Era evidente para todos os presentes que ‘outras pessoas’ se referia a Anne Vallois. Anne baixou a cabeça e desviou o olhar. As palavras de Anthony estavam corretas. Sempre foi assim, ele sempre a tratou dessa maneira. Como na dinâmica entre o marido, a esposa e a amante, o marido sempre ficaria ao lado da esposa. A amante era apenas uma diversão passageira, alguém que não merecia ser respeitado.— Sim. — Anne disse enquanto segurava um sorriso de escárnio: — Da última vez, aconteceu por causa das drogas, e esse tipo de coisa nunca mais acontecerá. Caso contrário, seria apenas desprezo por Bianca, uma traição total. É até rude com a família Faye, uma coisa dessas acontecer duas vezes. Para quem viesse de fora, poderia até pensar que estaria havendo uma substituição! — Anthony olhou friamente para Anne, seu olhar cortante como o de uma águia, perfurando-a intensamente. A sensação de opressão que emanava dele era perigosa. Bianca, ao observar o rosto assustador do noivo, compreendeu q
Anne sentiu uma imensa felicidade ao perceber que seu pai estava disposto a confiar nela. Nigel a confortou por um longo tempo antes de sair. Sentado em seu carro, o patriarca ponderou sobre aquilo por um bom tempo. Ele segurou o telefone por um momento, mas acabou decidindo não ligar para Sarah. O homem estava lutando para lidar com aquela situação, e lidar com Sarah parecia ainda mais difícil. Após a saída de todos, Anne se sentou em um sofá, cobrindo levemente o rosto, que ainda estava úmido pelas lágrimas. A moça temia que nada pudesse deter Anthony e suas ações. Ela pensava que, se o evento que ocorreu naquele dia pudesse fazer o homem parar de pressioná-la, então teria valido a pena. Era uma esperança de que algo pudesse interromper a influência negativa e intimidante que Anthony exercia sobre ela.Uma batida na porta trouxe Anne de volta à realidade. Ela se perguntou quem poderia estar lá. Com base no som da batida, parecia que aquela pessoa não estava lá para causar problema
A possibilidade de Bianca, que se sentia injustiçada, chorar e agir de forma frágil na frente de Anthony era preocupante. Se Anthony demonstrasse piedade por ela, o problema se tornaria ainda mais complicado e todos acabariam sofrendo. No entanto, Anne estava determinada a descobrir os planos sinistros que Bianca estava tramando, a fim de se proteger. Não se tratava de um ato para ofender Bianca e Anthony, mas sim de uma medida de precaução para garantir sua própria segurança.Naquela noite, Anthony não compareceu ao jantar, provavelmente tentando apaziguar sua noiva, Bianca. Anne secretamente esperava que Anthony nunca mais aparecesse. Nos dias seguintes, a mulher continuou cuidando das crianças e seguindo sua rotina de trabalho, enquanto Anthony não dava nenhum sinal de que voltaria. Parecia que o incidente daquele dia tinha surtido um efeito positivo, afastando-o temporariamente.Anne sempre estava atenta ao paradeiro de Anthony. Ela observava cuidadosamente os lugares frequentado
— Você me seguiu. — Anthony disse, na atmosfera deprimente, com sua voz profunda preenchendo cada canto do espaço fechado. Preenchia, ecoava e pesava no seu peito de Anne, que respondeu: — Não, o designer me chamou porque houve pequenas mudanças na reforma. — Por que diabos ela o seguiria afinal? Ela não tinha interesse algum em Anthony e o evitava como uma praga. Ela só estava lá por causa do rastreador nele, era essa a razão de sua presença! No entanto, mesmo com o rastreador, ela ainda acabou esbarrando nele. Até mesmo o rastreador parecia sacaneá-la.— Desde quando você fala daquele jeito comigo? E o que foi que você quis dizer? — Anthony questionou com uma voz de repreensão, tentando transmitir uma sensação de intimidação, sugerindo que fosse algo que era melhor a moça não repetir.Anne instantaneamente compreendeu a que ele estava se referindo. Aqueles acontecimentos passados, quando eles ficaram juntos, como não deveriam, algo que jamais deveriam se repetir. Se isso ac
— Ei moça, você não pode ficar feliz quando ganha e tentar não pagar quando perde! — Na sala de carteado de um clube, dois homens e uma mulher exigiam dinheiro de Sarah, mas a mulher estava relutante em fazer o substancial pagamento. As coisas estavam diferentes em sua situação, então o valor que cobravam era muito dinheiro, comparado a outrora. A mulher se sentiu acuada ao ouvir a reclamação.— Eu acho que vocês três me enganaram, me deixaram ganhar para que eu aumentasse a aposta, depois disso começaram a ganhar! Como é possível? — Como não queria pagá-los, Sarah começou a atirar acusações para todos os lados.Os três indivíduos, contudo, trocam olhares ao ouvir a afirmação, porque ela estava certa em sua suposição. No entanto, eles certamente não admitiriam isso.— Quem te enganou aqui, mulher? Você escolheu aumentar a aposta por sua própria vontade, e ninguém te obrigou! — Disse um dos homens.— Tudo bem, se você não quiser pagar, podemos deixar a dívida de lado... se você no
— Você tem planos para agora? — Sarah perguntou.— Por que você quer saber? — — Pensei que poderíamos sair para almoçar... — Sem esperar a resposta, completou. — Se você já tem algo planejado, apenas diga que está ocupado! Eu pensei no almoço para compensar o favor que me fez com a dívida, nada além disso. — Nigel não esperava que Sarah o convidasse para comer, já que, quando jovens, ele a abandonou para ficar com outra. Na verdade, o homem achava que ela o odiaria.— Não tenho nada para fazer agora. — Depois disso, os dois foram para uma refeição. Nigel entendeu que Sarah não se importava mesmo com o que ele havia feito no passado. No entanto, era uma atmosfera estranha, diferente de um encontro entre amigos.— Você esteve em contato com Anne ultimamente? — A mulher perguntou.— Sim, eu a vi na semana passada e sempre ligo para ela, quando tenho tempo. — Respondeu Nigel.— Onde fica a casa que você comprou? Ela se recusou a me dizer qualquer coisa, e Deus sabe por que ela q
No entanto, quando entraram no carro, havia uma atmosfera ambivalente entre eles. Sarah sentia seu coração batendo forte e Nigel também parecia distraído. Apesar disso, o homem sabia qual era o seu lugar e não alimentava expectativas de um relacionamento íntimo com a bela mulher. Era verdade que ele havia se casado novamente com Dorothy, meramente por causa do filho deles. No entanto, mesmo após tantos anos, o patriarca nunca tinha esquecido Sarah.Mais tarde, Nigel descobriu que Sarah havia se casado com um membro da família Marwood e apenas podia desejar que a mulher vivesse tudo de bom. No fundo, os dois se sentiam frustrados pelos lugares para os quais o destino os levou. Assim como ele disse a Anne, sua escolha teria sido diferente se soubesse que Sarah estava grávida.Sarah, por outro lado, sentia um desejo intenso a dominar naquele instante. A cada olhar dirigido a Nigel, sua atração por ele se intensificava. Sem constrangimentos, ela poderia admitir que ele fora seu primeiro
Enquanto procurava o telefone dentro da bolsa, Anne foi surpreendida por uma caixa. Reconheceu o produto imediatamente, pois costumava consumir a mesma coisa com frequência, sempre em urgência, por um longo período. No entanto, questionou-se por que sua mãe tinha aquela caixa na bolsa. Para complicar ainda mais, estava aberta.— Espere! — Sarah correu, pegou a caixa de Anne e a colocou de volta na bolsa. — É remédio para resfriado! Então, quem ligou? — Sarah fechou a bolsa e a jogou de lado depois de pegar o telefone.— Ah, você não chegou a atender? Volto em um instante. — Sarah saiu apressadamente e voltou logo. — Era um amigo, me convidando para jogar! — — Você não acabou de voltar de lá? Além disso, por que alguém tem que te ligar para isso? — Anne começou a duvidar da história da mãe.— É de um outro lugar, você não conhece. — — Você não foi jogar hoje, foi? Com quem você saiu? — — Com quem eu saí? Com ninguém! — Os olhos de Sarah desviavam da filha.— A caixa na s