— Por que você está hesitando? Se você cortar a garganta, talvez Anne possa ver as crianças. Não é isso que você quer, Sarah? Deixe que sua amada filha veja o tamanho do seu amor por ela! — Bianca a provocou mais, desejando ver o sangue de Sarah jorrando, uma vingança também por sua mãe.A mão de Sarah segurando a faca tremia, ainda furiosa. — Bianca, você vai pagar por isso tudo! — — Uma amante, mãe de amante, dizendo a uma esposa legítima que ela será punida? Você não vale nada! Acho que quem está pagando por tudo o que já fez é você, Sarah. Vamos! Quero ver você morrer! — Bianca não cederia.— Então você quer que eu morra?! Tudo bem! Peça a Anthony para sair agora! Se ele permitir que Anne veja as crianças, eu faço o que você está pedindo! — Sarah parecia completamente enlouquecida.— É engraçado ver você achar que consegue barganhar alguma coisa aqui! Faremos assim: eu prometo que, quando você morrer, vou implorar a Anthony para permitir que Anne veja as crianças. Se quiser,
— Anthony me escuta sempre, Sarah. Só preciso dizer uma palavra e ele vai ceder, então não se preocupe. — Bianca estava até ansiosa pela humilhação da mulher, porque aquilo seria como música para os ouvidos dela!Sarah respirou fundo e estava prestes a fazer o que a megera lhe pediu, até que a cena foi interrompida por uma voz inesperada.— Acho que temos um grande problema! — Sarah se virou e ficou chocada ao ver Anne. Uma pitada de vergonha passou por seu rosto, pois ela não queria que sua própria filha visse aquela situação. — Por que você está aqui?! — Os olhos de Bianca eram ameaçadores. Como aquela desgraçada ousava matar sua diversão? — O que mais ela pode fazer aqui além de se ajoelhar em seu lugar, Anne? Esse é o lugar de vocês! E olha que... — Bianca vociferava atrocidades, até ser empurrada por Anne, antes que pudesse terminar. Seu corpo pendeu para trás e a víbora perdeu o equilíbrio com os sapatos de salto alto, fazendo-a parecer extremamente ridícula ao cair de bund
Hayden não esperava que as coisas acabassem daquele jeito desastroso. O homem pensou que Anne iria até lá apenas para levar Sarah embora, já que a mulher era sua mãe e se encontrava lá para tentar ajudá-la. Contudo, podia sentir que este era o fim do mundo para a senhorita Vallois. Resignado, o leal funcionário olhou para o senhor Marwood inconscientemente. Sob o céu nublado, o magnata exerceu uma pressão tão intimidante.— Escuta aqui, minha irmã, você está passando dos limites e... — Bianca queria defender Anthony, mas foi interrompida duramente por Anne.— Cale a boca, cadela! — Anne gritou, deixando a pianista chocada. Os olhos daquela mãe ensandecida brilhavam como fogo, os punhos cerrados nas laterais do corpo, e ela nem percebeu que suas unhas estavam afundadas na carne. Ao longo de toda a confusão, a jovem já não olhava para a pianista, a quem desconsiderava ter qualquer importância na equação. — Sua mulher é mais importante que seus filhos, Anthony? Por que não percebi que v
O carro saiu da vizinhança de Anthony. Anne, sentada no banco do passageiro, segurava a faca na mão, os dedos acariciando as costas da lâmina. Sarah ficou ansiosa ao ver aquele gesto macabro.— Guarde essa faca! Por que você ainda a está segurando? — — Agora você está com medo da faca? Por que você veio com ela, então? — A voz de Anne falhava, mas seria por causa de sua raiva ou de seu medo?— Eu... eu só estava tentando assustá-los. — Sarah, como de costume, quase estragou tudo, por causa de teimosia e impulsividade.— E se você se machucasse? — Perguntou Anne. A jovem nunca poderia esquecer o que viu quando chegou ao lugar, a imagem de Bianca pisando na mãe e se deleitando com a sensação de humilhar a mulher. O arrependimento da jovem era de não ter ido batido na irmã até não poder mais.— O que você fez foi mais perigoso do que eu fingir me ameaçar com uma faca. Você desafiou Anthony, mesmo sabendo do que ele é capaz! Eu estava pronta para ser imprudente, para me humilhar por
— Ai, meu Deus! — Sarah deu a volta pelo carro, às pressas, então viu a cena mais de perto. Anne olhava fixamente para a faca em sua mão própria mão, e para a roupa de Bianca, banhada de sangue. A cena da arma branca perfurando a barriga de sua irmã se repetiu várias vezes, em sua mente, até que toda sua lembrança sumisse de uma vez e desse espaço para um inexplicável vazio, como se não conseguisse compreender como tudo aquilo aconteceu. — Anne! — Sarah berrou.A jovem voltou a si depois de ouvir o grito de sua mãe. Enquanto tremia, sua mão soltou a faca.— Ah! — Bianca gritou e caiu de costas no chão.A faca continuava em sua barriga, com a mancha de sangue se expandindo.— Não... não fui eu. Ela se jogou na faca... — A voz de Anne tremia, seu cérebro se esforçando para lembrar, mas tudo parecia uma bagunça e ela não conseguia pensar direito. Nesse momento, a moça viu que havia sangue em sua mão.— Isso não tem nada a ver com a gente, filha! Foi culpa dela! Foi culpa dela! —
Sarah não sabia o que dizer, tamanho era seu nervosismo. Se Anne fosse condenada por homicídio, jamais poderia viver uma vida normal. Sua filha já se via prestes a descer do carro quando chegaram ao hospital, mas a mulher a impediu. — Você realmente vai entrar? — — Mãe, só espere aqui. Vou entrar e dar uma olhada. — — Como posso deixar você ir sozinha? Eu vou com você. — Sarah não deu espaço para que a filha a impedisse, então as duas seguiram para a entrada do hospital e seguiram para a recepção. Foram informadas da entrada de Bianca e se dirigiram para o local indicado. No caminho, encontraram Anthony, que aguardava do lado de fora da sala de operações. O magnata se virou, seus olhos fixos em Anne.Anne disse a si mesma que não poderia desistir. A moça queria acreditar que não precisava ficar com medo porque não tinha culpa. Assim, foi em frente e disse: — Não fui e-... — Antes que ela pudesse terminar a frase, o homem lhe deu as costas. — Anthony, me ouça! — Anne insistiu,
Talvez a verdade fosse mais complicada do que poderiam imaginar? Mesmo assim, Nigel saiu da enfermaria e perguntou ao magnata: — Anthony, quem machucou Bianca? — — Foi um acidente. — A expressão de Anthony era sombria.— Poderia ser... relacionado a Anne? — Nigel adivinhou.— As duas estavam brigando por uma faca e Bianca se feriu. — A expressão de Anthony parecia distante. Ele deu aquela resposta, mas ainda precisava investigar bastante para saber a verdade.— Onde está Anne? — Nigel, que parecia chocado, perguntou.— Ela voltou para casa com Sarah. Ela está bem. — O pai das duas moças franziu a testa. Suas filhas continuavam se destruindo em meio a tantos problemas, um após o outro. — Qual foi o motivo da briga? — O homem quis saber.***Anne estava de volta à mansão da mãe, sentada no sofá, com uma expressão sombria. A primeira coisa que Sarah fez ao chegar em casa foi preparar um suco de maracujá, na esperança de que pudesse acalmar um pouco a filha. Seu medo era que
— Anthony disse que foi um acidente. — Nigel foi direto.Bianca ficou atordoada ao ouvir aquilo. 'Anthony disse... que foi um acidente?'— Que acidente, Nigel?! — Dorothy não conseguia se controlar.— As duas estavam brigando por uma faca, e Bianca acabou se ferindo. — — Você acredita nisso, Nigel, seu idiota?! Se foi um acidente, por que a faca não machucou aquela puta da Anne? Por que só machucou sua filha legítima? Eu vou matar sua filhinha protegida agora mesmo! — — Pare de falar besteira, Dorothy! — Nigel a deteve.— Que besteira, Nigel? Você está sequer se ouvindo falar? Você viu Bianca crescer! Por que ela é menos importante que Anne para você? Sua filha quase foi morta por aquela cadela! — Dorothy gritou.Nigel não sabia o que responder, apenas franziu a testa.— Eu não vou matar a desgraçada, mas espero que você tome vergonha e procure justiça para Bianca! — Dorothy berrou com raiva.Na verdade, minutos antes, Nigel já havia ligado para Anne, que explicou toda a his