Desconfiado, Charlie pulou da cadeira e perguntou:― Você é mesmo a vovó? Por que mamãe não está aqui? Onde está a mamãe? ― Ainda sentados, Chloe e Chris concordavam com as perguntas, mantendo expressões sisudas nos pequenos rostos rechonchudos.Cheyenne olhou para as três crianças fofas e instantaneamente gostou delas, especialmente quando viu a garota, que parecia exatamente com Anne em sua infância. Os meninos não se pareciam com Anne. Portanto deveriam ser parecidos com o pai.Sorrindo, Cheyenne pegou as mãozinhas carnudas das crianças e disse:― Mamãe está esperando por vocês, em casa. Vocês podem vê-la quando chegarmos. ― Na casa da mãe, Anne esperava ansiosamente sem conseguir ficar parada, tamanha era sua agitação. Era muito difícil imaginar que as três crianças voaram sozinhas para Luton e nenhum adulto percebeu que algo estava errado. “Pelo amor de Deus, eles têm só dois anos”, ela pensou.A jovem achava que ia pirar, sem aguentar esperar, nem mais um minuto, quando
De qualquer forma, antes de sair, Anne insistiu em deixar o cartão. Ela se sentiria muito mal de saber que estava gastando o dinheiro de sua mãe. Mesmo depois de tantos anos, tudo na vida dela indicava uma vida solitária e de retidão.Sentindo-se aliviada, a jovem retornou para o apartamento e, a primeira coisa que fez, ao chegar em casa, foi verificar o telefone que tinha deixado na mesinha de centro da sala de estar. Pois, apesar de ser madrugada, tinha muito medo que Anthony tivesse tentado ligar. Entretanto, tudo parecia tranquilo e Anne esperava que o dia inteiro continuasse assim.O dia já estava claro e estava quase na hora de Anne sair para o trabalho, mesmo não tendo dormido quase naquela noite. Seria mais um dia de sacrifício, mas valeria à pena, faltava apenas uma semana para que recuperasse o passaporte.No entanto, mesmo assim, não conseguia se sentir à vontade, temendo que as crianças fossem encontradas com sua mãe. Cada minuto restante era um minuto de risco.Apesar
A modelo ainda tentava se acalmar quando, pela janela do carro, viu as duas mulheres saindo da Clínica Estética e teve uma ideia que, tinha certeza, resultaria em bons frutos.Então, procurou um nome na agenda de seu celular e ligou para o fotógrafo, que trabalhava eventualmente como detetive particular, mas principalmente como paparazzo: ― Peter, me ajuda a ver com quem esta pessoa anda se relacionando e me conte se souber de alguma sujeira sobre ela que eu possa utilizar. Se você conseguir alguma coisa, eu te passo o horário e o lugar do encontro de algumas celebridades. ― Michelle tinha um sorriso malicioso nos olhos, quando desligou.Mais à noite, Anne ligou para as crianças:― Mamãe acabou de sair do trabalho, mas não posso ir vê-los... mamãe está um pouco cansada, então não irei aí hoje, está bem? Só amanhã! Obedeçam a vovó! Amo vocês! ― Anne ficava com o coração mole por não poder ver seus filhos, afinal, eram crianças muito pequenas e não tinha como ela explicar o peri
De frente para o espelho, Anne lavava o rosto, enquanto, em cima da pia, os três bebês aguardavam para lavar seus próprios rostinhos.― Está limpo agora? ― Perguntou Anne, sorrindo.― Sim, mamãe! ― As três criaturinhas responderam em uníssono.Enquanto isso, parada à porta do banheiro, Cheyenne balançou a garrafa de leite em sua mão:― Quando terminarem aí, venham beber o leite. ― ― Sim, vovó! ― Depois de terminarem a higiene e o café da manhã, Anne saiu apressada, prometendo que voltaria em dois dias. Mas, os pequenos começaram a se agitar, insistindo para que a mãe ficasse. Quando já estava na porta, Cheyenne a alcançou e estendeu um molho de chaves, dizendo:― Pegue! Da próxima vez, você pode entrar sem bater. ― ― Obrigada! ― Anne respondeu, emocionada com a reaproximação com sua mãe, depois de tanto tempo.Anne foi embora, sem perceber que um fotógrafo, à serviço de Michelle, registrava aquela cena, pois já seguia a jovem há vinte e quatro horas. Após completar
Os homens caminharam, gingando, até Anne e formaram um semicírculo ao redor da jovem. Se posicionando para que Michelle pudesse ver toda a cena com clareza. Assustada, Anne queria fugir, mas um deles pressionou seus ombros contra o sofá e ela não conseguiu se levantar.Então, dois dos homens contratados sentaram-se, um de cada lado dela e começaram a acariciar seu corpo, enquanto ela se debatia dizendo:― Não me toque! Saia! ― Aproveitando que Anne ergueu a perna, na tentativa de chutar um deles, eles ergueram o quadril da jovem e, com um puxão forte, tiraram suas calças.Percebendo que a cena se desenvolvia tão bem quanto o planejado, Michelle apontou a câmera do celular e começou a gravar, dizendo:― Anne, coloque um sorriso em seu rosto, ou você não ficará bem no vídeo. ― ― Michelle, sua... ― Anne estava prestes a ofender a modelo com todas as palavras de baixo calão que conhecia, mas foi interrompida pelo barulho alto de uma porta se abrindo rudemente.Anthony estava parad
Ainda sem entender o que acontecia. Assim que a sala ficou vazia, Anne baixou os olhos:― De qualquer forma, obrigada. Se não fosse por você, as consequências seriam inimagináveis... ― Anthony não parecia esperar que ela desistisse tão cedo de proteger a tia e seus olhos negros se estreitaram um pouco, com curiosidade:― Você acha que eu estou salvando você? ― ― Fosse essa sua intenção ou não, foi por causa de sua presença que esta farsa foi interrompida. Eu nem posso imaginar o que teria acontecido... ― A voz de Anne saiu fraca.Anthony sorriu e seu olhar se tornou duro, mais uma vez:― Eu tenho a palavra final em tudo o que acontece com você. Ninguém toca em você sem minha permissão. ― Anne entendeu imediatamente o que ele queria dizer. Não importa a que tipo de tortura ela seria submetida, só poderia vir das mãos de Anthony, caso contrário, não seria divertido.― Eu disse que você não tem permissão para interagir com aquela cadela, ela é a nêmesis da família Marwood, você
― Ah, sim! Eu fui informada. Vou guardar antes do procedimento. ― ― Certo. ― Então, franzindo o cenho, Anne fingiu pensar em algo e comentou ― Posso pegar seu celular emprestado para fazer uma ligação? É que...desculpe, não podemos fazer ligações durante o trabalho, mas tenho algo para dizer à minha família... ―― Tudo bem, pode usar! ― A cliente gentilmente cedeu o telefone.― Obrigada! ― Anne pegou o telefone, sorriu e ligou para a Cheyenne ― Mãe, você pode comprar um celular para mim, quando tiver tempo à tarde? Um barato, algo que não custe muito mais que mil dólares. Eu pego quando for aí. ― Após a conversa, ela devolveu o telefone à cliente.O dia seguiu sem mais nenhum imprevisto, até cerca de onze horas da noite, quando Anne acabou de tomar banho, trocou de roupa e, deixando o celular sobre a mesa de centro, saiu do apartamento, para sair pela porta de serviço do prédio.Entretanto, ela não percebeu o Rolls Royce escuro estacionado em uma das vagas no meio-fio, onde, atr
― Tudo bem, então me deixa dar uma olhada. ― Anthony não estava disposto a deixar passar, seu rosto estava sombrio e um pouco zangado...A porta de um quarto se abriu. Cheyenne tinha acordado com a comoção e caminhava para a sala, chamando: ― Anne? ― ― Não! ― Anne se assustou e instintivamente correu para Anthony, abraçando sua cintura forte com força. Com a surpresa do movimento, o homem deu um passo para trás. Seus olhos se estreitaram, com a fúria súbita que os percorreu.Cheyenne ficou chocada quando viu a cena do lado de fora, principalmente porque viu o rosto de Anthony, tão parecido com os de Chris e Charlie. Ela não precisou se perguntar quem era aquele homem.Os olhos do homem eram tão escuros que ela não ousava olhá-lo diretamente.― Mãe, entre! ― Anne não ousava largar Anthony, com medo de que ele entrasse na casa.― Mas... ― Cheyenne estava preocupada.― Estou bem, estou bem! ― Anne piscou para ela.Cheyenne não disse nada e fechou a porta. Ela rapidamente correu