Tommy ficou indignado:― Eu não quero ver você maltratando Anne! Ela é inocente! ―― Para mim, ninguém é inocente! ― Anthony disse friamente.No segundo andar do bar, Anne foi empurrada para um quarto e a porta foi trancada por fora. A jovem forçou o trinco, sem sucesso, antes de perceber que havia alguém atrás dela e se virar. Um homem saia do banheiro. Ele não vestia nada além de uma toalha enrolada na cintura, exibindo sua barriga protuberante e seu tórax de peitos caídos.Percebendo que a jovem tinha finalmente chegado, seus olhos brilharam. O traje de enfermeira que Anne vestia despertou os instintos mais perversos do homem, que comentou:― Eu não esperava que eles tivessem uma mulher com tanta beleza, no cardápio. Não é de admirar que a assinatura me tenha custado cinco milhões de dólares. ―Anne ficou chocada, quando se apoiou na porta, ainda forçando a maçaneta:― Não. Não se aproxime! Eu não trabalho aqui. Fui sequestrada! Estou aqui contra minha vontade, não me toque! ―― Par
Anne parou e se virou para olhar Tommy, com os olhos marejados:― Eu me lembro e sou muito grata. Mas preciso cuidar de mim. Além disso, a pessoa que comprou esta clínica foi Anthony. ― Tommy foi pego de surpresa e disse:― Ele? Como? ― ― Não importa, mas não é seguro que você venha aqui. ― Anne desviou o olhar e saiu da sala de visitas.Tommy ficou paralisado, ele não poderia aceitar aquela verdade. Afinal, se foi Anthony quem comprou a Clínica estética, então ele também era o responsável pelo Grupo Arquiduque. Tommy nunca teria aceitado que seu primo pudesse ter se tornado uma pessoa tão poderosa que lideraria um grupo tão forte quanto o Arquiduque.Mas, tudo fazia sentido. A razão pela qual Anne não queria que Tommy a visitasse era impedir que acontecesse outro confronto entre Tommy e Anthony. Afinal, aquela seria uma batalha perdida, pois não havia sentido em lutar contra o Grupo Arquiduque. Além disso, ela não queria colocar Tommy em uma situação difícil. Assim que ela conseguis
Anne sabia que Anthony nunca a deixaria ir, a menos que estivesse morta.― Anne, venha à minha casa para o jantar especial de amanhã! ― disse Sarah.― Jantar especial? ―― Você não se lembra mais do dia do meu aniversário? Eu nunca esqueci do seu aniversário, mas você esqueceu do meu! ― Sarah esfregou o nariz de Anne com amor. Mas, Anne se encolheu. Como ela poderia ir? Anthony tinha deixado claro que não queria que ela entrasse em contato com a família Marwood, especialmente sua tia. No entanto, seria cruel da parte dela não comparecer ao aniversário de Sarah.― Não se preocupe, será apenas um jantar em casa. Só eu, você e seu tio. Anthony não virá à nossa mansão. Você pode ir para casa depois e ninguém jamais saberá. ―Anne tinha sido convencida:― Você está certa, eu vou ― ela não tinha como recusar sua tia.Parecia um evento simples e seleto. Não tinha como Anthony descobrir.No dia seguinte. Anne trabalhou, como de costume, sem nenhum incidente. Voltou para o apartamento e tomou
― Querida, você viu quem é? ― Ron se aproximava da sala quando viu Anthony chegando à porta. Seu filho não pisava naquele cômodo desde que tinham cortado os laços ― Anthony? ― Ele falou, com a voz fraca.Entretanto, dois seguranças forçaram a entrada com tanta violência que, em sua passagem, quase derrubaram Sarah, que estava parada à porta. Ela só não caiu porque Ron tinha tido reflexos rápidos e conseguido segurá-la.― Anthony, o que você pensa que está fazendo? ― Ron perguntou, com uma voz áspera de desagrado.Anthony ignorou a pergunta e entrou, olhando para a sala, com um olhar frio e sinistro. Como não encontrou Anne, caminhou até a sala de jantar, onde havia uma refeição farta. Entretanto, havia apenas dois pratos, dois copos e dois jogos de talheres.Um dos seguranças, se aproximou dele e relatou:― Senhor, não encontramos mais ninguém. ―Anthony estreitou seus olhos afiados e perigosos, pegou o telefone e verificou. Então, seus lábios se curvaram em um sorriso cruel, enquanto
Anne respondeu confusa:— Como assim? Eu estava bem aqui. Acabei de sair do banho, vim para a sala e me deparei com você chutando minha porta! — A jovem realmente parecia ter acabado de tomar uma ducha, afinal, ela estava de pijamas e tinha os cabelos molhados. Aproveitando do silêncio de Anthony, ela aproveitou para pressionar, desconfiada: — Aliás, como você sabe onde eu moro? — Anthony ficou furioso por não ter pego Anne no flagra, como pretendia, então, deu um passo à frente e puxou o cabelo dela, com força.— Ahhh! — A jovem gritou. — Você está mentindo pra mim? — — Não! Ai, está doendo! Para com isso! — Anne nunca admitiria que tinha ido à mansão Marwood, pois achava que morreria se Anthony soubesse. — Se você não confia em mim, pode checar a câmera de segurança da portaria! Eu não saí de casa, desde que cheguei do trabalho! — — Você está brincando comigo? — Anthony pressionou o queixo da jovem com tanta força que deixaria marcas. Anne conteve a dor e gemeu de dor. —Vo
Um segundo depois que Anne ligou o aparelho, ele começou a chamar. A jovem se surpreendeu, olhando quem era e, como se tratava de sua tia, atendeu de imediato:― Tia… ―― Anne, como você está? Você está bem? Anthony te pegou? Eu não ousei ligar para você antes, desculpa. ―― Pode ficar tranquila, tia. Eu estou de volta e está tudo bem comigo. ―Sarah disse:― Fico muito aliviada. Anthony é imprevisível. Ele é tão obstinado que teve coragem de voltar à nossa mansão, apenas para pegar você. Eu achei que ele nunca mais pisaria aqui. ―Anne baixou os olhos, pensando: “Será que existe algum lugar em Luton que ele não entraria para me procurar? Ele é tão poderoso que se quiser acabar com a família Marwood será fácil!” Entretanto, parecendo que lia a mente da sobrinha, Sarah continuou falhando, para tranquilizá-la:― Anne, não se preocupe. Vou fazer o meu melhor para tirar você dessa situação. ―― Tia! Eu agradeço muito, mas preciso conseguir escapar dessa situação, sozinha! ―― Mesmo assim,
Incomodada, Anne pensou em responder grosseiramente, dizendo que Michelle era livre para ir embora, já que ninguém tinha lhe dito para estacionar ali. Mas, ao invés disso, preferiu abrir a porta do carro e entrar.Michelle a levou para um restaurante sofisticado e Anne se sentiu tão deslocada quanto um pombo na lagoa dos cisnes. Todos estavam vestidos com muita elegância e se portavam com requinte, inclusive sua anfitriã, que usava um vestido de grife. Por outro lado, Anne usava calça jeans clara, uma camiseta laranja folgada e tênis.O gerente notou a discrepância das roupas de Anne quando ela entrou e só não exigiu o cumprimento do código de vestimenta do local, porque ela estava acompanhada de uma celebridade, senão, teria sido convidada a se retirar.Somente depois que se acomodaram em uma mesa e receberam os cardápios, Anne perguntou:― Por que aqui? ―― Para jantar, é claro. Este lugar é reservado e seletivo. É o mais adequado para celebridades ― disse Michelle.Anne não se impor
Enquanto Anne ainda aguardava Michelle voltar do banheiro, o maitre se aproximou e disse:― Boa noite. Você quer algo mais? Eu sugiro um café ou uma sobremesa. Ou posso trazer a conta? ―Com o rosto vermelho como um tomate, a jovem não sabia o que responder, então disse, hesitante:― Ah... eu não sei. Minha amiga foi ao banheiro e... ―― Você está falando da mulher que veio com você? Ela já foi embora. ―Anne arregalou os olhos e disse:― O quê? ― Ela tinha sido ludibriada por Michelle que tinha pedido licença, dizendo que ia ao banheiro, enquanto ia embora sem pagar a conta. Anne suspirou, resignada e disse — tudo bem. Pode trazer a conta.Sem demora, o homem trouxe a caderneta de couro preta, que Anne abriu. Ao ver o valor exorbitante da conta, mais alta do que um mês de seu salário, sentiu seu coração falhar uma batida e suor gelado escorrer no meio de suas costas.— Por que ficou tão caro? — A jovem se aventurou a perguntar.O maitre limpou a garganta, um pouco constrangido e respo