— Você está passando dos limites. — Anthony interveio de forma ameaçadora.Anne olhou para baixo e suprimiu suas emoções, pensando nos três filhos, então se obrigou a ceder e dizer algo que a faria se sentir destruída e injustiçada. — Sinto muito, Bianca. Foi minha culpa que você tenha se ferido, e eu não deveria estar segurando a faca. Esse acidente não teria acontecido se eu não tivesse com ela, não é? Espero que você seja generosa para me perdoar... — — Por favor, não pense que estou dificultando as coisas para você, mas você merece uma punição justa, diante do que fez. Anne, eu sou sua irmã e posso perdoá-la, mas e se fosse um estranho? Espero que você possa refletir sobre isso, que isso possa mudar quem você é, para que não seja tão impulsiva da próxima vez. Já que você admitiu seu erro, vou deixar passar. Não quero que Anthony esquente a cabeça com essa história, afinal. — Bianca olhou para Anthony, fingindo bondade.Anne quis refutar o que a irmã disse, mas viu que ninguém
— Estou bem! Eu só quero viajar com minha mãe. Não podemos? — Fingiu Anne, esforçando-se para sorrir, mas Sarah não acreditou, é claro. Por isso, a moça continuou: — Essa é uma das razões, sim. A outra razão é que estou me sentindo um pouco presa, como se estivesse amarrada no mesmo lugar há muito tempo. —Caso Anne se sentisse tão presa a ponto de ficar com seu psicológico abalado, temia perder a sanidade e isso agravar o afastamento dela em relação aos filhos. Sarah, no entanto, lembrou-se de algo, então puxou a mão da moça e disse: — Claro, não importa aonde formos, estarei com você. Será ótimo fazer uma viagem com minha filha, mas você pode sair de Luton? — — Quando você teve problemas em Santa Nila, Anthony já havia tirado meu nome da lista de pessoas impedidas de viajar... — Disse Anne.A moça não achava que Anthony se importaria se ela viajasse para qualquer lugar. Afinal, o magnata, por ora só teria olhos para a condição de Bianca. Não faria diferença caso ela sumisse com
— Muito melhor, Kathryn disse que eu poderia sair da cama em dois dias. Mas isso é só para sair da cama... Eu queria ter alta, é chato ficar aqui. — Disse Bianca, impotente.— Se anime, filha! — Dorothy interveio. — Anthony está aqui para ver você, afinal! Isso não é maravilhoso? Um noivo que cuida bem de você! — — Sim. — Os olhos de Bianca fingiam gentileza.Dorothy viu que Anthony havia se sentado e mal podia esperar para expressar o que estava pensando, então perguntou: — Chloe está melhor? Eu estava conversando com Bianca sobre visitar as crianças. Não importa o que aconteça, as crianças também serão meus netos, quando Bianca for casada com você. — — Ela está bem. — Disse Anthony, seco.— É ótimo ouvir isso! Quero passar um tempo com eles, sabe? Para que, quando vocês dois tiverem seus próprios filhos, eu tenha mais experiência em ser vovó! O que acham? — Dorothy fez seu movimento no tabuleiro.Bianca espiou Anthony e depois fingiu repreender a mãe. — Nossos filhos? Cal
Nigel observou o Rolls-Royce sair do hospital e se perguntou: 'Será que isso realmente não tem relação com Anthony?'. Se fosse o caso, onde elas poderiam estar? As duas não poderiam apenas estar fora de alcance de repente, poderiam? O homem vinha se sentindo inseguro nos últimos dois dias, como se algo fosse acontecer.Além disso, ele estava se sentindo culpado por Anne ter sido forçada a se desculpar. Resignado, tentou ligar outra vez, mas o telefone continuava informando que a filha estava fora da área de cobertura. Nigel respirou fundo, mas já se sentia alarmado. Se aquilo não estivesse relacionado a Anthony, elas não teriam se envolvido em nenhum acidente, não é? Nigel não queria pensar isso, mas o fato de as duas estarem sumidas o deixava ainda mais preocupado. ***Anthony saía do elevador, quando Oliver se aproximou. — Senhor Marwood. —— Você descobriu algo? — O magnata foi direto.— Sim. — Oliver não ousaria aparecer se não tivesse encontrado nada. Ele seguiu Anthony de
Anne poderia agir sem preocupação por um tempo. A sensação sufocante que sempre sentia em Luton não a acompanhava naquele lugar. A moça se deitou na praia, sentiu o cheiro do mar e olhou para o céu azul claro. Sentiu como se seu coração estivesse limpo. Sarah, deitada ao lado dela, também se permitiu aproveitar. — Um lugar tão incrível, mas eu nunca estive aqui antes. Acho que não aproveitei o suficiente dos luxos com Ron Marwood quando me casei com ele. — — Imagino. — Anne riu.— Estou muito feliz por ter dado à luz uma filha, olha como ela é fofa. Você disse que é melhor dar à luz um filho. Um filho não me acompanharia em uma viagem dessas, tenho certeza! — Sarah disse com orgulho.— Não é para tanto! Que pensamento antiquado! — Anne pensou em seus trigêmeos, como os três eram igualmente maravilhosos com ela.Sarah virou-se e perguntou: — Você está se sentindo melhor, filha? — — Sim, foi uma boa ideia sair de Luton. — Confirmou Anne.Ficar naquele lugar era como estar em
Quando Kathryn apareceu para trocar o curativo, Bianca perguntou: — Já posso receber alta, não posso? Já posso andar. —Kathryn terminou de examinar a ferida, que já havia fechado. — Você pode ter alta hoje. Mas terá que trocar o curativo na hora certa. — — É melhor descansar e se recuperar em casa. Por melhor que seja o hospital, nunca é melhor do que a sua própria casa. — Dorothy se intrometeu.Kathryn foi simpática e concordou: — É verdade. Bom, eu cuidarei do processo de alta para você. — A doutora disse, então saiu do quarto.Bianca pegou o telefone e ligou para Anthony: — Anthony, a doutora Brown disse que terei alta hoje. Você me busca? — — Vou pedir a alguém para fazer isso. — Disse Anthony.Se ela estivesse só procurando alguém aleatório para levá-la, também tinha um motorista. Era óbvio que Bianca só queria que o noivo a buscasse, mas ele não quis.— Você está ocupado? — A moça se esforçou para suprimir a frustração.— As crianças estão comigo. Não posso sai
Depois de entrar na sala, Dorothy perguntou: — Por que demorou tanto? —Nigel olhou para Dorothy sem dizer nada, os olhos frios e penetrantes, como se estivesse tentando olhar através de sua alma.— O que é? — Sentindo-se desconfortável, a mulher perguntou.Nigel se virou para olhar para Bianca, que havia mudado de roupa e se sentava ao lado da cama. Ele tentou ao máximo procurar alguma semelhança entre sua filha e ele, mas ficou cada vez mais confuso. Foi muito rápido, mas a filha de quem ele cuidou parecia mais uma estranha. Quando a pianista encontrou seus olhos, Nigel suprimiu o sentimento de repulsa que transbordava em seu coração e disse: — Tudo pronto? — — Sim. — Bianca se levantou.— Cuidado. Devagar. — Dorothy foi ajudá-la a se levantar, enquanto Nigel pegou as malas antes de segui-las.***Dias depois, a dúvida cresceu como uma erva daninha que não podia ser erradicada e, é claro, o homem decidiu fazer um teste de paternidade. Foi fácil encontrar conseguir um fio
Bianca foi dormir cedo naquela noite, enquanto Dorothy assistia à televisão em seu quarto, sem prestar muita atenção ao conteúdo da programação. A mulher viu que já passava das dez da noite, e, embora Nigel sempre estivesse ocupado com o trabalho, o homem costumava chegar um tanto antes daquele horário.O trabalho de Nigel era o único consolo de Dorothy, porque, ainda que o casamento deles fosse apenas de fachada, pelo menos ainda era esposa de um homem rico e invejado por muitos. No fim, não importava o que o casamento era de verdade.Pouco depois, ela ouviu o barulho do motor de um carro lá embaixo.A mulher pulou da cama e foi até a janela para confirmar que era o carro de Nigel. Depois disso, virou-se em direção ao quarto do marido, para lhe preparar um banho quente. Não custava nada tentar seduzi-lo como podia, para reduzir os riscos de perdê-lo. Assim que o banho ficou pronto, Dorothy ouviu passos do lado de fora do quarto e saiu sorrindo. — Bem-vindo de volta. Por que você