Anne ficou chocada e gritou: — Você não o impediu?! Mesmo que não pudesse impedi-lo, você poderia pelo menos ter me acordado! — — Por que eu iria acordar você? Você gostaria de estar com as crianças, não é? Aposto que eles ficaram muito felizes em ver você! — Argumentou Sarah. — Como eu poderia te deixar aí sozinha? Se Dorothy e Bianca mexerem com você, não vou ter tempo de te ajudar! — Explicou Anne. Levaria pelo menos meia hora, mesmo que fosse de helicóptero. — Os guarda-costas de Anthony estão guardando na porta. — — Na porta do seu quarto?! — — Isso mesmo! De início, não tive certeza, mas quando perguntei à doutora Brown, ela disse que era para impedir a entrada de outras pessoas além de médicos e enfermeiras. Parece que Anthony queria fazer você se sentir à vontade. Enfim, agora pode ficar tranquila e se divertir. — Sarah parecia estar de bom humor. Anne ficou surpresa, aquilo era mesmo uma ótima notícia. Mas por que Anthony insistia em não explicar essas coisa
Anne foi pressionada contra o sofá pelo corpo de Anthony. A moça suspirou, inquieta, sem saber como responder à lascívia do magnata. — O que você quer, Anthony? — A jovem perguntou, como se não soubesse. Anthony respondeu à pergunta com um beijo. Sentindo a voracidade do homem, Anne ficou nervosa e se virou. — Anthony, eu não... — — Por que não? Me dê uma razão! Nunca parece que você não quer. Você sempre corresponde, bem até demais. — Uma razão? Que razão funcionaria? — Você tem que terminar com Bianca. — Anne deixou escapar. De imediato, os movimentos de Anthony pararam e ele a encarou com seus olhos negros profundos e penetrantes. — O que você disse? — — Não quero ser ‘a outra’ no seu casamento e você não pode me forçar. — Anne parecia decidida. Anthony tocou o queixo dela e o ergueu, estreitando os olhos. — Eu quero você. Acha que pode mesmo me rejeitar? — — Vai fazer o quê? Forçar a mãe dos seus filhos? Quer que eles enxerguem o pai como um monstro? — A
Ashlynn viu o rosto sob o guarda-chuva, caminhando em sua direção. A moça ficou tão assustada que recuou e bateu as costas na parede logo atrás. — Que coincidência! — Disse Corentin. — Olá, senhor Lloyd... — Os olhos de Ashlynn piscaram. Corentin olhou para a parede atrás dela, ergueu o canto da boca e perguntou: — Acho que não vai conseguir passar da parede, por mais que continue empurrando. Não concorda? Além disso, não tem medo de ser atingida por um raio? É uma chuva e tanto! — Ashlynn percebeu que o sorriso educado dele era diferente do sorriso maligno de Salvatore. Então disse: — Não vi nenhum relâmpago! Eu estou me abrigando, até o metrô. — — Ah, eu posso te dar uma carona até sua casa. — Ashlynn ficou lisonjeada, mas recusou.— Obrigada, senhor Lloyd, mas posso pegar o metrô. — — O metrô ainda está um pouco longe. Se você preferir, posso te deixar na estação. — Corentin, então, ofereceu. — Não! Não precisa mesmo, senhor Lloyd! Até mais! — Antes que Coren
Anne assistiu de lado, constatando que Anthony conseguia mesmo tudo o que queria. Isso, de alguma maneira, a incomodava e confortava, ao mesmo tempo.— Papai, esse peixe ficará muito sozinho! Vamos botar alguns peixinhos pequenos! — Pediu Chloe. — Ele acabaria comendo os pequenos. — Explicou Anthony. — O quê?! — Chloe parecia aterrorizada. — É a natureza dele. Você pode dar peixinhos menores para que ele coma, porque ele vai precisar. — Anthony continuou. Chloe olhou para o belo peixe nadando no aquário, hesitou um pouco e depois acenou com a cabeça. — Será que ele morre de fome se eu não der peixinhos? — — Acho que sim. — Charlie a confortou. — Mas acho também que ele comeria peixinhos pequenos mesmo fora do aquário. — Vendo o olhar desamparado de sua filha, Anne olhou para Anthony, perguntando-se por que ele estaria contando aquilo à garota. A mulher, então, segurou a mão de Chloe e explicou. — Você pode dar comida de peixe, meu bem. Não precisa dar peixinhos. —
— Não! Vocês podem ir sem mim! — Anne recusou. — Mamãe não quer brincar com a gente... — Chloe parecia triste. Anne cedeu ao ver as expressões das três crianças, que passaram de felizes a desapontadas. — Está bem... Vamos. — Anne, por fim, concordou. Depois de colocar o pequeno cilindro de oxigênio e o respirador na boca, a mulher hesitou outra vez. Anne sentia como se estivesse indo para o inferno em vez de indo mergulhar. Ao ver os trigêmeos sendo levados para a água pela tutora de mergulho, a jovem ficou apavorada. — O tanque de oxigênio está bom? Vocês três têm que morder os respiradores na boca e não soltar. Vocês aprenderam a respirar direitinho com a tutora? E se... e se eles não conseguirem respirar debaixo d'água? — — Senhorita Vallois, é um mergulho raso e eu estarei ao lado. — Explicou a tutora, uma das várias funcionárias do iate.Chloe balbuciou algo enquanto mordia o respirador, para evidenciar que fazia como foi instruída. Anne riu, sem entender uma palavra
Anne não seria capaz de ver aquilo de um aquário. Ela ergueu a mão e um peixinho rosa bicou seu dedo, fazendo cócegas. Anthony a observou, com seus olhos mais escuros que o fundo do mar. Anne ainda não se atrevia a soltar as mãos do magnata, nem quando seus pés tocaram o chão. Afinal, estar na água era diferente de estar em terra, e ela sentia que não conseguiria ficar de pé com firmeza se não tivesse um ponto de apoio. Seu corpo balançava com as correntes da água. Avaliando os arredores, ela viu os trigêmeos não muito longe, agachados para pegar mariscos no cascalho. Charlie segurava um peixe que parecia uma centopeia na mão e Anne ficou tão assustada que apontou o dedo para o filho. O pequenino soltou a criatura depois de brincar um pouco, e o peixe deslizou de volta para sua toca. Anne não se importou mais com isso, pensando que, se fosse mesmo perigoso, a tutora o impediria. O mergulho, como um todo, se fosse perigoso, não seria permitido por Anthony. A moça virou a cabeça pa
Depois de algum tempo, Anne pensou em como aquilo era um evento atípico em sua vida. Seria uma pena se ela não tirasse nenhuma foto. Enquanto pensava isso, a moça sentiu a mão que a segurava afrouxar. De imediato, com o susto Anne apertou ainda mais a mão de Anthony e se virou para encará-lo.O magnata apontava para uma pedra ao lado do enorme coral, e depois apontou para trás dele. Anne viu Ivan seguindo atrás, segurando uma câmera na mão. Como o homem poderia saber o que corria em seus pensamentos? Assim, Anne se agachou em cima da pedra com a ajuda de Anthony. O magnata, em seguida, soltou a mão dela, desceu e acenou para que a moça se tranquilizasse. Anne se apoiou e soube, de imediato, o que precisava fazer para tirar a foto. Se ela tentasse nadar, faria papel de boba? Ficaria bem? Talvez estivesse pensando demais. Anthony esperou por ela. Se Anne não quisesse tirar a foto, a moça não largaria sua mão. A moça, contudo, ainda pensava em como conseguiria nadar de cima para baix
No fim, nenhum dos frutos do mar capturados poderiam ser consumidos. De propósito, Anthony os deixara na expectativa, sabendo que queriam experimentar comer coisas novas. Anne suspirou, porque não havia pensado que sua alergia a frutos do mar poderia se estender a ouriços-do mar. Até cogitou comer a iguaria com ovos cozidos, como tinha visto numa receita. Quando ela se virou e viu que o guarda-costas estava prestes a jogar os espécimes de volta no oceano, correu para impedi-lo. — Por que precisa jogar fora? Eu e as crianças não podemos comer, mas os funcionários podem. Por que não servir a eles? São tantos! Podemos levar para os empregados da Mansão Real também! — O guarda-costas se via em um dilema. Afinal, o senhor Marwood ordenou que ele jogasse o amontoado de ouriços fora. — Calma! Vou falar com Anthony sobre isso. — Anne alcançou o magnata e argumentou. — Anthony! Anthony, para que jogar fora os ouriços? Vou embalar e levar para casa! São muitos! — Anthony a encarou com