Ainda sem entender o que acontecia. Assim que a sala ficou vazia, Anne baixou os olhos:― De qualquer forma, obrigada. Se não fosse por você, as consequências seriam inimagináveis... ― Anthony não parecia esperar que ela desistisse tão cedo de proteger a tia e seus olhos negros se estreitaram um pouco, com curiosidade:― Você acha que eu estou salvando você? ― ― Fosse essa sua intenção ou não, foi por causa de sua presença que esta farsa foi interrompida. Eu nem posso imaginar o que teria acontecido... ― A voz de Anne saiu fraca.Anthony sorriu e seu olhar se tornou duro, mais uma vez:― Eu tenho a palavra final em tudo o que acontece com você. Ninguém toca em você sem minha permissão. ― Anne entendeu imediatamente o que ele queria dizer. Não importa a que tipo de tortura ela seria submetida, só poderia vir das mãos de Anthony, caso contrário, não seria divertido.― Eu disse que você não tem permissão para interagir com aquela cadela, ela é a nêmesis da família Marwood, você
― Ah, sim! Eu fui informada. Vou guardar antes do procedimento. ― ― Certo. ― Então, franzindo o cenho, Anne fingiu pensar em algo e comentou ― Posso pegar seu celular emprestado para fazer uma ligação? É que...desculpe, não podemos fazer ligações durante o trabalho, mas tenho algo para dizer à minha família... ―― Tudo bem, pode usar! ― A cliente gentilmente cedeu o telefone.― Obrigada! ― Anne pegou o telefone, sorriu e ligou para a Cheyenne ― Mãe, você pode comprar um celular para mim, quando tiver tempo à tarde? Um barato, algo que não custe muito mais que mil dólares. Eu pego quando for aí. ― Após a conversa, ela devolveu o telefone à cliente.O dia seguiu sem mais nenhum imprevisto, até cerca de onze horas da noite, quando Anne acabou de tomar banho, trocou de roupa e, deixando o celular sobre a mesa de centro, saiu do apartamento, para sair pela porta de serviço do prédio.Entretanto, ela não percebeu o Rolls Royce escuro estacionado em uma das vagas no meio-fio, onde, atr
― Tudo bem, então me deixa dar uma olhada. ― Anthony não estava disposto a deixar passar, seu rosto estava sombrio e um pouco zangado...A porta de um quarto se abriu. Cheyenne tinha acordado com a comoção e caminhava para a sala, chamando: ― Anne? ― ― Não! ― Anne se assustou e instintivamente correu para Anthony, abraçando sua cintura forte com força. Com a surpresa do movimento, o homem deu um passo para trás. Seus olhos se estreitaram, com a fúria súbita que os percorreu.Cheyenne ficou chocada quando viu a cena do lado de fora, principalmente porque viu o rosto de Anthony, tão parecido com os de Chris e Charlie. Ela não precisou se perguntar quem era aquele homem.Os olhos do homem eram tão escuros que ela não ousava olhá-lo diretamente.― Mãe, entre! ― Anne não ousava largar Anthony, com medo de que ele entrasse na casa.― Mas... ― Cheyenne estava preocupada.― Estou bem, estou bem! ― Anne piscou para ela.Cheyenne não disse nada e fechou a porta. Ela rapidamente correu
Anthony moveu sua mão por um tempo, e seus olhos negros se estreitaram ligeiramente, enquanto encarava uma suave cicatriz no abdômen liso de Anne que, constrangida, cobriu a marca com as mãos e explicou:― Eu me cortei em um acidente bobo, faz mais ou menos dois anos, foi superficial, nunca imaginei que ficaria marca... ― Felizmente, a jovem tinha feito o procedimento na clínica estética, logo no primeiro dia e corrigido qualquer indício de que aquela barriga já tivesse suportado uma gravidez. Então, ao invés da pele normal, flácida e coberta de estrias, de uma mulher que carregou trigêmeos, a de Anne era lisa e delicada, exceto pela marca da cesariana que, apesar de quase completamente removida, tinha deixado uma linha suave, em um tom um pouco mais rosado que o natural de sua pele.Anthony já tinha perdido o interesse pela marca quando um estrondo no andar de baixo o deixou atordoado, enquanto a casa tremia e o alarme do corredor começava a soar. Anthony franziu a testa, seus olh
― Não importa se for perigoso. De qualquer forma, eu vou detê-lo. ― Anne se sentiu desconfortável e perguntou:― Você tinha algo para me perguntar, ontem à noite? ― ― Eu liguei para você, mas você não atendeu. Achei que algo estava errado e felizmente fui verificar. Queria te perguntar uma coisa, sim... Seu passaporte ficou pronto? Você realmente não precisa da minha ajuda? ― ― O passaporte foi processado e ficará pronto, em dois dias. ― ― Espero que você saia do controle de Anthony, o mais rápido possível. ― ― Definitivamente, ficarei livre, em breve... ― Anne disse, tentando convencer até a si mesma. Ela precisava fugir com seus filhos, o mais rapidamente possível. Quanto mais longe ela estivesse de Anthony, melhor.― Quando você quiser ir embora, eu te ajudo a reservar uma passagem aérea, não se preocupe, será muito seguro e ele não vai te encontrar. ― ― Obrigada, Tommy. ― Depois de desligar o telefone, Anne ficou na expectativa de que Anthony aparecesse para puni-
Sarah segurou a mão de Anne e a jovem viu uma expressão triste no rosto de sua tia.― Você não sabe, embora eu tenha me casado com alguém da família Marwood e vivido uma vida que todos invejam, nos bastidores, tive que pagar um preço muito alto. Prometi que não teria filhos. ― Anne nunca tinha entendido por que sua tia e seu tio, mesmo estando juntos há tantos anos, nunca tinham pensado em ter filhos, mas nunca tinha suspeitado que houvesse algum acordo a esse respeito.― Então, Anne, por que você não fica? Eu sei que você pensou em um jeito de ir embora, mas não vá. Me faça companhia. Se você for embora, eu realmente não vou ter parentes. ― Anne ficou muito envergonhada e disse:― Tia, eu... eu não tenho escolha. Depois que Anthony desistir de me perseguir e humilhar, eu prometo que volto. ― Não fossem os trigêmeos, Anne estaria disposta a correr o risco que fosse para ficar e fazer companhia para a tia. No entanto, ela era mãe e as crianças vinham em primeiro lugar.― Eu se
― Você ainda não confia em mim? ― A voz gentil de Tommy veio.Claro que Anne confiava nele. Ele sempre a ajudou. Mas, temer pela segurança dele tinha que vir em primeiro lugar. Afinal, agora que tudo estava pronto para a viagem, eles tinham que repassar tudo e discutir os próximos passos com Cheyenne.Afinal, com medo de ser descoberta, Anne não tinha visitado as crianças nos últimos dois dias, discutindo tudo o que precisava ser acertado pelo celular.O voo partiria depois da meia-noite, então todos se encontrariam à noite. Por isso, as onze horas da noite, Anne estava elegante, com sua roupa de viagem, carregando uma leve bagagem de mão e nada mais.Seu celular com rastreador estava carregado, ligado e tinha sido deixado na mesa de centro da sala. Com tudo pronto, a jovem desceu a escada de emergência e saiu pela porta de serviço do edifício, localizando, sem dificuldade, o Porsche novo que Tommy tinha comprado, após ter arruinado o primeiro para abrir um buraco na parede.Tomm
O sangue de Anne gelou quando a jovem começou a perceber que tinha sido enganada, em um plano complexo e doentio. Ela tentou expressar sua revolta, mas apenas gaguejou.― T-Tommy... p-por que você está fazendo isso? ― ― Por quê? Porque é divertido! Você não achou divertido? Você realmente pensou que eu iria trair meu primo, por você? Que ingênua! ― Tommy balançou a cabeça e suspirou.Os olhos de Anne se arregalaram em descrença e lágrimas grossas rolaram por suas bochechas. Ela sempre pensou que um cavalheiro, como Tommy, não poderia ser parente de Anthony, mas ela estava errada. Ambos eram doentes!― Oh, que coisa... Você está chorando? Que patético... ― Tommy estendeu a mão para tocar a bochecha da jovem.Mas, Anne afastou a mão dele e abriu a porta do carro com um chute, atingindo Tommy em cheio e o fazendo caminhar para trás. Então, a expressão do rapaz se tornou sombria e cruel e ele se aproximou, com ímpeto, arrancando a jovem do veículo e estendendo a mão, pronto para esbo