Anthony sentou-se no sofá e olhou para a pessoa deitada na cama. Com certeza, a mulher esbelta não conseguia lidar com seu tormento. Depois de um tempo, o magnata se levantou e sentou-se na beira da cama, pairando e acariciando o rostinho de Anne como se houvesse uma camada de seda sobre sua pele. O rostinho dela estava macio e levemente quente. A moça, que despertava sutilmente, sentiu-se confortável e esfregou levemente o rosto na mão do rapaz. Ela não só não se ressentiu de sua pele ligeiramente áspera, como estendeu a mão e a segurou, apoiando-lhe o rosto como se tivesse medo de que ele fugisse.-Bianca esperou até escurecer e as luzes da cidade estarem acesas, mas Anthony não apareceu. Ela não teve escolha a não ser ligar para Anthony novamente: — Anthony, quando você vem? O pessoal do cartório vai fechar já... Se não puder chegar a tempo, você pode, pelo menos, falar com o diretor daqui? — Enquanto estava ao telefone, Anthony olhou para o rostinho de Anne e como ela pareci
Nigel franziu a testa. Desde o início, achava que eles não deveriam ter ido atrás da certidão de casamento e, com certeza, algo deu errado. No entanto, o homem não quis dizer isso à filha chateada, pois só pioraria a situação. — Pai, me ajude. — Bianca se levantou e se aproximou de Nigel, puxando sua mão enquanto acrescentava: — Pai, fale com Anne. Peça a ela que me devolva meu noivo. Ela nem gosta dele, então por que ainda o está incomodando? Eu não posso viver sem o Anthony... Por favor, peça a ela que perdoe o que eu fiz no passado. Ela pode tudo, mas pare de tirar o Anthony de mim... Pai, diga a ela. Ela com certeza vai te ouvir... — Bianca caiu no choro. Nigel ficou angustiado e suspirou. — Vou procurar entender a situação e te dar uma resposta. — Bianca assentiu, parecendo triste e com o coração partido. Como o pai não suportava ver a filha tão infeliz, precisava se envolver. A febre de Anne voltou a aparecer no meio da noite e Kathryn foi chamada novamente. Foi somente
Anne entrou na cozinha, ficou ao lado dele e o viu se preparar para quebrar os ovos. Então, disse: — Deixe-me fazer isso... — — Quem te disse para sair da cama? — — Estou me sentindo muito melhor. — Então, Anne olhou para o pequeno ovo em sua mão e perguntou: — Você sabe como fazer um ovo poché? — — O que há de tão difícil nisso? — Anthony estava prestes a quebrar o ovo com as duas mãos, parecendo muito habilidoso. No entanto, ele esmagou diretamente o ovo no segundo seguinte. O ovo quebrado e a casca caíram na panela, o que fez Anne dar uma risadinha. O magnata lançou um olhar de advertência para a moça, que logo parou. — Você não precisa usar tanta força para fazer isso. — Disse Anne. Anthony encheu novamente a água e estava pronto para quebrar outro ovo. Embora ele controlasse sua força desta vez, a casca ainda foi esmagada, e alguns pedaços caíram na panela. Anne estava prestes a dizer que estava tudo bem, mas o homem jogou fora a água e começou de novo. Na terceira ve
Anthony se levantou, caminhou até o sofá da sala, pegou seu paletó e o vestiu. Sua figura alta e esbelta ostentava a aura aterrorizante e um forte senso de opressão. Ele virou o corpo levemente para o lado e sua linha de visão capturou Anne, que estava na frente da mesa. A moça se encontrava prestes a dar uma mordida na refeição quando sentiu uma sensação de pressão se aproximando dela por trás, e sua coluna subconscientemente enrijeceu. Anthony se inclinou ligeiramente por trás dela, colocou uma mão na borda da mesa para se apoiar, envolveu a jovem em seus braços e usou sua outra mão para levantar sua mandíbula. Em seguida, aproximou-se e beijou os lábios da moça, então franziu a testa.— Não está muito doce o suco? — Anne estava levemente ofegante quando respondeu.— Você só está percebendo isso agora? Você derramou meio saco de açúcar! — Anthony não demonstrou desconforto com a crítica, porque era verdade.— Está tudo bem. Vou despejar um pouco de água para equilibrar. — Diss
Ele desapareceu, afinal, e Bianca certamente devia estar ansiosa. Assim que Anne saiu pela porta, contudo, o telefone em sua bolsa tocou. O telefone que ela mesma comprou não teria nenhum som, mesmo que houvesse uma ligação. Ela pegou o telefone da bolsa, enquanto descia até o saguão do prédio, e viu que era sua irmã quem ligava, então não atendeu e continuou seu caminho. Enquanto colocava o aparelho na bolsa, foi surpreendida.— Anne? — A moça ficou atordoada por um momento, então levantou o rosto e viu seu pai, Nigel, saindo da garagem e a encarando surpreso.— Pai... — — Você estava aqui? — Perguntou Nigel.— Eu... vim conferir o andamento da reforma. — Disse Anne, enquanto evitava o olhar.Nigel acreditou no que ela disse. Afinal, como ele poderia esperar que Anthony tivesse algo a ver com aquilo?— Gostou da renovação? — O homem perguntou.— Ah, sim... bastante... — Disse Anne.Nigel percebeu a hesitação da filha e perguntou: — Qual é o problema? Você não está se sent
Anne não fazia ideia de onde o pai tinha tirado tanta confiança de pensar que Bianca cuidaria dela quando ela estivesse doente. Talvez aos olhos de seu pai, a irmã dela fosse apenas uma princesa deliberada, que não nutria nenhum tipo de ódio.— Pai, e se eu dissesse que também gosto do Anthony? — — O quê? — Nigel ficou tão chocado que quase perdeu o controle do volante.— Caso contrário, por que eu teria dado à luz seus filhos? Além disso, pai, eu sou mais indicada para me casar com o Anthony do que Bianca. Afinal, sou a mãe dos trigêmeos. Pai, é melhor você voltar até Bianca e colocar alguma luz na cabeça dela! — Nigel não conseguiu dizer nada, porque não esperava que Anne gostasse do magnata também. Caso contrário, ele não teria dito tudo aquilo.— Sinto muito. Eu não estava sendo sensato... — Nigel se desculpou. — Eu sempre pensei que você o odiava... Além disso, ele não tem sido bom para você, por causa de sua mãe. — — São apenas alguns mal-entendidos. — Anne não queria ma
— Já estou de volta à minha própria casa. — Depois que Anne disse isso, houve um longo silêncio do outro lado da ligação, o que lhe deu tanta pressão que ela mudou diretamente de assunto. — Eu tinha acabado de descer as escadas quando esbarrei no meu pai. Felizmente, ele não subiu antes e não viu de qual porta eu saí. — — Você está com medo? — — Eu me sinto indo para o abate. — Disse Anne honestamente.— O que ele lhe disse? — — Ele me disse que você ia se casar, mas desapareceu. — — De quem foi a culpa? — Anthony a acusou por telefone.— Quem foi que me fez ficar com febre? — — Não gostou da noite? Além disso, como isso poderia ter causado febre? — Anne franziu os lábios e sua expressão ficou muito estranha. O assunto ficava mais estranho quanto mais falavam. — Não há necessidade de você me mandar comida, tenho bastante aqui. Meu pai comprou muita coisa para mim. Vá e mantenha sua noiva acompanhada, ela precisa que você a paparique muito agora. — — Você está com ciúm
Anne dormia, mas sentiu algo estranho em seu corpo. Alguém a acariciava. Ela soltou alguns zumbidos, virou-se, cobriu as cobertas até a cabeça e fez o possível para se enrolar como um camarão. No entanto, ela ainda estava sendo acariciada, e isso não parava, tanto que as cobertas sobre sua cabeça foram levantadas.— Não me toque. Deixe-me dormir... Ah... — O rosto dela estava corado, e ela se irritava. Na sequência, a moça soltou um grito e inclinou o corpo para trás para se esconder. Ela abriu os olhos e encarou, apática, Anthony, que se sentava à beira da cama.— Não é hora de almoçar? — Anne procurou e pegou seu telefone na mesinha de cabeceira, olhou para a hora e viu que já passava bastante do meio-dia. Ela abaixou o celular e continuou se enrolando. — Não estou com fome... — — Eu trouxe comida para você. Levante-se. — Mexendo um pouco a cabeça no travesseiro, ela o encarou e perguntou: — Você almoçou junto com Bianca, não? — Anne disse, e os olhos negros de Anthony ol