Sebastian Martins Passo a mão pelo cabelo sentindo uma dor de cabeça que não me deixa por nada, Caleb conseguiu viagem com meu motorista para minha casa. Estou ficando no apartamento da Alessandra com ela e nunca vi dividir a casa por tanto tempo com uma mulher, também nunca estive em um relacionamento e aqui estou eu. A necessidade de tê-la por perto me assusta, assim como o conforto que me faz sentir e uma segurança. É um contrato, não assinado, que gostava de manter, mas esse contrato logo teria nossas assinaturas.— Alessandra? — Coloquei minha pasta em cima do pequeno armário na entrada.Não obtive resposta, mas consigo ver ela sentada em um dos sofás. Me aproximo, beijei seu rosto e recebi um meio sorriso. Hum, era de se esperar que o clima não fosse tão bom quando nos encontrássemos depois dela ter ido ver o amigo idiota.— Hoje garanti que você não fosse denunciado à polícia. — Se levantou do sofá. — Sinceramente não sei como André perdoou…Começo a tirar o meu terno, nem um
Alessandra Martins Nunca me senti tão sozinha, ver Sebastian sair por aquela porta me bateu um sentimento tão ruim. Não queria brigar, tão pouco queria que saísse chateado comigo. Mas como ele não percebe como foi errado bater no André? Nada se resolve com violência. E não consigo tirar da minha cabeça que o ciúme está o dominando, mas o que chamou minha atenção foi ele dizer que fez muita coisa por mim nos últimos dias. O que seria? Ele está estranho e não é de hoje.Por que não me conta? Deveríamos ser confidentes um com o outro, Sebastian se fecha de um jeito querendo resolver tudo sozinho, mas ele não está sozinho. Quando vai perceber isso? Perguntas e mais perguntas, agora as respostas não existiam. Existia, sim, mas não tinha ninguém para respondê-la para mim.No dia seguinte, imaginando que as coisas não poderiam piorar, recebo um e-mail da galeria avisando do meu afastamento. Meu mundo parou no exato momento que eu lia pela quinta vez o e-mail enviado. Afastada por tempo inde
Alessandra MartinsÉ pouca às vezes que estivermos na sua casa, mais afastada de toda a loucura de Nova York. Quando viemos é mais nos finais de semana sem intenção alguma de voltar logo, tendo uma calmaria incrível na nossa rotina agitada demais. O caminho é em completo silêncio, o que acaba me incomodando um pouco, mas seja lá o que vou encontrar nessa casa preciso me acalmar e esperar as próximas informações que verá.Queria respostas e aparentemente agora terei. Lembro da primeira vez que estive aqui, lembro de como Sebastian se tornou mais acessível. É nessa casa que ele tem boas lembranças, ficando mais próximo possível da sua falecida mãe. Uma eterna saudade que nem imagina como é, assim que chegamos Sebastian sai sem dizer uma única palavra. Seu silêncio me incomoda tanto, sem ser sarcástico e debochado era como se tivessem abduzido ele.Sebastian abre a porta para que eu saia do carro, estou prestes a falar com ele quando escuta um barulho vindo do lado de dentro. O homem à
Alessandra MartinsSebastian não faz questão alguma de me olhar ou falar comigo, se mantém parado olhando para as telas e as mãos no bolso da frente de sua calça. Podia ouvir a respiração de cada um e identificar de quem era, Caleb parece um peixe sufocando por está fora d'água.— Caleb. — E Sebastian não precisa falar mais nada. Caleb aperta mais alguns botões e um vídeo aparece na tela principal. A qualidade da gravação é ruim, usaram uma câmera escondida, mas vejo meu avô contando sobre o desvio da obra-prima para sua coleção pessoal. O áudio está perfeito, era como ter meu avô na minha frente conhecendo seus jeitos e gestos. Por um momento esqueço como respirar, porque não tenho coragem de abrir a boca e dizer que é montagem.Por que eles fariam isso comigo?— Invadir o sistema da família Martins, encontrando os arquivos muito bem guardado pelo Eduardo Martins. — Caleb confessou. — Foi lá que encontrei as imagens e vídeos, não arrisquei em hacker a família Jones, porque…— Fala.
Alessandra MartinsFoi difícil fazer com que Sebastian não viesse comigo para Califórnia, mas assim como ele quer que eu confie nele, terá que confiar em mim. Não desconfio do que foi me mostrado, só que há certas coisas a ser feita para aceitar o que vi. Minha família negou todas as acusações durante anos, cresci acreditando que eramos inocentes. Sofri tanto por cada acusação e irá refletir em mim se vier atona. Esse quadro não foi vendido, tenho certeza disso.Agora que me faz pensar é: por que ter uma obra-prima de grande valor em mãos e não poder exibi-la?Porque se vender chamaria uma atenção absurda, não plano algum que desse tão certo a ponto de nunca descobrirem que foi a minha família que pegou. Acredito que meu pai e avô não imaginaram a proporção que esse quadro daria.— Olá, meu amor. — Miranda me abraça e retribui, me aconchegando nos braços de minha mãe.— Oi, mãe. — Sussurro.— É bom tê-la de volta.Entramos em casa e a cada passo que dou é querendo guardar cada detalhe
Alessandra MartinsMeus pais sempre esteve em um pedestal. Eu os coloquei lá, foram os meus heróis, minha força e meus protegidos. Nunca, em hipótese alguma, imaginei que minha decepção seria tão grande. Não me contentei em ter a certeza daquela obra está em suas mãos, procurei mais fundo e nunca tivesse tanta certeza do ditado: Quem procura acha. Procurei e achei.Os quadros falsos que achei na Alemanha na casa da família Dener, meus pais fazem parte dessa organização. Encontrei papéis suficientes para tirar meu chão completamente, eu queria gritar e surtar com a descoberta.Me dói.Uma grande traição.Defendi pessoas de acusações que são verdadeiras.Sofri com palavras que não deveria ser direcionadas a mim.Ouço duas batidas na porta. Estou de costas para a porta, meu olhar perdido para a janela. O tempo está chuvoso, a janela fechada mantém o frio lá fora. Não dormi desde que descobri tudo.— Bom dia, meu amor.Continuo olhando para a janela.— Bom dia. — Sussurro.Mal conseguia o
Sebastian D’AmoreSabia que havia sido uma péssima ideia concordar que Alessandra fosse para casa dos pais. No segundo seguinte que ela entrou naquele avião, quis ir junto, a todo momento desejei isso. Porém, infelizmente tem coisas que ela precisava ver sozinha e estar perto só iria atrapalhar tudo.Não quero concordar, mas é a realidade.Não importa o que mostrasse para a Alessandra, ela iria querer ter outra prova, uma prova vista com seus próprios olhos e essa prova está lá. Na casa dos Martins. Mas a ideia de saber que ela não está segura é o que me incomoda, é o que me deixa inquieto. Não consegui dormir, Patrícia tentou me distrair e o resultado foi ela dormindo estirada no sofá como se tivesse bebido a noite toda.Ligo para Alessandra e ela me dizer que estava voltando foi a melhor notícia que tive e a melhor decisão que teve desde que decidiu ir. Fico inquieto sentindo uma sensação estranha.— Desse jeito você vai acabar fazendo um buraco no chão. — Patrícia está tomando seu
Sebastian D’AmoreNa entrada do hospital é cercada pelos jornalistas, tenho certeza que Victor não imaginava que daria tanta repercussão. Eduardo e Miranda havia dado entrevistas, a ideia é que foi um motorista bêbado e o cara não conseguiu fugir. Recebeu os cuidados e está na delegacia.Sobre a saúde de Alessandra? Nada! O típico charme para se bater mais tempo na mídia. O carro vai em uma lentidão sem fim. Todos querendo saber quem está no carro, caminhamos para o estacionamento. Minha paciência, se é que existiu algum dia, me faz xingar todos mentalmente. Não vou gastar minha saliva com eles.— Queria que houve tanta pessoa assim para me entrevistar nos desfiles. — Patricia resmunga.Além do meu carro vinha mais um atrás com meus seguranças. — Passa por cima deles. — Mando ao motorista, batendo com a mão no banco da frente.— Não! — Minha prima e Caleb falam juntos.Massageo as têmporas. Meia hora depois finalmente conseguimos entra no estacionamento. Mal espero o carro parar e a