Suas pernas eram muito curtas, então Charlie moveu um banquinho para ajudá-lo. Chris estudou a fechadura da porta e disse: — Quando ele entrou, trancou a porta. Ele deve ter as chaves! — — E as janelas? — Chloe perguntou: — Podemos pular pela janela? — As três crianças olharam para a janela, que estava aberta, e puderam ver as copas das árvores lá fora. Não parecia possível. — Podemos ver as pontas das árvores, estamos bem alto! Se pularmos daqui, talvez nunca mais vejamos a mamãe! — Chloe ficou desapontada. — Não tenha medo! — Charlie se empolgou. — Eu vou roubar a chave! — — Roubar a chave? — O rostinho de Chloe estava um pouco atordoado, mas ela também estava um pouco animada. — Sim, se a gente roubar a chave para abrir a porta, podemos sair correndo e escapar! — Chris elaborou o plano. As três crianças foram até a porta da sala e a abriram silenciosamente. Charlie deu uma espiada e notou que a pessoa na cama estava dormindo de costas para eles, e que estava ronca
Quando Luke acordou, depois de um bom cochilo, não viu os trigêmeos. Procurou a casa toda, mas não encontrou ninguém. — Parem de brincar de esconde-esconde comigo. Se vocês não saírem, eu vou bater em vocês! — Droga, por que ele tinha que se meter naquela história? Como as três crianças eram irritantes! Luke então notou que a porta não estava trancada e, apenas depois de revirar a casa toda, quando tocou a cintura, descobriu que as chaves haviam sumido. Rapidamente, o rapaz ligou para Moona.— Mãe, as crianças fugiram! — — O quê?! Eu não pedi para que cuidasse bem delas?! — — Eu os tranquei em casa, mas eles roubaram minha chave e abriram a porta! Eles têm mesmo a idade que parecem ter? — Luke não conseguia acreditar que havia sido enganado por três crianças! — Vá procurá-los! — Moona estava furiosa. Ela estaria em apuros se não pudesse lidar com um trabalho tão fácil! Assim que encerrou a chamada, o diretor Lucas destrancou a porta e chegou em casa. Moona não havia se
Moona não entendeu por que ele diria aquilo. Por que seu tom era tão afirmativo? Isso a deixou muito inquieta. — Senhorita Vallois... — Moona respondeu, mas não havia nenhum som do outro lado da linha. — Senhorita Vallois? Por que você não está falando? — Anthony estava procurando por aquela voz em sua memória. Segundo sua desconfiança, a voz era da babá que cuidava dos trigêmeos e era próxima de Lucas. Ou seja, os dois números desconhecidos seriam de ligações para aquele homem. Nessa hora, Lucas deu um passo à frente e pegou o telefone na mão de Moona, já adivinhando quem estava ligando. Anthony olhou para o celular com os olhos cheios de raiva, parecendo extremamente hostil. No final, toda a raiva voltaria para Anne. — Você ainda o procura pelas minhas costas. Como posso puni-la para que você se torne completamente obediente? — Sua voz parecia vir do inferno. Então, a porta da enfermaria foi aberta. Era Sarah, indo entregar a refeição do meio-dia, porque preferia que a filha
Sarah perguntou: — Ela ia receber alta, mas fui ao hospital hoje e seu estado piorou de novo! Você sabe o que aconteceu? Suspeito que Anthony possa ter batido em Anne! Minha filha estava inconsciente, mas eu fui expulsa antes de poder fazer mais perguntas e não posso nem entrar mais no hospital! Qual é o significado disso? Ela é minha filha e eu nem consigo vê-la? Isso é um absurdo, Nigel! — — Eu irei aí agora! — Nigel deixou seu trabalho e saiu do escritório. — Você já sabe que estamos no Hospital Luton? — — Quando vocês voltaram? — Nigel se sentiu mal porque não sabia daquilo. Ele ligou para Anne, mas a filha não disse que estava de volta. — Não é sua culpa, ninguém te contou! Eu não iria querer incomodá-lo, se isso não tivesse acontecido hoje. — — Anne também é minha filha, por que você não me contou? Eu resolvo, não precisa se preocupar... — Nigel a confortou. — Eu vou esperar por você. Apresse-se. — — Claro. — Sarah desligou o telefone, virou-se e olhou pa
— Você está errado. Anne é como uma irmã mais nova para mim, e o que estou fazendo com ela não deveria ser visto, de maneira alguma, como uma forma de machucá-la. — Nigel ficou tão zangado com as palavras do magnata que quase perdeu a paciência. Que tipo de irmão mais velho estupraria a irmã mais nova e a deixaria grávida? O homem não disse isso em voz alta, no entanto. — Se você está determinado a ficar aqui, pelo menos pense em Bianca. — Disse Nigel. — Bianca é muito independente e não precisa ficar comigo o tempo todo. Além disso, são duas coisas distintas. — Anthony não se importava. Ele faria o que quisesse, e no final conseguiria o que queria. Anne realmente ousou desafiar seus limites, não foi? — Nigel, não se preocupe. Vou sentar aqui e esperar ela acordar. Tudo vai ficar bem depois disso. — Disse Anthony. — Quando ela vai acordar? — Nigel perguntou. — Provavelmente em algumas horas. — Nigel saiu da enfermaria e foi até a doutora Brown, que disse: — Eu não s
Anthony teria mexido no telefone dela? Se o fizesse, ele também teria visto os registros de chamadas dela? A mulher geralmente apagava seus registros de chamadas, mas tinha muitas coisas em mente para fazer isso naquele dia. Anthony estava inexpressivo quando perguntou: — Deixe-me adivinhar... Lucas ou a babá? — O coração de Anne apertou. Com certeza, o homem sabia... e, para piorar, a suposição do magnata estava certa. Ela queria muito ligar para Lucas, porque estava preocupada com as crianças. A mulher se perguntava se já teriam sido encontradas. Àquela altura, deveria contar a Anthony? Na verdade, a jovem já tinha pensado na possibilidade de revelar a verdade a Anthony, para que a ajudasse a encontrá-las. Em comparação com a perda dos filhos, ela preferia que o magnata soubesse de seu segredo. Mas e se as crianças já tivessem sido encontradas? Não haveria necessidade de contar àquele demônio. Anne congelou enquanto a sombra do homem se elevava em sua direção. Então, Anthony
— O que você disse para Bianca? Ou ela disse algo que te irritou? — Anthony perguntou. — Ela usou o incidente com meu pai para me irritar... Na verdade, não importa. Eu não me segurei e caí no chão, o que fez com que minhas feridas se abrissem novamente! Sua noiva não tinha nada de bom para dizer, e você não pode me culpar por não querer ouvir... Seja qual for o caso, Bianca é sua alma gêmea legítima, eu sou apenas uma terceira pessoa em seu relacionamento... — Anne se sentia impotente. Depois de falar, ela riu de si mesma, mas Anthony se sentiu atacado. — Isso é tudo que você tem a dizer? — — Sim. — — O que você quis dizer com "procurar as crianças"? — As pupilas de Anne tremeram ligeiramente. — Eu tenho um pesadelo recorrente... — Anthony entendeu o que ela quis dizer: a moça estava falando sobre o filho que foi morto ainda no ventre, por conta dos chutes no estômago. A mulher virou o rosto e olhou para o magnata fracamente. — Minha mãe veio visitar? Onde ela es
Anne olhou para Nigel. — Papai, você veio aqui com a mamãe? — Sarah ficou com alterada quando ouviu isso. — Se não fosse aquele diabo do Anthony, eu teria ficado com você desde o meio-dia! Meu Deus, por que o almoço que eu trouxe está na lata de lixo? — Ela pegou a marmita da lixeira e ficou furiosa. — Quem fez isso com a comida? Aquele psicopata! — Todos sabiam que Anthony tinha feito aquilo. — Não fique com raiva. Anne não pode comer isso em sua condição atual, de qualquer maneira. — Nigel tentou acalmá-la. Sarah conteve seu temperamento e perguntou a Anne: — Filha, diga honestamente a sua mãe, por que você está tão gravemente ferida? — Anne olhou para os pais e disse: — Eu caí. — — Você caiu? — — Bem ali. — Anne apontou para a mesa. — Foi um acidente. — — O que as enfermeiras estavam fazendo? Elas recebem tanto, mas são incapazes de cuidar de um paciente como você? — Sarah estava com raiva, sentindo como se seus pagamentos para uma enfermeira extra