Enquanto procurava o telefone dentro da bolsa, Anne foi surpreendida por uma caixa. Reconheceu o produto imediatamente, pois costumava consumir a mesma coisa com frequência, sempre em urgência, por um longo período. No entanto, questionou-se por que sua mãe tinha aquela caixa na bolsa. Para complicar ainda mais, estava aberta.— Espere! — Sarah correu, pegou a caixa de Anne e a colocou de volta na bolsa. — É remédio para resfriado! Então, quem ligou? — Sarah fechou a bolsa e a jogou de lado depois de pegar o telefone.— Ah, você não chegou a atender? Volto em um instante. — Sarah saiu apressadamente e voltou logo. — Era um amigo, me convidando para jogar! — — Você não acabou de voltar de lá? Além disso, por que alguém tem que te ligar para isso? — Anne começou a duvidar da história da mãe.— É de um outro lugar, você não conhece. — — Você não foi jogar hoje, foi? Com quem você saiu? — — Com quem eu saí? Com ninguém! — Os olhos de Sarah desviavam da filha.— A caixa na s
Anne ficou em choque com a sugestão de Michelle, mas logo pensou em como Sarah não esteve em casa o dia todo, além das pílulas do dia seguinte em sua bolsa. O homem com quem sua mãe estaria saindo, poderia ser mesmo o seu pai?— De qualquer forma, Bianca não quer ser a pessoa que começará o problema. Talvez ela até seja conivente, de alguma maneira — disse Michele. — Bom, estes são os fatos, então o resto cabe a você pensar no que vai fazer. — Sarah encheu o prato de Anne com a melhor fatia de carne. — A comida vai esfriar se você não vier logo, filha! Que ligação demorada é essa? — — O homem com quem você está ficando é meu pai? — A voz de Anne surgiu.Sarah largou o pedaço de carne no prato e se virou para a moça. Ela tinha toda a cara de culpada quando encontrou o olhar inquisitivo de Anne. — Quem ligou para você para contar sobre isso? — — No que você estava pensando? Você sabe que ele é casado! O que as pessoas pensariam de você se descobrissem o que você fez? — Sara
Anne hesitou antes de atender a ligação, mas cedeu e logo ouviu Bianca dizendo: — Anne, venha para o Arquiduque! — A mulher estava fungando de leve, e era evidente que ela tinha acabado de chorar. Anne ficou ansiosa, porque ligação de Bianca pedindo que ela fosse para à empresa só podia significar uma coisa: sua irmã estaria lá pronta para armar uma cena e Anne teria que enfrentar a pressão de Anthony. Assim, depois de desligar a ligação, a mente da moça ficou nebulosa, o que Sarah logo percebeu. — O que há de errado, filha? Quem ligou para você? O que disseram? — — Era Bianca. Tenho que ir ao Grupo Arquiduque. — Sarah agarrou seu braço. — Você está indo para o Grupo Arquiduque? Não é a empresa de Anthony? O que eles estão tentando fazer com você? Você não tem nada a ver com o incidente! Por que eles não me procuraram, se querem arrumar problema sobre isso? Eu vou com você. — — Não. Bianca só pediu minha presença. Além disso, Anthony estará lá, e você apenas vai colocar m
Anne olhou para o imponente Anthony e disse: — Eu estou ciente disso. — — Você sabia? —Bianca ficou perplexa.— Sim. Minha mãe me disse. — — Então, eu não acusei sua mãe injustamente! — Bianca estava furiosa, quase incapaz de se conter.Ela queria mostrar as evidências, para ter argumentos para demonstrar sua raiva, mas não havia mais necessidade disso. Como a raiva já estaria justificada, ela não precisava se importar com sua atitude diante de Anne.— Sua mãe com certeza é uma vagabunda, não é? Ela até se sentiu confortável para te contar sobre uma coisa dessas! É óbvio que ela não tem mais nenhum respeito por nada, nem pela própria reputação. Eu nunca me imaginaria fazendo algo assim! — Bianca disse, então se virou para Anthony, fingindo lamento. — Anthony, você ouviu isso direito? A mãe de Anne fez uma coisa horrível dessas! Tenho certeza de que ela seduziu meu pai, porque ele não é assim! Não consigo nem imaginar como ela deve ter criado Anne, tenho medo de que ela tenha h
Alguém bater à porta era estranho, porque já era tarde e quase não era mais horário de trabalho. Com a permissão de Anthony, a porta se abriu e Nigel entrou.— Pai?! — Bianca ficou extremamente surpresa.Anne também não esperava que Nigel estivesse ali. Como ele sabia o que estava acontecendo no escritório? Pensando bem, talvez Sarah tivesse ligado para ele. Anthony se levantou e cumprimentou: — Senhor Faye, me desculpe pelo incômodo. — Anne e Bianca ficaram atordoadas ao perceberem que foi Anthony quem convidou Nigel para aparecer. Anne tinha certeza de que Sarah teria feito aquilo.— Não se preocupe, apenas o senhor Faye sabe sobre isso. — Anthony confortou Bianca.Bianca assentiu rigidamente, sem dizer nada. Inicialmente, a moça pretendia lidar com Anne da pior forma possível. No entanto, a aparição de seu pai certamente causaria imparcialidade e arruinaria seu plano. — Eu assumo total responsabilidade por isso. — Nigel olhou para Bianca. — Você pode falar comigo sobre a h
A atmosfera ficou tensa. Nigel olhou para Bianca, que estava atordoada, mas rapidamente recuperou os sentidos, e perguntou: — Você almoçou no restaurante Gordon? — — Eu estive lá, mas eu não sabia que você estava lá também. Tudo o que sei é que minha amiga viu você e Sarah indo para o motel. Então, vocês até comeram juntos antes disso? Você planejou? — Bianca começou a inventar de volta.— Não tente mudar de assunto. — Anne chamou de volta a atenção.— Quem está tentando mudar de assunto? Anne, pare de falar besteira! — Argumentou Bianca.— Você comeu no mesmo restaurante ao meio-dia, mas não sabia que papai estava lá? Claro, isso não é impossível. Depois disso, mamãe e papai foram para o motel. No caminho para cá, pensei em como a história estava estranha. Afinal, papai sempre foi uma pessoa muito centrada, então por que ele teria feito isso? Perguntei à mamãe sobre isso também, e ela disse que sentiu a paixão reacender, que não puderam se controlar... percebe o padrão? Fui ao
Anne viu tudo, e seu coração afundou. Anthony realmente faria de tudo por Bianca, sem pensar duas vezes. Bianca não dirigia, enquanto Anne não tinha carro e foi até lá de táxi. Depois que saíram do prédio, iriam embora no carro de Nigel. Com suas duas filhas no banco de trás, o homem ligou o veículo para sair. Pelo espelho retrovisor, viu que as duas não estavam de bom humor.— Anne, onde você quer que eu te deixe? — — Vou voltar para a casa da mamãe. — — Está bem, querida. — Anne mandou uma mensagem para a babá e informou que não voltaria para passar a noite, pedindo-lhe que colocasse as crianças na cama para ela. Depois disso, a moça olhou pela janela do carro e viu a noite estava escura, contrastando com o amontoado de luzes brilhantes por toda a cidade. Ficaria com sua mãe, pois era óbvio que Sarah não conseguiria dormir sozinha, depois do que acabara de acontecer.— Para quem você mandou mensagem? — Bianca estava desconfiada.— Não é da sua conta. — Anne respondeu com i
No entanto, Sarah não pretendia dizer nada nem se aproximar. Nigel desviou o olhar sem jeito quando a viu. Afinal, com toda aquela situação acontecendo entre eles à tarde, não era apropriado que eles se encontrassem de novo, mesmo que não fossem expostos.— Papai, até depois... — Antes que Anne pudesse terminar a frase, Bianca já havia saído do carro.O reflexo de Anne foi sair do carro para interromper a ação da irmã, quando viu que Bianca quase corria em direção à entrada da casa de Sarah. — Bianca, o que você está tentando fazer? — Anne correu. — Pare aí mesmo! — Bianca apressou os passos, fingindo não escutar a irmã, avançando com a determinação de uma assassina. Anne franziu o cenho e, quando viu que a rival estava prestes a esbofetear Sarah, ela correu ainda mais e empurrou a agressora para o lado.— Ai! — Bianca tropeçou e, como estava de salto alto, chegou a torcer o tornozelo, quase tombando no chão. Sua raiva era tanta que isso não a impediu. Em vez disso a moça fic