Anne foi lavar o rosto no banheiro. Quando terminou, foi até a sala e viu que o café da manhã já estava na mesa. Sarah teve o cuidado de fazer muito do que a filha adorava comer e de acompanhar a jovem no café da manhã, mesmo que ela própria não tivesse o costume de fazer o dejejum tão cedo. — Você não parece muito bem... Não dormiu? — Sarah perguntou. — Perdi a hora vendo besteira na internet. — Ela deu de ombros. — Você é jovem, mas ainda precisa cuidar da sua saúde! — A mulher aconselhou, com olhos arregalados de preocupação. — Eu sei, não faço isso com muita frequência. — Anne revirou os olhos. Quando Sarah estava prestes a criticar a reação da filha, seu telefone tocou. A mulher se levantou e foi pegar o celular e, apesar de sentir que conhecia aquele número, não tinha o contato adicionado à lista: — Quem é? — Ela perguntou, desconfiada. — Bastante tempo livre, não é? Já que Anne, uma mãe irresponsável, não vem ver os filhos nem quando eles estão no hospital, por que
O corpo de Anne estava ligeiramente tenso, refletindo sua dor. Bianca, por sua vez, queria saber como a irmã e Tommy estavam envolvidos. A acusada evitou, é claro, olhar para o rosto de Anthony, que estava ao lado da pianista. Enquanto isso, Sarah explicava a situação a ele com preocupação: — Anne estava realmente preocupada com Chloe, tanto que passou a noite em claro pensando nela. Ninguém ama Chloe mais do que ela! É fácil julgar quando não se está no coração de uma mãe! —Bianca, com Anthony ao seu lado, ganhou coragem para expressar o motivo de ter ligado para Sarah: — Anthony, sinto muito, fui eu quem ligou para Sarah. Pensei que, como Anne não teve tempo de ver Chloe, a avó poderia vir. Espero que você entenda. — Bianca fez cena, como se estivesse pensando no conforto das crianças.Anne, nervosa, assegurou: — Eu vim só para fazer uma visitinha, para acalmá-la... Não vou demorar... — Ela esteve acordada a noite toda, mas tinha toda a energia para aquele momento, ali a ape
— Voltar? Você não quer mais ver Chloe? — — Anthony não vai deixar, e ele parece bastante determinado. Com certeza ela já pediu para me ver, mas isso não o fez ceder. — Anne parecia muito deprimida. — Vá pedir ao seu pai, então! — — Não incomode o papai, ele já tem problemas suficientes. Além disso, você pode garantir que poderei ver as crianças se formos até ele? Anthony não cede nem para o sogro, você já viu isso antes. — Disse Anne. — O que vai fazer, então? Vai procurar Anthony e implorar? — Sarah já imaginava que a solução seria a mesma de sempre. No entanto, o que Anthony iria pedir que Anne fizesse em troca? Depois de entrar no carro, diante do silêncio da filha, a mulher ainda disse: — Volte para a mansão comigo. Você não tem minha permissão para ficar em casa sozinha, não vai te fazer bem! — — Mãe, espere um minuto... — Disse Anne, logo antes de o carro dar partida. — O que foi? — — Você volta sozinha. Eu vou me esconder aqui e esperar que eles saiam, aí posso
Anne saiu correndo do estacionamento, mas não conseguiu mais ver o Rolls-Royce, que havia atravessado o trânsito e desaparecido num instante. Os olhos da moça continuavam cheios de lágrimas, sem saber lidar com aquela sensação cruel de impotência. Por que ela tinha que passar pelo pior, sempre? E se Anthony queria os filhos, então deveria cuidar bem deles! Por que deixar Bianca machucá-los? — Anne, como foi? Você viu as crianças? Você falou com elas? — Como anoitecera, Sarah voltara do café para ver se a filha estava bem e como o carro estava estacionado do lado de fora, ela viu quando Anthony saiu e quando Anne tentou persegui-lo. A moça apenas balançou a cabeça, impotente. — Vamos. Vou levá-la até a Mansão Real. — Sarah puxou a filha pela mão. Anne sacudiu a mão dela. — Não preciso fazer cena se quiser ver as crianças. Só preciso encontrar Anthony, mas... eu não quero. São meus filhos! Por que tem que ser assim? Por que preciso implorar a ele? Ele insiste em me forçar, me c
— Além disso, não acredito que Dorothy e Bianca possam escapar impunes para sempre! — Sarah disse desafiadoramente, mas a filha mal reagiu.Depois do jantar, Anne voltou para seu quarto. Sarah apareceu algum tempo depois, para ver se a moça precisava de algo, mas já a encontrou dormindo, resultado da exaustão. A mulher se sentia infeliz, sabendo do tanto que a filha estava deprimida. Quando aquele terror terminaria?Se Anthony insistisse em não deixar Anne ver seus filhos, quanto tempo a jovem poderia aguentar? Sua psique seria drenada e eventualmente destruída, pelos sinais que a moça dava. Tudo o que Sarah poderia fazer, contudo, era se sentir mal pela própria filha. 'Ou talvez...', a mulher pensou, impelida pela vontade de ajudar sua amada Anne. Assim, ela decidiu ir pessoalmente à Mansão Real para fazer uma cena, certa de que isso definitivamente acarretaria algum progresso.Meia hora depois, lá estava Sarah, pronta para invadir o lugar. Contudo, assim que a mulher parou em fren
O segurança reagiu rápido e, com um só movimento, a faca caiu no chão da mão da mulher, que perdeu o equilíbrio e caiu também.— Porra! — Sarah olhou para a palma da mão, que estava arranhada, e ficou ainda mais irritada. — Eu sou a avó das crianças! Anthony, sua desgraça, me mate se tiver coragem! — Então, ela pegou a faca do chão e a colocou no próprio pescoço, o que impediu o segurança de avançar. A instrução era apenas para se livrar dela, mas seria ruim se ela se machucasse de maneira grave. Hayden viu a cena da varanda e pensou que as coisas estavam fora de controle, então ele olhou para o quarto e refletiu 'Se Anne viesse aqui, seria mais fácil resolver?'. Não seria possível manter as crianças longe da mãe para sempre, não é? Pensando assim, Hayden pegou o telefone e ligou para a moça. A jovem mãe estava dormindo, mas acordou depois de alguns toques. Desnorteada, ela pegou o telefone e apertou o botão de atender. — Alô? — Disse, ainda grogue.— Senhorita Vallois, é Hayde
— Por que você está hesitando? Se você cortar a garganta, talvez Anne possa ver as crianças. Não é isso que você quer, Sarah? Deixe que sua amada filha veja o tamanho do seu amor por ela! — Bianca a provocou mais, desejando ver o sangue de Sarah jorrando, uma vingança também por sua mãe.A mão de Sarah segurando a faca tremia, ainda furiosa. — Bianca, você vai pagar por isso tudo! — — Uma amante, mãe de amante, dizendo a uma esposa legítima que ela será punida? Você não vale nada! Acho que quem está pagando por tudo o que já fez é você, Sarah. Vamos! Quero ver você morrer! — Bianca não cederia.— Então você quer que eu morra?! Tudo bem! Peça a Anthony para sair agora! Se ele permitir que Anne veja as crianças, eu faço o que você está pedindo! — Sarah parecia completamente enlouquecida.— É engraçado ver você achar que consegue barganhar alguma coisa aqui! Faremos assim: eu prometo que, quando você morrer, vou implorar a Anthony para permitir que Anne veja as crianças. Se quiser,
— Anthony me escuta sempre, Sarah. Só preciso dizer uma palavra e ele vai ceder, então não se preocupe. — Bianca estava até ansiosa pela humilhação da mulher, porque aquilo seria como música para os ouvidos dela!Sarah respirou fundo e estava prestes a fazer o que a megera lhe pediu, até que a cena foi interrompida por uma voz inesperada.— Acho que temos um grande problema! — Sarah se virou e ficou chocada ao ver Anne. Uma pitada de vergonha passou por seu rosto, pois ela não queria que sua própria filha visse aquela situação. — Por que você está aqui?! — Os olhos de Bianca eram ameaçadores. Como aquela desgraçada ousava matar sua diversão? — O que mais ela pode fazer aqui além de se ajoelhar em seu lugar, Anne? Esse é o lugar de vocês! E olha que... — Bianca vociferava atrocidades, até ser empurrada por Anne, antes que pudesse terminar. Seu corpo pendeu para trás e a víbora perdeu o equilíbrio com os sapatos de salto alto, fazendo-a parecer extremamente ridícula ao cair de bund