Anne entrou na cozinha, ficou ao lado dele e o viu se preparar para quebrar os ovos. Então, disse: — Deixe-me fazer isso... — — Quem te disse para sair da cama? — — Estou me sentindo muito melhor. — Então, Anne olhou para o pequeno ovo em sua mão e perguntou: — Você sabe como fazer um ovo poché? — — O que há de tão difícil nisso? — Anthony estava prestes a quebrar o ovo com as duas mãos, parecendo muito habilidoso. No entanto, ele esmagou diretamente o ovo no segundo seguinte. O ovo quebrado e a casca caíram na panela, o que fez Anne dar uma risadinha. O magnata lançou um olhar de advertência para a moça, que logo parou. — Você não precisa usar tanta força para fazer isso. — Disse Anne. Anthony encheu novamente a água e estava pronto para quebrar outro ovo. Embora ele controlasse sua força desta vez, a casca ainda foi esmagada, e alguns pedaços caíram na panela. Anne estava prestes a dizer que estava tudo bem, mas o homem jogou fora a água e começou de novo. Na terceira ve
Anthony se levantou, caminhou até o sofá da sala, pegou seu paletó e o vestiu. Sua figura alta e esbelta ostentava a aura aterrorizante e um forte senso de opressão. Ele virou o corpo levemente para o lado e sua linha de visão capturou Anne, que estava na frente da mesa. A moça se encontrava prestes a dar uma mordida na refeição quando sentiu uma sensação de pressão se aproximando dela por trás, e sua coluna subconscientemente enrijeceu. Anthony se inclinou ligeiramente por trás dela, colocou uma mão na borda da mesa para se apoiar, envolveu a jovem em seus braços e usou sua outra mão para levantar sua mandíbula. Em seguida, aproximou-se e beijou os lábios da moça, então franziu a testa.— Não está muito doce o suco? — Anne estava levemente ofegante quando respondeu.— Você só está percebendo isso agora? Você derramou meio saco de açúcar! — Anthony não demonstrou desconforto com a crítica, porque era verdade.— Está tudo bem. Vou despejar um pouco de água para equilibrar. — Diss
Ele desapareceu, afinal, e Bianca certamente devia estar ansiosa. Assim que Anne saiu pela porta, contudo, o telefone em sua bolsa tocou. O telefone que ela mesma comprou não teria nenhum som, mesmo que houvesse uma ligação. Ela pegou o telefone da bolsa, enquanto descia até o saguão do prédio, e viu que era sua irmã quem ligava, então não atendeu e continuou seu caminho. Enquanto colocava o aparelho na bolsa, foi surpreendida.— Anne? — A moça ficou atordoada por um momento, então levantou o rosto e viu seu pai, Nigel, saindo da garagem e a encarando surpreso.— Pai... — — Você estava aqui? — Perguntou Nigel.— Eu... vim conferir o andamento da reforma. — Disse Anne, enquanto evitava o olhar.Nigel acreditou no que ela disse. Afinal, como ele poderia esperar que Anthony tivesse algo a ver com aquilo?— Gostou da renovação? — O homem perguntou.— Ah, sim... bastante... — Disse Anne.Nigel percebeu a hesitação da filha e perguntou: — Qual é o problema? Você não está se sent
Anne não fazia ideia de onde o pai tinha tirado tanta confiança de pensar que Bianca cuidaria dela quando ela estivesse doente. Talvez aos olhos de seu pai, a irmã dela fosse apenas uma princesa deliberada, que não nutria nenhum tipo de ódio.— Pai, e se eu dissesse que também gosto do Anthony? — — O quê? — Nigel ficou tão chocado que quase perdeu o controle do volante.— Caso contrário, por que eu teria dado à luz seus filhos? Além disso, pai, eu sou mais indicada para me casar com o Anthony do que Bianca. Afinal, sou a mãe dos trigêmeos. Pai, é melhor você voltar até Bianca e colocar alguma luz na cabeça dela! — Nigel não conseguiu dizer nada, porque não esperava que Anne gostasse do magnata também. Caso contrário, ele não teria dito tudo aquilo.— Sinto muito. Eu não estava sendo sensato... — Nigel se desculpou. — Eu sempre pensei que você o odiava... Além disso, ele não tem sido bom para você, por causa de sua mãe. — — São apenas alguns mal-entendidos. — Anne não queria ma
— Já estou de volta à minha própria casa. — Depois que Anne disse isso, houve um longo silêncio do outro lado da ligação, o que lhe deu tanta pressão que ela mudou diretamente de assunto. — Eu tinha acabado de descer as escadas quando esbarrei no meu pai. Felizmente, ele não subiu antes e não viu de qual porta eu saí. — — Você está com medo? — — Eu me sinto indo para o abate. — Disse Anne honestamente.— O que ele lhe disse? — — Ele me disse que você ia se casar, mas desapareceu. — — De quem foi a culpa? — Anthony a acusou por telefone.— Quem foi que me fez ficar com febre? — — Não gostou da noite? Além disso, como isso poderia ter causado febre? — Anne franziu os lábios e sua expressão ficou muito estranha. O assunto ficava mais estranho quanto mais falavam. — Não há necessidade de você me mandar comida, tenho bastante aqui. Meu pai comprou muita coisa para mim. Vá e mantenha sua noiva acompanhada, ela precisa que você a paparique muito agora. — — Você está com ciúm
Anne dormia, mas sentiu algo estranho em seu corpo. Alguém a acariciava. Ela soltou alguns zumbidos, virou-se, cobriu as cobertas até a cabeça e fez o possível para se enrolar como um camarão. No entanto, ela ainda estava sendo acariciada, e isso não parava, tanto que as cobertas sobre sua cabeça foram levantadas.— Não me toque. Deixe-me dormir... Ah... — O rosto dela estava corado, e ela se irritava. Na sequência, a moça soltou um grito e inclinou o corpo para trás para se esconder. Ela abriu os olhos e encarou, apática, Anthony, que se sentava à beira da cama.— Não é hora de almoçar? — Anne procurou e pegou seu telefone na mesinha de cabeceira, olhou para a hora e viu que já passava bastante do meio-dia. Ela abaixou o celular e continuou se enrolando. — Não estou com fome... — — Eu trouxe comida para você. Levante-se. — Mexendo um pouco a cabeça no travesseiro, ela o encarou e perguntou: — Você almoçou junto com Bianca, não? — Anne disse, e os olhos negros de Anthony ol
— Então, o que ele disse? Quando vocês dois vão tirar a certidão de casamento? — Era só com isso que Dorothy se importava.Bianca sentou-se no sofá sem mexer um músculo ou dizer uma palavra, Dorothy ficou ainda mais ansiosa. — Fala alguma coisa! O que Anthony disse? — — Ele não disse nada e é por isso que é assustador. — Bianca olhou para frente com fúria e ressentimento.— O que você quer dizer? Não tem mais nada certo sobre o casamento no civil? — Dorothy estava confusa. — Não foi ele que aceitou ir buscar uma certidão de casamento com você? Ele está voltando atrás em suas palavras agora? Isso soa como algo que a pessoa responsável pelo Grupo Arquiduque diria? — — Anthony esteve com Anne nos dois dias em que desapareceu. Ela deve ter dito alguma coisa para ele! — Bianca rangia os dentes quando dizia essas palavras, e seus olhos se encheram de crueldade.— Essa puta de novo! — Dorothy estava tão irritada que andava em círculos e pensava em uma maneira de lidar com a enteada.
— Como assim, Nigel?! O que você quer dizer com isso?! Você não pode ver que ela realmente gosta de Anthony? Não importa se você não a ajudar, mas você até tentou sabotar o casamento dela! É isso que um pai deve fazer com a filha?! — — Você não pode ver que ela está numa situação péssima? Se Anthony a respeitasse um pouco, ele teria aparecido para o casamento civil! — — Foi porque ele foi seduzido por Anne! — Dorothy protestou: — Assim como Sarah! Se ela não te seduzisse, você teria dormido com ela?! A filha age assim, a mãe também age assim! Devo algo a elas em minha vida passada?! Agora, estão até destruindo a felicidade da Bianca! —Nigel olhou para ela friamente e vociferou:— Você não deve nada a elas, mas me deve! Eu inicialmente pensei que você pudesse ser uma boa esposa, mas você conseguiu isso?! Não! Eu me arrependi da minha decisão! Se eu não tivesse me casado com você de novo, estaria feliz! — — Eu errei lá atrás, mas sempre fui sincera com você! Você não consegue en