Anne e disse: — Você não precisa. Anne, me ligue se precisar de alguma coisa. Estarei em Luton nos próximos dois dias. — — Certo. — Anne olhou para a mão de Corentin no ombro de Ashlynn. Parecia menos uma demonstração íntima de afeto e mais uma restrição. — Tio, seja legal com Ashlynn. — — Ninguém a trata melhor do que eu. — Corentin respondeu. Ashlynn não o refutou e confortou Anne: — Descanse cedo. Voltarei para ver você amanhã. — — Certo, estarei esperando... — Anne observou o carro sair sem voltar para casa, então saiu da mansão. Sentou-se nos degraus, atordoada, olhando para longe. Foi deixada sozinha em uma casa tão grande, e quando voltasse para casa, ninguém estaria esperando, ninguém estaria lá para conversar. Anne esfregou os olhos, levantou-se e entrou em casa. Seus pés não tinham força, sua cintura ainda estava dolorida e todo o seu co
Para Anne, Anthony parecia um demônio, sentando-se ali, na beira da cama, segurando uma tigela de sopa na mão e observando a reação assustada da jovem. Estranhamente, o magnata tentou ser mais amigável. — Você precisa comer alguma coisa. — O homem disse. Anne não entendia por que Anthony continuava tentando alimentá-la, até porque se lembrava da insistência desmedida do dia anterior. — Ontem eu fui muito invasivo. Peço desculpas. — Ele ergueu os olhos escuros e a encarou. Anne ficou atordoada quando entendeu que Anthony estava se desculpando, porque nunca tinha acontecido isso antes. O homem estava se desculpando em vez de acusá-la de visitar Lucas? De alguma forma, isso a fez se sentir extremamente desconfortável. — Venha aqui. — Anthony deu um tapinha na cama. Anne olhou dele para a sopa na tigela, pensou um pouco e depois se aproximou lentamente. — Vou comer sozinha... — Ela tentou pegar a tigela, mas Anthony não a deixou fazer isso.— Sente-se direito. Eu vou te servir.
— Eu não a avisei com antecedência. — Ashlynn não pediu a Corentin que a levasse a Luton, mas o homem o fez mesmo assim. A moça, em contrapartida, pensou que estar com Anne reduziria seu contato com o cônjuge forçado, mas isso não aconteceu.— Vou levá-la ao bar esta noite. — Enquanto falava, o homem a beijou nos lábios, sem se importar se a moça queria fazê-lo. Ashlynn lutou duas vezes contra, mas desistiu. À noite, a cativa foi levada ao bar por seu carrasco, onde lembrou-se de como também era levada a boates por Salvatore no passado. Embora ela não gostasse desse tipo de lugar, seu ex-marido parecia muito adequado para aquele ambiente hostil. Como o homem era como um chefe, um líder criminoso, ninguém o desobedecia, assim como não havia quem ousasse desrespeitá-la. Quando Salvatore morreu, a jovem se perguntou para onde foram seus seguidores. Àquela altura, imaginava que a maioria deles já estaria morta, ou no mesmo lugar de antes. De qualquer forma, depois que Salvatore foi pr
Os subordinados do homem deram um passo à frente, então os dois criminosos se amontoaram, aterrorizados. A dupla não esperava que Ashlynn tivesse tanto apoio. A jovem pensou que Corentin nunca iria deixar os dois irem, que pelo menos seriam espancados. De maneira nenhuma seria o que ela gostaria que acontecesse, mas já se preparou para o pior. Acontece que, na verdade, seu captor acenou para que o homem e a mulher se aproximassem. Como a dupla não ousou se mexer, os dois foram empurrados pelos guarda-costas. Corentin olhou de cima a baixo para o homem e a mulher à sua frente, parecendo amigável. — Vocês deveriam pedir desculpas. — Os dois nada mais podiam fazer senão obedecer, então engoliram o orgulho e imploraram por misericórdia. — Sinto muito, fomos estúpidos e nunca mais faremos isso! Sinto muito! — — Sentimos muito, por favor, nos poupe! — — Não precisam fazer isso. Vão embora. — Ashlynn não gostou da cena, então franziu a testa ao dizer isso, mas o homem e a mul
— Com licença, vocês os conhecem? — Um dos policiais mostrou duas fotos. Os olhos de Corentin brilharam quando encarou o policial, ao passo que Ashlynn disse: — Sim. Ontem à noite no bar, os dois tentaram me drogar, mas foram pegos em flagrante. Depois que eles se desculparam, nós os deixamos ir. — — Vocês não os viram depois? — Perguntou o policial. — Não. Não sabíamos até vermos as notícias na manhã de hoje. — Disse Ashlynn. A polícia queria interrogar mais, mas ouviu-se o som de um carro chegando. Era um Rolls-Royce preto. O carro parou e, quando o guarda-costas abriu a porta, os trigêmeos pularam do carro, fofos, andando em fila, como pequenos pinguins. Anthony saiu, logo atrás, então Anne se levantou e se aproximou. — Mamãe! — — Mamãe! — — Mamãe! — — Mamãe, estava com tantas saudades de você! — — Fazia muito tempo que não víamos a mamãe! — — Papai não nos deixou ver a mamãe! — — Papai disse que mamãe está doente. Você está se sentindo melhor agora?