Se ele tivesse ido embora com Anne, nada daquilo estaria acontecendo. A pessoa com todo o poder sobre a moça seria ele, não Anthony.Anne caminhou e percebeu que estava sozinha. Ao se virar, viu Tommy parado atrás dela, imóvel e a encarando. Quando estava prestes a perguntar o que estava acontecendo, ele se aproximou gentilmente e a abraçou. — Eu nunca disse... sinto muito. Anne, sinto muito.... — Anne ficou atordoada, não esperava que Tommy performasse uma voz tão gentil para se desculpar. Ela ficou emocionada. No passado, confiou no homem, e ainda mantinha essa confiança mesmo após voltar do exterior, até que ele a traiu. Ao pensar sobre isso, contudo, percebeu que ele nunca a machucou como Anthony; apenas a ajudou. Assim, Anne afastou sua mão e se virou. — Não há necessidade de se desculpar. Não vamos falar sobre isso. Como você disse, vamos parar de remoer o passado. De qualquer forma, não importa o que você diga, não vou embora agora. — — Então, você resistiu a Anthony ap
Houve uma batida na porta e Hayden pensou consigo mesmo, 'Quem viria aqui tão tarde?'. Para seu desgosto, quem apareceu foi Bianca. Ao ver que as crianças ainda não dormiam, ela forçou um sorriso gentil no rosto. — Achei que já tivessem dormido! Chloe, como você está? As manchas no seu rosto melhoraram bastante. Será que pode receber alta amanhã? — — Sim, ela terá alta amanhã, se tudo correr como planejado. — Hayden disse. — Isso é ótimo! — Fingiu Bianca, então seus olhos foram subitamente atraídos para o anel na mão da garotinha. O sorriso em seus lábios congelou, e ela olhou para os dedos vazios de Anthony. O magnata havia dado a aliança à filha, porque a menina pediu para brincar com o ornamento. Como ele poderia não ceder a algo tão simplista? Por coincidência, o anel escorregou da mãozinha da garota e caiu no chão. Para Bianca, aquilo foi como se tivessem lhe dado um tapa no rosto. Ela não poderia descarregar sua raiva ali, então ficou parada. Enquanto isso, Charlie pegou
Anne foi lavar o rosto no banheiro. Quando terminou, foi até a sala e viu que o café da manhã já estava na mesa. Sarah teve o cuidado de fazer muito do que a filha adorava comer e de acompanhar a jovem no café da manhã, mesmo que ela própria não tivesse o costume de fazer o dejejum tão cedo. — Você não parece muito bem... Não dormiu? — Sarah perguntou. — Perdi a hora vendo besteira na internet. — Ela deu de ombros. — Você é jovem, mas ainda precisa cuidar da sua saúde! — A mulher aconselhou, com olhos arregalados de preocupação. — Eu sei, não faço isso com muita frequência. — Anne revirou os olhos. Quando Sarah estava prestes a criticar a reação da filha, seu telefone tocou. A mulher se levantou e foi pegar o celular e, apesar de sentir que conhecia aquele número, não tinha o contato adicionado à lista: — Quem é? — Ela perguntou, desconfiada. — Bastante tempo livre, não é? Já que Anne, uma mãe irresponsável, não vem ver os filhos nem quando eles estão no hospital, por que
O corpo de Anne estava ligeiramente tenso, refletindo sua dor. Bianca, por sua vez, queria saber como a irmã e Tommy estavam envolvidos. A acusada evitou, é claro, olhar para o rosto de Anthony, que estava ao lado da pianista. Enquanto isso, Sarah explicava a situação a ele com preocupação: — Anne estava realmente preocupada com Chloe, tanto que passou a noite em claro pensando nela. Ninguém ama Chloe mais do que ela! É fácil julgar quando não se está no coração de uma mãe! —Bianca, com Anthony ao seu lado, ganhou coragem para expressar o motivo de ter ligado para Sarah: — Anthony, sinto muito, fui eu quem ligou para Sarah. Pensei que, como Anne não teve tempo de ver Chloe, a avó poderia vir. Espero que você entenda. — Bianca fez cena, como se estivesse pensando no conforto das crianças.Anne, nervosa, assegurou: — Eu vim só para fazer uma visitinha, para acalmá-la... Não vou demorar... — Ela esteve acordada a noite toda, mas tinha toda a energia para aquele momento, ali a ape
— Voltar? Você não quer mais ver Chloe? — — Anthony não vai deixar, e ele parece bastante determinado. Com certeza ela já pediu para me ver, mas isso não o fez ceder. — Anne parecia muito deprimida. — Vá pedir ao seu pai, então! — — Não incomode o papai, ele já tem problemas suficientes. Além disso, você pode garantir que poderei ver as crianças se formos até ele? Anthony não cede nem para o sogro, você já viu isso antes. — Disse Anne. — O que vai fazer, então? Vai procurar Anthony e implorar? — Sarah já imaginava que a solução seria a mesma de sempre. No entanto, o que Anthony iria pedir que Anne fizesse em troca? Depois de entrar no carro, diante do silêncio da filha, a mulher ainda disse: — Volte para a mansão comigo. Você não tem minha permissão para ficar em casa sozinha, não vai te fazer bem! — — Mãe, espere um minuto... — Disse Anne, logo antes de o carro dar partida. — O que foi? — — Você volta sozinha. Eu vou me esconder aqui e esperar que eles saiam, aí posso
Anne saiu correndo do estacionamento, mas não conseguiu mais ver o Rolls-Royce, que havia atravessado o trânsito e desaparecido num instante. Os olhos da moça continuavam cheios de lágrimas, sem saber lidar com aquela sensação cruel de impotência. Por que ela tinha que passar pelo pior, sempre? E se Anthony queria os filhos, então deveria cuidar bem deles! Por que deixar Bianca machucá-los? — Anne, como foi? Você viu as crianças? Você falou com elas? — Como anoitecera, Sarah voltara do café para ver se a filha estava bem e como o carro estava estacionado do lado de fora, ela viu quando Anthony saiu e quando Anne tentou persegui-lo. A moça apenas balançou a cabeça, impotente. — Vamos. Vou levá-la até a Mansão Real. — Sarah puxou a filha pela mão. Anne sacudiu a mão dela. — Não preciso fazer cena se quiser ver as crianças. Só preciso encontrar Anthony, mas... eu não quero. São meus filhos! Por que tem que ser assim? Por que preciso implorar a ele? Ele insiste em me forçar, me c
— Além disso, não acredito que Dorothy e Bianca possam escapar impunes para sempre! — Sarah disse desafiadoramente, mas a filha mal reagiu.Depois do jantar, Anne voltou para seu quarto. Sarah apareceu algum tempo depois, para ver se a moça precisava de algo, mas já a encontrou dormindo, resultado da exaustão. A mulher se sentia infeliz, sabendo do tanto que a filha estava deprimida. Quando aquele terror terminaria?Se Anthony insistisse em não deixar Anne ver seus filhos, quanto tempo a jovem poderia aguentar? Sua psique seria drenada e eventualmente destruída, pelos sinais que a moça dava. Tudo o que Sarah poderia fazer, contudo, era se sentir mal pela própria filha. 'Ou talvez...', a mulher pensou, impelida pela vontade de ajudar sua amada Anne. Assim, ela decidiu ir pessoalmente à Mansão Real para fazer uma cena, certa de que isso definitivamente acarretaria algum progresso.Meia hora depois, lá estava Sarah, pronta para invadir o lugar. Contudo, assim que a mulher parou em fren
O segurança reagiu rápido e, com um só movimento, a faca caiu no chão da mão da mulher, que perdeu o equilíbrio e caiu também.— Porra! — Sarah olhou para a palma da mão, que estava arranhada, e ficou ainda mais irritada. — Eu sou a avó das crianças! Anthony, sua desgraça, me mate se tiver coragem! — Então, ela pegou a faca do chão e a colocou no próprio pescoço, o que impediu o segurança de avançar. A instrução era apenas para se livrar dela, mas seria ruim se ela se machucasse de maneira grave. Hayden viu a cena da varanda e pensou que as coisas estavam fora de controle, então ele olhou para o quarto e refletiu 'Se Anne viesse aqui, seria mais fácil resolver?'. Não seria possível manter as crianças longe da mãe para sempre, não é? Pensando assim, Hayden pegou o telefone e ligou para a moça. A jovem mãe estava dormindo, mas acordou depois de alguns toques. Desnorteada, ela pegou o telefone e apertou o botão de atender. — Alô? — Disse, ainda grogue.— Senhorita Vallois, é Hayde