— Não! Vocês podem ir sem mim! — Anne recusou. — Mamãe não quer brincar com a gente... — Chloe parecia triste. Anne cedeu ao ver as expressões das três crianças, que passaram de felizes a desapontadas. — Está bem... Vamos. — Anne, por fim, concordou. Depois de colocar o pequeno cilindro de oxigênio e o respirador na boca, a mulher hesitou outra vez. Anne sentia como se estivesse indo para o inferno em vez de indo mergulhar. Ao ver os trigêmeos sendo levados para a água pela tutora de mergulho, a jovem ficou apavorada. — O tanque de oxigênio está bom? Vocês três têm que morder os respiradores na boca e não soltar. Vocês aprenderam a respirar direitinho com a tutora? E se... e se eles não conseguirem respirar debaixo d'água? — — Senhorita Vallois, é um mergulho raso e eu estarei ao lado. — Explicou a tutora, uma das várias funcionárias do iate.Chloe balbuciou algo enquanto mordia o respirador, para evidenciar que fazia como foi instruída. Anne riu, sem entender uma palavra
Anne não seria capaz de ver aquilo de um aquário. Ela ergueu a mão e um peixinho rosa bicou seu dedo, fazendo cócegas. Anthony a observou, com seus olhos mais escuros que o fundo do mar. Anne ainda não se atrevia a soltar as mãos do magnata, nem quando seus pés tocaram o chão. Afinal, estar na água era diferente de estar em terra, e ela sentia que não conseguiria ficar de pé com firmeza se não tivesse um ponto de apoio. Seu corpo balançava com as correntes da água. Avaliando os arredores, ela viu os trigêmeos não muito longe, agachados para pegar mariscos no cascalho. Charlie segurava um peixe que parecia uma centopeia na mão e Anne ficou tão assustada que apontou o dedo para o filho. O pequenino soltou a criatura depois de brincar um pouco, e o peixe deslizou de volta para sua toca. Anne não se importou mais com isso, pensando que, se fosse mesmo perigoso, a tutora o impediria. O mergulho, como um todo, se fosse perigoso, não seria permitido por Anthony. A moça virou a cabeça pa
Depois de algum tempo, Anne pensou em como aquilo era um evento atípico em sua vida. Seria uma pena se ela não tirasse nenhuma foto. Enquanto pensava isso, a moça sentiu a mão que a segurava afrouxar. De imediato, com o susto Anne apertou ainda mais a mão de Anthony e se virou para encará-lo.O magnata apontava para uma pedra ao lado do enorme coral, e depois apontou para trás dele. Anne viu Ivan seguindo atrás, segurando uma câmera na mão. Como o homem poderia saber o que corria em seus pensamentos? Assim, Anne se agachou em cima da pedra com a ajuda de Anthony. O magnata, em seguida, soltou a mão dela, desceu e acenou para que a moça se tranquilizasse. Anne se apoiou e soube, de imediato, o que precisava fazer para tirar a foto. Se ela tentasse nadar, faria papel de boba? Ficaria bem? Talvez estivesse pensando demais. Anthony esperou por ela. Se Anne não quisesse tirar a foto, a moça não largaria sua mão. A moça, contudo, ainda pensava em como conseguiria nadar de cima para baix
No fim, nenhum dos frutos do mar capturados poderiam ser consumidos. De propósito, Anthony os deixara na expectativa, sabendo que queriam experimentar comer coisas novas. Anne suspirou, porque não havia pensado que sua alergia a frutos do mar poderia se estender a ouriços-do mar. Até cogitou comer a iguaria com ovos cozidos, como tinha visto numa receita. Quando ela se virou e viu que o guarda-costas estava prestes a jogar os espécimes de volta no oceano, correu para impedi-lo. — Por que precisa jogar fora? Eu e as crianças não podemos comer, mas os funcionários podem. Por que não servir a eles? São tantos! Podemos levar para os empregados da Mansão Real também! — O guarda-costas se via em um dilema. Afinal, o senhor Marwood ordenou que ele jogasse o amontoado de ouriços fora. — Calma! Vou falar com Anthony sobre isso. — Anne alcançou o magnata e argumentou. — Anthony! Anthony, para que jogar fora os ouriços? Vou embalar e levar para casa! São muitos! — Anthony a encarou com
— Papai vai dormir com a gente? — Chris olhou ansiosamente para o pai, que se sentava no sofá. — Vocês podem ir em frente, eu apareço lá depois. — Anthony encarou Anne. Com uma expressão taciturna, a moça tirou as crianças do convés. Ela se perguntou se Anthony se comportava apenas de maneira evasiva com as crianças ou se falava sério. Embora estivessem em um iate, a cama era bem grande, afinal. Algum tempo depois, quando Anthony entrou no quarto, Anne e as crianças já haviam adormecido. A jovem dormia profundamente e os trigêmeos se posicionavam ao seu lado. O magnata olhou para os quatro por um longo tempo, até que resolveu pousar a mão sobre o travesseiro, beliscar o queixo de Anne com a outra mão e dizer: — Que ideia maravilhosa de fazer as crianças dormirem com você para que não possamos ficar sozinhos, não é? — Anne inconscientemente murmurou qualquer coisa, virou-se e, por instinto, abraçou Charlie, que estava mais próximo da mãe. A moça apenas continuou a dormir, enq
Ashlynn se aproximou sem olhar para eles, passando na frente do grupo. Os rapazes assobiaram, mas ela os ignorou. Um cigarro acabado caiu na frente dela, fazendo-a parar. Em seguida, a moça passou por cima da bituca a continuou andando. Presunçoso, um dos importunadores ficou em sua frente, impedindo-a de sair. — Ei, linda, você está indo fazer o quê? Quer que a gente te acompanhe? A rapaziada está com tempo livre agora. — O homem, que usava uma tatuagem símbolo de uma gangue local, encarou a moça com olhos obscenos. Os outros, que estavam encostados na parede, aproximaram-se e também circularam atrás de Ashlynn, flanqueando-a por todos os lados, impedindo-a de avançar ou recuar. — Não estou interessada. Você pode abrir caminho? — Ashlynn perguntou. — Não está interessada? Tem certeza? — O gangster se aproximou mais. Ashlynn deu um passo para trás, afastou-se e acelerou o passo. — Não vá, linda. — O gangster deu um passo à frente e agarrou o ombro da moça. Os olhos de Ashly
Ashlynn olhou para o Bentley parado no meio-fio e perguntou: — Por que o senhor está aqui? — Corentin riu. — Você não me viu na enfermaria? Eu estava procurando um lugar para comer aqui por perto. Não esperava ver você sendo intimidada por gangsters... Felizmente, esbarrei em você. Caso contrário, não consigo imaginar o que fariam... — — Sim... Muito obrigada! — Disse Ashlynn novamente. — Isso é tudo? — — O quê? — Ashlynn não entendeu o que ele quis dizer. — Ainda não comi. Que tal uma refeição junto comigo? Você é assistente da minha sobrinha, afinal. Aposto que deve saber onde comer bem aqui em Luton, não sabe? Quero sugestões. — Ashlynn não teria aceitado antes, mas o homem a salvara havia pouco e, por causa disso, ele ainda estava sem comer. Corentin, além de tudo, era tio de Anne, então não havia motivo para se preocupar. Mesmo assim, a jovem ainda se sentia um tanto insegura. — Eu já comi, mas posso recomendar um lugar para você. — Disse Ashlynn, procurando u
Corentin olhou para Ashlynn enquanto tomava um gole de vinho tinto. Ele pousou o copo sobre a mesa e perguntou: — É a primeira vez que você experimenta vinho tinto? — — Quando eu trabalhava em outro lugar, precisava beber e socializar. Eu bebia um pouco naquela época, mas... Enfim. — Ashlynn colocou a taça de vinho de lado e disse: — Você me salvou e me convidou para jantar, no fim das contas, não é? — Os dedos delgados de Corentin seguraram a haste da taça e a sacudiram suavemente. — Pois é. Agora, você pode me explicar por que fica tão assustada toda vez que me vê? Nós nem nos conhecemos, então do que tem tanto receio? — — Sinto muito, fui rude. É porque você e meu ex-marido... são muito parecidos. Ele era um assassino e agressor que foi punido pela lei e agora está morto. É por isso que fiquei com medo quando vi seu rosto, que parecia exatamente igual ao dele... — Ashlynn explicou a situação a ele. — Somos realmente tão parecidos? — Corentin ergueu as sobrancelhas, ex