Ashlynn se aproximou sem olhar para eles, passando na frente do grupo. Os rapazes assobiaram, mas ela os ignorou. Um cigarro acabado caiu na frente dela, fazendo-a parar. Em seguida, a moça passou por cima da bituca a continuou andando. Presunçoso, um dos importunadores ficou em sua frente, impedindo-a de sair. — Ei, linda, você está indo fazer o quê? Quer que a gente te acompanhe? A rapaziada está com tempo livre agora. — O homem, que usava uma tatuagem símbolo de uma gangue local, encarou a moça com olhos obscenos. Os outros, que estavam encostados na parede, aproximaram-se e também circularam atrás de Ashlynn, flanqueando-a por todos os lados, impedindo-a de avançar ou recuar. — Não estou interessada. Você pode abrir caminho? — Ashlynn perguntou. — Não está interessada? Tem certeza? — O gangster se aproximou mais. Ashlynn deu um passo para trás, afastou-se e acelerou o passo. — Não vá, linda. — O gangster deu um passo à frente e agarrou o ombro da moça. Os olhos de Ashly
Ashlynn olhou para o Bentley parado no meio-fio e perguntou: — Por que o senhor está aqui? — Corentin riu. — Você não me viu na enfermaria? Eu estava procurando um lugar para comer aqui por perto. Não esperava ver você sendo intimidada por gangsters... Felizmente, esbarrei em você. Caso contrário, não consigo imaginar o que fariam... — — Sim... Muito obrigada! — Disse Ashlynn novamente. — Isso é tudo? — — O quê? — Ashlynn não entendeu o que ele quis dizer. — Ainda não comi. Que tal uma refeição junto comigo? Você é assistente da minha sobrinha, afinal. Aposto que deve saber onde comer bem aqui em Luton, não sabe? Quero sugestões. — Ashlynn não teria aceitado antes, mas o homem a salvara havia pouco e, por causa disso, ele ainda estava sem comer. Corentin, além de tudo, era tio de Anne, então não havia motivo para se preocupar. Mesmo assim, a jovem ainda se sentia um tanto insegura. — Eu já comi, mas posso recomendar um lugar para você. — Disse Ashlynn, procurando u
Corentin olhou para Ashlynn enquanto tomava um gole de vinho tinto. Ele pousou o copo sobre a mesa e perguntou: — É a primeira vez que você experimenta vinho tinto? — — Quando eu trabalhava em outro lugar, precisava beber e socializar. Eu bebia um pouco naquela época, mas... Enfim. — Ashlynn colocou a taça de vinho de lado e disse: — Você me salvou e me convidou para jantar, no fim das contas, não é? — Os dedos delgados de Corentin seguraram a haste da taça e a sacudiram suavemente. — Pois é. Agora, você pode me explicar por que fica tão assustada toda vez que me vê? Nós nem nos conhecemos, então do que tem tanto receio? — — Sinto muito, fui rude. É porque você e meu ex-marido... são muito parecidos. Ele era um assassino e agressor que foi punido pela lei e agora está morto. É por isso que fiquei com medo quando vi seu rosto, que parecia exatamente igual ao dele... — Ashlynn explicou a situação a ele. — Somos realmente tão parecidos? — Corentin ergueu as sobrancelhas, ex
— Ah, entendo! Nesse caso... Aceito! — Ashlynn sorriu.Na verdade, Anne se lembrou de Ashlynn assim que se deu conta de que a quantidade de ouriços era grande demais. A moça era sua assistente pessoal, além de ser alguém em quem ela desenvolvera facilidade para confiar. De qualquer modo, se ela tivesse dado a outra pessoa, as pessoas poderiam estranhar, já que não era tão próxima de ninguém da mesma forma na empresa de Nigel.Anne trabalhou a manhã inteira e foi ao hospital com Ashlynn à tarde. O ferimento de Sarah já não doía nada, então era quase impossível para a mulher ficar na cama. Portanto, quando a encontraram, a mãe de Anne se encontrava ao lado de Nigel, massageando os músculos da panturrilha do homem.— Mãe. — — Quando é que voltou?! — Sarah ficou encantada ao ver Anne.— Ontem à noite. Você não ficou nesse quarto a noite toda, não é? — — Não! Você pode perguntar à enfermeira. — Sarah não admitiu isso.— Você acha que eu não vou perguntar, não é? Mas eu pergunto mes
— Eu sei, mas por que você quis colaborar comigo? Nossa empresa é pequena e as associações do Grupo Lloyd geralmente são com empresas maiores. — Anne tinha suas reservas.— Eu já não deixei isso claro? É porque somos uma família! Mas, bem, há também outro motivo importante... — Corentin olhou para Ashlynn, que estava colocando o café na sua frente.— O que é? — Perguntou Anne.— Meu pai não está mais com a saúde boa de antigamente... Eu conheço meu pai. Queria aproveitar esta oportunidade para melhorar o relacionamento entre ele e meu irmão. Não importa o quanto você queira defender Nigel, você nunca saberá o que eles pensam um do outro. No fundo, talvez eles só precisem de uma ponte para resolver isso tudo. — Sugeriu Corentin.— Meu pai sofreu um acidente e está em coma. O que poderia fazer meu avô, que eu nunca conheci antes, se importar mais? — Anne foi um pouco sarcástica.— Ele é um homem velho e pode ser um pouco teimoso. Portanto, agora estou tentando ser essa pessoa interm
Ashlynn ficou atordoada, então inconscientemente se virou para olhar para Anne. A assistente percebeu que a moça também parecia ter sido pega de surpresa e, de imediato, entendeu que não foi a patroa quem contou ao homem sobre aquilo. Diante disso, a jovem funcionária tentou desconversar: — Do que está falando? —— Como assim? Você me disse que a senhorita Vallois lhe deu uma caixa de ouriços, não? — O senhor Walker mantinha um sorriso maquiavélico.Era impossível que Ashlynn tivesse contado sobre os ouriços, então, na certa, alguém tentava queimar sua reputação. O senhor Walker?— Quando eu disse isso? — — Ontem, depois do trabalho! — — Onde? Acho que não me lembro. Mas, se o senhor insiste, acho pertinente que a gente verifique nas gravações de segurança do escritório. — Explicou Ashlynn enquanto distribuía os documentos.— Sua memória é realmente ruim, não é? Não foi aqui! Nós nos encontramos lá fora, a caminho da estação de trem. — Ashlynn terminou de distribuir os docu
Os olhos ameaçadores de Bianca se voltaram para a irmã. — Uma boa pessoa? Quem é você para me julgar? Mesmo que eu fosse uma pessoa horrível, Anthony ainda iria me querer! Você é apenas um brinquedo para ele e não está nem no mesmo nível de uma puta de beira de estrada! Pelo menos elas são pagas por isso, afinal. O que você ganha sendo a diversão passageira de Anthony? Você não vale um único centavo! Outra coisa: saiba que passarei a dormir na Mansão Real com mais frequência, então é melhor você não atrapalhar mais. — Depois disso, a pianista foi embora. Claro, Anne sabia o que representava para Anthony, mas era fato que se sentia determinada a não deixar o magnata tocá-la nunca mais. Pelo menos, não como amante. Nessa hora, outra coisa passou em sua mente: Anthony disse que ela teria mais autonomia sobre o que fazer com os filhos. Diante disso, como Bianca avisou que iria passar as noites na Mansão Real, Anne achou prudente buscar as crianças. Assim, naquela tarde, buscou os filho
Na manhã seguinte, Anne entrou no escritório desatenta, então ficou surpresa quando viu o homem sentado no sofá. Imediatamente, contudo, recuperou a postura e caminhou indiferente até a mesa, depois sentou-se na cadeira.— Café ou chá? — Ela perguntou.Os olhos escuros de Anthony fixaram-se nos dela, enquanto o homem pensava na pouca sinceridade da pergunta. Havia apenas uma única mulher neste mundo que ousava desafiá-lo daquela forma, afinal, e era Anne.— Onde estão as crianças? — — Elas estão na casa da minha mãe. Acho que veremos por quanto tempo eles gostariam de ficar. Não sei... Parece que não há necessidade de mandá-los de volta tão cedo, não acha? — Anne disse, enquanto pensava: 'Você já não sabia do paradeiro delas, imbecil? Por que você precisa perguntar? Forjou sua personalidade assistindo a algum desenho animado de vilão clichê?'.— Não me provoque, Anne. — Anne franziu os lábios e, sabendo como o magnata de orgulho frágil funcionava, bancou a inocente por um breve