Anne respondeu confusa:— Como assim? Eu estava bem aqui. Acabei de sair do banho, vim para a sala e me deparei com você chutando minha porta! — A jovem realmente parecia ter acabado de tomar uma ducha, afinal, ela estava de pijamas e tinha os cabelos molhados. Aproveitando do silêncio de Anthony, ela aproveitou para pressionar, desconfiada: — Aliás, como você sabe onde eu moro? — Anthony ficou furioso por não ter pego Anne no flagra, como pretendia, então, deu um passo à frente e puxou o cabelo dela, com força.— Ahhh! — A jovem gritou. — Você está mentindo pra mim? — — Não! Ai, está doendo! Para com isso! — Anne nunca admitiria que tinha ido à mansão Marwood, pois achava que morreria se Anthony soubesse. — Se você não confia em mim, pode checar a câmera de segurança da portaria! Eu não saí de casa, desde que cheguei do trabalho! — — Você está brincando comigo? — Anthony pressionou o queixo da jovem com tanta força que deixaria marcas. Anne conteve a dor e gemeu de dor. —Vo
Um segundo depois que Anne ligou o aparelho, ele começou a chamar. A jovem se surpreendeu, olhando quem era e, como se tratava de sua tia, atendeu de imediato:― Tia… ―― Anne, como você está? Você está bem? Anthony te pegou? Eu não ousei ligar para você antes, desculpa. ―― Pode ficar tranquila, tia. Eu estou de volta e está tudo bem comigo. ―Sarah disse:― Fico muito aliviada. Anthony é imprevisível. Ele é tão obstinado que teve coragem de voltar à nossa mansão, apenas para pegar você. Eu achei que ele nunca mais pisaria aqui. ―Anne baixou os olhos, pensando: “Será que existe algum lugar em Luton que ele não entraria para me procurar? Ele é tão poderoso que se quiser acabar com a família Marwood será fácil!” Entretanto, parecendo que lia a mente da sobrinha, Sarah continuou falhando, para tranquilizá-la:― Anne, não se preocupe. Vou fazer o meu melhor para tirar você dessa situação. ―― Tia! Eu agradeço muito, mas preciso conseguir escapar dessa situação, sozinha! ―― Mesmo assim,
Incomodada, Anne pensou em responder grosseiramente, dizendo que Michelle era livre para ir embora, já que ninguém tinha lhe dito para estacionar ali. Mas, ao invés disso, preferiu abrir a porta do carro e entrar.Michelle a levou para um restaurante sofisticado e Anne se sentiu tão deslocada quanto um pombo na lagoa dos cisnes. Todos estavam vestidos com muita elegância e se portavam com requinte, inclusive sua anfitriã, que usava um vestido de grife. Por outro lado, Anne usava calça jeans clara, uma camiseta laranja folgada e tênis.O gerente notou a discrepância das roupas de Anne quando ela entrou e só não exigiu o cumprimento do código de vestimenta do local, porque ela estava acompanhada de uma celebridade, senão, teria sido convidada a se retirar.Somente depois que se acomodaram em uma mesa e receberam os cardápios, Anne perguntou:― Por que aqui? ―― Para jantar, é claro. Este lugar é reservado e seletivo. É o mais adequado para celebridades ― disse Michelle.Anne não se impor
Enquanto Anne ainda aguardava Michelle voltar do banheiro, o maitre se aproximou e disse:― Boa noite. Você quer algo mais? Eu sugiro um café ou uma sobremesa. Ou posso trazer a conta? ―Com o rosto vermelho como um tomate, a jovem não sabia o que responder, então disse, hesitante:― Ah... eu não sei. Minha amiga foi ao banheiro e... ―― Você está falando da mulher que veio com você? Ela já foi embora. ―Anne arregalou os olhos e disse:― O quê? ― Ela tinha sido ludibriada por Michelle que tinha pedido licença, dizendo que ia ao banheiro, enquanto ia embora sem pagar a conta. Anne suspirou, resignada e disse — tudo bem. Pode trazer a conta.Sem demora, o homem trouxe a caderneta de couro preta, que Anne abriu. Ao ver o valor exorbitante da conta, mais alta do que um mês de seu salário, sentiu seu coração falhar uma batida e suor gelado escorrer no meio de suas costas.— Por que ficou tão caro? — A jovem se aventurou a perguntar.O maitre limpou a garganta, um pouco constrangido e respo
― Ela se recusou a pagar? ― Anthony perguntou, calmamente. A expressão em seus olhos era ilegível.― Sim! Ela entrou com roupas casuais, comeu e se recusou a pagar. Que ousadia! Afinal, somos um dos melhores restaurantes de Luton. Até entendo que as pessoas mais simples almejem experimentar nossa comida uma vez antes de morrer, mas isso é um absurdo! ― O gerente disse, com emoção.Anthony entrou, ainda sem expressão.O gerente disse:― Senhor Marwood, venha aqui! ―No entanto, Anthony não parecia ter ouvido o homem e continuou andando. Ele mantinha uma mão no bolso e, com a outra, puxou uma cadeira e se sentou na mesma mesa que Anne, a encarando. A jovem comprimiu os lábios e inclinou a cabeça, evitando sustentar o olhar penetrante.O gerente logo percebeu que havia algo entre Anne e Anthony e ficou apavorado, pensando consigo mesmo "Será que eles são próximos? E eu falei mal dela para ele, será que estou em apuros? Mas, como eu ia saber? Ela parece uma mulher qualquer."― Quanto ela t
Michelle sorriu, satisfeita com a decisão da jovem, em ir embora. Era bom que Anne conhecesse seu lugar. Era melhor que Anne saísse rapidamente, para não atrapalhar seu reencontro com Anthony.― Eu lhe dei permissão para sair? ― A voz de Anthony soou baixa e grave.O corpo de Anne enrijeceu e ela voltou a se sentar.Só havia dois lugares na mesa e, se Anne não saísse, Michelle não teria lugar para sentar. Sem querer admitir derrota, a modelo manteve o sorriso altivo no rosto, enquanto puxava assunto, ainda em pé:― Eu convidei Anne para vir jantar aqui, mas tive um assunto para resolver e saí sem me despedir, só então lembrei de voltar para pagar a conta. Quem diria que eu iria esbarrar em você. ―A verdade é que ela só voltou só para conferir como Anne escaparia da situação embaraçosa em que a tinha deixado. Como o homem não disse nada e nem mesmo chegou a virar o rosto na direção da modelo, Michelle sorriu e decidiu se despedir:― Eu vou embora agora, Anthony. Vamos nos encontrar em
Michelle tinha, de fato, aumentado os olhos. Ela não achava que eram grandes o suficiente para a câmera. Por isso, as palavras de Anne tocaram Michelle em carne viva.Percebendo que tinha acertado o alvo, Anne continuou:― Você subornou o Doutor Carlson? Se isso se tornar público, isso afetará sua carreira de um jeito bem ruim, não é? ― ― Ahhh. Sua enxerida! ― Michelle estava furiosa, quando apontou para Anne ― vou pedir à clínica que demita você! Não me importo de não ser mais uma celebridade. Meus pais são ricos de qualquer maneira! ―Então, saiu furiosa do consultório, batendo a porta atrás dela.Anne franziu a testa, ligeiramente, quando percebeu que Michelle tinha ido preparada, pois ouvia seus gritos, do lado de fora:― Você deve demitir Anne Vallois! ― O diretor se aproximou e as enfermeiras ficaram em volta.― O que há de errado? ― perguntou o homem careca e de óculos.― Anne estava me caluniando. Você deve demiti-la! Não vou deixá-la escapar impune! ― Michelle bufou.― O que
― Anne, se você tentar me pregar peças, ou agir por minhas costas, você estará morta. ―Anne sentiu seu couro cabeludo ficar dormente, de arrepio:― Eu sei, mas o que eu disse é verdade. Michelle foi para a clínica e me ameaçou. Ela pressionou o diretor a me demitir, então eu não tive escolha. Nada disso foi culpa minha... ―Antes que ela pudesse terminar a frase, Anthony desligou, com sua grosseria característica.Anne não sabia se o que disse tinha funcionado. Ela fingiu parecer fraca e assustada, como se fosse uma vítima inocente da loucura de Michelle. Mas, Anthony era um sádico cruel e era impossível saber se sua tática tinha funcionado, por isso, ela se sentiu insegura.Quando seu telefone tocou novamente, ela ficou tão assustada que quase caiu. Era um número desconhecido e a jovem respondeu, cautelosa:― Alô? ― ― É do RH da Clínica. Já liguei para você, algumas vezes. Ainda bem que você atendeu. Por que você não veio mais trabalhar, aconteceu alguma coisa? ―Anne estava confusa