Sarah não sabia o que dizer, tamanho era seu nervosismo. Se Anne fosse condenada por homicídio, jamais poderia viver uma vida normal. Sua filha já se via prestes a descer do carro quando chegaram ao hospital, mas a mulher a impediu. — Você realmente vai entrar? — — Mãe, só espere aqui. Vou entrar e dar uma olhada. — — Como posso deixar você ir sozinha? Eu vou com você. — Sarah não deu espaço para que a filha a impedisse, então as duas seguiram para a entrada do hospital e seguiram para a recepção. Foram informadas da entrada de Bianca e se dirigiram para o local indicado. No caminho, encontraram Anthony, que aguardava do lado de fora da sala de operações. O magnata se virou, seus olhos fixos em Anne.Anne disse a si mesma que não poderia desistir. A moça queria acreditar que não precisava ficar com medo porque não tinha culpa. Assim, foi em frente e disse: — Não fui e-... — Antes que ela pudesse terminar a frase, o homem lhe deu as costas. — Anthony, me ouça! — Anne insistiu,
Talvez a verdade fosse mais complicada do que poderiam imaginar? Mesmo assim, Nigel saiu da enfermaria e perguntou ao magnata: — Anthony, quem machucou Bianca? — — Foi um acidente. — A expressão de Anthony era sombria.— Poderia ser... relacionado a Anne? — Nigel adivinhou.— As duas estavam brigando por uma faca e Bianca se feriu. — A expressão de Anthony parecia distante. Ele deu aquela resposta, mas ainda precisava investigar bastante para saber a verdade.— Onde está Anne? — Nigel, que parecia chocado, perguntou.— Ela voltou para casa com Sarah. Ela está bem. — O pai das duas moças franziu a testa. Suas filhas continuavam se destruindo em meio a tantos problemas, um após o outro. — Qual foi o motivo da briga? — O homem quis saber.***Anne estava de volta à mansão da mãe, sentada no sofá, com uma expressão sombria. A primeira coisa que Sarah fez ao chegar em casa foi preparar um suco de maracujá, na esperança de que pudesse acalmar um pouco a filha. Seu medo era que
— Anthony disse que foi um acidente. — Nigel foi direto.Bianca ficou atordoada ao ouvir aquilo. 'Anthony disse... que foi um acidente?'— Que acidente, Nigel?! — Dorothy não conseguia se controlar.— As duas estavam brigando por uma faca, e Bianca acabou se ferindo. — — Você acredita nisso, Nigel, seu idiota?! Se foi um acidente, por que a faca não machucou aquela puta da Anne? Por que só machucou sua filha legítima? Eu vou matar sua filhinha protegida agora mesmo! — — Pare de falar besteira, Dorothy! — Nigel a deteve.— Que besteira, Nigel? Você está sequer se ouvindo falar? Você viu Bianca crescer! Por que ela é menos importante que Anne para você? Sua filha quase foi morta por aquela cadela! — Dorothy gritou.Nigel não sabia o que responder, apenas franziu a testa.— Eu não vou matar a desgraçada, mas espero que você tome vergonha e procure justiça para Bianca! — Dorothy berrou com raiva.Na verdade, minutos antes, Nigel já havia ligado para Anne, que explicou toda a his
Anthony ficou na ponta da cama e olhou para Bianca com frieza. — O que aconteceu? — — Anne falou coisas ruins sobre você, eu estava com muita raiva, então fui discutir com ela. Não importa o que aconteça, você é o pai dos trigêmeos. De repente elas encostaram, então Anne desceu do carro e apontou a faca para mim. Eu fiquei com medo de que acontecesse um acidente, por isso tentei pegar a faca dela. Aí, sem que eu tivesse tempo de reagir ou entender, a faca acabou na minha barriga... — A história da garota era bem diferente da que Anne contara, porque não parecia nada com um acidente. De cara feia, Dorothy berrou: — É claro que Anne fez isso de propósito! Caso contrário, por que ela pegaria a faca?! Ela queria machucar você! Felizmente, você sobreviveu! Caso contrário, eu teria perdido minha filha para sempre! — Disse Dorothy, enxugando lágrimas falsas.— Anthony, Anne fez mesmo isso de propósito? Não posso acreditar... Somos irmãs de sangue! Por que ela tentaria me matar? Eu nã
Dorothy reprimiu a raiva, então atacou de forma mais incisiva.— Se fosse Anne quem estivesse deitada aqui, você não teria essa atitude. — Nigel não discutiu com a esposa, mas se virou e foi embora. A mulher parecia muito frustrada, mas não conseguia deixar escapar sua raiva. Bianca fechou os olhos, porque não só sua barriga doía, mas também sua cabeça. Quando as coisas não aconteciam como ela desejava, a jovem se sentia reprimida.***Anne encarava o teto, imersa em pensamentos sobre os filhos e sobre seu futuro, quando o seu celular tocou. A moça ficou tensa ao ver que era Anthony quem ligava. Acabou paralisada, juntando forças para atender.— Anne? Quem está ligando para você? — Sarah espiou, mas não era um número privado, nem um número que ela conhecesse de cabeça.Anne não poderia ignorar, então pegou o telefone e saiu para atender. — Olá… — — Venha até o hospital e peça desculpas a Bianca. — Anthony deu a ordem.— Não fiz nada de errado. Por que deveria me desculpar?
— Você está passando dos limites. — Anthony interveio de forma ameaçadora.Anne olhou para baixo e suprimiu suas emoções, pensando nos três filhos, então se obrigou a ceder e dizer algo que a faria se sentir destruída e injustiçada. — Sinto muito, Bianca. Foi minha culpa que você tenha se ferido, e eu não deveria estar segurando a faca. Esse acidente não teria acontecido se eu não tivesse com ela, não é? Espero que você seja generosa para me perdoar... — — Por favor, não pense que estou dificultando as coisas para você, mas você merece uma punição justa, diante do que fez. Anne, eu sou sua irmã e posso perdoá-la, mas e se fosse um estranho? Espero que você possa refletir sobre isso, que isso possa mudar quem você é, para que não seja tão impulsiva da próxima vez. Já que você admitiu seu erro, vou deixar passar. Não quero que Anthony esquente a cabeça com essa história, afinal. — Bianca olhou para Anthony, fingindo bondade.Anne quis refutar o que a irmã disse, mas viu que ninguém
— Estou bem! Eu só quero viajar com minha mãe. Não podemos? — Fingiu Anne, esforçando-se para sorrir, mas Sarah não acreditou, é claro. Por isso, a moça continuou: — Essa é uma das razões, sim. A outra razão é que estou me sentindo um pouco presa, como se estivesse amarrada no mesmo lugar há muito tempo. —Caso Anne se sentisse tão presa a ponto de ficar com seu psicológico abalado, temia perder a sanidade e isso agravar o afastamento dela em relação aos filhos. Sarah, no entanto, lembrou-se de algo, então puxou a mão da moça e disse: — Claro, não importa aonde formos, estarei com você. Será ótimo fazer uma viagem com minha filha, mas você pode sair de Luton? — — Quando você teve problemas em Santa Nila, Anthony já havia tirado meu nome da lista de pessoas impedidas de viajar... — Disse Anne.A moça não achava que Anthony se importaria se ela viajasse para qualquer lugar. Afinal, o magnata, por ora só teria olhos para a condição de Bianca. Não faria diferença caso ela sumisse com
— Muito melhor, Kathryn disse que eu poderia sair da cama em dois dias. Mas isso é só para sair da cama... Eu queria ter alta, é chato ficar aqui. — Disse Bianca, impotente.— Se anime, filha! — Dorothy interveio. — Anthony está aqui para ver você, afinal! Isso não é maravilhoso? Um noivo que cuida bem de você! — — Sim. — Os olhos de Bianca fingiam gentileza.Dorothy viu que Anthony havia se sentado e mal podia esperar para expressar o que estava pensando, então perguntou: — Chloe está melhor? Eu estava conversando com Bianca sobre visitar as crianças. Não importa o que aconteça, as crianças também serão meus netos, quando Bianca for casada com você. — — Ela está bem. — Disse Anthony, seco.— É ótimo ouvir isso! Quero passar um tempo com eles, sabe? Para que, quando vocês dois tiverem seus próprios filhos, eu tenha mais experiência em ser vovó! O que acham? — Dorothy fez seu movimento no tabuleiro.Bianca espiou Anthony e depois fingiu repreender a mãe. — Nossos filhos? Cal