— Não queria ter nada a ver com ela, só isso! Eu estava andando pelo cemitério pela manhã quando não tinha nada para fazer e a vi. Eu a vi chafurdando na tristeza por causa de outro, então eu fiquei mexido e a provoquei algumas vezes. Discutimos porque eu chutei a taça de vinho que ela ofereceu ao defunto, então ela veio para cima e me arranhou... — A expressão de Ron era sombria quando levantou as mangas, revelando as marcas em seu braço. — Então? — — Ela continuou me importunando e me batendo. Eu a empurrei no chão e fugi. — Alegou Ron. — Você viu mais alguém, então? — Perguntou o policial. — Não! Eu estava com muita raiva na hora, então fui embora... — Ron parou de falar de repente, algo que o investigador percebeu. — Você se lembrou de algo? — Perguntou o policial. A voz de Anthony ficou mais agressiva. — É melhor você contar tudo o que sabe, ou não vou poupá-lo! — — Quando saí, vi alguém visitando o túmulo…— Lembrou Ron. — Algum conhecido? — — Só me virei pa
A tragédia com o pai de Anne ainda se mantinha viva em sua memória, e o assassino continuava foragido. A moça não conseguia acreditar que sua mãe também havia partido. Elas tinham ficado separadas por um dia e agora não podiam mais se ver, pela eternidade. Por que Deus a tratou assim? Por que deveria ser ela a perder o pai e a mãe? A governanta se aproximou e a encarou. — Senhorita, o que é isso? — — As cinzas da minha mãe. — — O que…— A governanta se assustou, duvidando se suas palavras eram verdadeiras. Vendo que Anne parecia arrasada, teve que acreditar. Foi uma notícia inesperada. — Ainda há alguma comida preparada pela minha mãe? Estou com fome. — — Não vi nada pronto, Anne... — Disse a funcionária. — Naquela manhã, ela disse que fez um café da manhã para mim, mas eu saí correndo sem comer... — Lágrimas brotaram dos olhos de Anne, que sentiu como se seu coração estivesse sangrando. Por que não comeu a última refeição feita pela mãe? Não conseguiria mais comer...
A figura alta de Anthony se aproximou, olhando para Anne. — Quanto tempo você vai ficar deitada assim? — — Este é um lugar que você odeia. Por que você está aqui? — Anne perguntou com raiva. Anthony sentou-se ao lado dela e seus olhos pousaram na urna sobre a mesinha de centro. — O que você quer comer? — — Eu só quero que você vá embora. — Anne não queria vê-lo. Anthony se levantou e, em vez de sair, foi até a cozinha, pegou um pouco de comida e colocou ao lado da urna, então ergueu a moça para que a sentasse. — Vá embora! — Anne lutou, mas Anthony pressionou-a contra o encosto, aproximando-se dela com frieza. — Anne, você precisa comer algo! — A respiração de Anne estava fraca, pois não havia comido o dia todo. — Anthony, foi você quem matou minha mãe. Foi você! Você sempre pensou que foi minha mãe quem matou sua mãe. Agora que ela está morta, você deve estar feliz, não é? Pode parar de me incomodar? — Suas lágrimas rolaram. O rosto de Anthony ficou tenso.
Anne o encontrou em uma cafeteria não muito longe da escolinha Apogeu, perto de uma escola pública. Antes de a moça chegar, Lucas já estava lá, porque o rapaz morava mais perto da cafeteria. Ele escolheu um assento próximo à janela, então a jovem poderia ver a paisagem lá fora, o que provavelmente a faria se sentir melhor. Lucas foi muito atencioso, e era notável sua felicidade por ver Anne. Depois de se sentar, a moça perguntou: — Meu rosto está feio? Pareço um vampiro? — — Senhorita Vallois... como você está? Conseguiram alguma notícia de sua mãe? — Lucas perguntou. A última vez que se encontraram, Anne não estava daquele jeito. A jovem reprimia as emoções, mas lágrimas brotaram de seus olhos e seus olhos arderam como se houvesse ácido neles. Depois de algum tempo, a moça se acalmou e disse: — Minha mãe foi morta, nas montanhas, não muito longe do cemitério do meu pai. Quando a encontrei, já era tarde demais. — Lucas ficou chocado, não esperava que fosse isso que a jove
— Onde você foi fazer compras? — Leta achou aquela pergunta estranha e devolveu: — Você também quer fazer compras? Costumo ir à Dingleton Street. As roupas lá são baratas, mas bonitas. Vários dos meus colegas gostam de comprar roupas lá. — — Eu sei, já estive lá antes. — Ao ouvir o que Anne disse, Leta se empolgou e começou a falar sobre roupas e as lojas que frequentava. A moça ouviu em silêncio, a professora não parecia uma assassina. Ela estaria fingindo? De acordo com o que Leta disse, Anne poderia apenas dar uma olhada nas imagens de vigilância, pedindo a Anthony ajuda para isso. Se o que a mulher dizia fosse verdade, Leta teria um álibi e a morte de sua mãe não teria relação com sua saída. Como a professora tinha que dar aula, saiu depois de tomar uma xícara de café. Anne aproveitou a deixa e olhou para a hora. — Eu preciso voltar. — — Eu te acompanho até lá. — — Não, eu quero dar um passeio sozinha. — — Ligue-me se precisar de alguma coisa, a qualquer hora
— O que você está fazendo?! — Anne ficou irritada de imediato. — Você saberá mais tarde! — Não importaria o quanto Anne lutasse, sua força não servia de nada contra Anthony. Entrando no quarto, a moça foi jogada na cama. — Ah! — A jovem ficou atordoada, olhando para Anthony, que se aproximava, exalando perigo e hostilidade, e percebeu o que o homem queria fazer. Ela, é claro, tremia de medo. — Anthony, você não ousaria... — Anthony não falou muito enquanto avançava. — Ah! Anthony... argh! — Os gritos de Anne foram bloqueados por seus lábios, e a moça não podia acreditar que o homem seria insensível daquela maneira. O assassino de sua mãe não foi encontrado. Nada mais passava na sua mente. Mesmo assim, o magnata só se importava com seus próprios desejos. Não importava o quanto a moça lutasse ou o quanto chorasse, Anthony não parava. — Não... não faça isso comigo… Mãe... — Anne chorou amargamente, lágrimas e suor escorrendo pelo seu rosto. Anthony então parou, soltou a moça
— No final das contas, tem gente que paga em vida, sabe, Anne? Talvez sua mãe tenha tentado levar algo que não era para ser dela, então morreu cedo. — Disse Dorothy. — Ouvi do Anthony que ela sangrou até a morte nas montanhas. Se você a tivesse encontrado antes, ela não teria morrido, certo? Parece que quando Sarah desapareceu, você estava na Mansão Real. — Bianca provocou. — Ela não se importa com a própria mãe. Ela só se preocupa consigo mesma! Isso é o que acontece quando você seduz outro homem! — Dorothy foi mais direta. — Vou rasgar sua boca na faca, desgraçada! — Anne estava com tanta raiva que tremia toda. — Você está nos ameaçando? Não temos permissão para expor os fatos? Se você continuar seduzindo Anthony, você será a próxima! — Dorothy parecia arrogante. Bianca deu dois passos à frente, seus olhos brilhando violentamente. — Na minha opinião, ela traz desastre para qualquer pessoa ao seu redor. — A moça começou. — Todo mundo ao seu redor morreu, até seus próprios
Dorothy queria que Anne morresse, então não apenas não a soltou, mas também aumentou a força do aperto, com uma expressão sombria no rosto. Ashlynn bateu nas costelas da mulher, de modo que a dor a fez soltar Anne. Suas costelas doeram tanto que ela fez uma careta. — Quem é você?! — — Senhorita Vallois, você está bem? — Ashlynn puxou Anne para cima. Dorothy e Bianca reconheceram Ashlynn e sabiam que ela era inicialmente assistente de Anne, mas que, depois, deixara a empresa por algum motivo desconhecido. Vendo a recém-chegada de costas, Bianca pegou um vaso ao lado e estava prestes a jogá-lo contra a moça. Anne percebeu e gritou:— Cuidado! — Os olhos de Ashlynn brilharam, então ela deu um passo para o lado e, ao mesmo tempo, enganchou o pé no tornozelo de Bianca, fazendo a pianista cair para frente e o vaso tombar. Por azar, os fragmentos cortaram o rosto da garota. — Bianca! — Dorothy correu para ajudar a filha. Depois de ajudá-la a se levantar, notou um longo ferimento