― Você ficou com medo? ― Tommy olhou para ela, usando psicologia reversa. ― Quanto mais ele deseja que você não apareça, mais você deveria aparecer diante dele. Quem sabe ele não fica irritado o suficiente para expulsá-la de Luton? ―Anne achou o argumento convincente, mas olhou diretamente para ele.― Se Anthony realmente quiser que eu saia de Luton, realmente poderei sair? ―Em outras palavras, Tommy ainda tinha o segredo dela nas mãos. Ainda estava sujeita a chantagem e, se não deixasse os termos claros, uma vez que ela fosse embora, Tommy poderia informar Anthony sobre as crianças. Então, Anthony a pegaria, não importa em que lugar do planeta ela estivesse. Seria um ingresso rápido para o céu.― Você não me entende. Se ele deixar você ir, eu vou deixar você ir também. ― Disse Tommy.Anne olhou para ele com dúvida. Com base em suas experiências anteriores, isso parecia mais uma armadilha.― Eu sei que você não acredita em mim, mas estou dizendo a verdade. ― Os olhos de Tommy p
Sem dizer mais nada, ela seguiu Michelle para fora, até a calçada em frente à clínica. Olhando para os dois lados, como se não quisesse que ninguém ouvisse o que ela tinha a dizer, Michelle tirou os óculos escuros e perguntou:― Você conhece Bianca Faye? ― Anne assentiu com a cabeça, mas completou: ― O que isso tem a ver comigo? ― ― Claro que tem a ver com você! Achei que você gostava de Anthony! ― Michelle zombou: ― Eu costumava pensar que ele gostava de você, então não pensei que você seria substituída tão cedo! ― ― Vou te dizer isso, mais uma vez: ele não gosta de mim, ele só... quer me torturar por causa da minha tia. ― Argumentou Anne porque sabia, com certeza, que Anthony não 'gostava’ dela. ― Então é verdade? ― Michelle cruzou os braços presunçosamente e disse: ― De qualquer forma, eu já disse a Bianca que você dormiu com ele, sabe Deus quantas vezes! ― A expressão de Anne se tornou sombria.― Você disse o quê!? ― ― Eu terminei as gravações de um filme e
Uma sensação de queimação instantaneamente se espalhou por sua bochecha e assim que conseguiu se equilibrar, Anne lançou um olhar gelado a Michelle. ― Como... Como você pode simplesmente bater nas pessoas assim? ― Lucia questionou bruscamente. ― Quem é você para interferir? ― Michelle zombou. Humilhada, Lucia mordeu o lábio em silêncio, com medo de provocar a ira de uma mulher rica e famosa. Michelle se aproximou de Anne com raiva.― Eu bati em você, mas e daí? Eu gostaria de poder simplesmente te matar! Eu não seria inundada por todos esses comentários negativos sobre mim se você não tivesse postado aquelas fotos minhas! Parabéns para você, Anne. Você arruinou minha imagem! ― ― Eu não tenho nada a ver com isso. ― A mão de Anne caiu, e a impressão da palma em sua bochecha apareceu. ― Você não tem nada a ver? Quem mais sabe sobre eu ter feito uma cirurgia? Você deveria pelo menos confessar o que fez! Eu sabia que vadias como você não tinham nenhum senso de decência ou
― Você pode ir ao departamento de recursos humanos para obter seu salário deste mês. Eles também calcularão a comissão de suas vendas ainda não creditadas. ― ― Certo. Muito obrigada. ― Sem protestar, Anne saiu do escritório do gerente e foi direto para o departamento de recursos humanos. Ela sabia muito bem que protestar não significaria nada. Com a proteção de Anthony, ela poderia receber trezentas denúncias e ainda permanecer na clínica, mas ele havia dito que ela não deveria mais aparecer diante dele, então, o magnata também não via mais sentido em protegê-la em seu emprego. Sem dizer nada, Anne recebeu cada centavo de seu salário e saiu após informar seu líder de equipe e Lucia. Ambos ficaram chocados, mas nenhum deles poderia ajudá-la. Anne não tinha muito o que levar do trabalho, então saiu e pegou o metrô que a levou para casa. Ela olhou para a rota do metrô e desceu no centro da cidade. No fim das contas, sua rescisão tinha sido substancial. Muito melhor do que t
Oliver o recebeu na recepção e o seguiu até escritório, enquanto relatava todas as atualizações. Anthony estralou o pescoço, tirou o paletó e casualmente colocou no encosto de uma cadeira, antes de caminhar em direção a sua mesa, afrouxando o colarinho. Oliver considerou que Anthony estava satisfeito com o progresso da empresa, pois não havia levantado nenhuma dúvida. Mas, depois de uma pausa, Oliver acrescentou:―A senhorita Vallois foi demitida da Clínica Estética. Michelle Grainger queria que ela fosse embora e me fez um pedido, eu concordei e tomei as devidas providências. ― Assim que disse essas palavras, começou a entrar em pânico com o silêncio de Anthony. Embora o magnata tenha permanecido quieto, Oliver sentiu a temperatura do escritório baixar uns cinco graus e ficar mais sombria, apesar das luzes acessas. Com dificuldade para respirar, o assistente planejava pedir desculpas por ter feito algo errado quando ouviu a voz sem emoção de Anthony dizendo:― Tudo bem. ―
Sarah deu um passo hesitante em direção à porta, mas não entrou e apenas disse:― Anne, vou deixar você descansar. Vou embora. ― Anne esperou mais alguns minutos e saiu. Sarah tinha ido embora, mas o cartão estava em sua mesa de centro. Atordoada, ela olhou para o pequeno objeto de plástico e suspirou. No fundo, Anne não se ressentia de Sarah. Afinal, ela ainda era sua 'tia'. Simplesmente não estava acostumada a considerá-la como sua 'mãe'. Entretanto, no final, acostumada ou não, Sarah ainda era sua mãe e ela não conseguiria odiá-la. Sendo mãe de três filhos, sabia que erros podiam ser cometidos. Dentro do quarto, seu telefone começou a tocar e interrompeu seu mau humor. Anne correu e percebeu que era uma ligação de Tommy. Então, jogou o aparelho de volta na cama. Entretanto, o rapaz continuou ligando e ligando, até que, muito frustrada e irritada, Anne atendeu: ― O que você quer? ― ― Ouvi dizer que você perdeu o emprego. ― Tommy falou lentamente. Seu tom era um equilíbrio
Anne notou que Tommy olhava para seu rosto, apreciando sua reação de contrariedade, então se recostou, aborrecida e, nem um pouco envergonhado, por ter sido pego, o rapaz continuou casualmente:― O que há de errado em ser minha assistente? ― ― Eu quero outra coisa. Outro posto onde eu possa ficar longe de você. ― ― Você vai ter que aceitar o que eu te oferecer. ― Tommy manteve uma mão no volante e apoiou um braço contra a borda da janela do carro. ― Tudo bem, então! Vá dizer a Anthony que eu tenho escondido seus filhos dele e eu vou dizer a ele que você estava trabalhando no escuro, para matá-lo. ― Anne se recusou a aceitar a chantagem, dessa vez, e resolveu contra-atacar. ― Eu já me decidi. Então, não fique se achando, pensando que pode fazer o que quiser. ― Ele bateu com o dedo no volante ritmicamente, enquanto considerava as palavras de Anne.― Tudo bem! Vou conseguir um cargo que não seja muito difícil e onde você possa ficar longe das pessoas... Que tal como contador
Ela bateu na porta da sala de reuniões, entrou e foi instantaneamente saudada pela tensão sufocante do ambiente. Franzindo os lábios, ela procurou o diretor financeiro, cautelosamente, apenas para encontrar acidentalmente um par de olhos familiares e taciturnos. Ela instantaneamente empalideceu. Anthony ocupava o assento mais distante da porta e de lado para a saída. Suas feições perfeitamente esculpidas lhe davam uma presença fria e intimidadora, enquanto ele a encarava com indiferença. ― Anne? ― o Diretor financeiro, Charmaine Turner, chamou. Saindo do choque inicial, a jovem se forçou a se mover em direção a Charmaine para entregar-lhe os documentos, antes de virar os calcanhares para correr. Em pânico, ela prendeu a respiração até sair da sala de reuniões e, em vez de voltar ao departamento financeiro, foi ao banheiro para se acalmar. Dentro do banheiro, ela olhou atordoada para a expressão assustada em seu reflexo enquanto tentava entender a situação. 'Por que Antho