A doutora Brown ficou surpresa. — Você está se sentindo desconfortável? — Anne se sentou e, logo em seguida, içou o corpo. — Eu... eu quero ter alta agora. Já estou bem... — — Não me atreveria a deixar você sair do hospital! Vou ligar para o senhor Marwood primeiro e perguntar o que ele acha, está bem? — Disse a médica. — Você é a médica, a decisão é sua! Por que você tem que perguntar a ele? Por que eu deveria ouvi-lo? — Anne gritou exasperadamente. — Anne, acalme-se. — — Não quero ficar calma! Como poderia ficar calma?! — Anne levantou a colcha e saiu da cama. — Não me impeça! Preciso ir! — A doutora Brown a interrompeu. — Eu não posso deixar você ir, se você agir assim. — — Saia da minha frente! Deixe-me ir! — Anne empurrou a médica. No entanto, ela não conseguiu passar pela doutora e pela enfermeira, e seu corpo frágil começava a perder sua força. — Anne! — A doutora Brown a abraçou assustada, colocou-a na cama e acenou com a cabeça para a enfermeira.
— Ela vomitou sangue e agora está na sala de emergência. O que você disse a ela? — O volume da voz de Anthony aumentou. — Isso é sério? Eu... eu só disse a ela que meu pai decidiu não se divorciar de minha mãe, para que Sarah pudesse voltar para Luton e que meu pai havia se sacrificado muito por ela. Não é grande coisa, é? Como ela se irrita facilmente! — Bianca se sentiu um pouco vencedora. — Vou voltar e pedir desculpas a ela! Ela descansou por tanto tempo e não quero que ela tenha uma recaída novamente por minha causa. — — Ela mencionou alguma criança? — — ...crianças? Que crianças? — O tom de Bianca soou afetado. — Anthony, eu não fiz nada. Anne não gosta de mim e de minha mãe por causa dos assuntos da mãe dela. Ela estava bem mais cedo. Por que ela desmaiou assim que eu virei as costas para ela? Ela estava tentando me acusar de algo? — — Certo, nos falamos depois. — Anthony desligou o telefone. Bianca andava de um lado para o outro em seu escritório, sentindo-se inqui
Suas pernas eram muito curtas, então Charlie moveu um banquinho para ajudá-lo. Chris estudou a fechadura da porta e disse: — Quando ele entrou, trancou a porta. Ele deve ter as chaves! — — E as janelas? — Chloe perguntou: — Podemos pular pela janela? — As três crianças olharam para a janela, que estava aberta, e puderam ver as copas das árvores lá fora. Não parecia possível. — Podemos ver as pontas das árvores, estamos bem alto! Se pularmos daqui, talvez nunca mais vejamos a mamãe! — Chloe ficou desapontada. — Não tenha medo! — Charlie se empolgou. — Eu vou roubar a chave! — — Roubar a chave? — O rostinho de Chloe estava um pouco atordoado, mas ela também estava um pouco animada. — Sim, se a gente roubar a chave para abrir a porta, podemos sair correndo e escapar! — Chris elaborou o plano. As três crianças foram até a porta da sala e a abriram silenciosamente. Charlie deu uma espiada e notou que a pessoa na cama estava dormindo de costas para eles, e que estava ronca
Quando Luke acordou, depois de um bom cochilo, não viu os trigêmeos. Procurou a casa toda, mas não encontrou ninguém. — Parem de brincar de esconde-esconde comigo. Se vocês não saírem, eu vou bater em vocês! — Droga, por que ele tinha que se meter naquela história? Como as três crianças eram irritantes! Luke então notou que a porta não estava trancada e, apenas depois de revirar a casa toda, quando tocou a cintura, descobriu que as chaves haviam sumido. Rapidamente, o rapaz ligou para Moona.— Mãe, as crianças fugiram! — — O quê?! Eu não pedi para que cuidasse bem delas?! — — Eu os tranquei em casa, mas eles roubaram minha chave e abriram a porta! Eles têm mesmo a idade que parecem ter? — Luke não conseguia acreditar que havia sido enganado por três crianças! — Vá procurá-los! — Moona estava furiosa. Ela estaria em apuros se não pudesse lidar com um trabalho tão fácil! Assim que encerrou a chamada, o diretor Lucas destrancou a porta e chegou em casa. Moona não havia se
Moona não entendeu por que ele diria aquilo. Por que seu tom era tão afirmativo? Isso a deixou muito inquieta. — Senhorita Vallois... — Moona respondeu, mas não havia nenhum som do outro lado da linha. — Senhorita Vallois? Por que você não está falando? — Anthony estava procurando por aquela voz em sua memória. Segundo sua desconfiança, a voz era da babá que cuidava dos trigêmeos e era próxima de Lucas. Ou seja, os dois números desconhecidos seriam de ligações para aquele homem. Nessa hora, Lucas deu um passo à frente e pegou o telefone na mão de Moona, já adivinhando quem estava ligando. Anthony olhou para o celular com os olhos cheios de raiva, parecendo extremamente hostil. No final, toda a raiva voltaria para Anne. — Você ainda o procura pelas minhas costas. Como posso puni-la para que você se torne completamente obediente? — Sua voz parecia vir do inferno. Então, a porta da enfermaria foi aberta. Era Sarah, indo entregar a refeição do meio-dia, porque preferia que a filha
Sarah perguntou: — Ela ia receber alta, mas fui ao hospital hoje e seu estado piorou de novo! Você sabe o que aconteceu? Suspeito que Anthony possa ter batido em Anne! Minha filha estava inconsciente, mas eu fui expulsa antes de poder fazer mais perguntas e não posso nem entrar mais no hospital! Qual é o significado disso? Ela é minha filha e eu nem consigo vê-la? Isso é um absurdo, Nigel! — — Eu irei aí agora! — Nigel deixou seu trabalho e saiu do escritório. — Você já sabe que estamos no Hospital Luton? — — Quando vocês voltaram? — Nigel se sentiu mal porque não sabia daquilo. Ele ligou para Anne, mas a filha não disse que estava de volta. — Não é sua culpa, ninguém te contou! Eu não iria querer incomodá-lo, se isso não tivesse acontecido hoje. — — Anne também é minha filha, por que você não me contou? Eu resolvo, não precisa se preocupar... — Nigel a confortou. — Eu vou esperar por você. Apresse-se. — — Claro. — Sarah desligou o telefone, virou-se e olhou pa
— Você está errado. Anne é como uma irmã mais nova para mim, e o que estou fazendo com ela não deveria ser visto, de maneira alguma, como uma forma de machucá-la. — Nigel ficou tão zangado com as palavras do magnata que quase perdeu a paciência. Que tipo de irmão mais velho estupraria a irmã mais nova e a deixaria grávida? O homem não disse isso em voz alta, no entanto. — Se você está determinado a ficar aqui, pelo menos pense em Bianca. — Disse Nigel. — Bianca é muito independente e não precisa ficar comigo o tempo todo. Além disso, são duas coisas distintas. — Anthony não se importava. Ele faria o que quisesse, e no final conseguiria o que queria. Anne realmente ousou desafiar seus limites, não foi? — Nigel, não se preocupe. Vou sentar aqui e esperar ela acordar. Tudo vai ficar bem depois disso. — Disse Anthony. — Quando ela vai acordar? — Nigel perguntou. — Provavelmente em algumas horas. — Nigel saiu da enfermaria e foi até a doutora Brown, que disse: — Eu não s
Anthony teria mexido no telefone dela? Se o fizesse, ele também teria visto os registros de chamadas dela? A mulher geralmente apagava seus registros de chamadas, mas tinha muitas coisas em mente para fazer isso naquele dia. Anthony estava inexpressivo quando perguntou: — Deixe-me adivinhar... Lucas ou a babá? — O coração de Anne apertou. Com certeza, o homem sabia... e, para piorar, a suposição do magnata estava certa. Ela queria muito ligar para Lucas, porque estava preocupada com as crianças. A mulher se perguntava se já teriam sido encontradas. Àquela altura, deveria contar a Anthony? Na verdade, a jovem já tinha pensado na possibilidade de revelar a verdade a Anthony, para que a ajudasse a encontrá-las. Em comparação com a perda dos filhos, ela preferia que o magnata soubesse de seu segredo. Mas e se as crianças já tivessem sido encontradas? Não haveria necessidade de contar àquele demônio. Anne congelou enquanto a sombra do homem se elevava em sua direção. Então, Anthony