Anthony moveu sua mão por um tempo, e seus olhos negros se estreitaram ligeiramente, enquanto encarava uma suave cicatriz no abdômen liso de Anne que, constrangida, cobriu a marca com as mãos e explicou:― Eu me cortei em um acidente bobo, faz mais ou menos dois anos, foi superficial, nunca imaginei que ficaria marca... ― Felizmente, a jovem tinha feito o procedimento na clínica estética, logo no primeiro dia e corrigido qualquer indício de que aquela barriga já tivesse suportado uma gravidez. Então, ao invés da pele normal, flácida e coberta de estrias, de uma mulher que carregou trigêmeos, a de Anne era lisa e delicada, exceto pela marca da cesariana que, apesar de quase completamente removida, tinha deixado uma linha suave, em um tom um pouco mais rosado que o natural de sua pele.Anthony já tinha perdido o interesse pela marca quando um estrondo no andar de baixo o deixou atordoado, enquanto a casa tremia e o alarme do corredor começava a soar. Anthony franziu a testa, seus olh
― Não importa se for perigoso. De qualquer forma, eu vou detê-lo. ― Anne se sentiu desconfortável e perguntou:― Você tinha algo para me perguntar, ontem à noite? ― ― Eu liguei para você, mas você não atendeu. Achei que algo estava errado e felizmente fui verificar. Queria te perguntar uma coisa, sim... Seu passaporte ficou pronto? Você realmente não precisa da minha ajuda? ― ― O passaporte foi processado e ficará pronto, em dois dias. ― ― Espero que você saia do controle de Anthony, o mais rápido possível. ― ― Definitivamente, ficarei livre, em breve... ― Anne disse, tentando convencer até a si mesma. Ela precisava fugir com seus filhos, o mais rapidamente possível. Quanto mais longe ela estivesse de Anthony, melhor.― Quando você quiser ir embora, eu te ajudo a reservar uma passagem aérea, não se preocupe, será muito seguro e ele não vai te encontrar. ― ― Obrigada, Tommy. ― Depois de desligar o telefone, Anne ficou na expectativa de que Anthony aparecesse para puni-
Sarah segurou a mão de Anne e a jovem viu uma expressão triste no rosto de sua tia.― Você não sabe, embora eu tenha me casado com alguém da família Marwood e vivido uma vida que todos invejam, nos bastidores, tive que pagar um preço muito alto. Prometi que não teria filhos. ― Anne nunca tinha entendido por que sua tia e seu tio, mesmo estando juntos há tantos anos, nunca tinham pensado em ter filhos, mas nunca tinha suspeitado que houvesse algum acordo a esse respeito.― Então, Anne, por que você não fica? Eu sei que você pensou em um jeito de ir embora, mas não vá. Me faça companhia. Se você for embora, eu realmente não vou ter parentes. ― Anne ficou muito envergonhada e disse:― Tia, eu... eu não tenho escolha. Depois que Anthony desistir de me perseguir e humilhar, eu prometo que volto. ― Não fossem os trigêmeos, Anne estaria disposta a correr o risco que fosse para ficar e fazer companhia para a tia. No entanto, ela era mãe e as crianças vinham em primeiro lugar.― Eu se
― Você ainda não confia em mim? ― A voz gentil de Tommy veio.Claro que Anne confiava nele. Ele sempre a ajudou. Mas, temer pela segurança dele tinha que vir em primeiro lugar. Afinal, agora que tudo estava pronto para a viagem, eles tinham que repassar tudo e discutir os próximos passos com Cheyenne.Afinal, com medo de ser descoberta, Anne não tinha visitado as crianças nos últimos dois dias, discutindo tudo o que precisava ser acertado pelo celular.O voo partiria depois da meia-noite, então todos se encontrariam à noite. Por isso, as onze horas da noite, Anne estava elegante, com sua roupa de viagem, carregando uma leve bagagem de mão e nada mais.Seu celular com rastreador estava carregado, ligado e tinha sido deixado na mesa de centro da sala. Com tudo pronto, a jovem desceu a escada de emergência e saiu pela porta de serviço do edifício, localizando, sem dificuldade, o Porsche novo que Tommy tinha comprado, após ter arruinado o primeiro para abrir um buraco na parede.Tomm
O sangue de Anne gelou quando a jovem começou a perceber que tinha sido enganada, em um plano complexo e doentio. Ela tentou expressar sua revolta, mas apenas gaguejou.― T-Tommy... p-por que você está fazendo isso? ― ― Por quê? Porque é divertido! Você não achou divertido? Você realmente pensou que eu iria trair meu primo, por você? Que ingênua! ― Tommy balançou a cabeça e suspirou.Os olhos de Anne se arregalaram em descrença e lágrimas grossas rolaram por suas bochechas. Ela sempre pensou que um cavalheiro, como Tommy, não poderia ser parente de Anthony, mas ela estava errada. Ambos eram doentes!― Oh, que coisa... Você está chorando? Que patético... ― Tommy estendeu a mão para tocar a bochecha da jovem.Mas, Anne afastou a mão dele e abriu a porta do carro com um chute, atingindo Tommy em cheio e o fazendo caminhar para trás. Então, a expressão do rapaz se tornou sombria e cruel e ele se aproximou, com ímpeto, arrancando a jovem do veículo e estendendo a mão, pronto para esbo
Pela honra de Anthony, ele jamais poderia deixar que alguém o desafiasse e ficasse impune. Por isso, Anne tentava sumir no assento do banco do carro, enquanto se preparava mentalmente para o castigo que enfrentaria, quando voltasse. A única coisa que a fazia respirar aliviada é que sua mãe e os trigêmeos estavam em segurança, esperando no aeroporto.Em uma franquia que servia baldes de frango frito, Cheyenne ajudava seus netos a comer, sem que sujassem toda a roupa. Mas, com as bochechas completamente lambuzadas de gordura, as crianças começavam a ficar inquietas.― Vovó, mamãe tá chegando? ― Charlie perguntou.― Cadê a mamãe? ― disse Chris.― Vovó, a mamãe não vem? ― Chloe perguntou, preocupada.― Claro que vem! Ela chega daqui a um pouquinho. Vamos, comam mais, que a viagem será longa! ― Cheyenne estava um pouco preocupada com a demora, mas não se atreveu a ligar para Anne porque a filha pediu, especificamente, que ela esperasse sua ligação.No entanto, a situação não deixava
Anne não tinha interesse nenhum no que Anthony ou Michelle fizessem, desde que não a machucassem, ou atingissem às pessoas que ela amava. Por isso, apenas abaixou à cabeça, enquanto a dupla sumia no interior da Mansão Real.Mais cedo, ela havia escondido o telefone sob o banco do passageiro, dentro do carro de Anthony. Anne não pôde deixar de se perguntar se sua mãe continuaria esperando por ela no aeroporto. Então lançou um olhar na direção do carro, mas não podia se mover, pois viu que, perto de onde estava, havia um segurança.No entanto, quando a jovem e a mãe elaboraram o plano, sabendo da onipresença de Anthony, Anne tinha pensado na possibilidade de não conseguir chegar ao aeroporto e orientou Cheyenne a ir para casa se ela não aparecesse em três horas.Entretanto, de todas as possibilidades, Anne nunca imaginou que seu plano de fuga seria arruinado pelas mãos de Tommy. Seu coração doía de pensar na preocupação que ele sentia por ela, na vez em que ele invadiu a Mansão Real,
Tremendo de pavor, Anne lutou para escapar da banheira, mas assim que, entre tropeços e escorregões, conseguiu sair, Anthony a agarrou pela nuca e a puxou.― Ugh! Não... ― Ela gritou chorosa.O demônio a pressionou contra a pia do banheiro, forçando-a a encarar o reflexo no espelho, enquanto sussurrava em seu ouvido, diabolicamente:― Apenas olhe para si mesma. Pare de se fazer de difícil. ― ― Não é isso... Deixe-me ir! Já chega... ― A jovem fechou os olhos, não suportando a humilhação de ver seu corpo abusado e torturado.― Você sabe que isso está longe de ser suficiente... ― Ele continuou, em uma voz baixa e sem emoção, que causou arrepios na espinha dela. A jovem se lembrava da outra noite quase três anos atrás, quando tinha bebido demais e encontrado um homem no bar... então sabia o quão insaciável aquele homem era.Lágrimas grossas rolaram por suas bochechas e caíram no chão. Então, o homem a puxou pelo braço, para fora do banheiro e a jogou na cama. A jovem ficou prostrad