Uma sensação de queimação instantaneamente se espalhou por sua bochecha e assim que conseguiu se equilibrar, Anne lançou um olhar gelado a Michelle. ― Como... Como você pode simplesmente bater nas pessoas assim? ― Lucia questionou bruscamente. ― Quem é você para interferir? ― Michelle zombou. Humilhada, Lucia mordeu o lábio em silêncio, com medo de provocar a ira de uma mulher rica e famosa. Michelle se aproximou de Anne com raiva.― Eu bati em você, mas e daí? Eu gostaria de poder simplesmente te matar! Eu não seria inundada por todos esses comentários negativos sobre mim se você não tivesse postado aquelas fotos minhas! Parabéns para você, Anne. Você arruinou minha imagem! ― ― Eu não tenho nada a ver com isso. ― A mão de Anne caiu, e a impressão da palma em sua bochecha apareceu. ― Você não tem nada a ver? Quem mais sabe sobre eu ter feito uma cirurgia? Você deveria pelo menos confessar o que fez! Eu sabia que vadias como você não tinham nenhum senso de decência ou
― Você pode ir ao departamento de recursos humanos para obter seu salário deste mês. Eles também calcularão a comissão de suas vendas ainda não creditadas. ― ― Certo. Muito obrigada. ― Sem protestar, Anne saiu do escritório do gerente e foi direto para o departamento de recursos humanos. Ela sabia muito bem que protestar não significaria nada. Com a proteção de Anthony, ela poderia receber trezentas denúncias e ainda permanecer na clínica, mas ele havia dito que ela não deveria mais aparecer diante dele, então, o magnata também não via mais sentido em protegê-la em seu emprego. Sem dizer nada, Anne recebeu cada centavo de seu salário e saiu após informar seu líder de equipe e Lucia. Ambos ficaram chocados, mas nenhum deles poderia ajudá-la. Anne não tinha muito o que levar do trabalho, então saiu e pegou o metrô que a levou para casa. Ela olhou para a rota do metrô e desceu no centro da cidade. No fim das contas, sua rescisão tinha sido substancial. Muito melhor do que t
Oliver o recebeu na recepção e o seguiu até escritório, enquanto relatava todas as atualizações. Anthony estralou o pescoço, tirou o paletó e casualmente colocou no encosto de uma cadeira, antes de caminhar em direção a sua mesa, afrouxando o colarinho. Oliver considerou que Anthony estava satisfeito com o progresso da empresa, pois não havia levantado nenhuma dúvida. Mas, depois de uma pausa, Oliver acrescentou:―A senhorita Vallois foi demitida da Clínica Estética. Michelle Grainger queria que ela fosse embora e me fez um pedido, eu concordei e tomei as devidas providências. ― Assim que disse essas palavras, começou a entrar em pânico com o silêncio de Anthony. Embora o magnata tenha permanecido quieto, Oliver sentiu a temperatura do escritório baixar uns cinco graus e ficar mais sombria, apesar das luzes acessas. Com dificuldade para respirar, o assistente planejava pedir desculpas por ter feito algo errado quando ouviu a voz sem emoção de Anthony dizendo:― Tudo bem. ―
Sarah deu um passo hesitante em direção à porta, mas não entrou e apenas disse:― Anne, vou deixar você descansar. Vou embora. ― Anne esperou mais alguns minutos e saiu. Sarah tinha ido embora, mas o cartão estava em sua mesa de centro. Atordoada, ela olhou para o pequeno objeto de plástico e suspirou. No fundo, Anne não se ressentia de Sarah. Afinal, ela ainda era sua 'tia'. Simplesmente não estava acostumada a considerá-la como sua 'mãe'. Entretanto, no final, acostumada ou não, Sarah ainda era sua mãe e ela não conseguiria odiá-la. Sendo mãe de três filhos, sabia que erros podiam ser cometidos. Dentro do quarto, seu telefone começou a tocar e interrompeu seu mau humor. Anne correu e percebeu que era uma ligação de Tommy. Então, jogou o aparelho de volta na cama. Entretanto, o rapaz continuou ligando e ligando, até que, muito frustrada e irritada, Anne atendeu: ― O que você quer? ― ― Ouvi dizer que você perdeu o emprego. ― Tommy falou lentamente. Seu tom era um equilíbrio
Anne notou que Tommy olhava para seu rosto, apreciando sua reação de contrariedade, então se recostou, aborrecida e, nem um pouco envergonhado, por ter sido pego, o rapaz continuou casualmente:― O que há de errado em ser minha assistente? ― ― Eu quero outra coisa. Outro posto onde eu possa ficar longe de você. ― ― Você vai ter que aceitar o que eu te oferecer. ― Tommy manteve uma mão no volante e apoiou um braço contra a borda da janela do carro. ― Tudo bem, então! Vá dizer a Anthony que eu tenho escondido seus filhos dele e eu vou dizer a ele que você estava trabalhando no escuro, para matá-lo. ― Anne se recusou a aceitar a chantagem, dessa vez, e resolveu contra-atacar. ― Eu já me decidi. Então, não fique se achando, pensando que pode fazer o que quiser. ― Ele bateu com o dedo no volante ritmicamente, enquanto considerava as palavras de Anne.― Tudo bem! Vou conseguir um cargo que não seja muito difícil e onde você possa ficar longe das pessoas... Que tal como contador
Ela bateu na porta da sala de reuniões, entrou e foi instantaneamente saudada pela tensão sufocante do ambiente. Franzindo os lábios, ela procurou o diretor financeiro, cautelosamente, apenas para encontrar acidentalmente um par de olhos familiares e taciturnos. Ela instantaneamente empalideceu. Anthony ocupava o assento mais distante da porta e de lado para a saída. Suas feições perfeitamente esculpidas lhe davam uma presença fria e intimidadora, enquanto ele a encarava com indiferença. ― Anne? ― o Diretor financeiro, Charmaine Turner, chamou. Saindo do choque inicial, a jovem se forçou a se mover em direção a Charmaine para entregar-lhe os documentos, antes de virar os calcanhares para correr. Em pânico, ela prendeu a respiração até sair da sala de reuniões e, em vez de voltar ao departamento financeiro, foi ao banheiro para se acalmar. Dentro do banheiro, ela olhou atordoada para a expressão assustada em seu reflexo enquanto tentava entender a situação. 'Por que Antho
Anne estava prestes a sufocar quando, finalmente, o demônio a soltou. Ela caiu no chão frio e duro, impotente, com a cabeça baixa, enquanto ofegava por ar, sentindo como se estivesse a um segundo de morrer sufocada. Mas, o homem se agachou e ergueu o rosto dela pelo queixo, mais uma vez. Atordoada, Anne encontrou seus olhos escuros e frios. ― Gostei, hein? ― Ele proferiu perigosamente. ― Devemos continuar? ― Ela queria balançar a cabeça, mas os dedos dele em volta de seu queixo a impediram de fazê-lo.― Eu nunca quis me envolver com você. Se você não quer me ver, deixe-me sair de Luton. Você sabe que eu mataria para sair... Umph! ― A força esmagadora em torno de seu rosto a impediu de continuar falando e ela gemeu de dor. ― Apostando pesado para conseguir se livrar de mim, não é? ― Ele zombou diabolicamente. Ela queria discutir, mas entendeu que Anthony pensava igual às alcoviteiras que tinha ouvido conversar, na hora do almoço. Para a mente pequena, fechada e machis
― Como você pode ter certeza? Você não viu a troca entre aqueles dois na sala de reunião? Há algo entre eles! ― Tommy estava mais do que certo de que havia, porque havia descoberto sobre os trigêmeos. Assim que Anne voltou ao escritório, sua colega a informou que seu telefone tinha tocado algumas vezes e a jovem agradeceu, voltou para sua estação de trabalho e pegou o aparelho que, voltou a tocar em sua mão. Ela olhou para a tela e percebeu que era Sarah ligando, então deu um suspiro desanimado e atendeu. ― Anne, ouvi dizer que você começou a trabalhar no Grupo Marwood? Como isso aconteceu? Foi Ron? ― Sarah perguntou, animada. ― Não. ― ― Quem então? ― ― Deixei currículo, fiz uma entrevista de emprego e fui selecionada. ― Anne dispensou. Felizmente, Sarah não estava realmente curiosa sobre como Anne começou a trabalhar na empresa da família. De qualquer forma, tinha sido uma surpresa agradável que Anne tivesse se tornado funcionária do Grupo Marwood e isso despertou